quarta-feira, abril 20, 2005

O que esperar de Bento XVI

No discurso aos cardeais na abertura do Conclave, segunda-feira, Ratzinger reafirmou a sua linha dura e ortodoxa de trabalho, confirmando a concentração de poder da Igreja europeia. Conclamou aos eleitores que defendessem uma igreja firme e conservadora, capaz de enfrentar o marxismo, o liberalismo e as seitas. E é essa linha a escolhida por mais de 78 (2/3 + 1) dos cardeais do mundo, que renunciaram a uma igreja que valorizasse a aproximação com a humanidade, abrindo frente para combater os problemas como a fome, a pobreza, a guerra, o pluralismo das culturas e, dentro da igreja, renunciaram à colegialidade, à participação, ao pluralismo teológico, a um novo entendimento da moral e da ética no mundo de hoje, e à valorização plena da mulher.

Adital

Responsável pela excomunhão de teólogos reformistas como Hans Küng e Eugen Drewermann, na Alemanha, Ratzinger foi um dos que impuseram o silêncio ao brasileiro Leonardo Boff, hoje afastado da Igreja. No documento “Dominus Jesus”, Ratzinger acusou as outras igrejas de errarem por não aceitar o Papa como líder religioso de todo o mundo, o que provocou uma onda de críticas na ocasião.

O novo Papa considera o feminismo um fenómeno inquietante porque “equipara homens e mulheres e ignora as diferenças biológicas entre os sexos”. No ano passado, eliminou a participação da Igreja em programas de apoio moral a mulheres que fariam aborto. Em agosto de 1999, suspendeu as actividades pastorais de uma freira e um padre americanos que davam assistência a comunidades de gays e lésbicas de Washington.

Weltton Máximo (extraído do blog de Ricardo Noblat).

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