terça-feira, abril 05, 2005

Opus operandi

Através de organizações integristas como a Opus, a Igreja logrou impôr como ética global a ética católica na sua versão mais conservadora em temas como a bioética, a eutanásia e as parelhas de facto. Estão a "confissionalizar" a política e a magistratura, diz em El Mundo o ex-director de assustos religiosos, Dionisio Llamazares.

Em Espanha, os membros da Opus ocupam lugares de destaque na política (ligados essencialmente ao PP), nas Universidades (contam com a Universidade de Navarra e uns quantos catedráticos espalhados por toda a Espanha), entre os Militares (fazem parte ddo círculo de influência da Opus os chefes de estado do ar, do mar e da terra), e em toda a hierarquia eclesiástica. No mundo controlam mais de 500 colégios e universidades, meia centena de rádios, 12 produtoras de cinema e televisão, 12 editoras, 604 jornais e revistas e 38 agências de informação.

No Vaticano, os acólitos da Opus suplantaram os Jesuítas no coração e na estratégia do falecido Papa. Joaquin Navarro Valls, membro da Opus, era responsável da estratégia mediática do Vaticano; Estalisnau Diwisz, secretário de João Paulo II está na sua esfera de influência; o Cardeal Sodano (número 2 do Vaticano), o cardeal Ratzinger e o cardeal Lópes Trujillo são fervorosos simpatizantes da Opus; Julián Herranz, Juan Luis Cipriani e Justo Mullor, pertencentes à Opus, controlam outros tantos lugares chave do Vaticano; o Cardeal Milán Dionigi Tettamanzi, um dos papáveis, também é controlado pela Opus; enfim, se a influência da Opus no mundo civil é impressionante, no eclesiástico é quase divina...

Texto extraído desta crónica impressionante, escrita por José Manuel Vidal e Ildefonso Olmedo, em Setembro de 2002 para El Mundo, mas com uma actualidade inquestionável.

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