Nem erro, nem casualidade. Eduardo Galeano vê na tortura o momento em que o poder tira a sua máscara. E aterroriza para poder perpetuar-se.
Eduardo Galeano
O sistema de poder confessa a sua verdadeira identidade através das torturas que inflige. Nas câmaras de tortura, os que mandam arrancam a sua máscara.
Assim ocorre no Iraque, para citar um exemplo. Para apoderar-se do Iraque, apesar dos iraquianos e contra os iraquianos, as tropas de ocupação actuam com realismo: pregam a democracia e a liberdade e praticam a tortura e o crime. Quem quer o fim, quer também os meios. Ou por acaso alguém pode acreditar que existe outra maneira de roubar um país?
O resto é puro teatro: as cerimónias, as declarações, os discursos, as promessas e a transferência da soberania, que passa dos Estados Unidos para os Estados Unidos.
Acontece que o poder não diz o que diz. Por exemplo: quando diz "terrorismo no Iraque", em muitos casos deveria dizer: "resistência contra a ocupação estrangeira”.
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