quinta-feira, junho 30, 2005

Menos que 500 gramas

A propósito do aborto que está ser denunciado no Amadora-Sintra, por circular interna que determina que,"sempre que ocorra no Núcleo de Obstetrícia um parto de feto morto, com lesões visíveis de traumatismo, suspeita de manobras abortivas ou ainda nos casos em que a utente seja admitida com feto morto no domicílio", a equipa médica e de enfermagem do bloco de partos deve "comunicar o caso ao agente da PSP no hospital", o interessante não é a notícia mas aquilo que se fica a saber a partir dela.

É que este caso refere-se a fetos com 24 semanas e pelo menos 500 gr. Por outras vias sei que este é o limite a partir do qual um feto passar a ter existência legal, pelo que a sua morte pode ser averiguada como crime, e o seu corpo pode ser reclamado pelos familiares para levar a enterrar. Antes disso, segundo a lei Portuguesa, o feto não tem existência legal. O que é mais curioso é que ao acontecer um aborto espontâneo no Hospital, o Hospital guarda o nado-morto no caso deste ter menos de 500 gramas, e os familiares não têm direito a recuperar o corpo.

Mais uma vez o curioso desta realidade é que nunca os movimentos pró-vida tentaram que a existencia legal da pessoa começasse aos 0 gramas, aos 10 gramas ou mesmo aos 100 gramas. Nunca os pró-vida fizeram manifestações a exigir o direito de enterrar os minúsculos embriões que naturalmente morreram antes das 12 semanas. Nunca as famílias católicas levaram a enterrar os seus diminutos familiares. Pelo contrário, quando numa família alguém abortava naturalmente, o facto era discretamente dissimulado e rápidamente esquecido. Então, se já é vida porque é que os pró-vida não a respeitam como tal, através da celebração do funeral? será que nas famílias dos pró-vida nunca há abortos naturais?

Relativamente ao Amadora Sintra, apesar de ser uma situação estranha, um bébé morto de 6 meses passa a poder ser uma vítima de crime, independentemente da lei do aborto.

Voluntários - Jovem para a Floresta (30 de Junho)

Câmara Municipal de Silves
Voluntariado Jovem para a Floresta - Serra de Silves

O Concelho de Silves apresenta um clima predominantemente submediterrânico, caracterizado por verões quentes e secos, e um relevo com alguma relevância. Verifica-se assim cada vez mais uma maior necessidade de vigilância e acompanhamento directo na época critica, meses de Julho a Setembro. Nesse sentido prevê este programa actividades de vigilância fixa, móvel e de limpeza para a Serra de Silves num sistema de voluntariado jovem, virado para movimentar a serra e manter viva a utilização da mesma no período de 01 Julho a 30 Setembro de 2005.

O programa é dividido em seis quinzenas e em dois acampamentos quinzenais distintos de dezoito elementos cada, subdividido em nove elementos (fazendo duas equipes de vigilância diárias, com 5h00m de funcionamento, turno de manha e tarde) num total de abrangência de 288 jovens: 1º Acampamento na Zona do Centro Cinegético, 2º Acampamento na Zona da Perna seca
A cada Voluntário é assegurado as seguintes condições:. Seguro de acidentes pessoais. Subsidiação diária 12?. Vestuário. Outros equipamentos.
A Câmara Municipal assegura também:. Alojamento com alimentação em forma de pensão completa para todos os voluntários inscritos no nosso projecto e actividades Extra Voluntariado (actividades lúdico-desportivas entre outras).

Para mais informações: Gabinete Tecnico Florestal - 282 440 826
Inscreve-te:
Câmara Municipal de Silves - 282 440 800 Ext.413

quarta-feira, junho 29, 2005

Liquidar a Outra Coca

Boletim da Latitude zero

O grupo Coca Cola começa a sentir os efeitos das suas más práticas ambientais e sociais em países como a Índia e a Colômbia. Enquanto a campanha de boicote ao consumo Stop Killer Coke começa a dar frutos nos E.U.A., o corretor de bolsa Max Keiser - em parceria com a revista britânica The Ecologist – criou um fundo financeiro para especular com as acções do grupo, ganhando dinheiro com a sua desvalorização. Os dividendos são depois distribuídos às vítimas da empresa. As vendas da Coca-Cola sofreram uma quebra no mercado norte-americano e as suas acções em bolsa também estão em crise.

Novethic
Stop Killer Coke

Lixo

350 milhões de viagens de camiões do lixo são feitas todos os anos nos EUA.

terça-feira, junho 28, 2005

27 de Xuño día da liberdade

Para não Passar em Branco

Boletim da Latitude zero



Reduzir para metade a pobreza até 2015: este é um dos Objectivos do Milénio fixados pelas Nações Unidas. Nesse sentido, foi lançada uma campanha global para sensibilizar a opinião pública e os governos. O próximo marco desta iniciativa é já no dia 1 de Julho, proclamado Dia da Faixa Branca: todos serão desafiados a usar este símbolo, num gesto simples de solidariedade com ressonância mundial.

Global Call to Action Against Poverty - Indicadores do Milénio

Já chove!

A natureza agradece. As florestas podem descansar um bocado dos incêndios.

Abominável

Enfraqueceu-se o matrimónio pelo divórcio e as uniões de facto. Agora pretende-se descaracterizá-lo com o casamento de homossexuais. (...)

O feminismo radical é paralelo ao marxismo, que destruiu a condição dos trabalhadores em nome da defesa dos seus interesses. (...)

A opressão actual da condição feminina é fácil de demonstrar. Quais as principais vítimas da degradação da família? Da liberalização do aborto? Da banalização da pornografia? (...)

Mas a igualdade radical e o libertarismo familiar deram agora mais um passo e os termos da questão estão a mudar. Recusa-se já a existência de atitudes típicas de cada sexo. Vive-se a própria negação da identidade feminina, exaltando homens efeminados e mulheres másculas. Na nebulosidade de conceitos, deixam até de existir "sexos" e aparecem "géneros". Estas questões estraçalham hoje a sociedade espanhola (...)

Das Neves no seu melhor

Lendo nas entrelinhas:

O casório é para toda a vida, mesmo que a mulher (ou o homem) apanhe porrada todos os dias;
A Mulher é a grande vítima dos tempos modernos, antes é que era bom, tipo casamentos arranjados, obediência cega, dever conjugal, sexo (para a mulher) só depois do casório, recato nas posições sexuais (a mulher sempre por baixo, apenas com as mãos pés e cabeça a descoberto, sem grandes movimentos pélvicos e sem emitir nenhum som), trabalhos forçados na lida casa e na cozinha (emancipação económica nem pensar).

Quando ao último parágrafo, eu sou ainda um conservador à moda antiga, e prefiro mulheres efeminadas, apesar de achar que há músculos que na mulher podem estar mais desenvolvidos, sem que com isso percam o seu encanto. E deixe lá, Das Neves, que ainda estamos muito longe da igualdade radical.
E apenas mais um detalhe: na vizinha Espanha (a tal toda estraçalhadinha), os hetero começaram a casar mais, porque os Homos se casam. Desta é que não estava à espera.

Erros

Este pequeno erro no orçamento, que calculou mal a despesa em mais de 1% só vem tornar ainda mais ridículo os preciosismo do 6,83% de défice previsto.

Fraga perde

Parece que é desta que Fraga deixa de ser o imperador vitalício da Galiza.

El dirigente popular Federico Trillo afirma que "lamentablemente" el porcentaje de votos del CERA escrutados en la circunscripción de Pontevedra no le van a permitir al PP lograr el escaño número 22 de esta provincia y revalidar así la mayoría absoluta.

É pá, que chatice, estamos todos muito tristes. Depois do Daniel abalar do Barnabé e do Rui começar a fazer as malas, nada como uma notícia destas para arrebitar a moral. O último dos redutos do PP cai, e Fraga, o Dinossauro franquista que se eternizou no poder, vai finalmente arrumar as botas.

"Ya disse que serviré a Galicia donde me toque", afirmou Fraga. Amigo, servir a Galiza mais é que não, já serviu demasiado - ou melhor - já se serviu demasiado; ainda há uns quantos que teimam em não esquecer o seu último servicinho, quando um certo petroleiro resolveu afundar-se mesmo ali, pertinho da sua Galiza, e o senhor, com manifesto excesso de zelo nos serviços prestados, andava aos tiros aos coelhos e outra bixeza boa de abater lá para os lados de Castilha.

Um conselho de amigo, camarada Fraga: faça um Blog, escreva umas coisa para entreter, dê uns passeios pelas florestas de carvalhos, respire ar puro, ande de barco a remos no rio Minho, mime os seus netinhos, dedique-se ao parapente, sei lá, aproveite o tempo que agora lhe vai sobrar: vai ver que não custa nada. Pense lá bem nisso e continuação de uma boa derrota.

segunda-feira, junho 27, 2005

Por outras regras no comércio agrícola internacional

Com o aproximar da 6ª Conferência ministerial da OMC, a ter lugar em Hong-Kong em Dezembro deste ano, aceleram-se os processos negociais a acordar naquela reunião. A agricultura será um dos temas centrais. Mas não são só os governos que estão empenhados neste esforço. As organizações da sociedade civil, particularmente as ligadas ao mundo rural, têm vindo a desenvolver acções para garantir que não sejam, mais uma vez, os mais pobres a pagar a maior factura da liberalização dos mercados. Mais ...

Os patos nossos amigos

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Ao ler as letras grandes, a minha primeira reacção foi de contentamento: o pessoal já anda com preocupações conservacionistas, e caçar patos naquele rio era mesmo interdito...

Depois li as letras pequenas, e percebi que afinal os patos (são aqueles de cabeça verde, muito bonitos) são para matar, mas apenas pelos afiliados no clube de caça e pesca.

É mais ou menos o mesmo que dizer:

"Atenção, é interdito matar cachalotes"
Os cachalotes pertecem ao clube de caça e pesca de Fukuoka

O que é que tem o Barnabé?

Aqui há uns tempos, o Daniel Oliveira escreveu um post onde integrava João Pereira Coutinho na extrema direita; este reagiu mal, respondeu pior, os infames desentenderam-se e acabaram com a Coluna.

Hoje, o Bruno anda "picado" com o Daniel (mais uma vez por causa da direita/esquerda), mas desta vez, é este último que anuncia a sua saída do Barnabé. Entre um e outro, independentemente da política, prefiro a escrita do Daniel; desde o alargamento, o Barnabé baixou de nível, principalmente na qualidade do que se escrevia e na ironia fina. E algumas piadinhas do Bruno são gratuitas e dispensáveis, dignas dos "Malucos do riso". Bem, vejam lá se se entendem, que eu não vos posso ajudar (já sabes Daniel que eu é mais bailaricos).

Entretanto, o Jaquinzinho satiriza a situação:

Mercado de Transferências - Rumores
Daniel Oliveira resolveu o contrato que o unia ao Barnabé e está no mercado, a preço zero. (...)

Ironias

Cunhal, dirigente e mentor do PCP, progressista, teve como principal elogio depois da sua morte, a coerência que demonstrou ao longo da vida; ou seja, a seu conservadorismo ideológico.

Terramoto modificou eixo da terra

No dia 23 de Dezembro, o forte terramoto que abalou a terra também teve outra consequência inesperada: modificou o eixo da terra.

Os cientistas italianos que o afirmaram, calculam que a modificação foi de cerca de 2 milésimos de segundo, a que correspondem cerca de 5 a 6 centímetros. A modificação foi verificada na direcção do epicentro do terremoto. Os cientistas consideram que a variação é muito pequena, por isso não terá repercussões sobre o clima. Fonte

Esta novidade, a ser confirmada, pode explicar variações passadas no clima da terra. É que os fenómenos energéticos têm uma ocorrência muito particular: há muitos fenómenos pouco energéticos (tempestades, relâmpagos), e poucos fenómenos muito energéticos (erupções vulcânicas, terramotos). Por isso, ao longo da história da terra, nos últimos 4600 milhões de anos, ou mesmo "apenas" nos últimos 600 milhões de anos (quando apareceram a maioria dos grupos biológicos hoje existentes), houve certamente terramotos ou outros fenómenos (meteoritos enormes) muito mais energéticos do que os que hoje presenciamos.

E se calhar, não foram apenas uns centímetros, mas o suficiente para passar de um clima quente e húmido para um clima mais frio e seco. Isso por exemplo poderia explicar as grandes extinções que ocorreram no passado (dinossauros, há 65 milhões de anos; extinção de mais de 90% das espécies há 265 milhões de anos) por uma combinação de eventos catastróficos (meteoritos, vulcões, terramotos) e mudanças climáticas associadas a alterações do eixo da terra.

Bem falta fazia assim um mega-terramoto cá em Portugal, para ver se o país muda de rumo...

domingo, junho 26, 2005

sábado, junho 25, 2005

sexta-feira, junho 24, 2005

Num cinema perto de si


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Pegada Ecológica

A pegada ecológica mede em hectares por cidadão os recursos necessários para a sua alimentação, os materiais para roupas, a produção de energia, a eliminação da poluição ou dos resíduos que gera, entre outros.

A pegada ecológica global em 2001 era de 1,8 hectares por pessoa. Portugal, com 5,2 hectares globais por pessoa apresentava um valor superior à média europeia (4,9), sendo o oitavo país com maior pegada ecológica a nível europeu. Se todos no mundo fossem portugueses, precisariamos de 2,8 planetas Terra para viver!
E você, de quantos planetas precisa?? Veja aqui.

Um cidadão pede explicações

Orçamento 2005, a Bandalheira total

Em relação aos postais anteriores, relativos às dotações orçamentais dos gabinetes dos ministros, quando soube desta notícia, fiquei chocado, mas com uma dúvida: 200 milhões de euros é muito dinheiro, e não consigo imaginar quanto, sem possuir um termo de comparação. Tentei por isso comparar estes gastos com outros de caráter similar.

O primeiro que escolhi, e que me deu a primeira luz sobre o assunto, foi a dotação orçamental da presidência da republica para o ano de 2005.

Esta dotação que cobre os gastos de Sampaio, o seu staff, a manutenção do Palácio de Belêm, as viagens e os vestidos de Maria José Rita é de 13.325 milhões de euros.

O valor atribuí­do à presidência da república para 2005, pode-se considerar até espartano quando comparado com as dotações orçamentais dos ministros da república dos Açores e Madeira que é “ mais de 200 milhões de euros para cada um, e com a dotação orçamental do gabinete do ministro da defesa que é de 159 milhões de euros, dotação essa, que o sucessor de Paulo Portas, presumo que tenha herdado sem questionar.

Mas esta comparação não me deixou satisfeito, precisava de arranjar mais um termo de comparação. Tentei saber quanto custa Chirac ao estado Francês, mas a busca foi infruti­fera.
A mesma busca porém, direccionou-me para o relatório de contas da Real Casa de Windsor, chefiada por Sua Majestade Fidelí­ssima Isabel II.

Fiquei logo a pensar que a minha depressão ia desaparecer, pois ao ler os gastos de Isabel II, pensei (lírico) que iria passar a considerar os nossos ministros da republica da Madeira e Açores, como uns pobres pedintes de pé descalço.
Da leitura do relatório de contas reais “ Royal Public Finances 2003-2004", fiquei a saber que:

A famí­lia real britânica possui 5 tipos de rendimentos:

- Lista Civil* Salários dos funcionários reais - 303 funcionários (2004)- Subvenções do Estado (Grants-in-aid)* Destinados à manutenção dos palácios reais, salários dos respectivos funcionários - 111 funcionários (2004) - e viagens de estado -- Privy Purse Rendimentos das propriedades particulares da Casa de Windsor- Riqueza pessoal e outros rendimentos- Despesas pagas directamente pelo estado*

* - Fundos públicos

Quando li os valores envolvidos o queixo caiu ao chão, eram verdadeiramente inacreditáveis, mas não no sentido em que estava a pensar:Em 2004, os gastos com dinheiros públicos foram os seguintes (Milhões de Libras):Lista Civil - 9.953Subvenções do Estado - 21.645Despesas pagas pelo Estado - 4.872Total de fundos públicos - 36.470
(53.993 milhões de euros)

NOTAS: As despesas das subvenções do estado destinam-se aos palácios reais ocupados, que são:- Palácio de Buckingham;- Palácio de St. James;- Clarence House;- Marlborough House;- Palácio de Kesington;- Palácio de Hampton Court;- Castelo de Windsor, seu parque e edifi­cios nele existentes.

Não acreditando no que estava a ver, pensei que tinha lido mal os números, faltam de certeza dois ou três zeros. Não! Afinal os meus olhos não me tinham enganado, lido e relido o relatório, os valores estão todos expressos em Milhões de Libras, aplicando a taxa de câmbio do dia de ontem (1£=1.4804945 €) verifiquei que toda a Monarquia Britânica custa ao erário público do Reino Unido uns módicos 53.993, ou seja 54 milhões de euros.

Resumindo, aquilo que o Reino Unido gasta com toda a famí­lia real, chega apenas para "alimentar" um gabinete do ministro da república, das nossas regiões autónomas, por um mí­sero trimestre e quatro meses do Gabinete do ministro da defesa.

Gostaria de saber como é que os Srs. Ministros da república dos Açores e da Madeira justificam gastos anuais 4 vezes superiores aos da Sua Majestade a Rainha Isabel II.

É certo que viajam muito de avião, é certo que moram em palácios, mas estes palácios estão para Buckingham, tal como uma barraca da Cova da Moura está para os duplex da Torre de São Gabriel. E a Rainha de Inglaterra tem mais 6 palácios. A presidência da república representa apenas um quarto de rainha de Inglaterra.

Como cidadão, exijo uma explicação! Uma explicação por parte de quem elaborou este orçamento, por parte de quem obrigou à sua aprovação e por parte de quem tem, neste momento, a obrigação de o aplicar. Se esta explicação não for dada, o acto de fugir aos impostos não pode mais ser considerado um crime, deve ser considerado um dever patriótico.
Para os mais cépticos, deixo aqui os links, para verem com os seus próprios olhos:
Royal Public Finances 2003-2004 (Ficheiro pdf – 1.529 Mb)
Mapa 02-2005 do Orçamento geral do Estado (Ficheiro pdf – 9.6 Kb)

Marcha do orgulho

Marcha Nacional do Orgulho LGBT* (*Lésbico, Gay, Bissexual e Transgender)
Avenida da Liberdade (início no Marquês de Pombal)
organização ilga portugal + clube safo + não te prives + panteras rosa.

Percurso
ver mapa no PortugalGay.PT

Manifesto 2005
Cumprir a Constituição: Homofobia Não!

Dívidas e G8 e outras coisas

Segundo o G8, esta iniciativa seria histórica, já que nunca antes se tinha prdoado integralmente a dívida dos países mais pobres. Na realidade, é apenas um perdão cosmético, condicionado a uma maior "abertura" destes países aos interesses do norte, que passaria pela privatização dos recursos naturais e de sectores económicos vitais por multinacionais, aimento do custo da saúde e ducação para a população, aumento do IVA, liberalização total dos movimentos de capitais (que favorece a fuga destes), redução da portecção dos mercados, que implicaria o desaparecimento de milhões de pequenos e médios produtores. Por isso o CADTM (Comité para a anulação da dívida do terceiro mundo) defende que o perdão seja incondicional.

E mesmo que o perdão avance, será apenas relativo ao Banco Mundial, e não relativo a todas as outras instituições bancárias ou dívidas bilateriais. Mais, estes 18 países constituem apenas 5% da população "endividada" mundial, pelo que mesmo que a iniciativa seja desinteressada (o que constituiria um passo no bom sentido), peca por ser muito limitada (os outros 95% continuaram a pagar mais de 50% do PIB para amortizar as dívidas contraídas).

Há mais de uma década, foi a mesma coisa. Uma grande barulheira, um grande espetáculo, mas nada mudou. Por quê? Porque existem causas estruturais, e as estruturas defeituosas foram criadas pelo G-8 e seus antecessores. As elites corruptas que governam a maior parte da África mantém-se no poder aliadas a corporações gigantescas, que ordenham as riquezas do território. O continente é rico em petróleo, ouro e diamantes. Isso poderia financiar sua própria recuperação, mas não é deixado em paz; e os líderes que tentaram mudar as coisas foram assassinados ou depostos – a mudança de regime é um velho hábito do Ocidente.

Por exemplo no Magrebe, durante os últimos 20 anos, a dívida multiplicou-se por 4, tendo no entanto reembolsado aos países do norte o correspondente a 7 vezes o valor dessa dívida. É tipo um plano Marshall ao contrário. Porquê? porque existe um acordo tácito entre os interesses Europeus e as elites dominantes dos estados Árabes. Essas elites ficaram benificiadas contraindo as chamadas "dívidas de elite", que são pedidas em nome do estado mas apenas distribuídas pela elite.

Mais do que conflito norte-sul, trata-se de uma mais do que injusta distribuição da riqueza e ainda mais injusta dívida herdada por todos os que têm o azar de nascer num dos 165 países endividados. Dívidas contraídas para benefício de muito poucos e pagas com a pobreza, miséria e fome de um bilião de seres humanos, isto com a cumplicidade criminosa dos países ditos "civilizados".

Fontes: Outras palavras, CADTM

Landai

As mulheres afegãs pastune, da região de Kandahar, têm a tradição do canto de improviso, chamado landai (que significa breve, curto); são composições poéticas realmente breves, com apenas dois versos que elas cantam quando se encontram na fonte, onde vão buscar água, geralmente de manhã e à tarde (não se conhecem gravações destas melodias e por isso só podemos especular sobre como poderão ser).

A temática dos landai são o amor, a honra e a morte. A vida das mulheres é decidida no seio da tribo pelos pais e irmãos mais velhos. São obrigadas a casar segundo os interesses da família; muitas vezes os maridos são crianças ou velhos e, não se criam relações afectivas entre os esposos. As mulheres tratam de arranjar amantes mas, se forem descobertas, são rejeitadas ou mortas; motivo pelo qual a temática do canto é o amor (entre os amantes) a honra e a morte (a limpeza da honra - do marido ofendido - leva à vendetta, à vingança familiar e à morte da protagonista).

À mulher restam duas soluções para a sua situação emocional e familiar: o suícidio ou a sublimação através do canto.
Entre as tribos pastune existe uma profunda divisão sexual do trabalho e das relações sociais. Os homens tratam da guerra, da pecuária e da religião (oficial; o islamismo); encontram-se na mesquita ou no largo da aldeia. as mulheres tratam dos fihos (sempre muitos), das tarefas domésticas e cultivam pequenas hortas; têm uma vida dura, de subjugação e quase escravatura.
Dois exemplos de landai (recolhidos por Saíd Bahoddin na região de Kandahar):

- Tinha jóias mas não as pus / Fui ter com ele de braços nus.
- Acendo uma grande fogueira / Gosto de me entregar na luz.

Walter A. Silva

quinta-feira, junho 23, 2005

O alerta de Chiapas

“Fechado por alerta vermelho”. Letreiros com esta frase estão, desde segunda feira, na entrada dos cinco caracoles (municípios autônomos) zapatistas, todos evacuados depois que o EZLN divulgou seu comunicado geral decretando o estado de alerta vermelho em Chiapas e convidando visitantes a deixar os territórios indígenas.

Um “ambiente de solidão, desconcerto e incerteza” prevalecia desde então na comunidade tzeltal de Torbellino, sede do município autônomo de 17 de Novembro, segundo o jornal mexicano La Jornada. O alerta zapatista se deu em um contexto de grande movimentação do Exército federal, algo apontado como “fora do comum”, pelo jornal, e sem explicação à opinião pública, conduzindo centenas de soldados, caminhões e outros veículos militares para as áreas indígenas.

As informações oficiais também são motivo de grande tensão, uma vez que governo nega estar cercando Chiapas, mas associa três municípios onde foram encontradas plantações de maconha – causa de operações militares contra o cultivo de entorpecentes – à zona geográfica da rebelião indígena. Os municípios de Tapilula, Rayón e Pueblo Nuevo não são parte da “zona de conflito” ou “de influência zapatista”, adverte o jornal La Jornada. Eles também “estão fora do amplo cerco armado pelo Exército federal em torno da região indígena de Chiapas desde 1995”.
Em editorial, o jornal mexicano recorda a história das negociações entre os movimentos indígenas de Chiapas e as sucessivas traições do governo aos acordos feitos entre o México indígena e o México oficial. Um longa história de tensões que pode estar chegando ao limite. Veja a seguir, o editorial de La Jornada. (continue a ler em Outras palavras)

A crise da banca

Dadas as circunstâncias de colapso anunciado do Estado português, e a evidência das responsabilidades políticas das classes dominantes em democracia, nomeadamente os beneficiários do sector de obras públicas e do sector financeiro, e dos respectivos consultores e governos, no uso dos incentivos à modernização, desde 1986 – antes disso era a instabilidade política e o FMI – as campanhas políticas de recuperação de imagem e de abandono das práticas até aqui consideradas democráticas emergem.
Uma das vertentes vai no sentido de dizer que o nosso atraso actual se deve às nacionalizações de 1975. Parece óbvio. Mas de facto merece ser um pouco melhor explicado, para não parecermos os governos pós-coloniais que se queixam do colonialismo para justificar as suas tendências cleptocráticas actuais. Qualquer explicação deve passar por saber os custos que o Estado encaixou – nomeadamente em reformas antecipadas e outras indemnizações – e pela apreciação dos resultados (parece que temos o sector financeiro dos mais modernos do mundo.
Outra vertente é menos ideológica e mais pragmática: o velho dividir para reinar. No caso, denegrir para prevenir reacções populares. Refiro-me à campanha de xenofobia e de promoção do racismo levada a cabo vergonhosamente pela maior parte da comunicação social no fim desta Primavera, através da inventona de um arrastão de praia. De facto, como se prova, a concentração da comunicação social nas mãos de pessoas e organizações comprometidas com o status quo, numa altura de necessidade de mudança radical, só pode ser perniciosa. Iremos, com certeza, assistir a mais episódios vergonhosos daqui para a frente: onde falte informação há-de sobrar imaginação “objectiva”, pois não!
Uma terceira vertente é o apelo ao colaboracionismo de classes, grupos profissionais, sindicatos, organizações de toda a espécie, cuja actividade normal irá ser estigmatizada – como se fossem eles os responsáveis pelas políticas “consensuais” desenvolvidas consistentemente durante os últimos vinte anos.
Uma quarta vertente será a manipulação, para efeitos domésticos, da crise europeia das políticas neo-liberais, que tudo indica se irá agudizar.

António Pedro Dores - 2005-06-22

Glaciares Encolhem

Todos os cientistas que estudam os glaciares concordam que as temperaturas mais elevadas e as quedas de neve com níveis inferiores aos da média estão a ter um impacto muito negativo no ambiente. A maioria dos 160 mil glaciares terrestres está a diminuir drasticamente ou mesmo a desaparecer. No curto prazo, este fenómeno até pode ajudar a aumentar as reservas mundiais de água; no entanto, a longo termo, vai causar um decréscimo significativo da quantidade de água resultante do normal processo de degelo, deixando os níveis dos rios totalmente dependentes da chuva.

Antoine Blua – Eurasia.net - Boletim da Latitude zero

quarta-feira, junho 22, 2005

Massa Crítica

Massa Crítica é um movimento de cidadãos muito disseminado em Itália: "Massa critica e' un nuovo modo di vivere nelle nostre citta' inquinate. Per costruire una nuova rivoluzione nel sistema dei transporti non hai null'altro da fare che prendere la bici e unirti a noi. Un sito per tutti quelli che credono che un'auto di meno in circolazione sia uno scopo comune."

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E em Portugal:

Próxima Massa Crítica - 24 de Junho

Bicicleta - Patins - Skate - Cadeira de Rodas - Carrinho de Rolamentos
18h00 - Marquês de Pombal - (LISBOA)
18h00 - Praça dos Leões (PORTO)

Pela existência de Massa Crítica também em Portugal!

Contra a tortura!

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É já possível estabelecer diagnósticos precisos sobre o significado da revolução neo-liberal em curso. Um deles é a reorganização da Justiça, tanto nas suas finalidades como nos seus recursos. Tanto nos seus objectivos sociais como nas suas garantias éticas e políticas.

As políticas securitárias têm revelado a fragilidade dos Estados face à injustiça social e económica, e o desrespeito pelo direito internacional afocinhou na ilegitimidade da força bruta. O mundo velho da ex-nova economia ameaça, armado até aos dentes, o mundo da razão e do Direito que a era moderna prometeu. A esperança do Direito de aplicação universal cede lugar à competitividade da relação de forças conjuntural. Cresce o gosto de classificar como inimigos os perdedores, os incapazes e os adversários.

Também em Portugal se fazem sentir estas contradições. Por exemplo, quando se reconhecem paulatinamente direitos de orientação sexual e reprodutivos e se limitam direitos aos imigrantes; ou quando se estabelecem direitos às mulheres e às crianças e se desprotegem as famílias e jovens em risco, a quem se negam serviços sociais adequados. Contradições também evidentes quando se observa a população prisional, agarrada aos tráficos e vícios que determinou a sua clausura forçada, mas agora à sombra do Estado e da irracionalidade.

A reforma prática da Justiça não se fará contra os operadores judiciários. Mas também não se fará democrática e socialmente justa sem os operadores sociais que contactam com o pilar judicial da nossa soberania. É neste âmbito preciso que um conjunto variado de organizações decidiu juntar esforços para evocar o Dia Internacional Contra a Tortura (26 de Junho) com vista à organização de iniciativas conjuntas para que o Estado estabeleça, tão rapidamente quanto possível em Portugal, as medidas preventivas previstas no Protocolo Adicional à Convenção Contra a Tortura da ONU.

Resistir ao neo-liberalismo não chega: trata-se de desenvolver alternativas práticas e de trazer aliados para a luta pela moralização das sociedades. Isto é, pela valorização das boas práticas do Direito e da intervenção cívica democrática racionalmente organizadas e consequentes.

Lisboa, 21 de Junho de 2005

A Direcção da
Associação Contra a Exclusão pelo Desenvolvimento

(ACED)

Carta Aberta ao Presidente da República

Excelentíssimo Senhor Presidente da República
Excelência:

A continuidade dos seus dois mandatos ficará registada na História de Portugal como um magistério a favor dos movimentos sociais e das causas mais motivadoras do desenvolvimento e a denúncia dos seus bloqueios. Assim, foi com o ambiente e com a justiça, assim aconteceu com a inovação e participação nas autarquías, em que o Presidente da República polariza as convicções de um Povo em assumir as causas que, por um lado, nos levam a ser admirados pela comunidade internacional, e por outro, a vermos com preocupação indícios graves de retrocesso e de definhamento, da esperança e da laceração do tecido social.

O mais alto magistrado da Nação tem, pois estado atento aos sinais de criação e de destruição. Portugal é um país moderno, inventivo e com grande capacidade de trabalho. Mas há manifestos sinais de recuo quanto aos direitos das mulheres, das vítimas de exclusão social e pouco ou nenhum respeito pelos direitos constitucionais da orientação sexual. Fique bem claro que não estamos a apelar a Vossa Excelência para promover uma Presidência Aberta sobre os direitos sexuais, mas sentimos que é nossa obrigação recordar ao primeiro garante da Democracia em Portugal que ela não só não avança, como não acerta o passo com a União Europeia se continuamos a assistir a inquietantes sinais de perseguição e intolerância das várias minorias, incluindo as sexuais, no nosso país.

A este propósito recordamos a Vossa Excelência que a legislação em vigor sobre as uniões de facto é inoperante, servindo aos Governos sucessivos para descansar a sua consciência, remetendo continuamente os cidadãos heteros e homos para tal texto. Na plenitude das suas funções, assiste-lhe interpretar a vontade popular e dar sinais públicos que é possível, como tem sido possível, melhorar os nossos padrões de produtividade, melhorar os nossos serviços de saúde, acolher a comunidade emigrante, absorvendo-a, até de acordo com os valores multiseculares da nossa experiência pluriracial.

No entanto não gostaríamos de ver, nós e todos aqueles que representam a luta a favor duma sociedade tolerante, defensora da cidadania e respeitadora das diversidades, conforme prescreve a Constituição no artigo 13º., que o Presidente da República terminasse o seu segundo mandato sem convidar publicamente as Comunidades Portuguesas e o nosso Povo a viver e a experimentar os valores democráticos da tolerância e da solidariedade.

Face ao exposto, a organização que represento, seguro que todas a organizações que se mobilizam contra a exclusão e intolerância e pela cidadania, se vão mobilizar para esta feliz iniciativa, põe-se imediatamente ao dispor dos serviços da Presidência para oportunamente dar todos os contributos, que intenda necessários para aprofundar alguns dos dossiês da intolerância em Portugal. Na expectativa do melhor acolhimento da nossa proposta, congratulado com o grande serviço que também nesta dimensão prestará à Democracia Portuguesa,

Sou respeitosamente

António Serzedelo
Presidente da Opus Gay
Lisboa, 25 de Maio de 2005

Os dois Portugais

400 novos milionários. Entretanto, num posto de correio perdido em Portugal, uma grupo de idosos recolhia as suas pensões:

Sr Joaquim 350 euros e 27 cêntimos
Sr Manuel 240 euros e 34 cêntimos
Sr Salomão 140 euros e 5 cêntimos
Sr António 220 euros e 17 cêntimos
Sra Maria do Rosário 110 euros e 15 cêntimos
Sr António 170 euros e 68 cêntimos
Sra Idalécia 89 euros e 80 cêntimos

Os nomes são inventados; os valores não. O mais ridículo é que muito provavelmente estes pensionistas pagam e pagarão (com as novas medidas do governo) mais imposto em termos percentuais que os ditos milionários. Os senhores políticos do governo deveriam passar uns meses a tentar viver com 100 euros por mês, antes de se virem queixar de que coitadinhos, ganham muito pouco e que lhes dão uma porcaria duns chaços de 12 mil contos para se deslocarem para o trabalho...

terça-feira, junho 21, 2005

Novos blogs

Novos Blogs, bons blogs:

(...)
Por isso, ao sr dr Vital Moreira, no capítulo da educação, aconselhava-o primeiro a mobilizar-se para alterar o sistema que integra, tornando-o mais democrático, em que os alunos não fiquem dependentes das arbitrariedades do professor sem direito a recurso das decisões tomadas, a condenar as greves que se fazem nesse sistema de ensino porque também prejudicam os alunos (em que no exemplo referido no Aberrações democráticas, esse mês não foi descontado no salário, porque segundo o estatuto em vigor na época, o salário era pago com base na função de investigador, sendo a leccionação uma contrapartida; como não faltavam ao trabalho de investigação, recebiam na íntegra o salário sem leccionar. Assim também eu fazia greves todos os anos...), a serem responsabilizados pela incompetência que geram nos profissionais que saem das universidades.
Haja bom senso: não fica bem a uma pessoa da craveira do dr. Vital Moreira usar a demagogia, porque esse é um caminho pantanoso e como dizem os anglo-saxónicos “is a two way street”...

"A Humanidade empurra as espécies para a extinção; o que significa que está muito ocupada a serrar o tronco sobre o qual está empoleirada" National Gegraphic

Mentalidade global


A propósito de maoísmo lembro-me de há muito anos, creio que no jornal o Independente, numa secção de "cartas ao leitor", ou algo assim, ter visto publicada uma extensa carta de protesto (ocupava toda uma página) de um leitor militante do MRPP que começava por dizer não ser leitor do jornal em questão, mas visto um seu irmão incorrer no acto burgês e decadente de comprar um tal pasquim, ele não pudera deixar de notar, num artigo ou numa notícia que citava, o insulto baixo e torpe contra o seu camarada Arnaldo Matos. E assim toca de encher uma página a insultar o jornal, "orgão da burguesia", "panfleto de meninos bem", etc. etc. (cito obviamente de memória), e a defender até à bajulação mais enjoativa o "querido dirigente e educador da classe operária". Uma página inteira a letra pequena disto. Até que chegando ao fim lia-se a resposta da direcção, ou do jornalista responsável pela notícia causadora de tamanha indignação, simplesmente: "Manda um abraço ao teu irmão!".

Mundo plano


devo ter nascido a um domingo tão pouco gosto do dia.

se tivesse a benção de ser artista ocupava-me a descrever o domindo e os outros dias em letras tintas notas musicais, mas nem isso o criador quis para mim.

caminho sobre fragas há tantos anos já que lhes perdi o conto!

por gosto, para não me perder, para lhes tomar o peso e saber da textura, colecciono pedras, todas as pedras em que tropeço, e eu tropeço tantas vezes!

tenho o soalho pejado de pedras, vindas de todo os cantos do mundo que visitei. caixas com pedras. taças de cristal com pedras, as mais coloridas, as mais frágeis.

- louca?

claro que sou. se o não fosse estaria noutro sítio e não aqui olhando o brilho de uma ametista grande e a ouvir vivaldi.

mas as pedras não são os seres mortos que aprendemos na escola. as pedras vibram. conheço a vibração de cada pedra. e mesmo as pedras mais sem graça como o são as do tino calceteiro (que tem bem menos graça do que as pedras, verdade seja dita), mesmo essas dizia, nos espantam com o que do meio delas é possível surgir.

do meio delas e só do meio delas: cactos, cheios de picos, mas que se abrem em flor.

mas depois de tudo, é domingo. não gosto dos domingos e nem tenho uma arte que me sirva para dizer que passava bem sem os domingos mas sem as pedras não.

Escarpado

Vida Verde

Vida Verde é um Encontro exclusivamente dedicado à partilha de práticas ecológicas cuja finalidade é proporcionar a todos os participantes os conhecimentos e a sabedoria para viver de uma vida Simples, Natural e Sustentável.

A crescente instabilidade social e económica cujas repercussões agravam severamente o ambiente levam a que cada vez mais indivíduos e famílias comecem a procurar alternativas de vida que não sejam destrutivas e que acima de tudo sejam mais equilibradas e justas.

Face às irreversíveis alterações climáticas e consequentes necessidades de adaptação, urge criar novos paradigmas de vida que minimizem ao máximo o impacte no ambiente natural e social.

Para que isto seja possível é necessário reduzir o consumo, reaproveitar recursos recicláveis evitando todos os desperdícios, reflorestar e adoptar métodos de agricultura ecológica, utilizar energia de fontes renováveis retendo-a ao máximo, implementar economias locais auto-reguladas e independentes dos macro-sistemas económicos, entre muitas outras abordagens mais sustentáveis.

O Encontro Vida Verde tem como objectivo proporcionar oportunidades de aprendizagem e ensinamento para que se espalhe o "bicho ecológico prático". Como fim, pretende-se que todos os participantes se possam conhecer e unir para criarem Eco-Aldeias ou Eco-Cidades, sabendo fazer bem para recuperar a Natureza e a dignidade Humana.

Encontro de Práticas para uma Vida Simples, Natural e Sustentável.
26,27 e 28 de Agosto 2005
Portas do Transval
Boavista dos Pinheiros
ODEMIRA

Organizado por:

Associação Arco-Íris

PédeXumbo

Rede Portuguesa de Eco-Aldeias

Mais informação

Ozono Crítico em 2005

Segundo os especialistas, as alterações climáticas e a poluição estão a destruir a camada de ozono europeia. Durante a reunião da associação European Geosciences Union, em Viena, foi anunciado que a faixa protectora sobre a Europa Central e do Norte se encontra nos seus mínimos históricos desde que a medição começou a ser feita nos anos 50. Sem uma camada de ozono para protecção, os europeus de pele muito branca podem vir a apanhar escaldões, mesmo durante a Primavera, em apenas 20 minutos. Os cientistas estão ainda preocupados com os efeitos dramáticos nas plantas e nos animais –que não se podem proteger com protector solar.

Quirin Schiermeier - Nature - Boletim da Latitude zero

NÃO ao cultivo de Transgénicos em Portugal

Local: Lisboa, Praça do Comércio, em frente ao Ministério da Agricultura
21 de Junho, 16h-18h

A Comissão Europeia autorizou, em Setembro de 2004, o cultivo de 17 variedades de milho transgénico em toda a União Europeia, cedendo, com isto, às fortes pressões das multinacionais que detêm o monopólio sobre essas patentes.

Países como a Áustria, a Polónia e a Hungria optaram por impor moratórias para proteger a sua agricultura e a sua biodiversidade da contaminação por transgenes, enquanto que a Itália conseguiu adiar o cultivo de milho geneticamente modificado por, pelo menos, mais um ano. Outros países, como é o caso da Alemanha, elaboraram uma legislação tão restritiva que, na prática, o cultivo de transgénicos se tornou impraticável. Mais de 100 regiões europeias declararam-se, já, Zonas Livres de Transgénicos, o mesmo tendo ocorrido em mais de 3500 áreas sub-regionais, incluindo concelhos (na França, Reino Unido e Portugal).

Entretanto, à margem de qualquer auscultação e debate público, o actual Governo, tendo como base um projecto de diploma muito mal redigido ainda pelo seu antecessor, aprovou recentemente legislação sobre a Coexistência de Culturas, encontrando-se esta actualmente para aprovação na Presidência da República.Na nossa opinião o Diploma sobre a Coexistência não deve ser promulgado

!!!É URGENTE:
* fixar uma moratória ao cultivo de OGMs em Portugal;
* promover de forma alargada o debate e informação sobre os OGMs junto dos agricultores e consumidores em geral;
* responder à questão se Portugal quer ser País Livre de Transgénicos ou, se não, quais as Zonas Livres de Transgénicos a fixar em Portugal;
* e, se for essa a decisão, elaborar com a participação de todos uma legislação exigente e com bases científicas sobre a coexistência.

Por estes motivos, convidamos-te a juntar-te a nós na acção de protesto pacífico que vamos levar a efeito. Esta pode ser a última oportunidade de estarmos perante milho não contaminado em Portugal, por isso, vamos levar connosco parte daquela que poderá ser a ÚLTIMA COLHEITA livre de OGMs em Portugal. NO INTERESSE DE TODOS, VEM AJUDAR-NOS A DIZER NÃO aos OGMs em Portugal!!!

Plataforma Transgénicos Fora do Prato
Contactos: 917301025

segunda-feira, junho 20, 2005

Greve

Tudo bem, aceito a greve como uma forma de luta dos trabalhadores. Embora não goste que se lhe refiram como “um direito de todos os trabalhadores”: eu, por exemplo, não posso fazer greve. Podem fazer greve aqueles que ao fazê-lo afectam terceiros – regra geral a população anónima. Só por isso, por ser “um direito” conseguido penalizando “quem não tem nada a ver com isso”, já me parece um modo de luta bem pouco ético e solidário, mas enfim. Agora penso que o cumprimento integral do “direito a não trabalhar como forma de protesto” deveria implicar a permanência do trabalhador no local de trabalho. Isso evitaria a adesão à greve por conveniência – estou certa de que 99% das greves resultam em fins de semana alargados! Lembram-se de quando os médicos decidiram fazer greve durante uma série de meses... mas só à sexta-feira?? De facto as greves dão (devem dar...) um jeitão!

mpf

2 anos

O BSP fez a 16 de Junho 2 anos de vida. Fiquem com um post de 19 de Junho de 2003:


As noites no campo - Inegavelmente, a qualidade de vida no campo é muito superior à da cidade: mais tempo, temperos à porta de casa sempre frescos, ver o céu à noite, cheiros inebriantes (naturais!), poder urinar ao luar, etc. etc. Mas há um preço a pagar por tudo isso. Quem (como eu) se habituou a adormecer a ouvir o ronronar dos carros e dos aviões, tem que mudar drásticamente de hábitos. Se não, vejamos:

No começo da Primavera ele é os rouxinóis às cinco da manhã a dar ao gorgomil; parece muito idílico, mas garanto-vos que o sacana do alado dá-lhe com força; aquelas melodias endiabradas entranham-se pelos sonhos a dentro e acordo com os neurónios ainda atordoados, a sonhar com o indeterminismo das melodias do malfadado bicho. Este ano tivemos sorte porque para engatar as migrantes rouxinolas, o bicharoco teve o bom senso de ir para uma árvore a mais de 10 metros da casa (nestes anexos hei-de voltar ao assunto para responder à intrigante questão: porque é que os rouxinóis cantam à noite?).

No meio da Primavera, quando ainda há água nos charcos (a Ecologia é uma coisa muito bonita....), ele é as relas, rãs, sapos parteiros e demais anfíbios. A nossa sorte é que o charco está a mais de 100 metros, mas mesmo assim, com as janelas abertas, há dias ensurdecedores. Pelo menos esta ramo do reino animal tem o bom senso de ir para a caminha relativamente cedo, pelas 2 da manhã, o que está mais de acordo com os ciclos naturais do ser humano (ao contrário do bicho precedente, que está calado que nem um rato até altas horas da manhã e, de repente, desata a cantarolar, quando nós, inocentes humanos, estamos na fase mais profunda do sono...tá mal, rouxinol, tá mal).

No fim da Primavera, isto é, agora, ele é os grilos e os ralos. Apesar de fazerem menos barulho que os seus primos (afastadíssimos) anfíbios, têm o inconveniente de poder estar mesmo junto da janela. E atenção, o grilo é um bicho perigoso! (disso percebo eu). Nos primeiros anos de vida campestre cometemos o erro de deixar entrar um grilo dentro de casa, o catraio do bicho cresceu e na época de acasalamento punha-se a cantar na cozinha ás mesmas horas do rouxinol. Só depois de muitas noites interrompidas pelo cantar do estafermo (ele era matreiro: quando via luz calava-se logo) é que acabamos por dar com ele debaixo do frigorífico. Mais tarde direi o que é que fizemos ao bichinho (foram três meses de insónias não forçadas...normalmente não somos assim tão beras, mas o gajo estava mesmo a pedi-las).

Eu agora é mais libélulas e borboletas e mexilhões e o campo é mais a norte...

Estatísticas: nestes dois anos, visitas foram umas 57 000 (Site meter) ou 65 000 (Nedstat) ou mais, segundo o que diz o Paulo Querido. Um abraço grande aos que visitam, aos que cá passam de propósito e aos que tropeçam por aqui.

Má Consciência

A Amnistia Internacional chama-lhes “prisioneiros de consciência”. No Peru, apesar da suposta democratização da sociedade, centenas de mulheres e de homens penam ainda na prisão, vítimas dos processos sumários de uma lei antiterrorista de 1992. Conhecidos como “presos inocentes”, são sobretudo pessoas de baixos recursos económicos e de origem indígena, sem recursos para pagar uma assistência jurídica condigna. O Perú tem 43% de população indígena, mas esta só tem 1% de representação parlamentar.

Victoria Sánchez - Agencia de Información Solidaria - Boletim da Latitude zero

domingo, junho 19, 2005

Paquistão: luta vitoriosa adia privatização

Após 9 dias de greve o Governo do Paquistão foi obrigado a anunciar, em 3 de Junho, o adiamento da privatização da companhia de telecomunicações do país, a Pakistan Telecommunication Company - PTCL. Depois de quatro dias de negociações, o Governo e o Comité de Acção Sindical – agrupando 9 sindicatos - assinaram um acordo pondo fim à mais longa greve no sector público nos últimos 36 anos. Uma vitória conseguida sob o regime militar autoritário do general Musharraf, onde o esmagamento físico de toda a oposição tem sido a norma. Mais ...

sexta-feira, junho 17, 2005

Trapos sucios en Zara

Mujeres transgrediendo

galiza.indymedia.org

El sábado 5 de marzo, Mulheres Transgredindo salió a las calles de Compostela con una nueva acción: "Día de los trapos sucios en Zara". ¡Denuncia al Imperio Inditex!



Inditex = Zara, Stradivarius, Oysho, Pull & Bear, Bherska, Massimo Dutti, Kiddy's,...


¿Sabías que la ropa de Zara no se cose sola?

¿Sabías que es cosida por las manos de más de 60.000 mujeres?

¿Sabías que estas mujeres hacen jornadas laborales de más de 12 horas?




¿Sabías que no ganan más de 200 euros al mes?

¿Sabías que se dejan la piel, las manos y los ojos cosiendo en naves sin luz natural y mal ventiladas?

¿Sabías que no pueden separarse de la máquina de coser ni siquiera para ir a mear?




¿Sabías que pierden el trabajo si se quedan embarazadas?

¿Sabías que la mayoría trabaja sin contrato y, por tanto, sin seguridad social?

¿Sabías que esto ocurre aquí y ahora, en Galicia en el año 2005?

¿Sabías que en países como Marruecos, China, India... trabajan niñas de 8 años como esclavas para Inditex?




¿Comprendes ahora como Amancio Ortega (dueño del Imperio Inditex) se ha convertido en uno de los hombres más ricos del mundo?

Mulheres(em)causaencantada.org

Manuel Maria Carrilho

Entendo as benesses de se ser presidente da maior autarquia do país: o estatuto social, as mordomias, o trampolim para outras esferas... Mas em muitos aspectos deve ser uma seca monumental: reuniões cinzentas diárias, uma corte de gente que incluirá muitos imbecis lambe-botas, as cerimónias com patéticos discursos – os que por inerência se têm que fazer e os que se têm que ouvir!, etc. Para uma pessoa com o perfil do Pedro Santana Lopes, tudo isso são pequenos pormenores que ladeiam a passadeira vermelha: ele devia ignorá-los, quiçá dormia com os olhos abertos nas reuniões mais áridas, sei lá, ele deve ter estratégias pessoais para ultrapassar todos esses piquenos inconvenientes. E a verdade é que ele, PSL, parece ter nascido para aquilo, as partes do cérebro não sintonizadas no cargo político não devem ser utilizadas para mais nada, não consomem energia, não se batem por um espaço próprio.

Mas o Manuel Maria Carrilho?... Goste-se ou não dele, o homem é um intelectual, um filósofo. Curricularmente, ele não tem certamente perfil para o cargo (que ideia terá ele das necessidades de saneamento duma metrópole? Da segurança? Do trânsito?..). Claro, há toda a corte de assessores, mas há que ter uma visão estratégica global própria que não pode resultar da soma das partes do que cada assessor defenda... Eu até imagino que o exercício de “pensar a cidade” seja muito estimulante. Mas sê-lo-á para alguém que tenha um sentido prático (nunca um filósofo) e conhecimentos mínimos de ordenamento, já que a gestão duma metrópole é extremamente complexa. Se não, arriscamo-nos a que ele “pense” os aspectos culturais da Capital, deixando o resto da gestão nas mãos das tais pessoas que nunca sabemos quem são e que, necessariamente, puxarão cada um a brasa à sua sardinha...

Mas o que me leva a escrever isto não é a falta de perfil de MMC para gerir uma cidade. É, confesso, a perplexidade de ele “querer” candidatar-se! Como é que ele pode sequer considerar (tendo muitas alternativas com certeza mais estimulantes) desperdiçar o seu tempo (a sua vida, porque só temos uma!) com a burocracia e guerrilha autárquica? Para além das tais ocupações de seca, as suas leituras passarão a ser relatórios sobre as Festas da Cidade... E os problemas a resolver deixarão de ser metafísicos para adquirir a cruel realidade dos rebentamentos das condutas dos esgotos que é preciso esconder... Tudo isto me deixa muito intrigada.

Diz o seu site que “o que suporta e aprofunda a democracia não é a informação, é o debate”. Amigo, não podia estar mais de acordo! Mas o seu lugar então é no Parlamento, não na gestão autárquica onde sim, tem mesmo que lidar com informação, onde sim, tem que prestar informação a quem o elegeu (se...). No Editorial do site, MMC diz que “estar em linha pode não significar estar em acção”, mas que “só está em acção quem estiver em linha”. Não percebi. Isto terá que ver com os patins em linha, alguma piada que me ultrapassa (isto de eu não ver tv...)? Mas não lhe conheço sentido de humor... Será pura filosofia?...

mpf

quinta-feira, junho 16, 2005

"Este blog é 100 por cento solar"

Este é o título desta notícia. Mais um novo nicho de mercado amigo do Ambiente: servidores de internet alimentados por energias renováveis (solar, eólica...). Para o cliente (isto é, nós), a diferença é nenhuma, excepto ser-nos dada a garantia de que o serviço que nos é prestado (que estamos a consumir...) tem um substrato ético. Por outras palavras, pagando o mesmo, causamos um menor impacto ambiental. Para o caso de quererem migrar os vossos sites/blogues para paragens mais arejadas, aqui fica o preçário (obrigada ZM):

http://www.aiso.net a partir de $9.95 / mês

http://www.ecosky.com a partir de $17.50 / mês

http://www.solardatacenters.com/ a partir de $299 / ano

http://www.elfon.com/ a partir de $14.00 / mês

http://www.sustainablemarketing.com/ a partir de $10.00 / mês

Espero que alguém nos indique em breve um servidor português alimentado de forma mais sustentável... Pelos vistos, o mercado está ávido destas iniciativas.

mpf

segunda-feira, junho 13, 2005

Caro Belmiro de Azevedo

Assunto : Oferta
Leiria, 2005-04-05

Caro colega
A despeito de não ter o prazer de o conhecer pessoalmente, tomo a liberdade de o presentear com um telefone/agenda da HP, o qual tive o azar de adquirir na loja WORTEN de Leiria em 27 de Dezembro de 2004. O principal motivo que me levou a escolher a WORTEN foi o de desconfiar justificadamente dos fabricantes no que toca a reparações e garantias pelo que ingenuamente tinha por hábito escolher lojas cuja dimensão me garantisse a defesa dos meus direitos em caso de qualquer anomalia.

Em Fevereiro do corrente ano verificou-se uma anomalia no equipamento que me obrigou a solicitar a sua reparação em garantia. Para meu grande espanto fui contactado pela loja informando-me que o fabricante (HP) entendia que a reparação não estava coberta pela garantia e me solicitava 628,71 € para substituir um componente menor num equipamento que me tinha custado 699,00 € dois meses antes. Sinceramente, não estranhei a decisão da HP não considerar a reparação ao abrigo da garantia; julgando em causa própria decidiram obviamente pela sua inocência como de resto todos os réus fariam se os deixassem. O que estranhei foi o facto da WORTEN se limitar a transmitir a decisão, pouco se importando pelo facto de um seu cliente estar a ser gravemente lesado.

Apresentei de imediato uma reclamação no balcão onde tinha comprado o equipamento na sequência da qual fui contactado por um vosso departamento junto do qual demonstrei, entre outros, a minha perplexidade por nunca ter sido contactado para explicar as circunstâncias em que se deu a anomalia. De nada me serviu; passado algum tempo fui informado que a decisão e o preço se mantinham.

Não estando disposto a engordar mais a HP suportando uma reparação vergonhosamente inflacionada, pouco mais me restava que deitar o equipamento para o lixo; porém, antes de o fazer, surgiu-me a ideia de lho oferecer. Apesar de não ser muito educado oferecer um equipamento avariado, o colega far-me-á o favor de solicitar de novo a sua reparação na WORTEN; estou certo que a um processo em nome de Belmiro de Azevedo a resposta será a imediata aplicação da garantia ou uma reparação com um custo aceitável. Desta forma todos ficaremos felizes nomeadamente:

· O colega, por ganhar um excelente telefone/agenda.
· Eu, por fazer uma oferta a uma pessoa que admiro.
· A Worten por poder praticar a defesa dos clientes junto dos fornecedores.

Quanto ao facto de eu ter ficado sem telefone, não se preocupe pois comprei outro na Malásia pela Internet; custa metade do preço e a falta de assistência é a mesma.

Na expectativa de lhe ter feito uma oferta útil, apresento-lhe os meus melhores cumprimentos.

Armando J. Ribeiro dos Santos Laborinho,
Leiria

____________________________
Nota do editor: Para mais reclamações,
SONAE SGPS, SA
Att Sr Eng Belmiro de Azevedo
Lugar do Espido / Via Norte
Apartado 1011
4471-909 MAIA

G8 contra a pobreza

Boa notícia o perdão da dívida; mas o melhor é esperar para saber se na realidade corresponde a um gesto altruista das nações mais ricas ou se estão à espera de alguma coisa em troca. É que na realidade estes países já pagaram em juros quantias muito superiores à dívida orginalmente contraída (é tipo crédito por telefone). O CADTM tem dúvidas relativamente à boa vontade dos ricos.

Crianças arriscam as vidas nas minas

América Latina - 500 mil crianças e adolescentes trabalham na mineração artesanal da América do Sul. No Dia Mundial contra o Trabalho Infantil, 12 de junho, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) chama a atenção para a realidade das crianças trabalhadoras da mineração.
A condição de pobreza das famílias, a limitação do acesso a serviços de qualidade em educação ou saúde, a falta de alternativas para o uso do tempo livre, factores culturais e escassas oportunidades de melhoria dos salários seriam as principais razões da existência dessa legião de pequenos trabalhadores. Essa realidade reforça a situação de exclusão e marginalidade em que vivem milhões de pessoas no Continente. Adital

domingo, junho 12, 2005

Díli no caminho da 6ª Conferência da OMC

Decorreu em Díli, em Maio passado, a assembleia regional de La Via Campesina South East Asia and East Asia, uma plataforma de organizações vocacionadas para os problemas agrícolas. Objectivo: preparar uma proposta de discussão alternativa à próxima Conferência da OMC. Mais ...

O Cardo da praia

Eryngium maritimum - Cardo da praia ou cardo rolador. Espécie da família das Umbelíferas (não se deixem enganar, porque à primeira vista parece uma Composta, como os vulgares cardos) com uma curiosa estratégia de dispersão: na altura de espalhar a descendência, o cardo deixa-se rebolar pelas dunas a espalhar futuros cardinhos por esses areais a fora. Não se extrai nada de jeito do dito cardo, mas muito boa gente já picou os pezinhos nos restos dos progenitores, que pululam por essas dunas fora. Por isso, este Verão, já sabem: cuidado com o cardo rolador!



Imagem - site do Júlio Reis

Vítor Constâncio e O DÉFICE !!!!!!!!

Os Administradores do banco de Portugal também apertam o Cinto. 60 viaturas novinhas - Faz deste povinho Estúpido

Estando nós habituados a ver o Dr. Vitor Constâncio a defender, dia sim dia não, a contenção da massa salarial, em especial a dos funcionários públicos, e tendo sido que o Governo decidiu que os assalariados que auferem de salário mínimo só podem ter aumentos equivalentes a uma bica por dia de trabalho efectivo, não deixou de ser uma feliz coincidência saber que os administradores do Banco de Portugal também apertam o cinto.

Pois, apertam o cinto de viaturas novinhas em folha: o governador, Vítor Constâncio, teve direito a um BMW 530 D, no valor de 67400 euros (13400 contos). Para dois administradores foram um Saab Sport Sedam 2.2, no valor de 37 mil euros (7400 contos) e um Volvo V40 1.9D, de 36730 euros(7363 contos). E para que o motorista do Dr. Vitor Constâncio não se sentisse diminuído também levou um Peugeot 206 color line.

No Banco de Portugal existem 56 viaturas atribuídas para 1794 funcionários, o que dá um carrinho por cada 32 almas. O mesmo rácio aplicado à DGCI implicaria que esta disporia de um parque com nada menos que com 406 viaturas, o que agora dava um jeitão para cumprir as últimas ordens do senhor ministro a, e ir a correr atrás de todos os que devem impostos a ver se davam um remendinho no buraco orçamental. E se aplicado aos 700.000 funcionários públicos isso implicaria que o Estado deveria ter qualquer coisa como 21.875 viaturas, o que dava ocupação à Ford Europa por uns tempinhos.

Ao que parece, o Banco de Portugal dá o exemplo de uma forma original: quem parte e reparte e não fica com a melhor parte ou é estúpido ou não tem arte. E o Dr. Vitor Constâncio que há uns tempos aumentou o seu próprio vencimento, de estúpido não parece ter mesmo nada, podia era andar um pouco mais calado.

Parabéns Dr. Vitor Constâncio!


E já agora, parabéns ao Bordalo Pinheiro e ao seu Zé Povinho, que hoje faz anos.

sábado, junho 11, 2005

Ainda o Sherman

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Continuo a fazer campanha pelo Sherman, para que um dia substitue o Calvin nas ultimas páginas do Público. É que isto do acção cívica não se pode limtar a denunciar e expulsar políticos manhosos ou a combater crimes ambientais. Tem que chegar a todo o lado, mesmo às tiras de banda desenhada do Público. É que traduzir dá um grande trabalhão, e ainda por cima ninguém me paga por isso....

sexta-feira, junho 10, 2005

Sair do Armário

Os homossexuais continuam a lutar por “sair do armário” à escala planetária, desta feita com uma petição internacional para que a Organização das Nações Unidas consagre 17 de Maio o Dia Mundial de Luta contra a Homofobia. Práticas generalizadas como o matrimónio heterossexual imposto às mulheres ou a proibição de casamentos homossexuais são algumas das razões em favor deste movimento internacional. Portugal, ao contrário do que é hábito, não ficou à margem, tendo sido entregue no Parlamento um documento com 2000 assinaturas. A 17 de Maio de 1990 a Organização Mundial de Saúde retirou a homossexualidade da lista de doenças mentais.

ILGA - Boletim da Latitude zero

quinta-feira, junho 09, 2005

Cinema documental em Serpa



DOC’S KINGDOM – SEMINÁRIO INTERNACIONAL SOBRE CINEMA DOCUMENTAL

14 - 19 de Junho 2005 SERPA – PORTUGAL

Organizado por: APORDOC - Associação pelo Documentário

Medidas -

Comparticipação de medicamentos a doentes crónicos passa de 100 a 95%. Como pode isto ocorrer a alguém? A única injustiça verdadeiramente inultrapassável é a de se nascer doente.

mpf

Medidas +

Maior justiça social, menos regalias só para alguns.
Claro, vamos ser obrigados a ouvir as revoltas corporativistas... Todos são especiais: os políticos (por serem os únicos que trabalham para bem da Nação), os funcionários públicos (porque ser funcionário público é traumatizante e por isso precisam cuidados de saúde especiais), os militares (por terem que passar a vida disponíveis para a guerra que há de vir), os professores (porque não há quem ature alunos até à velhice), os polícias... É entediante, mas ao mesmo tempo tem a vantagem de comprovar que somos todos especiais, todos diferentes, todos com os mesmos direitos.

mpf

quarta-feira, junho 08, 2005

A onda, a comissão e as "unidades de saúde familiar"

Decreto-Lei n.º 88/2005
de 3 de Junho


O Programa do XVII Governo Constitucional para a saúde atribui uma particular relevância à reestruturação dos centros de saúde, pela proximidade ao cidadão e pelo contributo que dão à melhoria dos níveis de vida dos Portugueses. Por outro lado, o Programa aponta para um esforço acentuado nos «ganhos em saúde», que passam pela concretização de uma série de medidas, nomeadamente pela criação de unidades de saúde familiar. (...)

Artigo 3.º
Pessoal
1 - O pessoal dirigente que, à data da entrada em vigor deste diploma, exerce funções ao abrigo do decreto-Lei n.º 60/2003, de 1 de Abril, mantém, durante o período das actuais comissões de serviço, todas as condições de exercício profissional e regalias remuneratórias que lhe foram por aquele concedidas.


É preciso dizer que estes artistas tomaram posse destes lugares, criados pela anterior maioria de direita, há dois ou três meses. Vão portanto, ficar a mamar à nossa conta, durante os três anos que durarian as suas comissões....sem fazerem NADA!
É mais uma ajudinha ao esforço patriótico

Fonte - mail que anda por aí

Entretanto, nos mesmo centros de saúde, não há sequer ar condicionado, nem mesmo um ventilador. Claro que não estamos numa onda de calor (até aqui há burocracia - só há onda quando a temperatura é superior em 5º à media das máximas para esse periodo, por pelo menos 6 dias consecutivos), mas no serviço de pediatria de um centro de saúde bébés de 2 e 4 meses esperarem uma hora a temperaturas de mais de 30º (na sala de espera), é no mínimo pouco saudável. Bastava o ordenado de um desses artistas para dotar um centro de saúde de ar condicionado, ou pelo menos o serviço de pediatria...

Sinceramente, *uta que os pariu! eles deviam era vir com os filhos recém-nascidos às "unidades de saúde familiar" para ver se de uma vez por todas percebem o que é que é a "coisa pública", quais os seus problemas e quais as verdadeiras prioridades. Mas claro que a ganhar 3 anos sem fazer um corno, de certeza que nunca puseram os butes num centro de saúde. E claro que 3 anos de dedicação destes artistas à coisa publica (mesmo sem fazer nenhum) é dinheiro muito mais bem gasto do que andar aqui a melhorar as condições de vida das gerações mais novas.

É verdade, apesar de em Lisboa já não estar assim tanto calor, no interior, continuamos na crista da onda, com 38º à sombra cá mais para o norte (Santarém chegou aos 41º).

Quem paga impostos?

Em 1996 cerca de 88,4% dos rendimentos declarados para efeitos de IRS eram de trabalhadores por conta de outrem e de reformados; em 2003, essa percentagem era de 87,5%., portanto a situação manteve-se praticamente inalterável. Todos os outros rendimentos – profissionais livres, de empresas, de capitais, de prédios, de mais-valias – representavam cerca de 12,5% dos rendimentos declarados em 2003. E para que se tenha uma ideia da dimensão de injustiça interessa ter presente que a percentagem do PIB, ou seja, da riqueza criada no País, que reverteu para os trabalhadores sob a forma de remunerações em 2003 rondou apenas os 40%. Recebem 40% do PIB mas 71,4% dos rendimentos declarados para efeitos de pagamento de IRS no mesmo ano são de trabalhadores.

De acordo com dados do Ministério das Finanças, os rendimentos médios anuais declarados em 2003 pelos contribuintes para efeitos de pagamento de IRS foram os seguintes: (a) Trabalhadores por conta de outrem: 11.350 euros; (b) Reformados: 8.506 euros; (c) Profissionais livres e empresários : 6.022 euros; Senhorios: 4.969 euros; (d) Detentores de rendimentos de capitais: 590 euros; ( e) De mais valias : 5.618 euros. São sempre os trabalhadores que mais declaram e mais pagam, o que prova que a luta contra a fraude e a evasão fiscal em Portugal, apesar de tantas declarações oficiais, é ainda um objectivo longínquo.

Eugénio Rosa - Economista

Défice

Nos últimos dias tem-se assistido a uma verdadeira operação mediática procurando criar o mito de infalibilidade do dr. Victor Constâncio, mesmo de homem providencial, para levar a opinião pública a aceitar mais facilmente as conclusões do relatório encomendado a ele pelo governo .
Nessa operação os media têm sempre omitido que a parte mais importante do relatório é constituída por previsões, pois é com base em previsões que é construído o défice de 6,8%. E é a partir desse défice que o governo pretende, utilizando-o como justificativo, tomar “medidas duras” contra as classes médias e contra os trabalhadores.

A experiência recente tem mostrado que o dr. Victor Constâncio, como qualquer humano, erra frequentemente. Um caso real que prova isso. De acordo com uma citação que se encontra na pág. 19 do próprio relatório, o Banco de Portugal, presidido por ele, previu, em Junho de 2004, um crescimento da Economia Portuguesa em 2005 de 1,75% ; e, em Dezembro de 2004, um crescimento de 1,6%. Se compararmos essas previsões da entidade presidida pelo dr. Victor Constâncio com a que consta do relatório que apresentou – um crescimento de apenas 1% em 2005 – concluímos que o erro de previsão se situa entre -42,8% e -37,5%. Um desvio grande e apenas em poucos meses. É necessário encarar as previsões com as limitações que caracterizam todo produto humano nomeadamente no âmbito da macroeconomia, portanto falíveis, e não com o ar de certezas absolutas com que os media e o próprio dr. Victor Constâncio tem procurado fazer crer.

A análise atenta de todo o relatório apresentado por Victor Constâncio leva à conclusão que dados importantes foram omitidos e mesmo relativamente a alguns constantes do relatório não se tiraram as conclusões que deles inevitavelmente resultam. Por ex., faz-se a transcrição de muitos dados já conhecidos divulgados pelo Eurostat sobre a despesa pública para assim se mostrar que o crescimento em Portugal é excessivo, mas esquece-se de comparar a despesa actual, medida em percentagem do PIB, com a média da União Europeia para se saber se já ultrapassou esse valor e omitem-se dados importantes sobre as receitas fiscais nos diferentes países da União Europeia e sobre a composição dessas receitas. Assim, apesar do crescimento da despesa pública em Portugal ela continua a ser inferior à média comunitária (Portugal: 47,6% do PIB; UE15: 48,3% do PIB) e é bastante inferior à de muitos dos países mais desenvolvidos da União Europeia, o que prova que despesa pública elevada não é incompatível com elevados padrões de desenvolvimento como se pretende fazer crer em Portugal, o que é necessário é aumentar a sua eficiência e eficácia. Por outro lado, se a carga fiscal em Portugal (38,1% ) fosse igual à média comunitária (41,6% do PIB) o Estado Português arrecadaria mais 4.892 milhões de euros, o que faria baixar o défice para cerca 3%.

Perante a necessidade de aumentar a receita fiscal o governo tinha dois caminhos. O primeiro consistia em aumentar a base tributável, ou seja, os rendimentos sujeitos a imposto limitando, por ex., o número de anos em que as empresas podem deduzir nos lucros os prejuízos de anos anteriores e reduzindo os benefícios fiscais concedidos às empresas (no período 2000-2004, somaram 1.003 milhões de euros só a nível de IRC)) e muitos outros privilégios que continuam a existir. O segundo caminho era aumentar mais os impostos indirectos, que são impostos injustos pois, seja-se rico ou pobre, quando se adquire o mesmo produto, paga-se o mesmo valor em euros de imposto. Apesar de serem injustos, o governo preferiu seguir fundamentalmente o segundo caminho, ou seja, aumentar os impostos indirectos.

Foram anunciadas medidas concretas que se traduzem pelo aumento imediato dos impostos indirectos já a partir do próximo mês de Julho., determinando o aumento da injustiça fiscal existente e o aumento generalizado de preços. Mesmo a medida apresentada com pompa que visaria distribuir sacrifícios – criação de um novo escalão de rendimento no IRS com uma taxa marginal de 42% a aplicar à parte do rendimento que ultrapasse os 60.000 euros por ano – é facilmente iludida por quem tem rendimentos elevados não resultantes de trabalho dependente, através da criação de uma empresa unipessoal que pagará apenas 25% de IRC, e se levantar os lucros só terá de pagar IRS sobre 50% do rendimento levantado como estabelece o nº1 do artº 40-A do Código do IRS. A possibilidade que as empresas continuam a ter de deduzir nos lucros de seis anos (antes era menos) os prejuízos dos anos anteriores (artº 47 do Código do IRC) fará perder ao Estado, só relativamente aos prejuízos acumulados pelas empresas no período compreendido entre 2001 e 2003 (38.294 milhões de euros), receitas fiscais que poderão atingir 9.574 milhões de euros (1.919 milhões de contos).

O relatório e as medidas anunciadas pelo governo ao concentrarem-se exclusivamente no défice orçamental esquecendo que o problema mais grave que o País enfrenta não é esse mas sim o problema do desemprego, a má distribuição da riqueza e a desaceleração da actividade económica, ou seja a obsessão do défice que continua a dominar tudo, apesar das declarações em contrário, só poderá levar a um maior agravamento da situação económica e social do País.

Eugénio Rosa - Economista

O Trabalho Liberta

De 31 de Maio a 16 de Junho, em Genebra (Suíça), decorre a Conferência Internacional do Trabalho, que terá como principal tema o trabalho forçado. Segundo um estudo recentemente publicado pelo Gabinete Internacional do Trabalho, aquele fenómeno afecta 12 milhões de pessoas e movimenta 32 mil milhões de dólares por ano. O trabalho forçado ocorre em todo o mundo, embora com maior incidência na Ásia-Pacífico, seguida pela América Latina. Aqui, o Brasil tem-se distinguido pela positiva, com um eficaz plano de combate àquele problema.

Oganização Internacional do Trabalho - Boletim da Latitude zero

terça-feira, junho 07, 2005

A "Não" perder

Sobre o Tratado da União Europeia e outos assuntos, eis uma excelente "intervenção" do Opositor Construtivo

Fonte - via Antiglobalizante, da rádio do PCP.

Escolhas que desmatam

A floresta devorada por culturas de soja e gado na Amazónia é o resultado de uma opção do governo pelo crescimento económico que continua gerando desigualdade social
Leonardo Boff

Adital - Os dados de 26.130 quilómetros quadrados de desflorestação da Amazónia em 2005 (ao todo já se perderam mais de 550 mil Km2 só n o Brasil) representam uma verdadeira devastação. Não sem razão se fizeram ouvir protestos no Brasil e na imprensa internacional. Por que é que acontece este desastre exatamente com o Governo Lula, no qual a Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva é uma profunda conhecedora das questões amazónicas e possui uma forte consciência ecológica, como nunca antes tinha acontecido na administração pública?

A razão principal reside na contradição entre duas opções de Governo: a do crescimento económico e a da preservação ambiental. Obrigado a pagar a dívida interna e externa, o Governo optou pelo crescimento económico, especialmente nas frentes de produção que exportam grãos e carnes e que trazem dólares. A soja e o gado exigem grandes dimensões de terra que são conquistadas à floresta, principalmente, no Mato Grosso onde o Governador é apresentando como o "rei mundial da soja". O crescimento é preferencial embora a retórica do Governo o queira com justiça e distribuição de renda. Os dados, entretanto, desmentem tal objectivo: a concentração de renda está aumentando, gerando desigualdade social que é o verdadeiro nome da injustiça.

A outra opção é por políticas de preservação do meio-ambiente e da biodiversidade com medidas inteligentes mas cujos efeitos demoram a se fazer sentir. Acontece que a falta de uma cultura ecológica na sociedade e na política não oferece sustentação a esta opção conservacionista. Ela não tem peso político e está restrita ao Ministério de Meio Ambiente. A transversalidade da Ministra Marina Silva tem lastro curto.

O principal responsável pela desmatação não é o Governo brasileiro, mas o paradigma mundial de produção de bens materiais, que se impõe a todos como modelo único. Acossado pela alta dívida externa, o Brasil vê-se forçado a assumir este paradigma, quando poderia ser um dos poucos países do mundo a apresentar e realizar uma alternativa. Lamentavelmente não há neste Governo massa crítica para ousar outra via. Entretanto, os mais importantes analistas mundiais já há anos estão advertindo que esse modelo nos poderá levar a um grande impasse. A médio prazo, ele será simplesmente insustentável, especialmente agora que a China e a Índia se tornaram verdadeiras bombas de sucção de recursos naturais escassos no mundo inteiro.


A DIVERSIDADE DE ECOSSISTEMAS faz com que a Amazónia seja abrigo para 25% das espécies vegetais e animais da Terra, poucas ainda exploradas comercialmente

Quanto à Amazónia precisamos cuidar dela senão o mundo usará contra nós o argumento válido relativo à propriedade privada: ela só é legítima enquanto mantiver a sua função social. Caso contrário, poderá ser desapropriada. As políticas de Governo devem garantir que a propriedade privada brasileira sobre a Amazónia tenha uma clara função social mundial.

Esperamos não ir alegremente na má direcção. Senão os nossos filhos e netos irão dentro de pouco tempo dizer que nós poderíamos ter evitado o desastre. Não quiseram ouvir a Ministra Marina Silva e tantos outros. Vejam que Terra nos legaram, devastada, sem mancha verde, sem água suficiente, sem biodiversidade e sem integridade. Talvez nem possamos mais regenerá-la. E então? Et erat videre miseriam…

O Pensador

Ontem, estreou mais um Album de Gabriel o pensador. O que ouvi do " Cavaleiro andante" (bossa 9 - uma interpretação muito livre de "garota" de ipanema ) é muito bom. Muita crítica social, musica de qualidade, letras excelentes. A NÃO PERDER!

segunda-feira, junho 06, 2005

Um sucesso capitalista e social?

A American Apparel (AA) é uma empresa que nasceu há 7 anos em Los Angeles. A empresa concebe, produz, e vende roupa, mas não se pode dizer que é uma marca de roupa, pois é isso mesmo que eles defendem: roupa sem marca. A AA oferece uma garantia de design (comprovada pelo sucesso que têm tido: mais de 20 lojas nos states, Canadá, México e Europa) e de qualidade (algodão certificado e cores que não desbotam). A mercadoria é feita 100% nos states e, pelos vistos, não tem problemas em competir com os têxteis chineses!

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A companhia não tem ligações políticas e rejeita quer o corporativismo de direita quer o politicamente correcto da esquerda. O lema, aparentemente, é simples: produzir com qualidade, respeitando clientes, trabalhadores, e ambiente. Sem necessidade de proteccionismos estatais.

Em vez de aderir ao outsourcing (em que empresas subsidiárias produzem partes do material), na AA a produção faz-se de modo integrado, com todas as fases de produção centralizadas num mesmo edifício. Segundo o que diz aqui, os trabalhadores da empresa recebem salários acima da média e são participantes activos na vida da companhia.

Mas melhorar é sempre possível: para além de usar algodão certificado, a AA pretende garantir que este algodão seja produzido sustentavelmente*. Para já, a AA assegura que recicla por ano meia tonelada de desperdícios...

mpf
*(...) The Sustainable Edition is part of our mission to make every aspect of our process a positive one, from growing cotton to selling clothes.

domingo, junho 05, 2005

Bananas?

Durante as décadas de 70 e 80, nas plantações de banana da Nicarágua, utilizou-se o Nemagon - um pesticida cancerígeno - mesmo depois de ser proibido no seu país de origem, os E.U.A.. Cerca de 22 mil camponeses foram afectados e muitos continuam a luta contra quer os produtores do pesticida - Dow Chemical, Shell e Dole Food Company – quer os seus utilizadores - Dole Food Company, Del Monte e Chiquita. Até agora, nenhum camponês foi indemnizado, apesar das sentenças judiciais nesse sentido. Como Intervir.

Canal Solidario - Boletim da Latitude zero

FSM

Fórum Social Mediterrâneo: inscrições, programação e hospedagem
As datas das atividades autogestionadas no I Fórum Social Mediterrâneo, que se realiza entre os dias 16 e 21 de junho, em Barcelona (Espanha), já está disponível no site do FSMed.
No total são 281 eventos inscritos. Clique aqui para ver a lista completa. Veja também os temas que serão abordados nas conferências organizadas pelo Comité Organizador do Fórum Social Mediterrâneo.

Inscrições
As inscrições de indivíduos, voluntários/as (incluindo tradutores/as) e estandes ainda estão abertas. Os formulários estão disponíveis no link: http://www.fsmed.info/colabora-es.htm. Veja também informações sobre taxas de inscrição e formas de pagamento no site: http://www.fsmed.info/pagos-multi.rtf.

Detalhe: a inscrição de barraquinhas de comida é gratuita.

quinta-feira, junho 02, 2005

O mistério da produtividade e/imigrante

Os portugueses são conhecidos por serem pouco produtivos no solo pátrio mas dos mais produtivos em solo estrangeiro. O que é que em Portugal os torna a eles menos produtivos?

Para um país à procura de novos níveis de produtividade, que nos escapam, este debate é decisivo e deve ser organizado, sem a urgência dos dividendos partidários. Os trabalhadores, os profissionais, os empresários, os dirigentes devem ter ideias claras e sintonizadas a este respeito, sem o que não saberão, ao mesmo tempo, defender os seus interesses e o interesse nacional.

A contribuição que aqui deixo refere-se ao tema evocado misteriosamente como “a mentalidade”.

A mentalidade de um povo é fixada não pelas vontades individuais – se assim fosse, não seria explicável a produtividade fora da pátria – mas sim pelo tipo de relacionamento típico entre as pessoas. Se há característica notória é a incapacidade de organização portuguesa, ou melhor, a dependência radical de uma vontade externa condutora da acção colectiva. Não sei porquê, tem-se chamado a isso “individualismo”, quando é submissão. Mesmo durante a revolução de Abril, um estudo sociológico mostrou como a auto-organização da produção dependia de homens que, contra sua vontade, eram mantidos na posição de caudilhos e pedra de toque de pequenas estruturas sociais.

Hoje em dia temos a “sociedade civil” mais inerte de toda a União Europeia, porque as iniciativas cívicas se deixam deslumbrar pelos controleiros ou pelos guias de entidades politicas e confessionais vertiginosamente hierarquizadas, a ponto de o debate de ideias ser praticamente irrelevante nestes meios. Em Portugal sente-se como repugnante que alguém, sem interesse aparente, tome uma posição. O ódio aos políticos vem daí: alguma coisa de muito tangível eles devem estar a beneficiar, pensa-se. Rapidamente emergem processos de intenção (em geral, em surdina) que isolam a ideia (tornada perversa), impedem qualquer debate com significado e soltam aos pescadores de águas turvas.

Nas organizações e nas empresas, como nas escolas, desconfia-se de quem tenha opinião (“mau feitio”) e reprimem-se tais práticas com o duplo pretexto de que haver o risco de ideias novas aumentarem a carga de trabalho e alterarem as rotinas ou de porem em causa a liderança. Os alunos são convidados a copiar os professores acriticamente, e depois não tem ideias próprias para desenvolver e até acham que as suas ideias – que possam espontaneamente emergir – devem ser reprimidas, por serem incómodas e inconvenientes para os colegas e professores. Os professores devem obedecer radicalmente aos programas e às pedagogias – modernas ou tradicionais – sem se responsabilizarem pelas aprendizagens realmente vividas pelos seus alunos. Os trabalhadores são estimulados a resistirem ao trabalho, como se tivesse que ser uma coisa externa e dolorosa, até porque a principal política de “competição” tem sido os salários baixos. Dos quadros exige-se fidelidade às chefias em vez de competência, até porque esta última é sentida, não raramente, como uma ameaça às gerações mais velhas, ainda pior formadas que os mais novos.

Um Portugal diferente terá que ir ao psicólogo e responsabilizar-se solidariamente para romper o ciclo repressivo das potencialidades dos portugueses, que suporta a economia depressiva que temos vindo a desenvolver. Apesar das teorias do “oásis” ou do Portugal na moda, resta-nos a tanga do fio dental. O que duvido é que tenhamos tempo e recursos para esperar que a mesma classe dirigente que nos trouxe ao beco sem saída faça a sua terapia, até porque uma das virtualidades da democracia é a possibilidade que nos oferece de mudar de classe dirigente sem violência.

António Pedro Dores
(sociólogo)

Espírito patriótico em marcha

O Presidente da República Jorge Sampaio apelou ontem ao "Espírito Patriótico" por parte dos patrões e trabalhadores. A primeira empresa a aderir ao "Espírito Patriótico" foi a GALP: o novo Presidente Francisco Murteira Nabo, irá receber apenas 30 mil euros por mês. Em piores condições salariais irão ficar os Administradores como Fernando Gomes que, com grande Espírito Patriótico, disse que em nome de Portugal não se importa de ganhar metade do que ganha o Presidente, apenas 15 mil euros por mês. Aos Portugueses apela-se ao "Espírito Patriótico", aos Sobreiros apela-se ao "Espírito Santo".

(Fonte: email que anda por aí...)

Ainda SIM – Parte IV/V

PELO SIM E PELO NÃO... PELA CONSTITUIÇÃO EUROPEIA!
(Comunicação apresentada numa Oficina sobre a Constituição Europeia, FSP-Resistências e Alternativas, Évora 14 de Maio 2005 )

Se olharmos para os novos Estados aderentes, que vêm de meio século de comunismo, diremos que as reformas que eles pretendem introduzir nos provocam muitas reticências. Mas neste campo dos Direitos Fundamentais foram obrigados a inclui-las para entrar na União. Isto é positivo. Para nós, muitas da suas reformas são ultra liberais, porque as comparamos ao modelo da sociedade industrial e às conquistas subsequentes, mas para esses Estados elas são o fruto de mudanças necessárias, paradesmantelar estruturas obsoletas. Temos que fugir à aplicação de modelos sociais que já não são adaptáveis, não podemos parar a evolução, porém a defesa dos Direitos Humanos tem de se manter como uma constante, e muitos dos que atacam este Tratado representam sobretudo interesses corporativos, partidários, nacionalistas, sindicais, económicos, etc e, sem o dizerem, é em nome deles que a atacam. A União Europeia tem funcionado muito como uma biclicleta que está sempre em andamento. Ela tem de antecipar mudanças, criar novos dinamismos, que respondam às ansiedades sempre novas dos povos. Do mercado comum dos anos 60 ao mercado único dos anos 80 foram precisos 20 anos, e há ainda muito a fazer.

Uma das razoes pelas quais as regras económicas avançam mais depressa doque as regras sociais, é que as primeiras podem ser adoptadas por maioria qualificada, enquanto as segundas funcionam por unanimidade. Mas também é certo que as mudanças teconológicas e económicas são sempre mais rápidas que as sociais, culturais e ambientais. A 1ª manifestação anti-discriminatória do Direito Comunitário surge no Tratado de Roma 1957. Nele se recolhia de maneira explícita o princípio da igualdade salarial entre homens e mulheres. Este preceito foi practicamente imposto pela França, que já tinha legislação nesse sentido e receava que se ela não fosse alargada a outros paises, as suas empresas deixassem de ser competitivas. Hoje, o Tratado estabelece a igualdade sexual em todas as vertentes, mas também sabemos já que todos estes preceitos são insuficientes se não se previnem mecanismos concretos que garantam o acesso de todos aos diferentes espaços de decisão política, económica e social, e até com sanções para os prevericadores. De facto, este Tratado também nos traz uma dificuldade, porque "qualquer Lei neste sentido tem de ter o apoio unânime de todos os Estados membros", o que limita o alcance de novos poderes legislativos, mas isso não impediu que a Espanha, que já o ratificou, tivesse feito legislação sobre o o casamento homossexual. Apesar deste limites atrevo-me a dizer ainda que a Constituição aponta também para uma Europa laica, como aliás defendo, uma Europa que nos permite avançar para uma maior igualdade entre homens e mulheres, e na protecção das minorias sexuais, questões que tantos enfados causaà maioria das confissões religiosas.

Antonio Serzedelo

Ainda SIM – Parte V/V

PELO SIM E PELO NÃO... PELA CONSTITUIÇÃO EUROPEIA!
(Comunicação apresentada no FSP-Resistências e Alternativas, Évora 14 de Maio 2005 )

Quais as possibilidades abertas ao diálogo com a sociedade civil, formas alternativas de participação social, independente dos partidos? É o que esclarece o titulo VI -Vida Democrática da União e particularmente o artigo 1-47-Princípio da Democracia Participativa, que permite às instituições europeias estabelecer um dialogo aberto, transparente e regular com a sociedade civil, ao mesmo tempo que permite que um milhão de cidadãos possa tomar a iniciativa de convidar a Comissão a apresentaruma proposta adequada em matérias sobre as quais esses cidadãos considerem necessário um acto juridico da União para aplicar a Constituição. Nesta perspectiva, a directiva Bolkestein pode ser também contestada.

Sabemos que existem entre 12.000 a 20.000 grupos professionais a actuar diferentemente nos comités relacionados com a Comissão ou o próprio Parlamento. Alguns grupos pertencem a ONG's e outras instituiçoes. É o caso da Ilga-Europa com quem trabalhamos activamente. Por outro lado, também sabemos que há 500 grupos de pressão e 200 empresas multicnacionais sediadas em Bruxelas, para pressionar ou ajudar na elaboração de livros brancos (propostas oficiais) ou livros verdes (propostas de discussão) sobre diferentes temas. Há também grupos poderosissimos como a União das Confederações de Industriais e Empresários Europeus, que teve enorme influência na redacção de alguns artigos que garantem a a competitividade livre e uma economia de mercado "não falseada" e altamente competitiva. Sabemos que a Opus Dei pressiona, e que a Confederação dos Sindicatos Europeus pugnou por muitos artigos que deram importantes contribuições na questão do Direito do trabalho, como por exemplo, o artigo 210 que enumera a "saúde e a segurança dos trabalhadores", a protecção social dos trabalhadores, a representação e a defesa colectiva dos trabalhadores, a integração das pessoas excluidas do mercado de trabalho, a luta contra a exclusão social.

A Constituição cita bastante a concorrência, mas não deixa de citar, outras tantas vezes, trabalho, e trabalhadores. E se surgiu uma directiva Bolkestein no seio de uma comissão de direita liberal, presidida por Durão Barroso, também foi possivel surgir umapolitica de esquerda, tais como as propostas da lider socialista no Parlamento europeu, Evelyn Gebhardt baseadas na harmonização social.

Os que se opoem a esta Constituição vêm dos mais diversos campos, desde a extrema direita francesa, melhor dito, todas as extremas direitas, os soberanistas, os eurocepticos ingleses,depois, à esquerda,certas franjas do partido socialista frances que fez um referendo interno,com 40% de aderentes do Não, onde por razoes tacticistas encontramos um lider,ex-primeiro minstro que quer aspirar à presidência, os comunistas, os trotskistas, Arlete Laguelier, aquilo a que se chama habitualmente, aextrema esquerda, e a grande maioria dos alter mundialistas, muitos representados neste nosso Forum Social . Em Portugal os oponentes são reflexivamente da mesmas áreas, desde os cepticos do CDS, e outros grupos de extrema direita, passando depois para os comunistas, parte do movimento sindical, de formação comunista, bloquistas, trostquistas, altermundialistas, extrema esquerda com a sua utupia revolucionaria, ou seja, todos aqueles que juntos são capazes de matar a utopia europeia.

A grande dificuldade que levantam estas objectores, e não se deve confundir a direita, que quer mais liberalismo, enquanto a esquerda pretende mais social, é a falta de interlocutores, o encontro de um lider para dialogar novas premissas, dado que todos estes adeptos do Não reivindicarão depois Vitória. Infelizmente, a Comissão recusa-se a criar um cenario B, para o caso da derrota do Sim!, pelo que não se percebe muito bem o que acontecerá se isto vier a acontecer. Volta-se ao tratado de Nice, e propoem-se novas negociações, que se auguram muito dificeis, pela intransigência de algunspaises? Presumo que se o Não vier de pequenos paises, voltarão a insistir em novo referendum, para tornear a questão, como já aconteceu com a Dinamarca que recusou Maastrich, e depois houve uma segunda consulta com uma cláusula de excepção, (para o Euro, e para a Defesa Comum). Se vier da França, que tem sido um dos motores da Europa, parece-me bem mais complicado...

Penso que muitos dos opositores ao Tratado sempre estiveram contra a construção europeia, e esta é a grande oportunidade de a deitar por terra. São os tais interesses corporativistas que referi no inicio desta intervenção. Contudo também estou convencido que ha´muitas coisas a mudar, embora grande parte destas mudanças dependam muito dos futuros sufrágios nacionais, ou europeus. Ou seja, se os eleitoresvotarem à esquerda nos seus paises, como aconteceu com Portugal, Espanha, Inglaterra, recentemente, e presumivelmente poderá acontecer em breve na Itallia, muitas das mudanças e interpretaçoes de esquerda serão possiveis. Se os sufrágios forem de direita, vamos assistir a um reforço das tendências neoliberais, do discurso único, do reforço daNato, e alegria dos neoconservadores americanos. E receio que os Sociais Democratas Alemães venham a perder em futuras eleiçoes na Alemanha a favor dos conservadores.

Por isso disse que esta Constituição tanto é liberal, como social. E aqui há uma grande responsabilidade das forças de esquerda, para fazerem perceber ao eleitorado e à opinião publica o que é preciso mudar, e o que é possivel mudar, tendo em conta a correlação de forças, numa Europa a 25 . Neste Forum Social há forças, ONG´s que também terão alguma responsabilidade nessa mudança de opinião, se sejuntarem em plataformas de trabalhos, despartidarizarem certas lutas (o que se afigura muito dificil, mas é uma condição sine qua none, o que não significa ser anti-partidos), unificar certas lutas, como são as das chamadas minorias, mulheres, deficientes, emigrantes, anti-racistas, novos direitos sexuais, etc, alargarem o discurso para outros meios de comunicação, e não sempre os mesmos, que lhes dão prestigio, mas nãolhes alargam a base social, se manifestarem mais abertura para o diálogo. Em suma ter uma agenda nova de trabalho.

Recusar os perigos das politicas neo liberais, da fragmentação social, com percas da solidariedade, a crescente exclusão social, uma Europa a duas velocidades, a destruição do ambiente (Os Verdes franceses e Alemães tem sido pelo Sim), explicar por exemplo, o interesse da taxa Tobin, e/ou outras, ecologicas, para apoio aos paises sub desenvolvidos, lutar contra os discursos xenofabos, erráticos e populistas a que temos assistido, desde o Haider na Austria, já em crise, a Berlusconni em Italia, também em maus lençóis, ou Santana Lopes, recentemente derrotado em Portugal. Mas sobretudo há que não perder de vista a defesa intransigente dos direitos Humanos em todo as as partes do Mundo. Dito tudo isto termino dizendo que vale a pena votar pela utopiaeuropeia, logo, votar Sim pela Constituição Europeia.

Antonio Serzedelo