quarta-feira, abril 27, 2005

Amarga celebração

Em 24 de abril, a diáspora Arménia pelo mundo comemorou o 90º aniversário do primeiro genocídio conhecido na história da humanidade. Este genocídio aconteceu em abril de 1915, quando o governo União e Progresso, historicamente conhecido como “Jovens Turcos” e que naquele momento governava o outrora Império Otomano, planeou o extermínio da população arménia localizada no sudeste da Turquia. Essa região, em redor do lago de Van e da população de Diyarbakir, é conhecida como a “pátria histórica dos arménios” e hoje encontra-se habitada maioritariamente pelo povo curdo.

O resultado da decisão dos “Jovens Turcos”, instigada pelo visir Talaat Pashá, foi a expulsão e posteriormente o massacre de 1,5 milhões de arménios, entre 1915 e 1916. Considera-se que a população actual na República da Arménia (antiga república soviética que conquistou a independência em 1991) supera os três milhões de pessoas, sem contar a numerosa diáspora arménia localizada, principalmente, nos Estados Unidos, França, Canadá, Suíça, América do Sul, Rússia, Síria e Líbano. Essa diáspora é estimada entre 4 e 5 milhões de pessoas.

O genocídio de 1915 foi a continuação dos massacres otomanos realizados entre 1894 e 1896 pelo então sultão Abdulhamid, que é lembrado historicamente como o “sultão vermelho”. Naquela época, uns 250 mil arménios morreram às mãos dos turcos e dos seus aliados curdos, chechenos e circassianos, que também viriam a "ajudar" a concretizar a macabra tarefa no genocídio de 1915 . Os turcos contaram ainda com a colaboração de oficiais alemães, seus principais aliados na I Guerra Mundial.

Roberto Mansilla Blanco, AIS. Leia o artigo completo.

Sem comentários: