sábado, abril 30, 2005

Hierarquias

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San Cristobal de las casas, Chiapas

Versão eclesiástica da 1ª e 2ª classe. A tampa da sanita dos bispos é forrada com pele de vaca e o papel higiénico é de folha dupla.
Esta é mais uma razão para impedir as mulheres da serem ordenadas: teriam que duplicar o número de casas de banho, o que levaria definitivamente o Vaticano à falência...

Fotografia sacada da Vaca profana

1.º Fórum de Sustentabilidade

Relatório do 1.º Fórum de Sustentabilidade está online

No âmbito da implementação da Agenda 21 Local, a Câmara Municipal de Guimarães disponibilizou na sua página web o Relatório da 1ª Sessão do Fórum da Sustentabilidade. Este exercício de participação cívica corresponde a uma das fases previstas no desenvolvimento de uma Agenda 21 Local e tem como o objectivo de identificar os principais problemas e desafios em termos de desenvolvimento sustentável que se colocam ao município. O fórum contou com a presença de cerca de 58 participantes, desde cidadãos, empresários locais, técnicos da administração central e local, autarcas, jornalistas e organizações não governamentais. Dividiu-se em grupos de trabalho, onde se discutiram as grandes opções de qualidade de vida para a cidade, nomeadamente em termos de saneamento e equipamentos básicos e ordenamento do território e requalificação urbana – considerados de intervenção prioritária – recursos humanos, consciência ambiental e tecido produtivo. Registou-se um significativo grau de consenso relativamente ao trabalho desenvolvido em cada um dos grupos e na votação sobre o contexto de tomada de decisão que melhor apoia a visão sobre o concelho. No final da sessão foi solicitado aos participantes que, no seguimento dos resultados da hierarquização dos principais desafios ambientais da cidade, optassem por acompanhar um ou dois dos desafios ambientais identificados no plenário inicial, de modo a constituir um grupo de acompanhamento e debate, que será reunido nos fóruns seguintes.

O próximo fórum realizar-se-á após a apresentação do diagnóstico - um levantamento para conhecer as principais características e roblemas de cada concelho – que está actualmente a ser finalizado. O Projecto “Agenda 21 Eixo” é uma iniciativa dinamizada pelo Eixo Atlântico do Nordeste Peninsular, que conta com a adesão de nove municípios do Norte de Portugal e sete da Galiza. Este projecto visa resolver alguns problemas dos municípios a médio e a longo prazo, contando com uma inovadora união de esforços entre todos os concelhos participantes em direcção à sustentabilidade, assim como com a responsabilização não só dos órgãos gerais, mas também entidades cívicas e dos cidadãos.

O relatório pode ser consultado em: www.cm-guimaraes.pt/pagegen.asp?SYS_PAGE_ID=450969

M. Martins

O Valor da Tradição

O governo brasileiro defende que os conhecimentos tradicionais sobre variedades agrícolas sejam do domínio público, dispensando o consentimento prévio dessas comunidades para a sua utilização – ou que elas partilhem dos dividendos gerados com esse património. “O que é meu, é meu – mas o que é seu, é nosso!”, criticou Daniel Munduruku, do Instituto Indígena Brasileiro da Propriedade Intelectual. Por outro lado, na UE revogou-se pela primeira vez uma patente sobre um fungicida desenvolvido a partir da árvore indiana Neem – com o argumento de que as suas propriedades eram conhecidas há séculos, não havendo qualquer processo inventivo no produto.

Boletim Cidadania - Ética na Etiqueta - Boletim da Latitude Zero

sexta-feira, abril 29, 2005

O híbrido


Ferrugem do café

Nos anos 30, em Timor, um híbrido surgiu nos campos de café. A ferrugem do café, responsável por catástrofes imensas, como bancarrotas, falências, suicídios e pela mudança de hábitos dos Ingleses (depois de uma calamidade no Sri Lanka, os Ingleses foram obrigados a substituir o café - totalmente destruído pela ferrugem - pelo chá), grassava no cafesal (será que se escreve assim?), mas a dita planta resistia miraculosamente à doença. O híbrido foi recolhido, estudado e cruzado com variedades comerciais mais produtivas na Estação agronómica de Oeiras. Hoje em dia 90% do café em todo o mundo tem nesse hibrido o seu ancestral, mantendo assim a resistência à ferrugem mortífera. Os Ingleses esses, nunca mais recuperaram da catástrofe do Sri lanka, e ainda hoje, pelas 17 horas, bebem religiosamente o seu chá, em substituição do café dizimado pela ferrugem mortífera.

Fonte: Antena 1

PS - a ferrugem não é aquela dos carros mas sim a Hemileia vastatrix, um fungo manhoso capaz de mudar os hábitos culturais de um povo.

0,7 com qualidade

Nos anos 60, a ONU afirmou que se os países ricos contribuissem com 0,7% do seu PIB para ajudar os países pobres, em poucas décadas o fosso entre ricos e pobres desapareceria. Nos anos 90, um grande movimento popular em Espanha exigiu ao governo espanhol que chegasse a estes números, com "transparência e qualidade". Essas palavras não eram de circunstância, já que uma parte importante de ajuda para o desenvolvimento era gasta na compra de helicópteros militares para Angola ou na formação da polícia da Guatemala, uma das mais repressoras do mundo (hoje se calhar as despesas com o Iraque entram na categoria de "ajuda para o desenvolvimento). Além disso, as empresas espanholas recebiam subsídios à exportação que entravam nestas contas.

Hoje em Portugal, estamos ainda muito aquém dos 0,7 %, com a agravante de que 70% desse dinheiro fica em Portugal, na burocracia ou nas prestações de serviços, invertendo a justa proporção, que seria 30% em despesas e 70% em gastos efectivos no país destinatário, para a construção de escolas, implatanção de projectos agrícolas ou no saneamento básico. No nosso caso, a ajuda para o desenvolvimento carece claramente de qualidade...

Roupas Sujas

As condições de trabalho na indústria de vestuário sudeste asiático continuam a ser denunciadas por várias ONG. Trabalho infantil, espancamentos e sobrecarga horária foram detectados num fornecedor chinês da Timberland, que se comprometeu a melhorar a situação. Porém, uma reunião entre a marca e elementos da China Labor Watch foi abortada devido a ameaças aos activistas. Na Tailândia, sindicatos locais denunciaram o despedimento de trabalhadores que pretendiam criar um sindicato numa fábrica que fornece a Decathlon. A empresa reagiu com uma auditoria ao fornecedor e desmentiu as acusações, embora não tenha facultado o documento às ONG.

Comité Nacional do Trabalho - Boletim da Latitude Zero

quinta-feira, abril 28, 2005

Diversidade

A Holanda tem 16 milhões de habitantes. Línguas nacionais: Holandês, Achteroequês, Drente, Frísio, Groninguês, Limburgiche, Sinte Romani, Vlax Romani, Salandês, Stelinguerfe, Twente, Veluws, Yiddish. Outras línguas faladas por comunidades residentes na Holanda: Adyghe, Ambonese Malaio (45,000), Assírio Neo-Aramaico, Buru, Hindustani, Caldeu Neo-Aramaico, Indonésio (300,000), Javanês (7,500), Criolo de Cabo-verde (20,000), Kirmanjki, Árabe Marroquino (30,000), Curdistanês (40,000), Papiamentu (80,000), Sranan, Tamil (7,000), Tarifit (200,000), Turco (192,000), Turoyo (4,000), Vietnamita (16,000), Farsi (5,000), Yeniche, Yue Chinês (70,000). Taxa de alfabetização: 99%.

A Academia Sénior da Covilhã sempre activa!


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quarta-feira, abril 27, 2005

Tecnologia mais amiga do Ambiente

O mundo pula e avança: vejam só que já se produzem CDs/DVDs feitos a partir de milho, portanto (mais) biodegradáveis! Estes DVDs são também mais resistentes ao calor, portanto trata-se de uma melhoria tecnológica e não apenas de uma adesão "verde". A HP também já produz impressoras a partir deste mesmo material, portanto as possibilidades de uso devem ser imensas. Eu sou uma crente no génio humano (e na força da Natureza). E acredito que um mundo melhor é possível.

mpf

(os DVDs na imagem fora produzidos pela japonesa Victor Company, mais conhecida por JVC)


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Iraque: estatísticas

Custos humanos até 4 de Abril de 2005:

Civis iraquianos mortos: entre 17.316 e 19.696
Militares iraquianos mortos: entre 4.895 e 6.370
Soldados de EUA mortos: 1535
Mortos de otras Forças de ocupação: 176
Feridos norte americanos (reconhecidos): 11.595
Feridos norte americanos (estimados): 15.000-20.000

Fontes: Iraq Body Count (IBC), formado por académicos de EE.UU. e da Inglaterra www.antiwar.com, http://costofwar.com/

Há quem diga que o número estimado de civis mortos seja muito superior, já que o IBC apenas contabiliza as mortes oficiais, noticiadas pelas agências ou pelo exército Americano, sendo por isso uma estatística muito conservadora. O número poderá já estar próximo das 100.000 vítimas. Nestas estatísticas não são contabilizados os orfãos, as famílias destruídas ou os civis feridos (que devem ser 10 vezes mais que os mortos)...

Amarga celebração

Em 24 de abril, a diáspora Arménia pelo mundo comemorou o 90º aniversário do primeiro genocídio conhecido na história da humanidade. Este genocídio aconteceu em abril de 1915, quando o governo União e Progresso, historicamente conhecido como “Jovens Turcos” e que naquele momento governava o outrora Império Otomano, planeou o extermínio da população arménia localizada no sudeste da Turquia. Essa região, em redor do lago de Van e da população de Diyarbakir, é conhecida como a “pátria histórica dos arménios” e hoje encontra-se habitada maioritariamente pelo povo curdo.

O resultado da decisão dos “Jovens Turcos”, instigada pelo visir Talaat Pashá, foi a expulsão e posteriormente o massacre de 1,5 milhões de arménios, entre 1915 e 1916. Considera-se que a população actual na República da Arménia (antiga república soviética que conquistou a independência em 1991) supera os três milhões de pessoas, sem contar a numerosa diáspora arménia localizada, principalmente, nos Estados Unidos, França, Canadá, Suíça, América do Sul, Rússia, Síria e Líbano. Essa diáspora é estimada entre 4 e 5 milhões de pessoas.

O genocídio de 1915 foi a continuação dos massacres otomanos realizados entre 1894 e 1896 pelo então sultão Abdulhamid, que é lembrado historicamente como o “sultão vermelho”. Naquela época, uns 250 mil arménios morreram às mãos dos turcos e dos seus aliados curdos, chechenos e circassianos, que também viriam a "ajudar" a concretizar a macabra tarefa no genocídio de 1915 . Os turcos contaram ainda com a colaboração de oficiais alemães, seus principais aliados na I Guerra Mundial.

Roberto Mansilla Blanco, AIS. Leia o artigo completo.

terça-feira, abril 26, 2005

Mercúrio


Mercúrio, o topo corresponde ao polo Norte, Fevereiro de 1974


Polo Sul de Mercúrio, Setembro de 1974

Estas fotografias foram tiradas em Fevereiro e Setembro de 1974. A sonda que visitou Mercurio tirou as primeiras fotografias a Fevereiro de 1974, voltando depois a encontrar-se com o planeta em Setembro do mesmo ano.

A 2ª fotografia foi tirada a 85,800 kilometers de Mercurio, quando a sonda atingiu a distância mínima possível. As crateras têm entre 5o e 200 Km de diâmetro. Fonte: Nasa

Entre estas duas visitas, num planeta longe dali, um pequeno país libertou-se de uma longa ditadura.

domingo, abril 24, 2005

Murais



Mural que representa o proletariado e o capesinato em armas a pisotear a burguesia (quer dizer, o personagem tem algumas semelhanças com o camarada Cunhal, mas talvez tenha sido uma distração do artista).

Tenho pena que esses murais tenham desaparecido todos (lembro-me de um com a imagem de Marx que resistiu anos e anos em frente ao Jardim Zoológico). Estes murais fazem parte da nossa memória colectiva e marcaram um curto periodo pós 25 de Abril onde as pessoas (quer dizer, os partidos) exerciam como lhes apetecia a sua recem adequirida liberdade de expressão. É pena que os museus só se interessem por peças valiosas. É que hoje em dia, uma meia duzia destes murais bem conservados seriam certamente um local de romaria.

Fora sem dúvida estratégias de Marketing agressivo militante e original. É que raramente há dois murais idênticos.


Cacém, passagem de nível.


Lisboa, cemitério dos Ingleses, Estrela.


Lisboa, largo do rato


Paço de Arcos, junto à EMEL


Lisboa, Rua do Salitre


Queluz de baixo, cabine da EDP


Sintra, Mercês, junto à colectividade

Gosto muito deste último...

Fonte: Centro de Documentação 25 de Abril, Colecção Paixão Esteves

PS - Também havia murais do PSD, mas eram foleiros (tipo "vota PPD" com umas setinhas). Lá está, como bem dizia ontem Telmo Correia na TSF, faltou "sensibilidade social" à ex-maioria de centro direita. Mas parece que essa falta de sensibilidade social e artística vem de longe. Nos murais do PSD, nem um operariozinho encorpado, ou uma camponesa de braços musculados. Tratores então, nem se fala...

25 de Abril



«Aqui Posto de Comando das Forças Armadas. Conforme tem sido transmitido, as Forças Armadas desencadearam na madrugada de hoje uma séria de acções com vista à libertação do País do Regime que há longo tempo o domina. Nos seus comunicados, as Forças Armadas têm apelado para a não intervenção das forças policiais com o objectivo de se evitar derramamento de sangue. Embora este desejo se mantenha firme, não se hesitará em responder decidida e implacavelmente a qualquer oposição que se venha a manifestar,
Consciente de que interpreta os verdadeiros sentimentos da Nação, o Movimento das Forças Armadas prosseguirá na sua acção libertadora e pede à população que se mantenha calma e recolha ás suas residências. Viva Portugal!»

(...)

Procurámos, esta manhã, entrar em contacto telefónico com o general António de Spínola. Atendeu-nos a senhora de Spínola que tomara conhecimento do movimento militar através dos comunicados do Rádio Clube Português.
Solicitámos permissão para um redactor do «Diário de Noticias» se deslocar á residência e ouvir o general Spínola, a propósito do movimento militar. O general mandou dizer que não era o momento oportuno.

in Diário de Notícias de 25 de Abril de 1974, 2ª tiragem

Tirado daqui, via Tribuna socialista.

27 de Abril


Praça do Comércio, manhã de 25 de Abril.

Todos nós que, em serviço de reportagem, acompanhámos mais de perto o desenrolar dos acontecimentos podemos testemunhar as entusiásticas manifestações que por toda a cidade se verificaram. E as notícias que foram chegando à nossa redacção deram-nos conta de que o mesmo aconteceu em todo o País. Foi a vitória completa do Movimento, identificado com as profundas esperanças da enorme maioria da população. Foram frequentes as cenas de abraços e outras manifestações de apoio entre populares e membros das Forças Armadas, que nas ovações da multidão encontravam motivos de orgulho.

Século ilustrado de 27 de Abril, via Instituto Camões.

sábado, abril 23, 2005

Carvalhal

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Carvalhal magnífico, com carvalho alvarinho, carvalho negral, loureiros, cerejeiras, castanheiros, medronheiros, sobreiros, gilbardeira, folhado, miosotis de bosque, margarida do monte, erva-pombinha, esporas-bravas, freixos, orquídeas, madresilva, aderno, lentisco bastardo, urze branca, erva-besteira, pilriteiro, campainhas-amarelas, sabugueiro, jacinto, aristolóquia longa, violetas...

A curiosidade é que este carvalhal se desenvolveu em antigos socalcos abandonados...

sexta-feira, abril 22, 2005

Ópera passa à clandestinidade

Ratzinger acusa a música de ópera de ter «corroído o sagrado» no século passado e cita a esse propósito o papa Pio X que, no início do século, «tentou afastar a música de ópera da liturgia».

Fonte: TSF, via Ruinas circulares

Por este motivo, nos meios católicos a ópera já passou à clandestinidade:

Num encontro de crismados, dois melómanos clandestinos trocaram óperas de Verdi e Pucini às escondidas do seu director espiritual; na missa de Domingo, aproveitando a confusão da fila para a comunhão, extractos de ópera foram intercambiados em formato MP3, iludindo a vigilância dos acólitos; às 4 da manhã, um grupo subversivo de cantores líricos ocupou a Sé de Lisboa executando extratos de "La traviata" e da "Flauta Mágica", certamente com o auxílio de um cumplice infiltrado.
Os grupos de coral de canto gregoriano (única forma de música permitida pelo Papa Bento XVI nas Igrejas) estão a ser alvo de sabotagem por parte de populares em fúria, que exigem harmonias, solos, instrumentos (para além da voz), contraponto, orquestrações e, se possível, umas quanta dissonâncias e pelo menos uma quarta aumentada. A resistência organiza-se no seio da Igreja.

Fundamentalismos

O antigo cardeal Ratzinger (agora papa Bento XVI), descreve o rock como «expressão de paixões elementares que, nos grandes concertos musicais, assumiu carácter de culto, ou melhor de contra-culto que se opõe ao culto cristão».

Acusa o rock de querer falsamente «libertar o homem por um fenómeno de massa, perturbando os espíritos pelo ritmo, o barulho e os efeitos luminosos».

Quanto à música pop, «ela já não é mais apoiada pelo povo». «Trata-se na minha opinião, de um fenómeno de massa, de uma música produzida com métodos e a uma escala industrial e que se pode qualificar desde já de culto da banalidade», afirma.

O prelado acusa ainda a música de ópera de ter «corroído o sagrado» no século passado e cita a esse propósito o papa Pio X que, no início do século, «tentou afastar a música de ópera da liturgia».

Fonte: TSF, via Ruinas circulares

Comentário do realista:

Vende-se guitarra eléctrica, amplicador de 400 watts e processador de efeitos.
Motivo: religioso.

Bem, por agora estou safo, já que a minha cena é mais bailaricos e tal (quer dizer, acho que os bailaricos fomentam pensamentos pecaminosos e incitam à luxúria; deve ter sido apenas um lapso ou um esquecimento).
Mas para se perceber bem as consequências práticas desta linha de pensamento, basta constatar que há já uns meses se deixou de poder fazer concertos nas Igrejas; agora, só música sacra. Música clássica, barroca, coral, etc. está interdita. Ou seja, uma das melhores coisas do catolicismo, a acustica das suas Igrejas, fica interdita a tudo o que não seja música sacra.

Bons tempos aqueles em que ir ver o "Jesus Christ Super Star" era bem visto pela Igreja...

SILVES, CAPITAL DA PALAVRA ARDENTE

É inaugurada amanhã, dia 22 de Abril, pelas 21,30 horas,
a IIª Bienal de Poesia de Silves,
realização da Câmara Municipal de Silves.

P R O G R A M A

22 de Abril - SEXTA-FEIRA

Sessão inaugural
Pelas 21,30 horas.
ESCREVE QUE EU NOTAREI
Performace/Teatro pelo Teatro da Estrada, baseado em poemas de: António Ramos Rosa,
Eugénio de Andrade, Herberto Helder, Jorge de Sena e Sophia de Mello Breyner Andersen.

*
23 de Abril - Sábado

Pelas 15 horas
Homenagem ao Poeta António Ramos Rosa
- Lição de Sapiência por ESTELA GUEDES
- Leitura de poemas por Sandro William Junqueira, acompanhado musicalmente por Aires.

Pelas 17 horas
Mesa Redonda - O Que é a Poesia?
Intervenientes :
Estela Guedes, Luís Serrano, Manuel Barros Moura, Maria Azenha, Maria Teresa Meireles, Paulo Penisga, Teresa Tudela e Vasco Gato.
Moderador - Sandro William Junqueira
*
24 de Abril - Domingo

Pelas 15 horas
Mesa Redonda - As Portas Que Abril Abriu
Oradores:
Carina Infante do Carmo, Ivo Miguel Barroso, Lucas Serra, Manuel Simões, Maria Gomes, Maria do Sameiro Barroso e Rui Mendes

Pelas 18 horas
Em mar de encantamentos
Performace/Dança pelo Teatro da Estrada, ao som de poemas de:
Fernando Pessoa, Luíza Neto Jorge, Maria Teresa Horta,
Natália Correia e Ruy Belo

Parlamento espanhol aprova casamentos gay

O Congresso dos Deputados, câmara baixa do Parlamento espanhol, aprovou a alteração do Código Civil com vista à legalização do casamento entre homossexuais, cumprindo assim uma promessa eleitoral do primeiro-ministro José Luiz Zapatero. Uma “decisão histórica para todos os homossexuais”, como a classificou António Serzedelo, da associação Opus Gay.

(...) A Espanha será então o terceiro país europeu a legalizar o casamento entre homossexuais, depois da Holanda e da Bélgica.

A proposta governamental modifica o Código Civil em 16 artigos, substituindo as palavras ‘marido’ e ‘mulher’ por ‘cônjuge’ e ‘pai’ e ‘mãe’ por ‘progenitores’. A alteração mais significativa é, no entanto, aquela que refere que “o matrimónio terá os mesmos requisitos e efeitos quando os contraentes sejam do mesmo ou de diferente sexo”.

Outra alteração importante é a autorização da adopção de crianças por casais homossexuais, um dos pontos mais contestados do diploma. A Igreja fez uma forte campanha contra a proposta, e ainda esta semana vários grupos religiosos lançaram um derradeiro apelo ao governo para não alterar o Código Civil.

“DIA HISTÓRICO”

Para António Serzedelo este é um “dia histórico para todos os homossexuais”, principalmente para os espanhóis, que passam a ser considerados “cidadãos de primeira classe”. “É o reconhecimento de uma longa luta pela igualdade e cidadania”, afirmou Serzedelo ao CM. O dirigente da Opus Gay está confiante que esta decisão terá um impacto positivo na luta dos homossexuais portugueses pelo direito ao matrimónio, ajudando a “abrir a discussão para que as pessoas aceitem e abandonem alguns preconceitos que têm em relação a estas questões”.


Fonte: Correio da Manhã

quinta-feira, abril 21, 2005

A transformação

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De Ratzinger para Bento XVI. Manteve-se apenas o sorriso e o cabelo esvoaçante.

ILGA: a propósito do novo Papa

A Associação Gay e Lésbica Internacional ( ILGA -Mundo ) deseja expressar a sua tristeza e preocupação profunda sobre a eleição do ultraconservador e homofóbico Cardeal Joseph Ratzinger ao papado da Igreja Católica. Depois de saber da notícia, na sua reacção inicial, o co-secretário geral da ILGA Kursad Kahramanolgu declarou “ parece que agora a política do ódio é a forma mais rápida de promoção no Vaticano”.

Durante a sua permanência na Igreja, e especialmente durante o seu tempo como chefe da “Congregação para a Doutrina e Fé” o Cardeal Ratzinger foi a voz da homofobia durante o reinado de João Paulo II. Os seus escritos e declarações vão ao ponto de descrever a homossexualidade como “ um mal moral intrínseco” que deveria ser tratado em vez de aceite. Numa carta aos Bispos em 1968 sobre “ Cuidados Pastorais aos Homossexuais”, o cardeal Ratzinger ordenou que o aconselhamento da igreja aos homossexuais incluísse ciências médicas, psicologia e sociologia para “curar” gays, lésbicas e bissexuais. Os danos de tais “terapias reparativas” têm sido denunciadas por associações médicas e psiquiátricas por levarem a depressão severa e ao suicídio aqueles forçados/coagidos e/ou obrigados a se submeterem a tais tratamentos.

Igualmente grave, uma declaração do Vaticano em 1992 e autorizada pelo futuro Bento XVI entitulada “ Algumas considerações acerca da resposta Católica a propostas legislativas sobre não-discriminação de pessoas homossexuais” fora designada para mobilizar opinião católica contra direitos iguais para gays e lésbicas. Rejeitando o conceito de “direitos humanos” homossexuais, declara não existir “direito” homossexual; declarando ainda que as liberdades civis de gays e lésbicas podem ser “ legitimamente limitadas para condutas objectivas de desordens externas”. Nas recentes eleições nos Estados Unidos, Ratzinger sugeriu que políticos católicos pro-gay/pro-escolha fossem excluídos da Comunhão.

Para além da sua homofobia declarada, o Cardeal Ratzinger tem sido um dos mais ferozes oponentes da Igreja Católica sobre a concepção, o direito das mulheres à sua sexualidade, e especialmente o uso dos preservativos. Não só declarou a sua utilização como imoral mas foi ao ponto de declarar que não são eficazes na prevenção da transmissão Hiv/Sida. Estes ensinamentos não só vão contra toda a evidência médica moderna que prova a eficácia do uso de preservativos mas só pode contribuir para o alastramento da epidemia global de Hiv/Sida. Ele é também conhecido pela sua oposição firme relativamente à igualdade entre os sexos. Como defensor da doutrina católica ortodoxa, o cardeal Ratzinger tem sido ferozmente contra a abertura do sacerdócio às mulheres, até mesmo recusando-lhes cargos menores dentro da igreja.


Durante os últimos 20 anos, estudos médicos e científicos têm demonstrado vezes e mais vezes que “tratamentos” que tentam “curar” a homossexualidade acabam por causar danos psicológicos severos às vitimas e que muitas vezes os levam ao suicídio, que retórica anti-gay causa aumento de perseguição e crimes violentos contra homossexuais que chegam ao assassínio; que os preservativos são eficazes na prevenção da propagação do Hiv/Sida, uma epidemia que mata milhões no mundo.

Enquanto o Papa Bento XVI não é responsável por estes horrores, a sua doutrina e ensinamentos contribuem directamente para eles. ILGA lamenta que os cardeais não tenham escolhido um líder mais esclarecido neste inicio do terceiro milénio e deseja que a eleição do cardeal Ratzinger promova mais vozes moderadas a levantarem a sua voz dentro da Igreja.


Kursad Kahramanoglu & Rosanna Flamer-Caldera / Co-secretários gerais - USA -Ilga Mundo
Traduçao da Opus Gay - Carlos Carrilhas -LISBOA 21-4-05

Menos seca

Não sei o que me alegra mais nestes dias chuvosos; não sei se são os prados a verdejar, os carvalhais a rebrotar furiosamente, a promessa de boas colheitas ou se é o facto dos Media terem interrompido por uns dias o Reality show dos desastres naturais nacionais (não temos Tsunami mas temos a maior seca dos últimos 300 anos, parece que os ouço dizer). É que se a seca fôr apenas a maior dos últimos 20 anos deixa de ter relevância mediática. Devem andar para aí muitos jornalistas entristecidos e cabisbaixos com esta precipitação inesperada.

Valha-nos um Papa líder da Igreja (que curiosamente faz lembrar Santana líder do PSD) para entreter a sofreguidão dos Media por desgraças alheias.
E aproveito para rever a minha posição relativamente a Bento XVI num único ponto: será uma oportunidade única para aprender latim nas missas que me vão entrando "directamente" pela casa adentro...

Papa Ratzi

Adital de parabéns



Apostando num conceito de jornalismo centrado nos actores sociais dos países de América Latina, a Adital ganha, agora, o reconhecimento importante por parte da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A 2 de Março de 2005, o órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou que a Agência foi eleita como uma das 20 melhores iniciativas de comunicação da região, dentro da iniciativa "Se buscam ideias e melhores práticas para promover a produção e difusão de conteúdos locais na América Latina", lançada em novembro de 2004.

Ao escolher o nome de Frei Tito (de Alencar Lima), morto em 1974, vítima da ditadura militar implantada no Brasil em 1964, fazemos uma homenagem a todas as pessoas que lutam em defesa da vida e da dignidade humana. (Fonte: Adital)

Só em Março de 2005, a Adital contabilizou 352.600 visitas, tendo um crescimento superior a 100% em menos de um ano.

Leonardo Boff, uma das vítimas de Ratz, o Inquisidor, escreve regularmente na Adital. Curioso este mundo, onde um site inspirado pela Teologia da libertação é distinguido pela Unesco e perseguido pelo Vaticano.

quarta-feira, abril 20, 2005

Pelo controlo dos serviços de interesse geral (II)

«Em meados de 2004 começou a reunir-se no CIDAC um conjunto de pessoas interessadas em reflectir e em agir a propósito do Acordo Geral sobre o Comércio de Serviços (AGCS).
Destes encontros surgiu o GASIG - Grupo de Acção pelos Serviços de Interesse Geral.
De um ponto de vista geral, pretende-se assumir e alargar uma consciência crítica face a este processo, levando os cidadãos a intervir a favor da qualidade, do acesso generalizado e do controlo por parte da sociedade dos serviços de interesse geral.
»

Vá à página do GASIG e tire partido da informação – ainda modesta – que lhe é disponibilizada.

O que esperar de Bento XVI

No discurso aos cardeais na abertura do Conclave, segunda-feira, Ratzinger reafirmou a sua linha dura e ortodoxa de trabalho, confirmando a concentração de poder da Igreja europeia. Conclamou aos eleitores que defendessem uma igreja firme e conservadora, capaz de enfrentar o marxismo, o liberalismo e as seitas. E é essa linha a escolhida por mais de 78 (2/3 + 1) dos cardeais do mundo, que renunciaram a uma igreja que valorizasse a aproximação com a humanidade, abrindo frente para combater os problemas como a fome, a pobreza, a guerra, o pluralismo das culturas e, dentro da igreja, renunciaram à colegialidade, à participação, ao pluralismo teológico, a um novo entendimento da moral e da ética no mundo de hoje, e à valorização plena da mulher.

Adital

Responsável pela excomunhão de teólogos reformistas como Hans Küng e Eugen Drewermann, na Alemanha, Ratzinger foi um dos que impuseram o silêncio ao brasileiro Leonardo Boff, hoje afastado da Igreja. No documento “Dominus Jesus”, Ratzinger acusou as outras igrejas de errarem por não aceitar o Papa como líder religioso de todo o mundo, o que provocou uma onda de críticas na ocasião.

O novo Papa considera o feminismo um fenómeno inquietante porque “equipara homens e mulheres e ignora as diferenças biológicas entre os sexos”. No ano passado, eliminou a participação da Igreja em programas de apoio moral a mulheres que fariam aborto. Em agosto de 1999, suspendeu as actividades pastorais de uma freira e um padre americanos que davam assistência a comunidades de gays e lésbicas de Washington.

Weltton Máximo (extraído do blog de Ricardo Noblat).

Manuela Magno à presidência

Caros Concidadãos,

A menos de um ano das Eleições Presidenciais de 2006, podem aceder ao meu site de candidatura em:

http://www.manuelamagno.com.pt/

De acordo com o Artigo 124º da Constituição, cabe aos cidadãos eleitores propor as candidaturas para Presidente da República. É necessário um mínimo de 7 500 (sete mil e quinhentos) proponentes para formalizar uma candidatura.
Nesta fase de pré-candidatura, pedirei a todos que, através do vosso apoio explícito, permitam que possa concretizar a candidatura à Presidência da República Portuguesa.

Na :: Página Oficial de Candidatura de Manuela Magno :: é possível conhecer o meu projecto, aceder a informação relacionada com as Eleições Presidenciais Portuguesas e ficar a saber como apoiar.

Saudações solidárias!

Manuela Magno
Afirmação de Cidadania

O que é a Opus Dei

"O fim específico é trabalhar com todas as forças para que as classes dirigentes, principalmente os intelectuais, adiram aos preceitos e ainda aos conselhos de Cristo Nosso Senhor e os ponham em prática, e deste modo, fomentar e difundir a vida de perfeição em todas as classes da sociedade civil e formar homens e mulheres para o exercício do apostolado no mundo"(9).
Escrivá de Balaguer

Fica assim bastante claro o modo inteligente como a Opus Dei pretende conquistar o mundo para a salvação: primeiro e principalmente, convencer os intelectuais e dirigentes, por são esses que efectivamente governam o destino dos povos e, sobretudo, lhes ministram educação e cultura.

"Obedecer... - Caminho seguro. Obedecer cegamente ao superior {...}" (Caminho, 914)

A Opus Dei exige total obediencia hierárquica (nunca questionar o director espiritual). Exige "uma intensa vida sacramental, principalmente centrada na Missa e na Comunhão diárias e na Confissão semanal; a prática habitual da oração mental (até uma hora por dia); a leitura do Novo Testamento e de um livro de espiritualidade; a recitação do Terço; o exame de consciência; uma recolecção mensal e um Retiro anual; a procura constante da presença de Deus; a consideração da filiação divina; a recitação de comunhões espirituais, actos de desagravo, orações jaculatórias", etc., etc. Exige igualmente a prática quotidiana do sacrifício e da penitência, incluindo a mortificação.

Extraido deste interessante artigo sobre a Opus dei, escrito por João Pedro Ferro. É este o tipo de pessoas que controla agora o Vaticano. Gosto especialmente da parte das humilhações constantes e das mortificações. Qualquer semelhança com a idade média não é pura coincidência.

CV de Bento XVI

Alguns documentos oficiais do Vaticano, redigidos por Joseph Ratzinger e aprovados pelo Papa João Paulo II:

De 2000, defendendo que as outras igrejas aceitem a ascendência da Igreja Católia e o Papa como seu líder religioso (em inglês)
Dominus Iesus

De 2003, orientando contra leis do casamento gay
Considerações sobre os projectos de reconhecimento legal das uniões entre pessoas homossexuais

De 2004, contestando o feminismo
Carta aos bispos da igreja católica sobre a colaboração do homem e da mulher na igreja e no mundo

Outras palavras

Outras pérolas do pensamento de Bento XVI:

Por ser muçulmana, a Turquia não deve ser admitida na chamada Comunidade Europeia.

O catolicismo é a única religião cristã verdadeira.

(extraído do blog de Ricardo Noblat).

terça-feira, abril 19, 2005

Temos fava

Bento XVI, de seu nome. O Sumo sacerdote do Santo Ofício, que perseguiu e puniu todos os que se afastaram da ortodoxia e fundamentalismo do Vaticano, foi eleito papa. Uma nova idade das trevas aproxima-se.

Bento XVI - Vaticano II

Resultado ao fim de 4 votações. O Vaticano II foi definitavamente afastado da Igreja e fechado a sete chaves numa gaveta. Com esta derrota esmagadora, ganha a Opus, perde a Igreja (muitos mais se afastarão desta Igreja regida pela doutrina da Opus Dei), e perde o mundo, extremando-se os fundamentalismos religiosos.

Tentar encontrar alguma réstea de santidade neste papa é como tentar encontrar um Unicórnio na gaveta das meias com um detector de metais. Agora mais a sério: foi impressão minha ou em todas as notícias dadas nunca foi comentado o pequeno detalhe do camarada Ratz pertencer ao círculo de influência da Opus Dei? foi esquecimento? ou faz parte da estratégia da Opus, manter-se "secretamente" nos bastidores a controlar o novo papa? pensava que o facto de Ratzinger ser muito próximo da Opus fosse assumido por toda a gente... é que de "conservador" a acólito da Opus vai ainda uma certa distância (assim de repente, o equivalente em política à distância entre Chirac e Le Pen). De fora, o que me parece é que a Igreja acaba de dar um desastroso tiro no pé.

É verdade, tenha mesmo muita pena de ter acertado antes do conclave...

A lua sonora de Quito

As mobilizações convocadas para quarta feira passada, dia 13, por organizações como a Conaie e Assembleia de Quito e partidos políticos da oposição, no Equador, prometiam incomodar o governo do presidente Lucio Gutierrez e ameaçar a continuidade de seu mandato, mas nada como a avalanche rebelde que se viu nos últimos dias.

As marchas tinham o propósito de criar pressão para forçar a dissolução da Corte e, também, opor-se a um Tratado de Livre Comércio com os Estados Unidos. Mas a primeira resposta popular parecia menos que satisfatória. Os protestos transcorriam sem impacto maior do que aquele produzido pela própria repressão policial, inicialmente vitoriosa às custas de suas bombas de gás lacrimogêneo.

Mas o cenário mudaria logo depois e de forma implacável, com o lento despejar, às ruas de Quito, de mais e mais manifestantes decididos a promover uma guinada nos rumos do país. E o chamado não vinha das organizações ou dos partidos que um dias antes pareciam protagonizar e liderar os acontecimentos.

Foi através da rádio Luna que se organizaram as propostas de um panelaço e de uma primeira concentração na Tribuna da Avenida dos Shyris. “À radio logo se juntaram as cadeias de internet e as mensagens nos telemóveis, frente à indiferença cúmplice dos meios de comunicação”. Era, aos olhos do jornalista, a expressão de uma nova forma de fazer política “como se imitasse instintivamente a auto-convocatória do povo venezuelano, que, três anos antes, destruiu o golpe fascista armado pela CIA e pela oligarquia venezuelana contra o presidente Chávez. Ou à mobilização massiva na Espanha após o atentado de 11 de março de 2004, que foi chave para derrotar a pretensão de Aznar a reeleger-se”.

Cercado por manifestações que não paravam de crescer, o presidente respondeu agressivamente na quinta-feira, chamando os rebelados de “foragidos”. Suas palavras raivosas fizeram aumentar o sentimento de unidade entre os equatorianos da capital. Nos gritos e cartazes criativos, logo se assumiram todos como “foragidos”.

Na sexta, dia 15 de abril, a radio La Luna já era uma trincheira dos rebeldes para a qual milhares se dirigiam. “A solitária voz de La Luna já havia abafado as demais estações de radio e de televisão, e sua sintonia batia recordes.

A extensão do decreto era o totalitarismo, sem meias palavras: censura aos meios de imprensa, intervenção nas comunicações e na correspondência particular, e fim da liberdade de circulação. Vigorou sem efeito real por 18 horas apenas, e foi derrubado por outro, do próprio governo, antes que a Justiça o fizesse para proteger a Constituição.

Enquanto isso, o sentimento do povo de Quito, mobilizado com suas panelas e bandeiras, é transmitido ininterruptamente pelas vozes que se revesam nos microfones de La Luna, que fala diretamente para Quito e para a América Latina, através do sinal de satélite da ALER.

Rita Freire, com dados de Adital, Argenpress, Altercom e Alai. Leia o artigo completo

Debate na Ler Devagar

Dia 26 de Abril (3ª feira) – às 21.30 H na Livraria Ler Devagar (Bairro Alto, Lisboa)

A dimensão socioeconómica do Tratado Constitucional Europeu

Intervenientes:
- Guilherme d’Oliveira Martins (Deputado e Presidente do Centro Nacional de Cultura)
- Maria Eduarda Gonçalves (Dinâmia/ISCTE)
- Ricardo Pais Mamede (Dinâmia/ISCTE e Universidade Bocconi, Milão)

Moderador:
- João Rodrigues (Dinâmia/ISCTE)

Colóquio no Mercado da Ribeira

21 Abril (5ª feira), 21 horas

Auditório do Espaço da Ribeira (Lisboa, junto ao Cais Sodré)

Em debate

“ABRIL: O Presente e as alternativas de Futuro”

Participação: Helena Roseta - José Manuel Pureza – Pedro Pezarat
Correia - Ulisses Garrido

segunda-feira, abril 18, 2005

Tertúlia à mesa do café


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Ainda das flores

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Gladiolus illyricus

"Olhai como crescem os lírios do campo! Não trabalham nem fiam. Pois Eu vos digo: Nem Salomão, em toda a sua magnificência, se vestiu como qualquer deles."

Uma citação bíblica para inspirar os cardeais na sua tarefa espinhosa. Esperemos que não nos saia a fava (amiguinhos da Opus e companhia). Já agora uma curiosidade: os nomes que os papas adoptam têm uma razão de ser muito concreta: há muito muito tempo, um certo cardeal de nome Mercúrio (Deus "pagão") foi obrigado a mudar de nome quando se tornou papa. E a coisa pegou.

Serra amarela

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Carqueja florida na Serra.

sexta-feira, abril 15, 2005

Os impostos comandam a vida

Há muito que andava a congeminar sobre isto, mas só ontem se me fez luz: agora tenho uma teoria com pés e cabeça. Falta prová-la, mas lá chegarei. É sobre a origem (histórica) dos montados, aquele aproveitamento agro-silvo-pastoril que domina o Alentejo. Sendo a combinação "chave" dos montados a criação extensiva de porcos sob um coberto de sobro ou azinho, e proibindo a fé muçulmana o consumo de carne de porco, foi um passo fácil decretar que os montados só teriam surgido depois da abalada dos árabes, lá para os séculos XVI, XVII.

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Ora os primeiros muçulmanos que se instalaram na Península vieram conquistar território: eles achavam-se um povo eleito, e nem concebiam bem que outros povos pudessem ter acesso à Verdade, portanto nem de longe, nem de perto, andavam numa de evangelização. Mas como se consideravam uma elite, vai de achar que os infiéis deveriam pagar imposto! Como é óbvio, isto motivou uma onda de conversões... Mas tenho para mim que o factor principal seria a fuga aos impostos, e não de facto uma questão de fé.


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Bom, uma vez convertidos, para além de adoptarem um nome árabe e serem adoptados por um clã árabe os novos muçulmanos ficavam, claro, obrigados a cumprir os preceitos islâmicos. Entre os quais: não comer carne de porco.

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Estão a imaginar um alentejano a deixar de comer carne de porco? Não pode ser.

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Mas há um pormenor a ter em consideração: os muçulmanos não podem comer carne de porco, mas podem comer carne de javali, "o porco selvagem", "o porco dos montes", sendo que "montes" era tudo o que ficava fora das vilas e aldeias. E cá está a minha teoria: os alentejanos inventaram o porco de montanheira justamente para dar a volta à questão, para poderem continuar a comer carne de porco sem pagar imposto nem serem excomungados. Por esta ordem de ideias, os montados não são mais que um sub-produto da arabização da Península.

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mpf

O movimento LandArt na Tapada da Ajuda

Workshop LandArt
22-25 Abril 05
Tapada da Ajuda / ISA (Instituto Superior de Agronomia)

Conferência “Pela Terra”
23 Abril 05, 15h00
ISA (Instituto Superior de Agronomia)
Calçada da Tapada, 1349-017 Lisboa

O nextART vai realizar o 6º workshop de Land Art, a decorrer na Tapada da Ajuda, em Lisboa, de 22 a 25 de Abril de 2005. Esta iniciativa, organizada em colaboração com o ISA (Instituto Superior de Agronomia), inclui também a conferência “Pela Terra”, que terá lugar no dia 23 de Abril, a partir das 15 horas, nas instalações do ISA.

Conferência “Pela Terra”

Organizada pela Artista Plástica Cristina Ataíde, esta conferência conta com a participação do Dr. Delfim Sardo (Director do Centro Cultural de Belém), o Arq. João Nunes (professor do ISA e Arquitecto Paisagista), a Dra. Raquel Henriques da Silva (Professora da Universidade Nova de Lisboa) e Gabriela Albergaria (Artista Plástica), entre outros oradores.

Um espaço de reflexão que abordará o movimento Land Art, sua origem histórica e ligação à contemporaneidade, nos contextos nacional e internacional, bem como a sua relação com a arquitectura paisagística.
Será discutida, também, a importância do espaço verde da Tapada da Ajuda no contexto urbano da cidade de Lisboa.

Workshop Land Art
Distribui-se por 4 dias de actividades práticas e teóricas de desenvolvimento artístico e pessoal. Em pleno coração de Lisboa, os participantes serão convidados a realizar trabalhos criativos, utilizando o espaço natural e os seus materiais como meio de reflexão acerca das relações entre o Indivíduo, a Natureza e a Arte.

Serão explorados temas como:
As diferentes percepções do espaço;
O corpo e os materiais naturais como elementos de trabalho para a intervenção na paisagem;
As interacções entre o contexto físico e humano do espaço rural;
As relações entre o indivíduo e o todo.

A recepção aos participantes é feita no Instituto Superior de Agronomia, na Tapada da Ajuda, no dia 22 de Abril (6ª feira), às 10 horas.
O workshop termina no dia 25 de Abril (2ª feira), às 20 horas.

Preços:
Workshop
150 Euros - geral, 120 Euros - para estudantes e jovens desempregados
Inclui almoços e jantares e participação na conferência.
Conferência “Pela Terra” (para não participantes do workshop)
8 Euros - geral, 5 Euros - para estudantes e jovens desempregados


Inscrições:
nextART Centro de Experiências Artísticas - Associação Cultural
Rua Duques de Bragança 6-A, 1200 Lisboat 213 421 215 m 916 878 485

Para mais informações:
Teresa Rutkowski (nextART)
tel: 213 421 215
tlm: 916 878 485

Palau de la Musica

A música está no ar...

Ou uma frase do género (ou outra igualmente foleira), serviu para anunciar a abertura da Casa da Música, muito festejada um pouco por todo lado. Farei o coro de protestos no meio do uníssono de aplausos.

No início resolveram mudar o nome de palácio da Música para casa da Música, por ser menos pomposo. Curiosamente o Palácio da música que conheço, em Barcelona (Palau de la Musica, brutalmente Wagneriano, com umas Valquírias pintadas no teto e muitos vitrais coloridos), é sem dúvida uma palhota ao lado da Casa da música (em termos de dimensão, porque é muita giro) . E com o dinheiro que gastaram, mais valia terem-na logo chamado Catedral da Música, para evitar confusões.


Palau de la Musica

E já agora, espero que o dinheiro gasto na casa da Música e no CCB (na sua construção e na sua programação) seja proporcionalmente distribuído pelo resto do país nos próximos 100 anos (para dar tempo aos decisores de fazerem as contas). É que a cultura, como o sol, quando nasce é para todos. E se gastaram uns valentes milhões nestes dois equipamentos e respectivas programações, então devem fazer outro tanto pelo país fora. E nem precisam de fazer discriminação positiva ou pagar os custos da interioridade; não; basta que gastem o proporcional por habitante em cultura que gastaram no Porto e em Lisboa (tipo uma "cultura per capita"). Só isso. Atenção: acho muito bem que se tenha feito o CCB e agora a Casa da Música. Mas não limitem o investimento cultural às grandes cidades.

Pequena nota de esperança - Espero pelo menos que agora aproveitem bem o equipamento, e que tenham sempre casa cheia por muitos e muitos anos.

quinta-feira, abril 14, 2005

Duvida existencial

Ainda alguma alminha caridosa me há-de explicar porque carga de água os malandros dos autarcas e similares precisam de ser renovados e os anjinhos da Assembleia não precisam. Não são todos eleitos tendo em conta a geografia do país? então porque é que os deputados podem ser isso a vida inteira e os autarcas não? é o poder da cidade grande que corrompe menos? é a capacidade intrínseca de servir o povo de um deputado ser superior á de um autarca, e por isso resistem melhor aos vícios do poder? e se um autarca passa a deputado ou vice-versa, então pelo facto de estar colado ao poder por 24 anos em cadeiras diferentes já não consideramos ser pecado? é isso?

Claro que ainda pode ser deputado Europeu, governador civil, ministro, funcionário do partido, secretário de estado, ou simplesmente ocupar um dos milhares de lugares cativos pelos partidos na Administração pública, podendo "viver" do seu cartãozinho rosa, laranja, azul ou vermelho, de acordo com a sua filiação, por umas boas centenas de anos; pelos vistos, uma carreira assim não é condenável; pelo contrário, a desmultiplicação em cargos distintos ao longo dos anos só demonstra iniciativa e desembaraço, podendo mesmo ser considerada como excesso de zelo no servir o povo.

Esta da necessidade de sangue novo na política por todo o Portugal Municipal, e depois não ter problemas em transformar a Assembleia num parque Jurássico ultrapassa-me...

Ratzinger



À cabeça de "fazedores" do Papa, Ratzinger. Ninguém se admiraria que comande os mais fiéis à sua linha teológica e à de João Paulo II, que lhe confiou, desde 1981, a temida Congregação da Fé, silenciando "dissidentes", entre outros, os teólogos Hans Küng, Leonardo Boff, Charles Curran, André Guindon, Antony de Mello, Jacques Dupuis e Marciano Vidal. Por isso, Leonardo Boff insiste que "a Cúria tem medo dos leigos, das mulheres e dos pobres", e Hans Küng é tão amargo no balanço do pontificado de João Paulo II.

Leia o artigo completo no Jornal de notícias

Link com a bolsa dos papáveis do El Mundo

Ratzinger = papável

O Cardeal Ratzinger, um dos tais que pertencem ao círculo de influência da Opus Dei, já reuniu 50 apoiantes; Actualmente, é o chefe da Congregação para a Doutrina da Fé, cuja missão é "promover e salvaguardar a doutrina da fé e da moral em todo o mundo católico" (João Paulo II). Antes de 1908, esta congregação era chamada Sagrada Congregação da Inquisição Universal (para os amigos a Santa Inquisição).

Para além dos 50 e pico cardeais, Ratzinger tem um clube de fãs desde 2000, que comercializa T-shirts, bonés, pins, autocolantes e canecas...

Ratzinger é uma espécie de Cão de Guarda do Conservadorismo católico, silenciando teólogos dissidentes (como é o caso dos que aderiram à teologia da Libertação), denunciando heresias (e heréticos) e corrigindo erros teológicos. Felizmente, já abdicaram dos autos de fé e das suas fogueiras pitorescas...



No meio deste cenário dantesco, esperemos que o Espírito Santo tenha uma palavrinha a dizer no conclave; a confirmar-se a mudez do santo espírito, os meus receios passam a ser realidade.

A Liberdade Hoje

III Festival de Narração Oral "Contos de Liberdade"
Faro S. Brás de Alportel Tavira
15 a 24 Abril '05


A III edição do Festival de Narração Oral "Contos de Liberdade", que acontece em várias localidades algarvias de 15 a 24 de Abril, conta este ano com contadores vindos de vários cantos do mundo: Brasil, S. Tomé e Príncipe, Espanha, Algarve e França. Associado à efeméride do nascimento de Hans Christian Andersen, haverá palestras, sessões de contos para meninos e para gente grande, e oficinas de contadores de histórias. O mote do festival, organizado pela ARCA - Associação Recreativa e Cultural do Algarve - em colaboração com várias entidades, é, como sempre, comemorar o 25 de Abril através da palavra, como instrumento de liberdade e partilha.

O Festival inicia-se sexta-feira, 15 de Abril, pelas 22h, no espaço AlMasrah, em Tavira, com uma "contada" por Roberto de Freitas, pesquisador, criador, cantador e narrador, eleito em 2004 o melhor contador do Brasil, no Simpósio Internacional de Contadores de Histórias. Traz-nos ".Do Fundo da Mata Ouvi", trabalho que já resultou na edição de um disco, construído sobre um intenso trabalho de pesquisa e recolha da tradição oral do interior brasileiro.

Durante o fim-de-semana de 16 e 17 de Abril, ainda em Tavira, Roberto de Freitas será responsável por uma oficina de contadores de histórias, com inscrições ainda abertas: "E nem tudo era uma vez.", destinada a interessados na arte de narrar, profissionais que cuidam e educam pessoas, agentes culturais, bibliotecários, etc.

Informações e inscrições através do Tel/Fax: 281321256 (AlMasrah), alteatro.c@gmail.com, ou 289804952 (ARCA); Mais informações

quarta-feira, abril 13, 2005

Vouga

Hoje na Factos (vem com a Focus), uma notícia de Miguel Monteiro sobre o projecto waterwaysnet, que tem como objectivo valorizar e dar a conhecer o Vouga às pessoas, os que aí habitam e os que o visitam. Não percam!

terça-feira, abril 12, 2005

ONU diz que Iraque está agora pior...

No «Relatório sobre o desenvolvimento humano nos países árabes», que analisa a situação das liberdades em mais de 20 países, os investigadores da ONU qualificam de «relativamente pobres» os direitos usufruídos pelos cidadãos no mundo árabe em geral e defendem que os países árabes devem acelerar as reformas democráticas para evitar problemas internos. Sobre o Iraque, os investigadores, escolhidos pela direcção do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), afirmam que o resultado da invasão liderada pelos Estados Unidos foi, até agora, pouco benéfico para a população iraquiana e que «as potências ocupantes foram incapazes de cumprir as obrigações das Convenções de Genebra sobre a protecção de civis». Segundo os investigadores, «o Iraque registou uma perda de segurança interna sem precedentes, com assassínios e actos terroristas na maior parte do território, incluindo ataques contra civis, estrangeiros, organizações internacionais e organizações humanitárias».

Um «estudo científico» citado pelos relatores aponta que cerca de 100.000 pessoas morreram no Iraque em consequência da invasão militar e violência que a seguir tomou conta do país. Para os especialistas da ONU, as mulheres são quem mais sofreu as consequências do conflito, uma vez que «correram e continuam a correr o perigo de serem sequestradas e violadas», não só por «grupos» como também por soldados, citando registos vários de militares que abusaram sexualmente de mulheres detidas.

«Milhares de iraquianos foram presos e torturados», lê-se no documento, detidos que eram maioritariamente civis e que «foram submetidos a tratamento desumano e imoral» em vários centros de detenção, entre os quais a prisão de Abu Ghraib. Esse tratamento, segundo o relatório, é «uma violação» das Convenções de Genebra, aprovadas em 1949 e que estabelecem os princípios do direito internacional em casos de conflito armado, nomeadamente quanto à protecção de civis. O relatório acusa ainda as forças de ocupação do Iraque de não cumprirem as suas obrigações em matéria de garantia de satisfação das necessidades básicas da população civil.

«As forças da ocupação esforçaram-se por restaurar as infra-estruturas básicas, mas foram incapazes de proporcionar os serviços de electricidade, água e telefone existentes antes da guerra», lê-se no documento. O documento refere, a propósito, que segundo um relatório da administração norte-americana, até finais de Outubro de 2004 as potências ocupantes do Iraque apenas tinham investido na reconstrução 1.300 mil dólares, «menos de 7% do total» de 18.400 milhões aprovados pelo Congresso dos Estados Unidos para esse fim.

No que diz respeito ao mundo árabe em geral, o relatório de desenvolvimento apela aos dirigentes para que eliminem «o buraco negro» que caracteriza os seus regimes e que impede a introdução de verdadeiras reformas democráticas.

Portugal Indymedia

Debate na Ler devagar

O Acordo Geral sobre o Comércio de Serviços (AGCS, mais conhecido pela sigla inglesa GATS), é um dos acordos mais importantes da Organização Mundial do Comércio (OMC). Tal como os restantes acordos da OMC, o fim do AGCS é a liberalização e o aumento do comércio internacional de serviços pela remoção das restrições "desnecessárias" e das regulações governamentais internas que, na sua óptica, são "barreiras" ao comércio entre países.

O AGCS é motivo de particular preocupação por duas ordens de razões. Em primeiro lugar o desenvolvimento económico sustentado requer o adequado fornecimento de serviços básicos, considerados hoje como bens públicos mundiais ou serviços de interesse geral. O fornecimento de serviços como a educação e a saúde deve ser analisado numa perspectiva de Direitos Humanos, e é frequentemente considerado como sendo da responsabilidade dos governos e não uma mercadoria transacionável no mercado. Em segundo lugar as regras do AGCS têm um impacto profundo nas capacidades dos governos e da sociedade civil em definir, acompanhar e regulamentar a prestação destes serviços de interesse geral.

Programa da acção

·Apresentação do GASIG - Grupo de Acção pelos Serviços de Interesse Geral;

·Enquadramento e síntese das príncipais regras/mecanismos do AGCS;

·O sector da água: apresentação e discussão de alguns dos impactos sectoriais do AGCS

·Debate



Data: 13 de Abril de 2005 pelas 21h30

Local: Lisboa, Livraria Ler Devagar

sábado, abril 09, 2005

Pé no Chão

Carta aberta ao Espírito Santo

Adital - Chegou a hora de, mais uma vez, você, uma das três pessoas da Santíssima Trindade (e não a terceira, pois não há hierarquia na comunhão de Amor), retornar a Roma. Imagino que não será uma tarefa fácil quebrar resistências cardinalícias e, entre tantos interesses geopolíticos, fazer predominar a sua vontade.

Dentrode pouco tempo os 117 eleitores do novo papa estarão encerrados no Vaticano. Duas vezes por dia irão até a Capela Sistina e, sob os frescos de Miguel Ângelo, cada um colocará seu voto numa patena. Nos primeiros trinta dias, será eleito quem obtiver 2/3 dos votos mais 1. Depois, bastará a maioria simples.

Suponho que o embate inicial será entre os cardeais italianos e os demais. Aqueles não se conformam de ter perdido o monopólio do papado, conquistado em 1522. Seguiram-se 44 papas italianos, até que Wojtyla apareceu como exceção à regra. Será que os eleitores darão uma nova chance aos demais continentes? É facto é que a maioria dos papas nasceu na Europa. Mas a África já foi contemplada com três. Não seria hora da América Latina, que concentra 52% dos católicos, merecer as sandálias do Pescador?

Tenho o meu preferido: dom Cláudio Hummes, cardeal de São Paulo, com quem trabalhei sete anos, como responsável pela Pastoral Operária do ABC. Posso entender por que ele figura entre os preferidos: tudo indica que os cardeais não elegerão alguém tão jovem quanto Wojtyla, coroado aos 58 anos, nem tão idoso que haja o risco de um novo conclave em breve.

O próximo papa sairá do grupo situado entre 65 e 73 anos, poliglota, com bom trânsito na Cúria Romana e, sobretudo, ortodoxo em matéria doutrinal e de fácil trato com a media e o público. Dom Hummes enquadra-se em todos esses critérios. Em geral, os ortodoxos são carrancudos e os bons mediáticos são progressistas.

Tomara que seu sopro seja sificente para quebrar, no novo sucessor de Pedro, resistências quanto à moral sexual, ao celibato facultativo, ao papel da mulher na Igreja, as células-estaminais, à bioética, temas congelados no debate interno da Igreja. Todos nós ansiamos por um papa que sobreponha o Evangelho ao direito canónico, a alegria à dor, o diálogo inter-religioso à apologética, o pão à cruz, o amor à lei, a espiritualidade aos preceitos.

O que poucos sabem é que os candidatos não são apenas os 117 eleitores. São todos os católicos de sexo masculino. Basta ser homem e ter sido batizado na Igreja Católica. Como Gregório Magno, prefeito de Roma, eleito em 590.

Venha, divino Espírito Santo, e renove a face de sua Igreja, para que ela seja de facto, como quis Jesus, luz no mundo e fermento na massa.

Frei Betto, Dominicano e escritor. Artigo completo na Adital.

sexta-feira, abril 08, 2005

Iniciativa na Ler Devagar

Pelo controlo dos serviços de interesse geral

Num momento em que o Acordo Geral sobre o Comércio de Serviços (AGCS) se aproxima do final de mais uma "ronda de negociações", iniciada em 2000 e que deverá terminar a 31 de Maio de 2005, importa reflectir sobre o que podemos, e devemos, fazer para garantir o controlo por parte dos cidadãos dos serviços de interesse geral que não devem, nem podem, ser geridos numa estreita óptica económica.

Com este objectivo, o CIDAC – Centro de Intervenção para o Desenvolvimento Amílcar Cabral promove um debate no próximo dia 13 de Abril de 2005 pelas 21H30, em Lisboa, na Livraria Ler Devagar com o seguinte Programa:
- Apresentação do GASIG - Grupo de Acção pelos Serviços de Interesse Geral;
- Enquadramento e síntese das principais regras/mecanismos do AGCS;
- O sector da água: apresentação e discussão de alguns dos impactos sectoriais do AGCS;
- Debate.

Esta iniciativa integra-se na Semana de Acção Mundial sobre Comércio, uma proposta de trabalho saída do último Fórum Social Mundial e que decorrerá de 11 a 16 de Abril.

Contexto
O Acordo Geral sobre o Comércio de Serviços é um dos acordos mais importantes da Organização Mundial do Comércio (OMC). Tal como os restantes acordos da OMC, o fim do AGCS é a liberalização e o aumento do comércio internacional de serviços pela remoção das restrições "desnecessárias" e das regulações governamentais internas que, na sua óptica, são "barreiras" ao comércio entre países.

O AGCS é motivo de particular preocupação por duas ordens de razões. Em primeiro lugar o desenvolvimento económico sustentado requer o adequado fornecimento de serviços básicos, considerados hoje como bens públicos mundiais ou serviços de interesse geral. O fornecimento de serviços como a educação e a saúde deve ser analisado numa perspectiva de Direitos Humanos, e é frequentemente considerado como sendo da responsabilidade dos governos e não uma mercadoria transacionável no mercado. Em segundo lugar as regras do AGCS têm um impacto profundo nas capacidades dos governos e da sociedade civil em definir, acompanhar e regulamentar a prestação destes serviços de interesse geral.

quinta-feira, abril 07, 2005

Nota de campo II

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Rana iberica, numa curiosa versão aquática do Romeu e Julieta....

Nota de campo

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Lycaena phlaeas, avistada hoje pelas 11.47h. A lagarta alimenta-se de Rumex acetosa e R. acetosella. Depende por isso de campos de cultivo abandonados. Existente em 43 países na Europa, estando presente em Àfrica, Ásia, chegando ao Japão.

FSP 2005

Reunião plenária de organizações prepara iniciativa temática Resistências e Alternativas

No próximo Sábado, 9 de Abril de 2005, nas instalações da Universidade de Évora, no Auditório Espírito Santo, pelas 14 horas, realizar-se-á um importante plenário de movimentos e organizações sociais cuja Ordem de Trabalhos é:

o Orçamento
o “Associação para a Gestão”
o Programa da Iniciativa Temática
o Mobilização.

É, pois, objectivo importante estabelecer o programa da actividade conjunta a realizar na manhã de 14 de Maio, no quadro da iniciativa Resistências e Alternativas, inserida no processo do Fórum Social Português.

A proposta em análise é a seguinte:

1. A actividade conjunta, que será composta pela apresentação de breves comunicações seguidas de um debate, terá dez oradores e cada intervenção não deverá ultrapassar os dez minutos;

2. Dez vastas áreas temáticas estarão na origem de igual número de comunicações. As áreas temáticas são: paz, ambiente, ensino, democracia, sexualidades, serviços públicos (incluindo saúde), trabalho, desenvolvimento e economia social, imigração, pobreza e exclusão social;

3. Com vista à escolha dos oradores, a reunião plenária será fraccionada em reuniões parciais. Em cada reunião, as pessoas e organizações que decidirem integrar uma das dez áreas temáticas, adoptarão por consenso a proposta de orador dessa área, a qual será submetida à aprovação do plenário.

4. A escolha das organizações e respectivos oradores está submetida a alguns critérios:

a) a comunicação tem de se inscrever, claramente, no tema do encontro Resistências e Alternativas;
b) o orador tem de ser um activista da organização consensualizada para intervir;
c) no conjunto das dez comunicações, a paridade de géneros é imperativa;
d) devem ser privilegiados os mais jovens activistas (até 40 anos);
e) as organizações alentejanas são prioritárias.

Sendo uma iniciativa inserida no processo do Fórum Social Português, pratica uma política de abertura total das suas reuniões onde todos os participantes beneficiam de direitos iguais.
O plenário de Évora, de 9 de Abril próximo, é uma excelente ocasião de integrar novas participações e acolher a vossa experiência concreta no encontro temático Resistências e Alternativas.

50 000

50 000 visitas indica o Site Meter. Uma efeméride efusivamente festejada neste blogo. Isto graças a todos os que passam por aqui, mais ou menos propositadamente. Em nome de todos os que vão postando por aqui, um abração de agradecimento aos nossos estimados visitantes!

quarta-feira, abril 06, 2005

LÉSBICAS NO III REICH

LÉSBICAS NO III REICH: SER INVISÍVEL OU DESAPARECER

Este ano, uma grande parte da Europa está a celebrar o 60º aniversário sobre a libertação da ocupação Nazi. Por esta ocasião muitos livros novos, análises e biografias estão a ser publicadas para manter viva a memória. Porém, uma página da história deste período negro permanece por contar, aquela do destino reservado às lésbicas na Alemanha no período 1933 – 1945. Muitos têm ido ao ponto de afirmar que as lésbicas não foram vítimas do regime Nazi. Estas afirmações parecem absurdas quando se leva em conta o facto de a homossexualidade ser considerada um defeito pela ideologia nacional-socialista e que muitas mulheres que não mantinham as suas tarefas tradicionais de casarem e ter filhos de forma a perpetuar a raça Ariana pura serem consideradas suspeitas. A ausência concreta de documentos, cartas, e testemunhos públicos constituem um sério desafio para aqueles que pretendem esclarecer o assunto. Quase sozinha nesta tarefa está a investigadora alemã Claudia Schoppmann. Devido à falta de história escrita, ela teve que recorrer a testemunhos individuais para juntar a história e manter a memória viva.

Um dos seus livros “ Zeit der Maskierung Lebensgeschichten lesbischer Frauen im Dritten Reich ( Dias de Mascaradas: Histórias de Vidas de Lésbicas no III Reich ) é uma comovente colecção de narrativas que relatam as opressões sofridas por lésbicas sob Hitler. Estas histórias relatam uma efervescente e eufórica atmosfera lésbica nos anos 20 em Berlim, a cidade casa de uma impressionante quantidade de bares, clubes, associações e revistas direccionadas a lésbicas. Apesar disto, esta vivacidade enfrentou ataques lesbofónicos violentos. De 1909 em frente, o governo tentava incluir mulheres polémico parágrafo 175 que criminalizava actividade homossexual entre homens. Mais tarde, durante anos, profissionais de lei Nazi, criminologistas e teóricos vão manter a pressão para incluir as mulheres no parágrafo 175. Para estes teóricos, o lesbianismo é uma ameaça à pureza racial e uma maneira de afastar mulheres dos homens e de dissociá-las da instituição do casamento.

Porém, por umas quantas razões diferentes o lesbianismo nunca será incluído no parágrafo 175. Primeiro, na sociedade alemã da altura, as mulheres eram excluídas de importantes posições políticas e administrativas; a sua influência não é portanto temida. Segundo, de acordo com relatórios médicos do final do século XIX, a homossexualidade feminina não é necessariamente contrária ao desejo de casar e cuidar da família. Esta última teoria reconforta a ideologia Nazi que mantinha que a homossexualidade era uma doença que podia ser tratada e a ideia que a homossexualidade podia estar largamente disseminada pela Alemanha certamente não estaria de acordo com a sua concepção de uma “raça pura mestra”.

Finalmente, relações ‘intimas’ entre mulheres são um assunto do dia a dia, identificar quais entre elas eram de natureza sexual seria simplesmente muito difícil. Era então considerado que a melhor maneira de evitar o alastramento da ‘epidemia’ era manter o assunto no silêncio e oprimido. Era por esta razão que as lésbicas escapariam ao destino dos homossexuais sob o regime Nazi: 50000 deles seriam condenados pelo parágrafo 175, e entre eles 15000 enviados para campos de concentração, 2/3 dos quais jamais regressariam. Porém o silêncio à volta da temática lésbica desta época não nos permitem calcular até que ponto elas eram perseguidas nem descartar o seu sofrimento.

Boletim -da ILGA-World -N York.
Tradução de Carlos Carrilhas-Opus Gay

100 aldeias da luz

A China vai desalojar à volta de 400.000 pessoas para construir o gigantesco projecto de desvio de águas do sul para o norte do país, anunciou hoje o governo.Os desalojados chineses serão retirados de 100 localidades ao longo de sete províncias. Diz o sínico.

Quer dizer, são bem mais do que 100 aldeias da luz, porque a Aldeia da Luz não tinha de certeza 4 000 pessoas...

Pé no Chão

SÁBADO, 16 - PÉ DE DANÇA
14.00h – 16.00h: Oficina de danças europeias com Lisou Guerbigny
16.30h – 18.30h: Oficina de danças africanas com António Tavares
21.30: Baile com Cravo e Ferradura (danças europeias)
Local > Balneário Rainha D. Amélia

DOMINGO, 17 - PÉ NO RIO
11h – 14h: Percurso de interpretação pelas margens do Vouga
Ponto de Encontro: Balneário das Termas

Local: Termas de São Pedro do Sul

Mais informações no site da Pédexumbo.

Porto de abrigo

Associação Cais - Fundada em 1994, esta Associação de Solidariedade Social visa a reinserção social da população sem-abrigo em Portugal. Para cumprir este objectivo publica uma revista vendida exclusivamente pelos sem-abrigo – que assim obtém uma receita digna – e promove oficinas de internet em instituições de solidariedade social. Algumas destas instituições que servem funcionam também como centros de distribuição da revista aos sem-abrigo em vários pontos do país. A Cais pretende ainda criar um Centro Cais em Lisboa, numa parceria com a Câmara Municipal e com a Santa Casa da Misericórdia. Boletim da Latitude Zero

terça-feira, abril 05, 2005

Opus operandi

Através de organizações integristas como a Opus, a Igreja logrou impôr como ética global a ética católica na sua versão mais conservadora em temas como a bioética, a eutanásia e as parelhas de facto. Estão a "confissionalizar" a política e a magistratura, diz em El Mundo o ex-director de assustos religiosos, Dionisio Llamazares.

Em Espanha, os membros da Opus ocupam lugares de destaque na política (ligados essencialmente ao PP), nas Universidades (contam com a Universidade de Navarra e uns quantos catedráticos espalhados por toda a Espanha), entre os Militares (fazem parte ddo círculo de influência da Opus os chefes de estado do ar, do mar e da terra), e em toda a hierarquia eclesiástica. No mundo controlam mais de 500 colégios e universidades, meia centena de rádios, 12 produtoras de cinema e televisão, 12 editoras, 604 jornais e revistas e 38 agências de informação.

No Vaticano, os acólitos da Opus suplantaram os Jesuítas no coração e na estratégia do falecido Papa. Joaquin Navarro Valls, membro da Opus, era responsável da estratégia mediática do Vaticano; Estalisnau Diwisz, secretário de João Paulo II está na sua esfera de influência; o Cardeal Sodano (número 2 do Vaticano), o cardeal Ratzinger e o cardeal Lópes Trujillo são fervorosos simpatizantes da Opus; Julián Herranz, Juan Luis Cipriani e Justo Mullor, pertencentes à Opus, controlam outros tantos lugares chave do Vaticano; o Cardeal Milán Dionigi Tettamanzi, um dos papáveis, também é controlado pela Opus; enfim, se a influência da Opus no mundo civil é impressionante, no eclesiástico é quase divina...

Texto extraído desta crónica impressionante, escrita por José Manuel Vidal e Ildefonso Olmedo, em Setembro de 2002 para El Mundo, mas com uma actualidade inquestionável.

Riqueza mal distribuída

A região de Lisboa e Vale do Tejo, onde se encontra um terço da população nacional, foi a que mais ganhou com a riqueza gerada pelo país entre 1995 e 2002. Ao todo, do acréscimo do Produto Interno Bruto (PIB) com cerca de 48 milhões de euros, Lisboa ficou com a maior parte 46%. À região Norte, com 35,5% da população, coube apenas 25,6% do total da riqueza criada, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística.

A repartição desigual do PIB, de acordo com os dados referentes aos sete anos, acabou por beneficiar regiões do país já desenvolvidas, como é o caso de Lisboa e Vale do Tejo.

Ler a notícia completa

À conta de um centralismo exagerado, de uma má gestão do território e da falta de regionalização, continuamos a agravar as assimetrias nacionais. Orgulhosamente (e estupidamente) sós, já que países como a républica checa, Holanda ou Bélgica, de uma dimensão não muito longe da nossa, têm regiões administrativas, e estas ajudam de certeza há justa redistribuição da riqueza.

Opus dei

Durante a guerra civil Espanhola, a Opus Dei foi um grupo muito activo no combate ao Governo republicano, a favor do General Franco. Este serviço foi posteriormente recompensado por Franco, durante a sua longa ditadura, onde destacados membros da Opus Dei foram ministros de Franco. Foi neste caldo de cultivo que se formou a organização hoje existente, o que explica a a sua natureza ultra-conservadora, fundamentalista, anti-democrática com pózinhos de fascismo da Opus Dei de hoje. Conta com mais de 85 000 membros, entre os quais 2000 padres. A sua estratégia é o controlo das elites e através delas, o controlo do poder. Só para dar um exemplo, no último governo de Aznar, havia 3 ministros da Opus. Na América Latina, controlam a maioria dos governos conservadores...

Para saber mais, vá a esta página.

A Culpa é das Focas

A indústria pesqueira da província da Terra Nova, no Canadá, tem vindo a sofrer drasticamente com a falta de bacalhau, devido à pesca desmesurada desde a década de 60 do século passado. Contudo são as focas que as focas que têm sido acusadas, condenadas e executadas em grandes números. A cobiça comercial – que causou o colapso da indústria pesqueira do bacalhau e, mais importante, a diminuição desta espécie – ameaça agora arrastar outra espécie do mesmo ecossistema para o mesmo caminho. Para esta indústria, espancar animais até à morte é a melhor forma de gerir este ecossistema.

Greenpeace - Boletim da Latitude Zero

segunda-feira, abril 04, 2005

O senhor que se segue

Depois da morte de João Paulo II, o que mais me tem assustado é a eventualidade de um membro da Opus Dei ser o novo papa. João Paulo II não deu a continuidade devida ao Vaticano II e a Igreja Católica voltou ao conservadorismo tradicional, perseguindo e afastando todos aqueles que tivesse ideias mais progressistas, como é o caso dos defensores Teologia da libertação. No entanto, o falecido papa promoveu a reconciliação das religiões e posicionou-se contra a guerra do Iraque.

Se a Opus Dei fica com o controlo total do próximo papa, então estamos prestes a entrar numa época de trevas e extremismos religiosos, bastante à imagem e semelhança da política de Bush para o mundo. A Opus Dei tem todas as características de uma seita, é uma organização semi-secreta, tentacular, com tráfico de influências como moeda corrente entre os seus acólitos, e com pretensões de poder. Se existe um Deus, deve estar muito descontente com esta Igreja hierárquica, conservadora, defensora dos ricos e poderosos, e (com a Opus Dei no poder) mais mafiosa que nunca.
Esperemos que assim não seja, para que a Igreja fique mais próxima daqueles que mais dela necessitam...

El Opus Dei busca a través de la práctica religiosa, el poder terrenal para la Iglesia Católica. Lo cual significaría un retroceso histórico al volver a confundir el Trono y el Altar bajo una misma fe o credo. Jorge Eliécer Salazar

Tavira Mais Verde

No início de Março deste ano entrou em funcionamento a “TaviraVerde”, empresa municipal responsável pelo ambiente de Tavira. A sua base de actuação vai concentrar-se principalmente no tratamento da água e dos esgotos, bem como na limpeza urbana e dos jardins do concelho. Segundo a autarquia, a constituição da empresa municipal TaviraVerde “é uma medida reformadora de toda a estrutura municipal relacionada com o ambiente e saneamento básico e visa prestar um melhor serviço aos cidadãos, através de adequados instrumentos de gestão, condicentes com os desafios dos nossos dias”.

AmbienteOnline - Boletim da Latitude Zero

sexta-feira, abril 01, 2005

Subsídios à agricultura

No Reino Unido, a companhia multinacional de açúcar Tate & Lyle está no topo dos subsídios à agricultura pelo segundo ano consecutivo, segundo revelou hoje o governo de sua majestade (ver mais aqui). Em 2003-4, a Tate and Lyle recebeu em nome da PAC (Política Agrícola Comum) mais de 120milhões de libras, o equivalente a metade dos seus lucros anuais. Os cidadãos europeus estão portanto a auxiliar empresários milionários a enriquecer (ainda mais) produzindo uma cultura tipicamente europeia: açúcar. Serão sinais da modernidade: quando antes empregavam escravos, hoje permitem que os escravos se empreguem, contribuindo, sob a forma de subsídio, com parte dos seus salários para o bem da empresa.

mpf

Papa

Independentemente da religião de cada um (ou da sua ausência), é absolutamente revoltante a forma como a televisão trata este assunto. Estando o homem agonizante, os vampiros mediáticos tratam o assunto como um reality show, esticando as notícias até ao limite, na esperança mal disfarçada de que o papa morra de um momento para o outro, de preferencia em directo. Deixem o homem morrer em paz!