Que la pluma sea también una espada y que su filo corte el oscuro muro por el que habrá de colarse el mañana [Subcomandante Marcos]
sexta-feira, julho 23, 2004
Natureza inspiradora
mpf
Without Warning
Without warning,
as a whirlwind
swoops on an oak,
Love shakes my heart
"Sapho" (C. 600BC)
Maior do que tudo
Guitarra(Carlos Paredes)
A palavra por dentro da guitarra
a guitarra por dentro da palavra.
Ou talvez esta mão que se desgarra
(com garra com garra)
esta mão que nos busca e nos agarra
e nos rasga e nos lavra
com seu fio de mágoa e cimitarra.
Asa e navalha. E campo de Batalha.
E nau charrua e praça e rua.
(E também lua e também lua).
Pode ser fogo pode ser vento
(ou só lamento ou só lamento).
Esta mão de meseta
voltada para o mar
esta garra por dentro da tristeza.
Ei-la a voar ei-la a subir
ei-la a voltar de Alcácer Quibir.
Ó mão cigarra
mão cigana
guitarra guitarra
Lusitana.
(Manuel Alegre)
NAU CATRINETA
(ou de como enquanto houver riso assim nem tudo está perdido em Portugal)
NAU CATRINETA
Lá vem a Nau Catrineta
Que tem muito que contar
São Paulo Portas à proa
Santanás a comandar
Ouvi agora senhores
Uma história de pasmar
D. Bagão conta o pilim
D. Morais trata das velas
D. Guedes limpa com VIM
Tachos, pratos e panelas
D. Pereira na enfermaria
Conta pensos e emplastros
E o D. António Mexia
Põe vaselina nos mastros
D. Durão deu à soleta
Enjoou de andar à vela
E Santa Manuela Forreta
Largou-os sem lhes dar trela
Aflito El-Rei Sampaio
Com estas novas tão más
Disse aos bobos de soslaio
Chamai lá o Santanás
Aqui estou meu Senhor
Vós mandasteis-me chamar?
Soube agora desse horror
D. Durão vai desertar?
Cala-te lá meu charmoso
Não me lixes mais a vida
Troco um cherne mal-cheiroso
Por um carapau de corrida?
Pobre da Nau Catrineta
Já lamento a tua sorte
Esta marinhagem da treta
Nem sabe onde fica o Norte
Parece que já estou vendo
Em vez de descobrir mundo
Ao primeiro pé de vento
Espetam com o barco no fundo
Ou então este matraque
Com pinta de Valentino
Gasta-me a massa do saque
Nas boîtes do caminho
Não se aflija meu Rei
Que agora vou assentar
Pois depois do que passei
Cheguei onde quis chegar
E por aquilo que passei
Aqui ninguém nos escuta
Eu quero mesmo é ser Rei
E vamos embora à luta
A confissão do torturador
Eduardo Galeano
O sistema de poder confessa a sua verdadeira identidade através das torturas que inflige. Nas câmaras de tortura, os que mandam arrancam a sua máscara.
Assim ocorre no Iraque, para citar um exemplo. Para apoderar-se do Iraque, apesar dos iraquianos e contra os iraquianos, as tropas de ocupação actuam com realismo: pregam a democracia e a liberdade e praticam a tortura e o crime. Quem quer o fim, quer também os meios. Ou por acaso alguém pode acreditar que existe outra maneira de roubar um país?
O resto é puro teatro: as cerimónias, as declarações, os discursos, as promessas e a transferência da soberania, que passa dos Estados Unidos para os Estados Unidos.
Acontece que o poder não diz o que diz. Por exemplo: quando diz "terrorismo no Iraque", em muitos casos deveria dizer: "resistência contra a ocupação estrangeira”.
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A sustentabilidade é possível
19 a 21 de Julho de 2004
“A sustentabilidade é possível – Agenda 21 local”
CONCLUSÕES
Será que a sustentabilidade é mesmo possível?
Depois de três dias de grande intensidade e de um excelente nível do Curso, mais acreditamos que sim. Esta é mesmo a grande conclusão: a sustentabilidade é possível.
O Século XX trouxe e consolidou a democracia, vivemos no Século da sustentabilidade e necessariamente da participação.
Em Portugal, a falta de participação cívica e a crónica demissão dos deveres cívicos constituem uma realidade cuja causa assenta, essencialmente, num problema cultural. Uma fortíssima aposta na educação e na formação, essencialmente de competências, é a resposta.
A Agenda 21 Local surge como uma opção incontornável. O apelo à participação, à partilha de responsabilidades está directamente relacionado com a solução de problemas: problemas locais, soluções locais. Ninguém pode ficar de fora. O fácil acesso à informação e uma sólida estrutura de comunicação local, lúcida, simples, transparente, realística, adaptável e sedutora é, desde o inicio, fundamental.
Não há desenvolvimento sustentável sem comunicação, esta é fundamental à participação.
A Agenda 21 é evolutiva. A configuração e implementação de bons e sólidos indicadores locais de sustentabilidade é o garante do processo de longo prazo.
As três dimensões – social, económica e ambiental – são essenciais para um processo de desenvolvimento personalista, como se deseja. O desenvolvimento pessoal está em primeiro lugar.
É necessário um forte propósito para quebrar os ciclos geracionais de pobreza.
Os bons exemplos existem e estiveram presentes – “a sustentabilidade é possível” -, entre outros: “Cafés Delta” – a empresa ética e sustentável; BCSD – Portugal – o associativismo empresarial sustentável pró-activo; cooperativismo – a empresa comunidade; Associação de Defesa do Património de Mértola – onde sustentabilidade é uma realidade; Barrancos e Penamacor – o inconformismo sustentável. Soria (Espanha) a referência. O exemplo de Soria como Agenda 21 Local de última geração.
Os governos e as administrações central, regional e local, devem ser os grandes mobilizadores da mudança, promovendo e facilitando a cidadania. Não há falta de meios para o desenvolvimento sustentável. Há sim, falta de cultura e propósitos que possam sustentar projectos de Agenda 21 local sólidos e evolutivos. A comunicação social tem uma elevada responsabilidade na sustentabilidade local e na mobilização da comunidade. É fundamental que a comunicação social perceba e exerça o seu papel no caminho de uma sociedade participativa e sustentável.
A pobreza não é um fatalismo e a qualidade de vida é possível. Desde Borba os participantes, cerca de oitenta, no Curso de Verão reclamam a responsabilidade dos poderes públicos e privados, bem como dos cidadãos individualmente considerados.
A agenda 21 Local é um processo irreversível e incontornável. Quem pode ficar de fora?
Borba, 21 de Julho de 2004
quinta-feira, julho 22, 2004
Mediatismo
Não sou a favor nem contra: constato um facto insistentemente reincidente, que me tem levado a evitar comprar o Público (quer dizer, houve um dia em que comprei, e lá andei a arrastar a carantonha do Santana por todo o lado, com o seu sorriso subtil, a olhar-me de esguelha).
Mas por detrás deste fenómeno mediático, existe um terrível problema social, neglegenciado por toda a gente. É que daqui a pouco tempo, os desgraçados dos jornalistas vão ter que retocar as fotografias de Santana em Photoshop, para não se repetirem. Já viram o drama destes pobres tipos? ter que arranjar uma fotografia diferente todos os dias, sempre melhor que a dos outros jornais? e isto tudo, a ter que aturar a tromba do 1º Ministro Santana (até me custou escrever isto no teclado - não a "tromba", claro está) todos os dias, com ampliações gigantescas, decompondo a sua imagem pixel por pixel, até à exaustão fractal; nem com o salário do director geral das Finanças me sujeitava a essa humilhação (quer dizer, se me fizessem uma oferta assim, iria reflectir longamente antes de aceitar, tipo 2 minutos). Ele há limites para os sacrifícios que pedem ao povo Português em geral e aos Fotógrafos Jornalistas em particular.
BSP na mente dos políticos
Andanças 2004 - VII
CONCERTOS NA CAPELA
Música Barroca, Canto Alentejano, Violas campaniças, Olive Tree, Trad e Várius.
ESPECTÁCULOS NO PALCO
Tango, Dança Oriental, Dança Africana “De nos manera”, Hojitetembua, Danças Bascas, Brasílicas, Street Dance.
OUTRAS INICIATIVAS
Percursos Pedestres - 4 percursos devidamente sinalizados e com textos de apoio, com possibilidade de serem acompanhados por guias da natureza: Manhouce, Candal, Carvalhais e Termas são os pontos de partida dos percursos.
Passeios na Serra - Visitas guiadas à Serra, com uma abordagem multidisciplinar: Biologia, Geologia e Património. Associação 4.6 e colaboradores.
Animação de Rua – A festa sai à rua. Ficar indiferente é proibido.
Bookcrossing, com a criação de espaços para “libertar” livros, com um espaço para leitura e pequena biblioteca da Câmara Municipal de S. Pedro do Sul.
Conversas em espaços determinados para o efeito, sobre temáticas diferentes, que irão desde desenvolvimento regional até às recolhas de música e dança.
Refeições sem lixo, o que se traduzirá no desconto de 50 cêntimos nas refeições para quem utilize os seus próprios pratos, talheres e copo (reutilizáveis), esperando reduzir o lixo produzido durante o festival. A organização criará espaços próprios para a lavagem de loiça.
CONFERÊNCIAS
Da tradição falada à escrita da tradição – Margarida Moura
Dança e comportamento humano - Luisa Roubaut
A raça asinina das terras de Miranda – Associação do estudo e protecção do gado asinino
Sabor livre “por um rio Sabor livre de barragens” – Associação do estudo e protecção do gado asinino
As artes de rua em Portugal - Artelier
Andanças 2004 - VI
As actividades situam-se num jardim junto ao festival, com sombras para dormir e muito espaço para brincar, além de uma programação muito alargada.
Percussão para crianças - Kula
Pinturas de rosto - Artelier
O porquinho dorminhoco – Patrícia Jorge
Teatro para crianças – Blim zim zim
Danças Tradicionais Europeias – Dália Lourenço
Ouvir e fazer histórias – Raquel Gaspar
Danças criativas – Filipa Marcelino
Audições activas – Dinis Mendes e Eddy Cabral
Circo e malabares – Glória Tarre
Sapateado americano – Pollyanna Jazmine
Street Dance – PacasDança Africana – Petchú
Danças Brasílicas – Mª Carmen Queiroz
Dança nas cores – Niza Bela
Mobiles e Caleidoscópios – Joana e Maria Rego
Oficina de Culinária – Hugo Cardoso
Oficina de fotografia - Photosapiens
Andanças 2004 - V
Uma série de actividades que se inserem na filosofia do festival, que permitem descontrair, aprender ofícios tradicionais ou por exemplo tocar um instrumento musical.
Cante Alentejano - Ganhões (a confirmar)
Canto Tradicional – Isabel Silvestre
Crossing Zone ( biblioteca itinerante) – bookcrossing
Consciência corporal – Brunio Gonçaves
Contadores de Histórias na fogueira – Marco Luna, Luís Carmelo, Luís Silva e Raquel Gaspar
Encontros do umbigo - Miguel Bento
Máscaras e Gigantones – Victor Valente
Oficina de circo e dança com elementos de circo – Glória Tarre
Oficina de Tocadores: Flauta (barroca e de bisel) – Joana Amorim
Oficina de Tocadores: Violino – Nick
Oficina de Tocadores: Gaita de foles galega – Félix Rodriguez
Oficina de Tocadores: Viola Campaniça – Pedro Mestre
Oficina de Tocadores: Didgeridoo – Renato Oliveira
Oficina de Tocadores: Darbouka – Baltazar Molina
Oficina de Tocadores: Djembé – Gueladjo Sane
Oficina de Tocadores: Cajón – Félix Rodriguez
Oficina de Tocadores: Tablas – Les Aminches
Pintura em tecido – Tuxa Martins
Meditação e Tantra Yoga - Dada
Jogo do Pau- Nuno Russo
Mu da cor do sentir – Mu da Cor
Passes mágicos – Marco Cruzeiro
Tai Chi Chuan – Mariyana Ilieva
Teatro de Rua - Artelier
Desenho – Sara Inácio
Escrita Criativa – Maria Cardoso
Arte e natureza – Sara Inácio e Carlos Carrilho
Massagem Chinesa – Marta Dinis
Hidroginástica – Elisa Queirós
Yoga – Associação lusa de Yoga
Yoga – Centro de Yoga de Sintra
Origami – Manuela Galante
Construção de espantalhos- Teatro do Elefante
Passeios de Burro, exposições de fotografia, palestras e ciclo de cinema - Associação do estudo e protecção do gado asinino
Andanças 2004 - IV
Mais do que ver, trata-se de participar e fazer. Sem complexos, diversas oficinas para aprender danças tradicionais de todo o mundo.
Boogie-Woogie - Jean – Philippe LegrandBourrée – Cie Coclet
Capoeira – Umoi Souza
Contacto Improvisação – Rocio Morisson
Dança Africana - Hojitetembua
Dança africana tribal – Cia Koumi
Danças Bascas – Mikelats
Danças Budistas – Célia Ventura
Danças Búlgaras – Mariyana Ilieva
Dança de Cabo Verde – José Barbosa
Dança da Bretanha – Eric Vercelleto
Danças da Finlândia – Marina Vasques
Danças Brasílicas – Pedro Pernambuco
Danças Ciganas – Myriam Szabo
Danças de Israel – Javier Muela
Danças Criativas – Tatiana Trepado
Danças Europeias – Koen Dhont
Danças Ibéricas – Daniel Peces
Danças da Geórgia – Malkhaz Kunchulia
Danças da Irlanda – Suso Cancelas
Danças Orientais - Elsa Shamce
Danças Orientais - Iris
Danças Russas - Dobranotch
Danças tradicionais portuguesas – Margarida Moura
Danças de Itália – Le Striare
Danças de Itália - Spakkabrianza
Funk - Mayuka
Kizomba – Pedro Vieira (Petchu)
Pauliteiros de Miranda – Galandum Galandaina
Raízes tradicionais africanas - Petchu
Rock n' roll – Patrícia Jorge
Salsa, ritmos cubanos e roda de casino – Espasso Latino
Sapateado Americano – Pollyanna Jazzmine
Sapateado e ritmo – Arthur Dorweiler
Street Dance - Pacas
Tango e Milonga – Esquina de Tango
Danças Portuguesas - 9 ranchos Folclóricos
Andanças 2004 - III
Quem já conhece, dispensa apresentações. Para quem está a descobrir, prepare-se, pois há quem diga que os bailes duram enquanto houver música e essa nunca acaba.
BÉLGICA: Naragonia Quartet
ESPANHA: Mikelats (Bascos), Kcachaka-Karrakachaka (Castela)
FRANÇA:Vachinton.G; Minuit Guibolles; Les Aminches; Cie Coclet
ITÁLIA:Spakkabrianza (Norte); Le Striare (Sul)
PORTUGAL: Monte Lunai, Uxu-Kalhus, Gaitafolia, EGG, Muuuu!!!!, Master Mixadada, Kulirimar, Danças e Toques do Caramulo, Beltane, Dazkarieh, Galandum Galandaina, Alafum, Rondel, Trad e Varius, Rootscaravan, Hojitetembua, 100% BCV. Põeplay, Algazarra. Rancho de Ribamar, Pindelo dos Milagres, R. Freguesia de Serrazes, R. De Manhouce, R. De Passos de Silgueiros, R. Folclórico de Penalva do Castelo, Grupo Folclórico de Alvarães, R. Folclórico Camponeses de Riachos, R. Folclórico das Lavradeiras de Negrelos
RÚSSIA: Dobranotch
Andanças 2004 - II
Orquestra surpresa – para abrir o festival, oportunidade para ouvir músicas de sempre, num ambiente diferente daquele que nos habituamos a ver no Andanças.
Moinhos de Água – um Circuito de treze Moinhos de água recentemente restaurados pela Câmara Municipal de São Pedro do Sul, (que disponibilizam Bar, Biblioteca e Artesanato), onde iremos promover diversas actividades paralelas.
Comércio Justo, que consistirá na utilização de produtos do Comércio Justo, juntamente com os produtos locais, nas refeições do festival.
A Banda Lhar – projecto proposto pela PédeXumbo, em que convidamos todos os músicos a ensaiarem em conjunto, algumas músicas que já nos habituamos a ouvir, tocadas por elementos de diferentes formações musicais. Este concerto será apresentado no encerramento do festival.
Inauguração de um percurso pedestre – Mais uma excelente proposta para poder desfrutar da Serra da Gralheira de uma outra forma. Rota da Cárcoda – Carvalhais (Inauguração a 01 Agosto, pelas 9h da manhã, com início na escola Profissional de Carvalhais). No dia anterior, Sábado, será a inauguração do percurso do Castro do Banho, a começar nas Termas de S. Pedro do Sul, à mesma hora. Sábado e Domingo terá também lugar em Santa Cruz da Trapa o Festival da Broa, com muitas actividades propostas. Por isso, para quem chegar antes do Andanças começar poderá aproveitar para fazer percursos pedestres pela manhã e participar no festival da Broa pela tarde.
Ano Internacional da Água – respondendo ao repto da Associação de Jovens Professores da Região Alentejo, a PédeXumbo decidiu aderir à campanha promovida por esta associação, com vista à sensibilização para o Ano Internacional da Água. O objectivo passa por construir a maior faixa de Pano do Mundo (através do nossa oficina de pintura em pano), que unirá Évora à Aldeia da Luz e pela sensibilização para a criação de um Centro Interdisciplinar onde a água é o tema nuclear.
Tendas de música gravada dinamizadas por monitores – iremos promover neste espaço, à noite, uma forte ligação às oficinas que decorreram durante o dia (com a presença do monitor).
Andanças 2004 - I
1 a 7 de Agosto 2004, São Pedro do Sul
Na sua 9ª edição, e de 1 a 7 de Agosto o Andanças vai reunir no mesmo espaço todos os que chegam, não para ver mas para fazer. Durante o dia, decorrem oficinas de dança, à noite... baila-se!
O reencontro tem nova data
É verdade, o Andanças este ano mudou de data, passou a realizar-se na primeira semana de Agosto, mas em tudo o mais continua igual a si próprio: um local de partilha, de descoberta, de convívio, de relação com o outro, e de dança, muita dança e música, numa semana única para muitos de nós.
Tendo por base a cultura participativa, em que é difícil quantificar aquilo que cada um dá e recebe durante o festival, continuaremos a propor a criação de experiências e percursos por cada uma das actividades, passando pelas oficinas de dança, pelos bailes, pelas conversas, pela descoberta da Serra..., tudo isto de forma informal. Para dar as boas vindas a todos os participantes, este ano, temos uma orquestra surpresa, proporcionada pelos nossos parceiros: Centro de Promoção Social de Carvalhais.
Entretanto, a comemoração de 10 anos de Andanças já está em preparação, pelo que convidamos todos a contribuir para esta grande festa a acontecer daqui a um ano (espera-se!) e a deixarem-nos as vossas sugestões, no próprio local ou no site mais tarde, para a realização do Andanças 2005. Pensamos assim estender o ideal de cultura participativa e de partilha ao máximo, ou seja, ao ponto dos próprios participantes tomarem parte da programação do festival.
Boas Andanças e até já!
TrebilhadouroIV
23-25 de Julho de 2004 Vale de Cambra
Trebilhadouro era uma aldeia com passado, sem esperança de futuro, a quem o festival deu um presente. Um presente que é o resultado do amor de um grupo de pessoas por esta aldeia. Um grupo de pessoas que um dia ousou sonhar uma intervenção nesta aldeia, para ela não se perder para sempre.Cortar um futuro sombrio implica atravessar silvas, pedras e ultrapassar barreiras de todo o tipo. Durante 3 dias a aldeia transforma-se em palco de um mundo que está a desaparecer, a cair no esquecimento: o mundo das artes e culturas tradicionais. Durante estes 3 dias vão-lhe ser apresentadas artes que estão a cair no esquecimento, que foram ultrapassadas por maior rapidez de produção e de vida, outras que são inovadoras, que estão agora a crescer, fruto do trabalho e vontade de gente atenta a essa perda. Para mais informações, vá a este site.
quarta-feira, julho 21, 2004
Acusações injustas
Relativamente aos outros ministros, é uma mentira absurda acusá-los de desconhecimento das pastas. Na sua esmagadora maioria, estão ligados a empresas do sector, defendendo os interesses de fortes grupos económicos. Esta esquerda (e alguma direita não populista) é mesmo falar mal só por falar....
Investigação em Portugal
[Dizem que] Somos uns privilegiados, fazemos na vida aquilo que escolhemos, ganhamos bem (atendendo aos padrões portugueses), não trabalhamos demais (outra vez os padrões portugueses), viajamos muito. À primeira vista, nada parece justificar o desânimo generalizado. E no entanto...
O colóquio recente sobre o futuro científico em Portugal trouxe o assunto para os jornais. Ministros cantam-nos loas, fazem promessas de milhões de euros, promessas de milhares de novas bolsas, promessas de empregos que hão-de vir. Pintam um futuro radioso para a Ciência portuguesa - mas nós, que futuro é o nosso? Porque, ao mesmo tempo que no-lo dizem, vão juntando que "as bolsas são e têm de ser de carácter temporário"... Eu, como alguns de vocês, faço investigação há quase 10 anos (sim,o tempo passa tão depressa...), graças às sucessivas bolsas da FCT e do instituto onde estou. Esperam que ao fim de todo este tempo e esforço, passado já o limiar dos 30 há anos, eu vá à procura de emprego onde? Que contributo posso eu dar para a rudimentar indústria portuguesa - eu, vinda da física fundamental, e todos aqueles que vêm de áreas teóricas e/ou não-aplicadas? Que empregador vai querer pagar-nos uma sobre-qualificação de que não precisa?
Os efeitos colaterais disto tudo são evidentes. Mesmo assim, alguns de nós escolhemos continuar. Procurar novo financiamento todos os 2 ou 3 anos. Mudar de país,de casa e de amigos com a mesma periodicidade. Estar longe da família. E adiar a "vida normal" (casar, ter filhos, ter férias no Verão, pertencer a um local,...) por tempo indeterminado. Num país onde a taxa de analfabetismo é ainda de 8%, e onde a taxa de analfabetismo funcional ultrapassa de certeza os 50%, somos uma elite perdida num mar de contradições. Entre aqueles que nos tecem louvores e os outros que nos consideram um inútil sumidouro de dinheiro (às vezes os mesmos...), perguntamo-nos se vale mesmo a pena (pessoal e socialmente falando). Deslumbrados por termos chegado tão longe, deprimidos por não nos vermos chegar a lado nenhum. Acreditámos que podíamos ter tudo. Mas o sonho é como um castelo de cartas numa corrente-de-ar.
Catarina (Físicos)
Prisão injusta
Bernardo Valdés Paços, membro de Nunca Máis Lugo, que participou dunha concentración convocada por Nunca Máis en plena crise do Prestige contra a visita de Mariano Rajoy a devandita cidade, recebiu este mes de xullo a sentenza do proceso xudicial no que se viu envolto por mor da súa participación neste acto, e no que foi acusado de “atentado contra á autoridade” e “lesións”; acusacións das que diversas testemuñas que declararon no xuizo sinalaron como falsas. Neste xuizo as únicas declaracións que se consideraron que tiñan credibilidade foron aquelas realizadas polo membro da Policía Nacional que acusou a Bernardo Valdés Paços; as outras testemuñas carecían de credibilidade e imparcialidade para o xuiz.
Desde Nunca Máis queremos amosar o noso rexeitamento a esta actuación xudicial, a esta sentenza que ataca as liberdades e os dereitos fundamentais, asi como a nosa solidariedade co compañeiro Bernardo Valdés Paços, e desde este momento facemos público que non nos quedaremos calados nen caladas ante esta situación e proximamente anunciaremos actuacións da Plataforma Nunca Máis para denunciar esta situación e para denunciar este ataque contras as liberdades e os dereitos fundamentais dos cidadáns e cidadás no noso país.
Por esta razón facemos un chamamento á solidariedade urxente e masiva co compañeiro Bernardo, polo que estamos a recoller sinaturas de colectivos e persoas. Para facernos chegar as vosas mostras de apoio e solidariedade podedes enviarnos un correo a contacto@plataformanuncamais.org ou un fax ao 982253891 co nome do voso colectivo ou ben cos vosos dados (D.I, profesión e concello). Agardamos as vosas mostras de apoio, non aos suizos políticos!
Tempo de lobbies…
Nascido dum aleijão democrático, este governo sai pior que a encomenda. Quanto ao pai, à mãe e ao padrinho, estamos conversados. Na equipa ministerial, é óbvio o reforço dos grandes lobbies económicos, desde logo nas Finanças: Manuela Ferreira Leite, ‘queimada’ pela obsessão do défice e com parte do trabalho sujo já realizado, dá lugar a Bagão Félix no ministério com maior poder e influência. Com o novo Código do Trabalho no bolso e a lei do trabalho temporário que eterniza a precariedade, Bagão bem pode preparar novas benesses fiscais à banca e às seguradoras que multiplicam lucros em tempo de crise, no remanso da zona franca da Madeira; e a promessa de baixar o IRS, em ano de eleições, não é para diminuir a fuga, a evasão e a injustiça fiscais.
No núcleo duro do governo há um regresso às lides da política: Álvaro Barreto, ex-ministro da Agricultura, cabeça de lista do PSD por Beja nos anos da machadada final na reforma agrária, o tal que saiu queixando-se que perdia dinheiro no governo – bela noção de serviço público! – e voltou à gestão empresarial, na Soporcel. Coincidência ou talvez não, regressa na fase final de privatização da Portucel, que conheceu percalços como a retirada da Sonae. O mais grave é a acumulação das pastas da Economia e do Trabalho nas mãos dum homem do grande capital, a mais descarada opção de classe deste governo: a cidadania no trabalho, os direitos sociais e até a IGT subordinados aos interesses do patronato. E que sentido faz separar do Trabalho a área da Segurança Social, diluída nas questões da família e da criança? Só numa concepção assumidamente assistencialista e não solidária, de entrega das reformas e pensões à especulação bolsista dos fundos e das seguradoras.
Com a privatização da GALP em marcha, apesar da contestação do grupo Carlyle, António Mexia vem gerir o maná das obras públicas, com petiscos como o aeroporto da Ota e o TGV. Significativa é a continuação na Saúde de Luís Filipe Pereira, homem de mão do grupo Mello, quando se prepara a entrega da construção e exploração de novos hospitais (como o de Loures) a privados. O CDS-PP sai reforçado com a ida de Luís Nobre Guedes (advogado de empresas do sector das águas) para o Ambiente que tutela a privatização das Águas de Portugal, formando dupla com Telmo Correia no Turismo. Paira no ar a destruição o que resta da nossa costa e das áreas de paisagem protegida…
Do governo anterior, ao que parece por cunha de Durão Barroso, continuam José Luís Arnault e Nuno Morais Sarmento - este com o título de ministro de Estado mas em nítida perda de poder e de confiança política por parte de Santana Lopes. Significativa é a nomeação do novo MAI, a pedido de Dias Loureiro: Daniel Sanches, director do SIS durante o período de crise na Ponte 25 de Abril, na época das escutas telefónicas generalizadas e dos célebres relatórios secretos sobre estudantes e sindicalistas. Será esta a resposta do governo à previsível subida da contestação social e cívica nos próximos tempos: um ‘bufo’ à frente do MAI?
Face ao panorama da governação à direita, o cenário não é animador no maior partido de oposição. Confesso que me enganei, na semana passada, quanto ao regresso de Vitorino - afinal, D. Sebastião continua perdido nas brumas europeias… Mas eis que surge um novo salvador: Sócrates, o das cimenteiras, derrotado no negócio da co-incineração. É o guterrismo reciclado, num estilo algures entre o seminarista e a lota de Matosinhos, logo saudado pelo líder distrital de Beja, Pita Ameixa. Por este andar, João Soares arrisca-se a ficar com ‘a bandeira da esquerda’ e o apoio do indefectível António Saleiro… Enquanto algumas almas bem intencionadas continuam à procura dum candidato da esquerda que, no PS, é cada vez mais um lugar deserto, muitos militantes e eleitores socialistas não se resignam a ser a outra cara da bloco central, na alternância com a direita.
Alberto Matos
terça-feira, julho 20, 2004
REN e RAN: o império contra-ataca
Portanto, qual será o propósito de Sidónio Pardal ao faltar à verdade? é que a REN e a RAN apesar de pontualmente serem demasiado conservadoras, na globalidade do território tiveram uma importante função no ordenamento sustentável do território. Num país já de si pouco ordenado, não sei o que aconteceria se não houvesse nem REN nem RAN... Talvez uma reprodução das boas práticas urbanísticas do litoral algarvio, ou uma enorme mono-plantação ou mesmo ainda um interminável campo de golf. O futuro nos dirá...
Livros para Timor
Todos nós temos livros que podemos dispensar. Encontro-me a leccionar em Dili, na Escola Pré-SecundáriaCristal. Esta escola, a semelhança de muitas, muitas outras não tem biblioteca.Tem apenas uma estante (na sala dos professores) na qual se encontram apenas livros em inglês, oferecidos pela Australia. Os únicos livros emportuguês são os manuais e gramáticas de português que foram fornecidos a escola. Já perceberam o que eu quero? Gostava de ajudar a fazer uma pequena biblioteca naquele mesmo espaço. Será que alguém tem por aí uns livros (de preferência literatura infantil/juvenil, manuais escolares de várias disciplinas e outros), revistas e jornais que já não fazem falta? Se tiverem enviem-mos. Decerto que vão ser muito úteis aos meus alunos e aos meus colegas (professores timorenses). Se estiverem dispostos/as a fazê-lo aqui vai o endereço: Embaixada de Portugal em Dili A/c Professora Ana Medeiros - Dili Edifício ACAIT Av. Nicolau Lobato Dili - Timor Leste
Obrigada, Ana Medeiros
PS: Já agora informo que existe uma tarifaespecial dos correios (2Kg custam 2,75); para qualquer informação ou esclarecimentos mais detalhados, poderá consultar o site dos CTT ou ligar para a linha de Informações sobre Produtos e Serviços: 800 20 68 68 (Dulce Lopes)
Orgulhosos e Ofendidos
Canal Solidario - Boletim da Latitude zero
Guerra às Mulheres
Afrol - Boletim da Latitude zero
Não Há Desculpa
UNICEF - Boletim da Latitude Zero.
segunda-feira, julho 19, 2004
Ambiente
O Continente Ártico é um dos últimos locais do planeta onde as populações indígenas vivem consoante as suas tradições ancestrais. Contudo, devido ao aumento da dependência do continente europeu em relação aos recursos do Ártico, a região está a começar a ceder ao à fragmentação do território, às alterações climáticas e à poluição. A E.E.A. (Agência Europeia para o Ambiente) e a U.N.E.P. (Programa Ambiental das Nações Unidas) prepararam um relatório para despertar a atenção dos responsáveis políticos e da sociedade em geral face a e este problema.
Relatório do E.E.A.
Despoluidor Natural
Uma equipa de investigadores americanos descobriu que uma espécie de feto – Pteris vittata – consegue sugar arsénico de água contaminada. Em menos de um dia, a planta reduz a concentração deste ácido para níveis inferiores aos estipulados pela Agência de Protecção Ambiental Americana como seguros para a saúde pública. A ser adoptado, este método teria grande utilidade em alguns países asiáticos: a água contaminada com arsénico mata, por ano, aproximadamente 3000 pessoas só no Bangladesh.
Nature
Quioto Vale a Pena?
Foi lançado um relatório que explora os potenciais benefícios que o Protocolo de Quioto pode trazer para a poluição atmosférica na Europa, em termos de redução das emissões poluentes e alterações nos impactos ambientais. Este relatório baseia-se na comparação de três cenários que apenas diferem no uso dos vários mecanismos aprovados em Quioto.
Relatório da E.E.A.
Boletim da Latitude zero
sábado, julho 17, 2004
Contra a SIDA
O facto de haver 38 milhões de pessoas afectadas pela doença, dos quais 95% em países em vias de desenvolvimento, não foi suficiente para sensibilizar os países mais ricos a financiar o Fundo Global de luta contra a SIDA. Kofi Annan tinha pedido à Europa e aos EUA para doar 1000 milhões de dólares (cada) para o fundo. A Europa prometeu 900 e os EUA 547...
Canal Solidário
Mau Ambiente
sexta-feira, julho 16, 2004
O último adeus do Jorge...
Extracto do último post do Cruzes Canhoto, que acaba, mas em grande estilo.
Piadinhas/populismos
Que irritante mania de confundir a esfera provada das pessoas com o seu trabalho político! Santana Lopes pode ser criticado por muita coisa, mas parece-me errado pegar em aspectos que dizem apenas respeito à sua vida privada, ainda para mais para fazer "piadinhas".
Bernardo Sousa de Macedo
Ó Bernardo, as minhas piadinhas são proporcionais à verborreia e populismo das afirmações de Santana. Como se agora o homem estivesse preocupado com os desempregados: granda tanga. A pequenina diferença, é que as minhas piadinhas em nada beliscarão Santana. Pelo contrário, suspeito que o Populismo de Santana irá afectar e muito a minha vida e a vida de outros milhões... e suspeito que não será para melhor!
E é verdade, apesar de me acordar antes das 8 todos os dias desde há uns mesitos para ir comprar pão, não sou puritano. A diferença entre mim e Santana é que eu realmente dormia mal quando estava desempregado; Santana deve ver o desemprego como um número catita nas estatísticas, correspondente a uma população abstracta que nunca virá a conhecer.
Histórias Berlusconianas
É caso para gritar o estribilho celebrizado por um outro partido:
Assim,
se vê,
a força da TV!
Por um Comércio Justo
CNUCD in Boletim da Latitude Zero.
Um Mar de Problemas
Canal Solidario in Boletim da Latitude Zero.
quinta-feira, julho 15, 2004
Insónias
É por isso que há resmas de anos o homem anda a arrastar-se pelas noites Lisboetas até de madrugada: os desempregados não o deixam conciliar o soninho.
Não pode!
Bagão fica com o “bago”
Pois é, o dr.Pedro Primeiro Ministro Santana já surpreendeu;.mas ainda mantenho uma perplexidade - , que é a de saber para onde vai o Ministério do “Bago”.
Quiçá vá para a belissíma herdade do seu Ministro. Era uma boa solução, pois já lá deve ter instalado um sistema de rega “gota a gota”, o que seria muito apropriado para as despesas que por aí se avizinham em PROPAGANDA do género –
“Você já reparou que Portugal está a mexer?”,
“Você já reparou que Portugal está na Europa?”,
“Você já reparou que a criminalidade diminuiu?” e estoutra,
“Você já reparou que o tunel já está quase concluído?” e , finalmente,
“Você já reparou que Portugal é o tunel?”
Eu sei que a cigarra vai dizer “tonel” em vez de “tunel”, mas é mesmo assim, dá-se ao “povo” aquilo que os “políticos” acham que o “povo”quer.
Espero que a cigarra cante e que as formigas continuem a trabalhar. Tudo se há-de resolver na hibernação “tunelar” e as “urnas de voto” avaliarão, de sua justiça, do cantar das “cigarras”. O eleitor não é cego nem surdo.
Venham lá mais Ministros, e já agora, “Ministérios por todo o lado”. Eis a velha máxima em acção: “Dividir para reinar”. Os conselhos de Ministros por video-conferência já o dr. Salazar os fazia sem gastos em telecomunicaçãoes : ouvia um Ministro de cada vez, os outros nunca ficavam a saber o que é que cada um dos outros pensava, valendo a voz do dono. Bela táctica, não? Ou será que a video-conferência funcionará de facto a exemplo do que se passa nos tribunais (quando se ouve, não se vê; quando se vê, não se ouve; e quando se ouve e se vê já não há nada para dizer ou ver.)? Espero que funcione de facto, pois se se gastar em telecomunicações poupa-se em transporte e acompanhamento por escoltas policiais de tantos ministros para o centro da cidade de Lisboa, e se vierem da "terra" mais complicado se torna.
Dr. Santana Cigarra Lopes, convença-me que afinal é Formiga, e render-me-ei nas urnas.
Não cante. Trabalhe.
Espero-lhe uma governação sem demagogias e com honorabilidade, assim, e só assim, lhe desejo boa-sorte para o período difícil que vai ter que enfrentar nos próximos dois anos - a não ser que seja convidado para Secretário Geral das Nações Unidas, o que compreenderíamos, e entenderíamos o seu desapego pelo poder em prol do bem da humanidade inteira.
Portugal merece melhor. Faça-o, se souber e se for capaz.
Conte com esta formiga, para o que der e vier. Portugal está acima dos interesses pessoais, as pessoas passam e Portugal fica, claro que mais rico ou mais pobre, mas sempre Portugal.
Há quem diga que cada povo tem os dirigentes que merece, mas eu sei que V.Exªa pensa que Você tem o povo que merece.
Espero sinceramente que V.Exª esteja enganado. Não espero encontrá-lo brevemente na "IOLA", na "Caras", na "Maria", nem em beberetes do JETEXETE etc, de quem sou leitor e frequentador assíduo , respectivamente.
Dizem lá na minha terra : "Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és". Eis um provérbio que não se aplica a V.Exª, evidentemente.
José Cordeiro
Trauma infantil
Para a maior parte dos Lisboetas, são bairros periféricos e chungas, não sendo propriamente um motivo de orgulho viver por aqueles lados. Entretanto, esta ano tudo mudou: 3 jogadores da Selecção (2 toneladas e meia de orgulho nacional) são da zona Jota de Chelas: Costinha, Miguel e Nuno Valente; o nosso Primeiro Ministro é dos Olivais (pensavam que o menino era da linha, não era?) - mais umas 10 toneladas de orgulho próprio (o homem ama-se). A justiça está reposta. A minha infância redimida. Já posso passar a dizer mais alguma coisa para além de afirmar que vivia na Freguesia mais populosa de Portugal (era o nosso grande - e único - trunfo; prontos, há também a Feira do Relógio....).
Andanças 2004
Para quem nunca foi, será certamente uma descoberta ímpar, provando que para além da esquerda e da direita, outro mundo é possível. Programa actualizado e informações no site da PédeXumbo.
Moinho que entretanto foi recuperado, em conjunto com outros moinhos na mesma linha de água.
Oficina de danças.
Fórum Social Américas
Programação
A tabela de atividades auto-gestionadas (propostas pelas organizações inscritas) já está disponível no site do FSA. O programa do FSA está dividido em cinco eixos temáticos:
Eixo 1 – A ordem económica: empobrecimento humano e ambiental, dívidas, corrupção, mercado comum; espaço público e direitos econômicos; economia reprodutiva. Resistências, visões de futuro e construção de alternativas.
Eixo 2 – A face violenta do projeto neoliberal: hegemonia imperial, militarismo, controle estratégico da biodiversidade, violência de discriminação depreciativa em relação a um sexo em detrimento a outro. As resistências e o surgimento de novos temas.
Eixo 3 – Poder, democracia e Estado: mudanças, permanências e visões de futuro.
Eixo 4 – Culturas e comunicação: as resistências, a memória, a construção de identidades; espaços e práticas de criação; linguagens críticas y alternativas; democratização da comunicação.
Eixo 5 – Povos indígenas e de ascendência africana: territórios; autonomia; diversidade e pluriculturalidade; conhecimentos e propriedade intelectual.
Clique aqui para consultar também os sub-eixos.
Os tipos de actividades estão organizados em centrais (propostas pelos organizadores do evento): conferências, painéis e testemunhos, e auto-gestionados (propostas pelas organizações inscritas): oficinas e seminários. Veja mais detalhes e explicações sobre cada tipo de evento neste site. Veja também a a programação das actividades auto-gestionadas neste link.
FSM:Consulta temática
Por meio deste formulário, queremos obter duas informações essenciais, necessárias para iniciar a programação e definir o formato do próximo FSM: as questões, lutas, os problemas, propostas e desafios que cada organização gostaria de ver debatidos em Porto Alegre; e as questões, lutas, problemas, propostas e desafios que pretende tratar nas oficinas, seminários, atividades culturais, artísticas e outras iniciativas que pensa promover.
As respostas ao formulário constituirão uma base de dados aberta. A partir dela, vocês poderão facilmente identificar organizações interessadas em cada questão, luta, problema, proposta ou desafio, contatá-las, programar atividades conjuntas e mesmo articular, desde já, acções comuns.
quarta-feira, julho 14, 2004
Defender os interesses Lusos
O Homem acabou de chegar à Europa e já se começam a ver resultados práticos. Deve ser o tal prestígio para Portugal e coisa e tal.
Ficou melhor?
Blair, Tony, a tentar justificar a guerra.
Por essa ordem básica de ideias, o mundo também ficaria melhor, com menos guerra, sem Bush. Mas não é por achar isso que tenho o direito de bombardear "cirurgicamente" 200 milhões de Americanos ou invadir os EUA com 120 000 homens fortemente armados. Esse é precisamente o pensamento dos terroristas. Para eles, o mundo fica melhor sem a América. No conflito Israelo-Arabe, os Israelitas radicais acham que o mundo fica melhor sem os Palestinianos e os Bombistas Palestianos acham que o mundo fica melhor sem os Judeus. Pois, com esta lógica implacável aplicada ao Mundo inteiro teriamos os 5 Continentes a Ferro e Fogo, por um Mundo Melhor. Definitivamente, um outro mundo é possível, porra!
Incêndios
Entretanto, os populares no Alqueva defendem que um dos factores que mais contribui para a disseminação dos incêndios são os bichinhos em chamas, ao tentarem desesperadamente sair do centro dos incêndios. Por isso, para mais uma acção patriótica (e para ajudar FL na prevenção), lanço o apelo: sempre que virem um coelhinho em chamas ou um javali em plena combustão, a tentar desaperadamente sair de um incêndio, assegurem-se que os ditos felpudos não saem das chamas, com berros, gritos, gestos, acções físicas vigorosas, se preciso fôr, mas previnam a todo o custo a fuga dos ditos animalejos dos fogos. A bem da floresta.
A NATUREZA HUMANA
A águia e as galinhas…
Neste fértil choque de ideias, sobressaía o carisma de Pintasilgo, sempre aberta à compreensão dos novos tempos e praticando o diálogo frutífero entre cristãos e marxistas, aberto pelo célebre concílio Vaticano II. Foram tempos radiosos de esperança, marcados por filmes como “As sandálias do Pescador” e homens de coragem como os padres Felicidade Alves, Mário, Francisco Fanhais e outros que desafiaram a bolorenta aliança entre Salazar e Cerejeira; foi a década do Maio 68 e da Primavera de Praga que, tendo acabado em desilusões, permanecem como marcos sobre os quais se erguerão as alamedas do futuro de que falou Salvador Allende, na sua última mensagem.
Reencontrei Pintasilgo mais de uma década depois, em Aljustrel, numa conversa tão longa quanto o permitiu a azáfama da campanha presidencial de 1985. O tema foi a democracia participativa – que ainda hoje faz sorrir alguns efémeros detentores do poder na nossa terra – e a urgência de aproveitar as virtualidades originais da Constituição, marcada pela revolução do 25 de Abril. Sim, porque para Pintasilgo, Abril escreveu-se com R grande e foi vivido com enorme exaltação, afinal muito mais importante que todos os cargos oficiais que desempenhou em Portugal e no mundo de que soube ser cidadã. É significativo da pequenez dos dias que correm que a primeira mulher a exercer o cargo de primeira-ministra de Portugal não tenha tido funerais de Estado – atitude que não mereceria a Maria de Lurdes Pintasilgo mais do que o largo sorriso que sempre vai perdurar nas nossas memórias.
Mas como já vou a mais do meio da crónica, depois de ter falado de uma mulher que soube voar ao nível das águias, cabe-me agora o doloroso dever de regressar ao cacarejar das galinhas domésticas. O discurso presidencial da passada sexta-feira daria, quando muito, um filme da série B com o título “A escolha de Sampaio”. Porque duma escolha se tratou: entre um golpe palaciano e a democracia exercida pelos seu único detentor – o povo; entre o continuísmo “laranja” e a maioria que, a 13 de Junho, infligiu o maior castigo eleitoral de sempre à direita coligada; entre a maioria clara que exige eleições e recusa um ‘governo da treta’ e a minoria de poderosos - os empresários do grupo Carlyle, os banqueiros e as confederações patronais - que prefere um arranjinho com Santana e Portas, apadrinhado por Sampaio. Na hora da verdade, o ainda PR optou por sair não pela esquerda baixa – como diríamos em linguagem teatral – mas pela direita rastejante.
Nada que possa constituir surpresa, depois do Código do trabalho, da lei dos disponíveis da função pública e da guerra do Iraque, em que Sampaio passou da posição de Pilatos à de cúmplice activo, com o prolongamento da missão da GNR, sem excluir um futuro envio de tropas. E a rendição de Sampaio constitui também um rude golpe para o PS, interpretado pela demissão de Ferro Rodrigues e, com maior clareza, por Ana Gomes, ao declarar-se arrependida de ter votado em Sampaio. É este o sentimento de muitos eleitores socialistas que não se coíbem de o expressar – e é bom que tirem daí as devidas consequências, quando se insinuam candidaturas presidenciais como a do ‘fugitivo’ António Guterres ou outras do mesmo calibre.
A reacção dos barões do PS, contudo, vai em sentido oposto à revolta que grassa no seu eleitorado: ganha forma a candidatura do novo D. Sebastião, Vitorino, regressado de Bruxelas por troca com Durão Barroso. Resta acrescentar que o tão elogiado comissário é um entusiasta de Schengen e da Europa policial, do eixo euro-atlântico e nunca ergueu a voz contra a invasão do Iraque pelos EUA. Obviamente, não é com amigos destes que os trabalhadores e o povo português podem contar para resistir à ofensiva populista da direita e evitar que esta República entregue a bananas se transforme, de vez, numa república das bananas, onde já só falta AJJ como próximo inquilino de Belém…
Alberto Matos
terça-feira, julho 13, 2004
Populismo?
Quando sobrar em Lisboa apenas 1/3 do governo (com respectivos fincionários, Institutos, secretarias, etc. etc.) acredito em PSL e nas suas promessas. Daqui a 2 anos voltamos a falar disto...
PS - neste momento já há mais propostas de desconcentração, como o Ministério das cidades para Viseu. Nós que vivemos no interior, cá ficamos à espera das hordas de funcionários e políticos que vão invadir o resto de Portugal, vindos de Lisboa.
Coincidências...
"Ein Volk, Ein Reich, Ein Führer" - Adolf Hitler
Tirado do Controverso
Espanha: matrimónios Gay aprovados
Los legisladores de la cámara baja aprobaron la víspera una resolución no vinculante que pide al gobierno socialista que enmiende el código civil español para permitir los matrimonios homosexuales.
López Aguilar dijo que los legisladores comenzarán la reforma del código civil en septiembre, y que los matrimonios gay podrían ser una realidad el próximo año.
"Es un reto que el gobierno está dispuesto a acometer, remover una frontera de desigualdad. Es una causa justa que no ofende a nadie", según el ministro.
Los activistas de los derechos homosexuales recibieron con agrado los comentarios del ministro y la votación no vinculante del Congreso de los Diputados.
"Por fin 28 años después de la aprobación de la constitución, los ciudadanos homosexuales, tras larga lucha, vemos reconocidos nuestros derechos de igualdad", dijo Beatriz Gimeno, presidenta de la Federación Nacional de Gays y Lesbianas.
Sítios LGBT espanhóis:
Nación Gay
Colectivo LGBT de Madrid
Federación COLEGAS
Literatura Gay e Lésbica
Gay Mundo
Em Espanha, todos os Partidos de Esquerda apoiaram esta medida do governo de Zapatero, desde a IU (Isquierda Unida) ao PS catalão passando pelo ERC (Esquerda Republicana), entre outros....
Berlusconi quer limpar o sarampo às Águias
Para evitar que isto aconteça assina esta petição.
Os grandes timoneiros a determinada altura embirram (ou ficam obcecados) sempre com as aves: Mao tentou aniquilar os pardais todos, já houve bons dirigentes a tentar acabar com as Gaivotas, Santana deve ter andado obcecado por uns tempos com os pombos de Lisboa, os dirigentes benfiquistas andam sempre com uma águia pela trela, os maus dos filmes têm sempre falcões, Hitler era comparado a uma águia. Berlusconi agora deu-lhe para as rapinas. É mesmo típico: quando não gostamos de alguém, há sempre mais uma razão para ainda gostar menos. Não lhe chegava manipular milhões de Italianos, tinha agora que vir maltratar alados inocentes. O homem é mesmo bera...
Desânimo total
Elogio fúnebre (ou talvez não)
O Cruzes Canhoto foi um dos Blogs responsáveis pela existência do BSP: pela inspiração e pela ajuda concreta nos momentos iniciais, em que tropeçava constantemente no template. Por isso e muito mais, um agradecimento enorme e um apelo: fica aqui nas virtualidades blogosféricas, porque com o Santana no poleiro a raiva deverá chegar para escrever umas boas centenas de posts. Não te demitas, Jorge, porque esses gajos não merecem o sacrifício.
PS - e nas antípodas políticas do Cruzes, o Esmaga Serracenos (membro das Blasfémias) meteu uma licença sem vencimento por tempo indeterminado...
Engrossando o andar de baixo
Daniel Merli
Mobilidade social. Oportunidade de ascenção dos mais competentes. Inserção dos países periféricos num mercado global. No início dos anos 1990, estes argumentos faziam parte de qualquer texto sobre as vantagens do neoliberalismo. Pelo menos por enquanto, o balanço dessas mudanças continua sendo negativo. No começo deste mês, reuniram-se, em Genebra, o grupo dos PMD, os Países Menos Desenvolvidos – a classificação eufemística para o que já foi ironicamente chamado de 4º mundo. Participaram num encontro do Conselho Económico e Social da ONU (Ecosoc), para discutir porque é que "no meio de uma prosperidade mundial, sem precedentes, a situação dos países mais pobres se tem tornado cada vez mais frágil".
A primeira constatação foi numérica. Desde 1980, os PMD praticamente duplicaram. Inicialmente, eram 26 países. Hoje, são exactamente 50. De todo o grupo, apenas foi promovido, passando à categoria de "país em desenvolvimento". Foi a república africana do Botswana – que, mesmo tendo subido um degrau, é obrigada a conviver com o amargo título de uma das nações mais desiguais do mundo. A sua ascenção, nada tem a ver com o acesso às novas tecnologias do século XXI. O PIB de Botswana aumentou graças a um negócio ainda remanescente da era colonial: a mineração de diamantes, que corresponde a 90% das exportações do país.
Duas outras nações, apresentaram "progressos" e estão "gradualmente" a passar para o andar de cima: o arquipélago africano de Cabo Verde – que recentemente descobriu novas reservas de petróleo – e as pequenas Ilhas Maldivas, ao sul da Índia. A última é, talvez, a única que vem ganhando dinheiro com uma área recomendada pelo Banco Mundial. Cerca de 20% de seu PIB vem do turismo.
Para conselheiro da ONU, a única saída é a anulação da dívida:
"Apenas com seus próprios esforços, os PMD não poderão sair da situação actual", concluiu o brasileiro Rubens Ricúpero, secretário-geral da Conferência das Nações Unidas para Desenvolvimento e Comércio (Unctad). A constatação é feita com base em dados preocupantes. Segundo os cálculos da própria ONU, os países miseráveis precisariam de 100 mil milhões de dólares, nos próximos 10 anos, para cumprir as Metas do Milénio – entre outras coisas, reduzir para metade, até 2015, o número de pessoas vivendo abaixo do limiar da pobreza. Se o dinheiro não for investido, em vez de diminuir, a população miserável deve subir de 334 milhões para 471 milhões.
O conselheiro especial da ONU para economia propôs uma solução já conhecida. "Chegou a hora de acabar com este problema: Se os países ricos não anularem as dívidas, vocês mesmo devem cancelá-las", incitou Jeffrey Sachs, professor da Universidade de Columbia. "Se a dívida do Iraque foi anulada, por que não vossa?''. Lembrou que o governo de Saddam Hussein devia 120 mil milhões de dólares a credores estrangeiros. Não muito menos que os 145 mil milhões de dólares em débito de todos os PMD juntos.
Fontes:
World´s Poorest Nations on Slippery Slope, Thalif Deen, agência IPS.
Africa Shouldn´t Pay its Debt, Says Annan´s Adviser, Addis Ababa, agência All Africa.
Outras Palavras
segunda-feira, julho 12, 2004
A bem da nação...
O homem sacrificou-se pela retoma, essa é que é essa. Abandonou o país, só ele sabe a que custo e com que preço pessoal. Mas a retoma está aí, claríssima. E os números esses, são inequívocos, tudo graças à vitória de Pirro proporcionada pelo nosso ex-máximo governante. Aqueles 0,0065% vão galvanizar os Portugueses. O pequeno salto no salário médio de 598,5625 euros para 598,5659 , com a média a saltar vertiginosamente 0,34 cêntimos, será o suficiente para que o país acredite na retoma, como recentemente acreditou numa certa selecção...
Agradeço ao Marco Saias e à Elisabete Feitoria as informações preciosas...
PS - os números apresentados baseiam-se num Universo de 10.000.000 de Portugueses.
Entrevista de PSL
Andam por aí que vamos ter um governo populista, mas depois da entrevista que o Dr. Lopes deu à SIC concluí que em vez de um populista vamos ter um filósofo a governar-nos; é que a síntese daquela entrevista é um "só sei que nada sei". A dúvida agora reside em saber se um presidente que o nomeou irá a pé até Fátima ou se considera tal penitência insuficiente para tal pecado e opta por tomar o caminho de Compostela.
Roncinante
Frases de PSL durante a entrevista de ontem:
Serei o único Primeiro Ministro que foi Presidente de uma Câmara Municipal...
Muito mais original, Pedrocas, é que serás o único (e espero que último) Primeiro Ministro que foi Presidente de um Clube de Futebol. Às vezes o nosso Pedro é tão modesto....
Basta haver um desempregado para não dormir descansado.
Se isto não fôr mais uma daquelas frases populistas para ser engolida pela populaça, então o homem tem meio milhão de razões para não dormir descansado durante os próximos dois anos. Se por cada Português PSL perder 1 minuto de sono (só para dar uma abébia ao Santana), então o nosso próximo Primeiro ministro terá direito a 11 horas e meia de insónia por dia, durante o resto do mandato. Mesmo para um homem habituado às lides nocturnas, será difícil cumprir a promessa. Espero que depois não vá culpar os Portugueses no Desemprego por ficarem de propósito em situação precária, só para não o deixar dormir descansado... olha, como aconteceu na CM de Lisboa, onde foi sistematicamente boicotado pela oposição, só para o lixar e não o deixar cumprir as promessas...
Deixo obra em Lisboa
Pois... Palavras para quê?
O Muro
A informação disponível não prova que «o traçado que o Israel escolheu para o muro é necessário para atingir os seus objectivos de segurança».
O traçado escolhido para o muro «infringe gravemente uma série de direitos de palestinos que vivem no território ocupado por Israel».
Por outro lado, pode ler-se na decisão do tribunal de Haia, «a ilegalidade resultante desse traçado não pode ser justificada por emergência militar ou por questões de segurança ou manutenção da ordem pública».
Israelitas não aceitam decisão do TIJ
Um porta-voz do governo de Ariel Sharon já veio referir que "Israel não considera a decisão do TIJ como vinculativa e como tal não a vão acatar."
A propósito do Muro de Israel (salvo seja, porque o muro está descaradamente dentro da Palestina), leiam também este post e ainda este...
Animem-se, pázinhos
Pois essa é a atitude certa:
1 - Lisboa tornar-se-à mais respirável…
2 - Devaneios presidencialistas do Santana devem ter terminado
3 - Que o Santana é assim que a modos que o nosso Berlusconi pátrio parece-me ser opinião mais ou menos consensual. Ora Berlusconi = gajas boas e parcamente vestidas na televisão. Há melhor? (sim, há, gajos bons, mas pronto…)
4 - Um circo durante 2 anos é animação garantida e a malta precisa de ter tema de conversa, é q falar do tempo é um bocado bocejante
P.S. final – os nossos ministros devem viver com muitas dificuldades económicas, já repararam que há uma semana que o Paulo Portas não tira aquele fatinho de riscas cinzento? Isto, sim, preocupa-me…
Maria João Pires
Guetos
"Os autores retiveram oito critérios para considerarem se um bairro está em vias de se transformar num gueto:
existência de um número importante de famílias de origem imigrante e eventualmente praticando a poligamia, de comércios étnicos, associações comunitárias, multiplicação dos locais de culto muçulmanos, porte de trajes religiosos ou orientais, "graffitis" anti-ocidentais ou anti-semitas, número de turmas com alunos que não falam francês, e dificuldade para o bairro em guardar os seus habitantes de origem francesa ou europeia."
Ficamos assim a saber que, para as autoridades francesas, a prática da poligamia, a existência de comércios étnicos (um restaurante kocher, uma loja de produtos chineses...), ou o porte de trajos religiosos (batinas de sacerdotes...) são critérios que permitem definir um bairro como sendo um "gueto". É melhor nem falar de mesquitas ou associações comunitárias, que essas tornam qualquer bairro num gueto duplamente perverso.
Vemos assim o reverso da medalha dos guetos. Aos guetos franceses, indubitavelmente existentes, opõe-se a xenofobia e o chauvinismo do Estado francês e de boa parte da população "branca" francesa. A intolerância cultural, a toda a prova, estampada num documento de Estado. Poligamia? Arrenego! Comércios étnicos? Só se forem da nossa etnia! Trajos religiosos? Proibidos por lei! Locais de culto muçulmano?
Em Sarajevo é que são bons!
Luís Lavoura
domingo, julho 11, 2004
Calamidade
Passámos do maior pico de auto-estima colectiva da história Lusa (apenas comparável ao pico ocorrido aquando dos descobrimentos) para um dos mais baixos níveis de auto-estima de sempre (apenas comparável ao dia do terramoto de 1755, depois do maremoto): 65% dos Portugueses ficou de rastos por causa da derrota com os Gregos; 77% dos Portugueses (entre eles, muitos do PSD) ficou à beira do colapso total depois de saber que iria ser governada por Santana Lopes e seus acólitos.
Pobre país este...
quinta-feira, julho 08, 2004
Ainda bem que há “crises”!
Mas por que é que gostei de o ler? Porque ele retrata o português que está na mente dos srs. Drs. Pachekos deste meu “pobre País”. Tal retrato só foi possível porque estamos em crise, segundo alguns. Se os drs Pachekos acham que é assim o comum dos portugueses o que é que andaram e andam a fazer na política portuguesa há tanto tempo? Afinal são políticos ou analistas? Para verem o óbvio não precisamos de políticos, precisamos de políticos para nos resolverem os problemas óbvios. É óbvio.
Obrigado srs. Drs. Pachekos por nos lembrarem que não estamos só agora em crise, mas que a crise é o estado normal da nossa sociedade. A questão é saber porquê. Eu penso “de que” o problema radica na prática política dos nossos políticos, pois àquilo que se costuma chamar em Portugal “crise” não passam de momentos de normalidade democrática, e àquilo que chamam normal é na verdade a “crise crónica” de que nos fala o sr. Dr. Pacheko.
Ainda bem que há “Crises” pois é o momento em que os portugueses podem viver a sua normalidade democrática, em que vêem o que está bem, menos bem, menos mal e mal. Assim, no momento da “crise da justiça”, que não sei se já passou, descobriu-se que havia muita prisão preventiva, muitas escutas, muita coisa que não devia existir, acompanhado de um manancial de opiniões meramente “opinativas” (é de propósito o pleonasmo), mas teve a virtude de dizer aos portugueses que a justiça que eles pensavam normal estava há muito em crise, e continua. Só não esteve em crise quando se pensa sobre ela.
Naquilo que se chama “crise política” acontece o mesmo. Então os portugueses não sabem, se não sabem deveriam saber, que não se vota para Primeiros Ministros? Então só agora no “momento de crise” é que se lembram disto? Então, tal como eu digo estivemos em crise permanente até agora.
Será que queremos um regime “Primeiro Ministrista”, então e como se elegem os legisladores? Como se elege a Assembleia da República? Bem sei que para muitos ela nem deveria existir, mas isso é conversa para outra crise – não se lembram das votações que lá houve em que até os ausentes queriam ter votado devido ao acordo de cavalheiros que existia por lá – eu quando soube disso dei pulos de alegria, pois percebi que não eram precisos tantos Deputados da Nação e que bastaria um só Deputado por cada partido representando, com a sua devida “permilagem nas bancadas” - claro, todo o cidadão que no seu partido votou. Talvez com o regime “Primeiro Ministrista” isto venha a ser possível.
Uma coisa é verdade, as pessoas sempre pensaram que votavam para o Primeiro Ministro, quando de facto não era verdade, mas como um mentira tantas vezes repetida se torna verdade, aqui temos que a crise não é de agora, mas que já vem de longe. De quem é a culpa? Dos Pachekos deste “pobre País”, ou seja, dos políticos que querem mostrar ao eleitor um regime político que não têm, que não querem ter, mas que serve para lhes dizer que estão em “crise” quando estão em período normal, e dizer-lhes que tudo está normal, quando na verdade tudo está em crise.
De crise em crise se evolui. Vivamos este momento de normalidade democrática em pleno. Do esclarecimento (da crise dos políticos) nasce a verdade, da “normalidade dos políticos” não nasce nada, tudo fica na mesma, e de nada valem as “crises”.
Vivamos a crise como ela deve ser vivida em democracia, com respeito pelas instituições e pelo sistema político vigente, agrade ou não, é o que temos, se quisermos outro temos que o exigir aquando de eleições legislativas e constituintes. Seja qual for a decisão do Sr. Presidente da República deve ser respeitada, seja em nome da “crise” ou da “normalidade”.
Ps.: Claro que este texto não passa para a LUSA, pois o seu digníssimo director, que tem mostrado nos comentários televisivos tamanha isenção sobre este momento de crise, não pode partilhar destas ideias. Aliás, não será a sua isenção fruto do “tacho” que tem por nomeação? – Também tenho o direito à dúvida, não? É a crise! Toca a todos.
José Cordeiro
Nada escapa das patentes?
Segundo o relato do boletim eletrónico Bridges, continuam emperradas as discussões sobre patenteamento dentro do Conselho sobre Propriedade Intelectual da OMC. Na última reunião, em junho, os representantes de Estados Unidos e Japão criticaram a proposta, de um grupo de países do Sul, dispostos a criar uma lista de bens e serviços "não-patenteáveis". Pela proposta, estariam isentos de patente qualquer ser vivo ou conhecimento tradicionais. Os Americanos e japoneses argumentaram que a lista era muito extensa. A proposta foi apresentada no início do ano por Bolívia, Brasil, Cuba, Equador, Índia, Peru, Tailândia, Venezuela e Paquistão.
Outras Palavras
Processo FSM 2005
Através do formulário queremos obter duas informações essenciais, necessárias para iniciar a programação e definir o formato do próximo FSM: as questões, lutas, os problemas, propostas e desafios que cada organização gostaria de ver debatidos em Porto Alegre; e as questões, lutas, problemas, propostas e desafios que pretende tratar nas oficinas, seminários, atividades culturais, artísticas e outras iniciativas que pensa promover.
As respostas ao formulário constituirão um banco de dados aberto. A partir dele, poderão facilmente identificar organizações interessadas em cada questão, luta, problema, proposta ou desafio, contatá-las, programar oficinas, seminários, atividades culturais, artísticas e outras iniciativas conjuntas e mesmo articular, desde já, acções comuns.
Não se trata de precipitar as inscrições de seminários, oficinas, atividades culturais, artísticas e outras iniciativas - porque, na grande maioria dos casos, as entidades ainda não definiram o que farão em Porto Alegre 2005. As inscrições formais deverão ser feitas somente a partir do mês de setembro. Também não será obrigatório, para participar do Fórum, responder a este formulário. Mas aqueles que o fizerem estarão ajudando o FSM 2005 a dar um salto para a frente.
Pedimos igualmente que vocês retransmitam esta mensagem, assim como nossa carta inicial, a outras organizações interessadas no Fórum Social Mundial (não dispomos necessariamente de todos os endereços), assim como os reproduzam em papel (versão do formulário para impressão, clique em: formato pdf - programa Acrobat ou no Site FSM), para distribuí-los entre entidades que não têm acesso à internet. Neste caso, as respostas devem ser enviadas por correio para: Escritório da Secretaria do Fórum Social Mundial – Rua General Jardim, 660 – 8º andar – sala 81 – Cep: 01223-010 - São Paulo-SP – Brasil, se possível, até 13 de julho.
Em caso de dúvida para preencher o formulário, enviar um e-mail para fsmconsulta@forumsocialmundial.org.br. Estamos apresentando este formulário na web em espanhol e inglês (línguas de trabalho), assim como francês e português. Em breve, pretendemos que ele esteja disponível também em árabe, russo, chinês, hindi, telegu, japonês, suahili e quichua.
A explicação completa do processo está na primeira carta que lhe enviamos, cuja leitura recomendamos expressamente, e que você pode aceder clicando aqui. Contamos, desde já, com a participação ativa de sua organização na construção, que já está começando, de um V FSM ainda melhor. E aguardamos vocês em Porto Alegre, em janeiro de 2005.
Forte abraço,
Secretariado Internacional
Fórum Social Mundial