O BSP fez a 16 de Junho 2 anos de vida. Fiquem com um post de 19 de Junho de 2003:
As noites no campo - Inegavelmente, a qualidade de vida no campo é muito superior à da cidade: mais tempo, temperos à porta de casa sempre frescos, ver o céu à noite, cheiros inebriantes (naturais!), poder urinar ao luar, etc. etc. Mas há um preço a pagar por tudo isso. Quem (como eu) se habituou a adormecer a ouvir o ronronar dos carros e dos aviões, tem que mudar drásticamente de hábitos. Se não, vejamos:
No começo da Primavera ele é os rouxinóis às cinco da manhã a dar ao gorgomil; parece muito idílico, mas garanto-vos que o sacana do alado dá-lhe com força; aquelas melodias endiabradas entranham-se pelos sonhos a dentro e acordo com os neurónios ainda atordoados, a sonhar com o indeterminismo das melodias do malfadado bicho. Este ano tivemos sorte porque para engatar as migrantes rouxinolas, o bicharoco teve o bom senso de ir para uma árvore a mais de 10 metros da casa (nestes anexos hei-de voltar ao assunto para responder à intrigante questão: porque é que os rouxinóis cantam à noite?).
No meio da Primavera, quando ainda há água nos charcos (a Ecologia é uma coisa muito bonita....), ele é as relas, rãs, sapos parteiros e demais anfíbios. A nossa sorte é que o charco está a mais de 100 metros, mas mesmo assim, com as janelas abertas, há dias ensurdecedores. Pelo menos esta ramo do reino animal tem o bom senso de ir para a caminha relativamente cedo, pelas 2 da manhã, o que está mais de acordo com os ciclos naturais do ser humano (ao contrário do bicho precedente, que está calado que nem um rato até altas horas da manhã e, de repente, desata a cantarolar, quando nós, inocentes humanos, estamos na fase mais profunda do sono...tá mal, rouxinol, tá mal).
No fim da Primavera, isto é, agora, ele é os grilos e os ralos. Apesar de fazerem menos barulho que os seus primos (afastadíssimos) anfíbios, têm o inconveniente de poder estar mesmo junto da janela. E atenção, o grilo é um bicho perigoso! (disso percebo eu). Nos primeiros anos de vida campestre cometemos o erro de deixar entrar um grilo dentro de casa, o catraio do bicho cresceu e na época de acasalamento punha-se a cantar na cozinha ás mesmas horas do rouxinol. Só depois de muitas noites interrompidas pelo cantar do estafermo (ele era matreiro: quando via luz calava-se logo) é que acabamos por dar com ele debaixo do frigorífico. Mais tarde direi o que é que fizemos ao bichinho (foram três meses de insónias não forçadas...normalmente não somos assim tão beras, mas o gajo estava mesmo a pedi-las).
Eu agora é mais libélulas e borboletas e mexilhões e o campo é mais a norte...
Estatísticas: nestes dois anos, visitas foram umas 57 000 (Site meter) ou 65 000 (Nedstat) ou mais, segundo o que diz o Paulo Querido. Um abraço grande aos que visitam, aos que cá passam de propósito e aos que tropeçam por aqui.
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