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Por isso, ao sr dr Vital Moreira, no capítulo da educação, aconselhava-o primeiro a mobilizar-se para alterar o sistema que integra, tornando-o mais democrático, em que os alunos não fiquem dependentes das arbitrariedades do professor sem direito a recurso das decisões tomadas, a condenar as greves que se fazem nesse sistema de ensino porque também prejudicam os alunos (em que no exemplo referido no Aberrações democráticas, esse mês não foi descontado no salário, porque segundo o estatuto em vigor na época, o salário era pago com base na função de investigador, sendo a leccionação uma contrapartida; como não faltavam ao trabalho de investigação, recebiam na íntegra o salário sem leccionar. Assim também eu fazia greves todos os anos...), a serem responsabilizados pela incompetência que geram nos profissionais que saem das universidades. Haja bom senso: não fica bem a uma pessoa da craveira do dr. Vital Moreira usar a demagogia, porque esse é um caminho pantanoso e como dizem os anglo-saxónicos “is a two way street”...
"A Humanidade empurra as espécies para a extinção; o que significa que está muito ocupada a serrar o tronco sobre o qual está empoleirada" National Gegraphic
Mentalidade global
A propósito de maoísmo lembro-me de há muito anos, creio que no jornal o Independente, numa secção de "cartas ao leitor", ou algo assim, ter visto publicada uma extensa carta de protesto (ocupava toda uma página) de um leitor militante do MRPP que começava por dizer não ser leitor do jornal em questão, mas visto um seu irmão incorrer no acto burgês e decadente de comprar um tal pasquim, ele não pudera deixar de notar, num artigo ou numa notícia que citava, o insulto baixo e torpe contra o seu camarada Arnaldo Matos. E assim toca de encher uma página a insultar o jornal, "orgão da burguesia", "panfleto de meninos bem", etc. etc. (cito obviamente de memória), e a defender até à bajulação mais enjoativa o "querido dirigente e educador da classe operária". Uma página inteira a letra pequena disto. Até que chegando ao fim lia-se a resposta da direcção, ou do jornalista responsável pela notícia causadora de tamanha indignação, simplesmente: "Manda um abraço ao teu irmão!".
Mundo plano
devo ter nascido a um domingo tão pouco gosto do dia.
se tivesse a benção de ser artista ocupava-me a descrever o domindo e os outros dias em letras tintas notas musicais, mas nem isso o criador quis para mim.
caminho sobre fragas há tantos anos já que lhes perdi o conto!
por gosto, para não me perder, para lhes tomar o peso e saber da textura, colecciono pedras, todas as pedras em que tropeço, e eu tropeço tantas vezes!
tenho o soalho pejado de pedras, vindas de todo os cantos do mundo que visitei. caixas com pedras. taças de cristal com pedras, as mais coloridas, as mais frágeis.
- louca?
claro que sou. se o não fosse estaria noutro sítio e não aqui olhando o brilho de uma ametista grande e a ouvir vivaldi.
mas as pedras não são os seres mortos que aprendemos na escola. as pedras vibram. conheço a vibração de cada pedra. e mesmo as pedras mais sem graça como o são as do tino calceteiro (que tem bem menos graça do que as pedras, verdade seja dita), mesmo essas dizia, nos espantam com o que do meio delas é possível surgir.
do meio delas e só do meio delas: cactos, cheios de picos, mas que se abrem em flor.
mas depois de tudo, é domingo. não gosto dos domingos e nem tenho uma arte que me sirva para dizer que passava bem sem os domingos mas sem as pedras não.
Escarpado
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