1º Curso Internacional de Verão, Borba,
19 a 21 de Julho de 2004
“A sustentabilidade é possível – Agenda 21 local”
CONCLUSÕES
Será que a sustentabilidade é mesmo possível?
Depois de três dias de grande intensidade e de um excelente nível do Curso, mais acreditamos que sim. Esta é mesmo a grande conclusão: a sustentabilidade é possível.
O Século XX trouxe e consolidou a democracia, vivemos no Século da sustentabilidade e necessariamente da participação.
Em Portugal, a falta de participação cívica e a crónica demissão dos deveres cívicos constituem uma realidade cuja causa assenta, essencialmente, num problema cultural. Uma fortíssima aposta na educação e na formação, essencialmente de competências, é a resposta.
A Agenda 21 Local surge como uma opção incontornável. O apelo à participação, à partilha de responsabilidades está directamente relacionado com a solução de problemas: problemas locais, soluções locais. Ninguém pode ficar de fora. O fácil acesso à informação e uma sólida estrutura de comunicação local, lúcida, simples, transparente, realística, adaptável e sedutora é, desde o inicio, fundamental.
Não há desenvolvimento sustentável sem comunicação, esta é fundamental à participação.
A Agenda 21 é evolutiva. A configuração e implementação de bons e sólidos indicadores locais de sustentabilidade é o garante do processo de longo prazo.
As três dimensões – social, económica e ambiental – são essenciais para um processo de desenvolvimento personalista, como se deseja. O desenvolvimento pessoal está em primeiro lugar.
É necessário um forte propósito para quebrar os ciclos geracionais de pobreza.
Os bons exemplos existem e estiveram presentes – “a sustentabilidade é possível” -, entre outros: “Cafés Delta” – a empresa ética e sustentável; BCSD – Portugal – o associativismo empresarial sustentável pró-activo; cooperativismo – a empresa comunidade; Associação de Defesa do Património de Mértola – onde sustentabilidade é uma realidade; Barrancos e Penamacor – o inconformismo sustentável. Soria (Espanha) a referência. O exemplo de Soria como Agenda 21 Local de última geração.
Os governos e as administrações central, regional e local, devem ser os grandes mobilizadores da mudança, promovendo e facilitando a cidadania. Não há falta de meios para o desenvolvimento sustentável. Há sim, falta de cultura e propósitos que possam sustentar projectos de Agenda 21 local sólidos e evolutivos. A comunicação social tem uma elevada responsabilidade na sustentabilidade local e na mobilização da comunidade. É fundamental que a comunicação social perceba e exerça o seu papel no caminho de uma sociedade participativa e sustentável.
A pobreza não é um fatalismo e a qualidade de vida é possível. Desde Borba os participantes, cerca de oitenta, no Curso de Verão reclamam a responsabilidade dos poderes públicos e privados, bem como dos cidadãos individualmente considerados.
A agenda 21 Local é um processo irreversível e incontornável. Quem pode ficar de fora?
Borba, 21 de Julho de 2004
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