Noticia o PÚBLICO de Sábado sobre um estudo levado a cabo pelas autoridades francesas sobre os guetos habitados por estrangeiros em França. Cito do jornal:
"Os autores retiveram oito critérios para considerarem se um bairro está em vias de se transformar num gueto:
existência de um número importante de famílias de origem imigrante e eventualmente praticando a poligamia, de comércios étnicos, associações comunitárias, multiplicação dos locais de culto muçulmanos, porte de trajes religiosos ou orientais, "graffitis" anti-ocidentais ou anti-semitas, número de turmas com alunos que não falam francês, e dificuldade para o bairro em guardar os seus habitantes de origem francesa ou europeia."
Ficamos assim a saber que, para as autoridades francesas, a prática da poligamia, a existência de comércios étnicos (um restaurante kocher, uma loja de produtos chineses...), ou o porte de trajos religiosos (batinas de sacerdotes...) são critérios que permitem definir um bairro como sendo um "gueto". É melhor nem falar de mesquitas ou associações comunitárias, que essas tornam qualquer bairro num gueto duplamente perverso.
Vemos assim o reverso da medalha dos guetos. Aos guetos franceses, indubitavelmente existentes, opõe-se a xenofobia e o chauvinismo do Estado francês e de boa parte da população "branca" francesa. A intolerância cultural, a toda a prova, estampada num documento de Estado. Poligamia? Arrenego! Comércios étnicos? Só se forem da nossa etnia! Trajos religiosos? Proibidos por lei! Locais de culto muçulmano?
Em Sarajevo é que são bons!
Luís Lavoura
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