Que la pluma sea también una espada y que su filo corte el oscuro muro por el que habrá de colarse el mañana [Subcomandante Marcos]
quarta-feira, setembro 29, 2004
Partenia II
Em Maio de 82, Jacques Gaillot é nomeado bispo de Evreux.
Homem de terreno, interveio muitas vezes nos acontecimentos da actualidade. Em 1983, dá o seu apoio público a um jovem objector de consciência citado perante o tribunal de Evreux. Em 1983, durante a assembleia anual do episcopado, é um dos dois bispos que votam contra o texto do episcopado acerca da dissuasão nuclear. Em l985, toma posição a favor da insurreição dos palestinianos dos territórios ocupados e encontra-se com Yasser Arafat, em Túnis. É convidado pela ONU por ocasião de uma sessão extraordinária sobre o desarmamento. Em Julho de 1987, vai à África do Sul a fim de estar com um jovem militante anti-apartheid de Evreux, condenado a quatro anos de prisão pelo regime de Pretória. Para fazer essa viagem, teve de renunciar a estar presente na peregrinação diocesana a Lourdes. O que suscitou muitas críticas.
Novembro de 1988. Intervém no âmbito fechado da assembleia plenária de Lourdes para propor a ordenação de homens casados.
Outubro de 1989. Participa numa viagem à Polínésia francesa, organizada pelo Movimento da paz, para pedir a suspensão dos ensaios nucleares franceses.
A 12 de Dezembro de 1989, toma parte na cerimónia da colocação das cinzas do abade Gregório no Panteão. É o único bispo francês a ter esse gesto.
Em 1991, exprime a sua oposição à guerra do Golfo publicando um livro "Carta aberta àqueles que pregam a guerra e obrigam os outros a fazê-la". Condena o bloqueio contra o Iraque.
Jacques Gaillot promoveu um sínodo que durou três anos. Escreveu uma dúzia de livros
entre os quais um "Grito contra a exclusão" não passou despercebido. O autor critica severamente as leis sobre a imigração do ministro do Interior da altura. Este livro servirá de "pretexto" a Roma para a sua destituição.
O cutelo cai : "Amanhã, sexta-feira 13 de Janeiro ao meio dia, deixará de ser bispo de Evreux". Jacques Gaillot torna-se bispo de Partenia, uma diocese situada nos planaltos de Sétif, na Argélia, onde ele tinha feito o serviço militar. Desaparecida no século V, a diocese de Partenia transforma-se no símbolo de todos aqueles que, na sociedade ou na Igreja, têm a impressão de não existir.
A decisão de Roma provocou uma onda de incompreensão em França e no estrangeiro e deixou feridas de injustiça em cristãos e não cristãos.
Jacques Gaillot tornou-se "um bispo diferente", inventando o caminho, com a paixão do Evangelho fora de muros. Trabalha em Paris com os estrangeiros sem papéis, as famílias sem abrigo, os jovens sem trabalho. Partenia, diocese sem fronteiras, tornou-se um espaço de liberdade para os "sem".
Partenia
No tempo de Santo Agostinho (séc. IV), Partenia figurava na "Mauritânia Setifiena", isto é, na região de Setif, nos planaltos da actual Argélia.
Não se sabe quase nada desta diocese: nem data de nascimento, nem a sua localização exacta. Hoje é inútil ir para aí. Desapareceu debaixo das areias.
Em 484, Hunéric, rei dos Vândalos, invadiu o país e convocou os bispos ao seu palácio de Cartago. Rogatus, bispo de Partenia, será perseguido e exilado.
Como Partenia já não existe, torna-se o símbolo de todos aqueles que, na sociedade como na Igreja, têm o sentimento de não existir. É uma extensa diocese sem fronteiras onde o sol nunca se põe.
Ecotopia
O link da Ecotopia fica definitivamente aqui ao lado, na informação alternativa. Sacado do Boletim da
Combate à pobreza
(...)
Para cumprir o objectivo fixado na Cimeira do Milénio, em 2000 - reduzir a pobreza a metade em 2015 -, a ONU precisa de 50 mil milhões de dólares. Uma gota de água na riqueza mundial, disse Lula. Toda a diferença na pobreza do mundo.
Mas a cimeira de Lula apenas conseguiu produzir uma reedição da velha "taxa Tobin", ou seja, a criação de um "imposto mundial" sobre as transacções financeiras que os seus promotores admitem que se possa alargar ao comércio de armas ou aos transportes aéreos e marítimos. Os EUA opõem-se. A União Europeia declara-se céptica em relação a uma velha ideia que nunca resultou. Chirac aplaude.
Deveria talvez ter prestado atenção às seguintes palavras de Lula: "Uma gota de água - menos de dois meses de despesas com as subvenções agrícolas [da UE e dos EUA], menos de três meses de despesas militares".
Poderá o combate à fome desligar-se da segurança mundial, da democracia e dos direitos humanos? Poderá um "imposto mundial" ser mais do que um paliativo? Nestas alturas é sempre bom voltar a Amartya Sen. A pobreza pode e deve combater-se com a ajuda internacional, é certo, mas isso não chega. A pobreza combate-se dando direitos aos indivíduos.
Ou seja, é possível combater a pobreza em países governados por ditaduras corruptas? Não. É possível combater a pobreza com o proteccionismo agrícola da UE e dos EUA? Não. É possível combater a pobreza sem segurança na vida dos indivíduos? Não. E como se faz progredir os direitos dos indivíduos? Pela democracia e pelo bom governo.
Teresa de Sousa (Público)
O que é importante é que sabemos hoje o que se deve fazer para inverter o processo de desigualdade gritante entre países do 1º e do 3º mundo. Fica às consciências dos líderes mundiais as centenas de milhões de pobres, os milhões de mortos por falta de alimento, e toda a miséria que pode ser resumida num número: 0,4% é o peso no comércio mundial dos 50 países mais pobres do Mundo. Para quando o fim da dívida a estes países? para quando o fim da exploração? para quando o fim do proteccionismo agrícola? porque este estado anormal de distribuição da riqueza só é mantido através de um forte controlo exercido pelos poderosos, os mesmos que dizem acreditar no liberalismo e nas livres transações e nas regras iguais para todos; mas definitivamente, são todos iguais, mas ele há uns mais iguais que outros....
terça-feira, setembro 28, 2004
Terrorismo e Pobreza
"Uma política (de combate à pobreza, fome e injustiça social) estabelecida claramente por todos os países do mundo sem dúvida seria o mais importante elemento contra o terrorismo em temos mundiais” (Maria Aparecida Aquino)
FSM: inscrições abertas
O primeiro passo nesse sentido foi a realização da Consulta Temática entre maio e julho últimos, da qual participaram mais de 1.800 entidades. Na Consulta, as organizações informaram quais temas, sugestões de lutas, questões, problemas, propostas ou desafios pretendem discutir durante o evento. Da análise dessas respostas foram definidos onze espaços temáticos e três espaços transversais.
Entender essa nova metodologia do FSM 2005 é essencial no momento da inscrição. Assim como nas outras edições do evento, ao propor uma actividade auto-gestionada, cada organização terá de vinculá-la a um dos onze espaços temáticos. A grande novidade é que essa informação ficará disponível numa consulta pública, de forma que outras organizações possam ter acesso aos contactos das entidades inscritas e aos conteúdos das actividades propostas. Para possibilitar esse processo, o site das inscrições conta com um sistema de busca, de forma a possibilitar que as organizações possam encontrar as demais entidades com temas e propostas em comum, seja por palavra-chave ou por propostas (de actividades e por espaço temático). Nos próximos dias, a página de inscrições também oferecerá um sistema de busca avançada.
Esperança na Palestina
ACSUR - Boletim da Latitude Zero
O Maior dos Tesouros
Conservation International - Boletim da Latitude Zero
segunda-feira, setembro 27, 2004
De quem é a culpa?
A culpa disto tudo foram uma meia dúzia de pessoas. Não mais.
4 votaram em Santana Lopes nas Eleições para a CM de Lisboa, e deram a vitória por margem mínima ao dito personagem. Depois de tão afamada conquista, o dito sujeito saltou para o 2º lugar na hierarquia do PSD. Depois, foi só esperar pacientemente, como as carraças, à cata de uma oportunidade. E foi nessa espera que outros dois personagens ajudaram a decidir o futuro de Portugal: um abandanou o Governo, o outro, deixou o Governo à deriva.
Ou seja, por causa de meia dúzia de sujeitos, estamos entregues à bixarada. E ainda chamam a isto uma democracia.
Worten sempre!
Caça ao “Tigre”
Environment Justice Foundation - Boletim da Latitude Zero
Um Segredo Quente
Greenpeace - Boletim da Latitude Zero
sexta-feira, setembro 24, 2004
Direito de resposta
Na ”Pública” de 19 de Setembro, o Prof. Vale de Almeida (VA), militante do BE, e militante gay, dá uma interessante entrevista (UMA ENTREVISTA EX CATEDRA), (parabéns ao entrevistado e à revista!) levantando-nos, contudo, algumas questões...
Diz VA que o nosso PS devia pôr os olhos no PS espanhol. De acordo!
Mas vejamos as diferenças que não podem ser esquecidas, nem escamoteadas, e nos separam, onde as responsabilidades não são só do PS. Muitas são nossas, e até dele (VA)!
Em Espanha há um grande movimento social que se manifesta nas ruas, com manifestações pelo Orgulho Gay que levam 1 milhão de pessoas. Em Portugal, nós pomos 500 a 2500 pessoas na avenida, com pouca representatividade social. Em Espanha há dezenas de associações lgbt - que, aliás, trabalham todas -, bem com o PSOE, através de um Federação, a FELGT,e que há muito o vêm sensibilizando, através de militantes ou simpatizantes, para estas questões. Em Portugal, pouco preocupados com os interesses e opções diversificados dos nossos companheiros de orientação sexual, as associações estão há muito subordinadas a uma actuação partidária estricta, fazendo com que estejam condicionados os contactos dos grupos com o PS, ou até PCP, e que quem os possa promover seja mal visto, e até considerado “traidor”. Personalidades heteros, que muito nos apoiaram, são ignoradas/criticadas, se forem da área PS. Veja-se o caso de Joao Soares, a quem o movimento lgbt muito deve, incluindo a associação a que VA pertence, que lhe deve o seu património - espaço-sede, a sua festa maior, anual, o Festival de Cinema gay , e outros apoios, e para quem nunca houve uma palavra de agradecimento, mas houve sempre críticas, para evitar a sua re-eleição. Encorajante!
Em Espanha há sindicalistas e centrais sindicais que apoiam uma agenda para a diversidade. Entre nós, só agora a CGTP e UGT começaram a sensibilizar-se para este problema. Em Espanha existe um mercado enorme, incluindo de turismo, que trabalha em sintonia com o movimento associativo, ainda que independentemente.
Em Portugal não temos mercado lgbt associado ao movimento gay, mas um mercado oportunista que só o explora, situação nunca desmascarada, porque abrem o bar em certas festividades, trazendo-lhes dinheiro, enquanto o turismo lgbt tem sido mal visto pelos mesmos, sob o pretexto de que os “gays pobres não podem viajar!”, misturado com muitos “Abaixo o capitalismo!”. A Espanha tem muitas revistas, até de distribuição gratuita, algumas de referência, como a “Zero”, que defendem estilos de vida, e não militâncias. Em Portugal, as que temos, por ora, ainda são paroquiais, dada a sua fraca distribuição, periodicidade, e temas que discutem.
Em Espanha temos uma ampla agenda diversificada conforme as regiões, que tem convencido muita gente, para além dos gays, inclusivé da área conservadora. Em Portugal, promove-se a “unicidade” do discurso, não se pretende negociar uma agenda mínima com os interessados, mas impôr uma agenda maximalista, começando a construir a casa pelo telhado, dando prioridade às adopções e aos casamentos gays, (que são um direito indiscutível, mas que dificultam o diálogo), em vez de outras prioridades, como uma simples lei contra o sexismo e a homofobia, promovendo-se até a exclusão de quem não concorda, ou, simplesmente, manifesta dúvidas.
Finalmente a Comunidade Europeia tem uma ampla agenda “pela diversidade, contra a exclusão”. Só que os ultra bloquistas lgbt, que nao gostam da CE, não compreendem como seria importante uma convergência estratégica nestes pontos, para fazer avançar a nossa causa...
Em suma, há entre nós e o caso espanhol grandes diferenças de contextos, que não favorecem quem no PS português queira apoiar a causa lgbt. TEREMOS QUE ESCOLHER ENTRE PROCURAR ALIADOS, E ALIMENTAR INIMIGOS. No resto, caro VA, estamos substancialmente de acordo. Mas o que escrevi já dá para uma excumunhão, ex-catedra,”urbi et orbi”.
António Serzedelo,
Opus Gay
quinta-feira, setembro 23, 2004
O Fim do Mundo?
O senhor acaba de lançar no Brasil “O espaço e o tempo em que vivi”, seu livro de memórias. Qual a sua avaliação do tempo em que vivemos hoje?
Na minha opinião, a humanidade vive a maior crise da sua história, mais profunda e complexa que aquela que assinalou o fim do Império Romano. É simultaneamente económica, financeira, militar, política e ambiental. A sua causa é um sistema de poder com características inéditas, hegemonizado pelos Estados Unidos, que retomaram o sonho antiquíssimo do Estado universal, mas com a ambição de ser perpétuo. Isso representa uma ameaça que põe em perigo a própria continuidade da vida na Terra. Apesar de serem uma nação muito poderosa militarmente e a primeira potência económica, os Estados Unidos tornaram-se uma nação parasita. É um país que consome muito mais do que produz. Há vários anos que a sua balança comercial é negativa. O déficite de junho, por exemplo, é cerca de 45 mil milhões de dólares. A sua dívida externa é maior do que a de todas as nações somadas. A interna é também assustadora: corresponde a 85% do seu Produto Interno Bruto. (...)
Qual a alternativa, diante de um poder que tem fragilidades, mas se mostra imbatível?
Há duas posições diferentes. Uma delas é a que se vê nos Fóruns Sociais Mundiais. O inimigo é muito poderoso, não temos condições de destruí-lo, então vemos se o reformamos, se conseguimos humanizá-lo. Enquanto isso, vamos buscando uma alternativa teórica à globalização, vamos pensar a reforma da democracia e possivelmente um socialismo de novo tipo. Isso parece o mais razoável -- mas é utópico, porque não se conseguirá nunca formular uma alternativa teórica que seja aceita universalmente. A solução do futuro para um país como o Brasil não será a mesma para o Canadá ou a Tailândia.
A outra posição sustenta que, como não podemos cair no teoricismo, temos que nos mobilizar contra o inimigo que é frágil, embora oculte suas fraquezas. Eu penso que o caminho é esse: o da mobilização dos povos contra a ameaça à humanidade, até porque o sistema de poder dos Estados Unidos, pelo seu amoralismo, só encontra precedente no Reich nazista, como mostraram os crimes cometidos no Iraque e no Afeganistão pelo exército norte-americano.
Pelo que o senhor diz, a posição maioritária no Fórum Social Mundial está equivocada...
Os fóruns sociais, o mundial ou os regionais, são espaços de diálogo insubstituíveis, nos quais os movimentos sociais tiveram um papel decisivo na mobilização. Contudo, há limites. É certo que uma organização revolucionária de novo tipo só se definirá no decurso da luta, porque hoje a maioria dos partidos comunistas apodreceu – na Europa, há dois que se mantêm fiéis a certos princípios, na Grécia e em Portugal. Entretanto, há uma tendência muito visível de voltar o debate a questões que acabam por ser inócuas. Há um movimento neoanarquista, que tem à sua frente intelectuais como John Holloway e Toni Negri, que é desmobilizador. Um exemplo é o zapatismo, cuja teoria se expressa numa frase: “sou um rebelde, mas não sou um revolucionário”. O subcomandante Marcos é um intelectual brilhante, mas não ameaça o sistema. Os movimentos são importantíssimos e indispensáveis, porém não substituirão a capacidade de mobilização permanente da organização revolucionária.
Leia a entrevista completa, por Rita Casaro
Pois, eu é mais "Viva Zapata", mesmo que já não seja com aquela pureza revolucionária que reclama Urbano Tavares Rodrigues...
Os números das listas
Independentemente de ser Público ou Privado, o importante são os recursos humanos. A coisa foi ainda mais grave, porque a tal empresa, ao equacionar a impossibilidade de corrigir os erros, não abdicou da tarefa. O que continuo sem perceber é porque é que se a solução passava por fazer a colocação em áreas mais pequenas (ou seja, o programa computar não 50 000 lugares, mas uns 5 000 de cada vez), como é que a dita empresa, cotada na bolsa, não teve um acessor entendido em matemáticas que lhes explicasse estas coisas básicas. No meio de tanta miséria, fica aqui um exemplo para os matemáticos explicarem a limitação dos computadores relativamente a certos problemas, e que esta limitação é proporcional ao número de variáveis (neste caso professores) que entram na "equação".
Entretanto, o nosso Lopes anda pelas Nações Unidas a falar de Justiça e de Desenvolvimento Sustentável à escala planetária, e a designar quem é que deve fazer parte do conselho de segurança da ONU, claramente a brincar aos Deuses no Olimpo; está previsto que hoje o seu regresso à terra (quer dizer, à santa terrinha), onde o esperam 50 000 professores angustiados e 1 milhão de alunos e pais contrariados.....
O financiamento do combate à pobreza
O economista defende, porém, que a proposta ganhe regras claras, como a criação de um mecanismo de controle sobre o dinheiro arrecadado nas transações. “Requer quase um consenso entre os países para criar de uma forma viável, administrável, a cobrança dessa taxa. Há uma série de dificuldades no sentido de estabelecer um mecanismo de controle, de coerção, que permita cobrança e a sua canalização para uma espécie de fundo”, ressaltou.
Piscitelli defende a participação direta das Nações Unidas na administração da taxa. Segundo ele, também existe a necessidade de que um organismo – a própria ONU – atuasse de forma a identificar as transações sujeitas à taxação. “Muitas vezes são instâncias internas em vários países, daí a dificuldade de se chegar a um consenso, por exemplo, para identificar o tipo de transação que estaria sujeita a essa taxação", afirmou.
Para o economista César Mattos, consultor legislativo da Câmara dos Deputados, a proposta apresentada na ONU é interessante e permite mudanças na atual engenharia financeira internacional. Ele defende que a taxação direcione os países que forem receber o benefício. “Existe uma grande consciência internacional, várias estatísticas mostrando que os organismos financeiros multilaterais estão muito preocupados com a eficiência dos gastos, ou seja, eles só vão emprestar para países que estejam implementando uma agenda de reformas para desenvolvimento”, ressaltou.
Na opinião de César Mattos, o governo brasileiro vem implementado reformas e ações que vão ao encontro do mecanismo de taxação internacional. “Não são nada diferentes das agendas que são priorizadas pelo Ministério da Fazenda, pela Secretaria de Política Económica”, defendeu.
Tirado daqui
A Miragem do Milénio
John Elkington Open Democracy -
quarta-feira, setembro 22, 2004
As metas do Milénio
Há quatro anos, líderes de 191 países se comprometeram em reunião organizada pelas Nações Unidas a alcançar as oito metas até o ano de 2015. O esforço colectivo deve garantir, em onze anos, a erradicação da fome e da pobreza, o combate à Sida e outras epidemias, a universalização do ensino básico, redução da mortalidade infantil, promoção da igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres, melhorar a saúde materna, garantir a sustentabilidade ambiental e estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento.
Durante a reunião da chamada Cúpula do Milénio, os países que assinaram o compromisso das metas também decidiram reforçar as operações de paz das Nações Unidas para que as comunidades vulneráveis se possam proteger em tempos de conflito. A África recebeu atenção especial durante as discussões da Cúpula. Medidas foram elaboradas para enfrentar os desafios da erradicação da pobreza no continente. Entre elas, destacam-se o cancelamento da dívida externa dos países africanos, a melhoria do acesso aos mercados, o aumento da ajuda oficial ao desenvolvimento e o aumento do fluxo de Investimentos Externos Diretos e da transferência de tecnologia.
Confira abaixo, em detalhes, as Metas do Milénio, ou ODMs (Objetivos de Desenvolvimento do Milénio):
1 - Erradicar a extrema pobreza e a fome
Mil e duzentos milhões de pessoas sobrevivem com menos do que o equivalente a $ 1 PPC ao dia. Esse quadro já começou a mudar em 43 países, cujos povos somam 60% da população mundial.
O Banco Mundial calcula anualmente um índice de preços, entre países, baseado nos custos de uma ampla cesta de bens e serviços. A partir desse valor, são divulgadas as rendas nacionais expressas em dólares com Paridade de Poder de Compra (PPC), que determina a quantidade de bens e serviços que $ 1 PPC compra em qualquer lugar do mundo.
2 - Atingir o ensino básico universal
Há 113 milhões de crianças fora da escola em todo o mundo. A Índia é um exemplo de que é possível diminuir o problema: o país se comprometeu a ter 95% das crianças frequentando a escola já em 2005.
3 - Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres
Dois terços dos analfabetos do mundo são do sexo feminino e 80% dos refugiados são mulheres e crianças. Superar as disparidades entre meninos e meninas no acesso à escolarização formal é a base para capacitá-las a ocuparem papeis cada vez mais activos na economia e política de seus países.
4 - Reduzir a mortalidade infantil
Todos os anos, 11 milhões de bebés morrem de causas diversas. No entanto, o número vem caindo desde 1980, quando as mortes somavam 15 milhões.
5 - Melhorar a saúde materna
Nos países em desenvolvimento, as carências em saúde reprodutiva fazem que a cada 48 partos uma mãe morra. A presença de pessoal qualificado na hora do parto será o reflexo do desenvolvimento de sistemas integrados de saúde pública.
6 - Combater o HIV/AIDS, a malária e outras doenças
Em grandes regiões do mundo, epidemias vêm destruindo gerações e cerceando possibilidades de desenvolvimento. Ao mesmo tempo, a experiência de países como o Brasil, Senegal, Tailândia e Uganda mostram que é possível deter a expansão do HIV. A redução da incidência dependerá fundamentalmente do acesso da população à informação, aos meios de prevenção e aos meios de tratamento, sem descuidar da criação de condições ambientais e nutritivas que estanquem os ciclos de reprodução das doenças.
7 - Garantir a sustentabilidade ambiental
Mais de mil milhões de pessoas ainda não têm acesso a água potável. Durante os anos 90, quase o mesmo número de pessoas ganharam acesso à água e ao saneamento básico. Os indicadores identificados para essa meta demonstram a adopção de atitudes sérias na esfera pública. Sem a adopção de políticas e programas ambientais, nada se conserva em grande escala, assim como, sem a posse segura de suas terras e habitações, poucos se dedicarão à conquista de condições mais limpas e sadias para seu próprio meio ambiente.
8 - Estabelecer uma Parceria Mundial para o Desenvolvimento
Muitos países pobres gastam mais com os juros de suas dívidas do que para superar seus problemas sociais. Já se abrem perspectivas, no entanto, para a redução da dívida externa de muitos Países Pobres Muito Endividados (PPME). Os objectivos levantados para atingir essa meta levam em conta uma série de factores estruturais que limitam o potencial para o desenvolvimento - em qualquer sentido que seja - da maioria dos países do sul do planeta.
Pelo Sudoeste
Seria bom que em vez de chorar sobre leite derramado (tal como na vaga deincêndios), a sociedade civil agisse a tempo e horas e fizesse valer a suaposição. Não queremos outro Algarve. Queremos?
PS: Se espalhares esta mensagem, não terás afelicidade eterna, mas pelo menos terás a consciência de que estás acontribuir para tentar melhorar Portugal.
Biopirataria em Alta
Uma empresa farmacêutica observa as práticas medicinais dos povos indígenas, testa-as em laboratório e patenteia o “novo” medicamento, que aqueles povos passam a ter de pagar para utilizar – é a biopirataria. O caso mais famoso deu-se com o quinino (para a malértia), cuja patente só foi revogada há três anos, após muita pressão indígena. Nas negociações com países da América Latina, os E.U.A. insistem na defesa dessas patentes, que querem ver aplicadas não só a plantas, mas também a animais.
terça-feira, setembro 21, 2004
Garfiar
Hoje 'tive a ler um blog abrupto, em que um fulano qualquer no meio de coisas que não interessam nada e de quadros asquerosos, vem dizer o que aconteceu a uns mortos quaisquer em mil oitocentos e troca o passo. Acho que isso não tem interesse nenhum, mas segundo vi depois o blog do gajo é um sucesso, enquanto o meu, foda-se, é um verdadeiro diário, daqueles que só quem escreve lê. Nem sequer um curioso ou um enganado cá vieram.
Bardamerda.
Também posso dizer que em 7 de Brumário de 1376, um indivíduo qualquer de nome Zé, disse para a mulher: "Ora, foda-se, mas que merda de sopa é esta?". Ao que a mulher, lavada em lágrimas, respondeu: "Que belo exemplo que estás a dar aos vindouros. Um dia, um parvinho qualquer vai transcrever este diálogo num blog e os vindouros vão pensar que somos uns atrasados mal educados. Umas bestas." "Que se fodam os vindouros, se tivessem que comer este caldo também asneiravam."
E, prontos, foi um episódio real de um tempo passado. Os maravilhosos anos ontem. Pode ser que este real naco de cultura ou falso escarro de mania tragam tansos ao meu ilustre blogue.
Garfanho
Contra a Fome
A Reunião de Líderes Mundiais para a Ação contra a Fome e a Pobreza, realizada ontem (dia 20), foi considerada um sucesso pelos ministros que acompanham o presidente Lula. As propostas apresentadas pelos governos da França, Espanha, Chile e Brasil conseguiram o apoio de mais de 100 países.
"Não tenho dúvida que com a presença de todos vocês nessa reunião, os pobres do mundo começam a ter mais esperança que vamos derrotar a fome e a miséria", afirmou Lula.
Fica-se sem saber o que implica na prática a assinatura do documento. É desta que começará a haver um sistema de impostos à escala planetária para constituir o tal fundo de combate à pobreza? será que alguma vez as transações fincanceiras vão ser objecto de impostos? e o comércio de armas, vai pagar imposto?
Continuaremos à espera de saber o conteúdo do documento.
Terrorismo emocional
Ontem a situação foi levada ao extremo (no programa prós e contras), com sucessivas promessas da ministra e as listas sem aparecer, ou aparecendo apenas por alguns minutos. Imagino os milhares de professores que passaram a noite em branco, acreditando nas palavras da senhora Ministra. Das duas uma: ou este governo é de uma incompetência nunca antes vista, ou os governantes são uns sádicos compulsivos, regozijando-se com o sofrimento alheio de milhares de famílias desesperadas, levando sempre um pouco mais longe os seus jogos de poder e manipulação. A isto só podemos chamar terrorismo emocional, levando literalmente à beira de um ataque de nervos todos os que ainda neste momento esperam, professores, alunos, pais, famílias, escolas, etc. etc. etc.
Se Maria do Carmo Seabra tivesse um bocadinho de vergonha na cara, demitia-se.
Reciclar
Comércio sem Escrúpulos
A Confederação Internacional de Organizações Sindicais Livres (ICFTU) divulgou uma lista de 400 empresas que mantém relações comerciais com Myanmar (antiga Birmânia), governado por um dos mais repressivos governos do mundo. Trabalho forçado, tortura, perseguições étnicas, religiosas e políticas – a lista de horrores é completa no regime militar que mantém detida a Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, graças ao apoio deste amigos comerciais. A maioria das empresas são britânicas.
Lista dos amigos da ditadura birmanesa - Boletim da Latitude zero
Iraque
A reconstrução do Iraque....
O mais grave nesta história toda, é que os recursos que deveriam ser empregues na reconstrução e na recuperação da economia, estão a ser gastos no esforço de guerra. Com níveis de desemprego assustadores, sem eletricidade, água e outros recursos básicos, o povo Iraquiano está cada vez mais próximo do abismo. Claro que isso não impede que se façam eleições; mas serão como as eleições no Afeganistão ou na Tchetchenia do senhor Putin: uma farsa hipócrita para salvar as aparências, que tem como único resultado o descontentamento geral da população civil, exactamente aqueles que poderiam acreditar na democracia.
segunda-feira, setembro 20, 2004
Desenvolvimento do Milénio
ATTAC à fome no Mundo
Entretanto, formou-se um grupo de países para preparar a proposta que inclui também a França, o Chile e a Espanha. O objectivo da equipa é estudar mecanismos inovadores para financiar o combate à fome em todo o mundo, que afecta mais de 850 milhões de pessoas.
"Uma das propostas em exame é a taxação de determinadas transações financeiras, especialmente as oriundas de paraísos fiscais. Outra ideia seria um imposto sobre o comércio de armas", disse Lula.
"Creio que a proposta se justifica por razões não apenas económicas, mas, sobretudo, éticas."
O grupo estudou igualmente formas de promover investimentos socialmente responsáveis, bem como contribuições voluntárias do sector privado e de indivíduos.
Hoje estas propostas estão a ser discutidas na ONU, com um conjunto de responsáveis de mais de 50 países, responsáveis do FMI, do Banco Mundial e do Programa Alimentar Mundial. Na génese desta iniciativa estão as Metas de Desenvolvimento do Milénio, que estabeleceram objectivos para a redução da pobreza e à promoção do desenvolvimento sustentável. Curiosamente, o imposto sobre as transações financeiras é exactamente o que há já alguns anos a ATTAC preconiza como meio de combater a desigualdade no mundo. Afinal as utopias podem ser postas em prática, sendo necessário apenas um bocadinho de vontade política...
PS - aguardamos o resultado desta reunião com impaciência...
Corto
Lá está, parece que nem de propósito: depois de uns "Públicos" manhosos, surge agora esta oportunidade que o Público nos dá de adquirir as BD's de Hugo Pratt. Escusado será dizer que me reconciliei com o dito Jornal. O primeiro livro, hoje nas bancas (1º volume de uma série de 3), é a Balada do Mar Salgado. Para mim, a melhor das aventuras de Corto Maltese, demonstrando que a BD é uma arte completa, que nos leva a sonhar outros mundos, de uma forma ímpar e apaixonante.
Conheci as primeiras tiras da "Balada" quando era puto, na revista do Tin Tin; na altura, os desenhos a preto e branco e o estilo quase "impressionista" não me atrairam muito. Apenas uns anos depois, a folhear a colectânea é que comecei a ler a história completa. Fique completamente rendido à mestria desta obra. Depois continuei a ler as restantes aventuras, mas a Balada do Mar Salgado ficou-me sempre como a mais bem conseguida história de Hugo Pratt e umas das melhores do Universo da BD. Para quem não conhece, uma oportunidade única. Para quem não tem, uma boa opotunidade de poder ler e reler esta fantástica história. Boas leituras.
quinta-feira, setembro 16, 2004
Annan e o Iraque
"Eu sou um dos que pensam que deveria ter havido uma segunda resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas antes de se dar luz verde à invasão no Iraque pelos Estados Unidos, que derrubou o regime de Saddam Hussein", afirmou Annan.
"Já disse que o que se passou não está em conformidade com a Carta das Nações Unidas", acrescentou o secretário-geral da ONU.
"Espero que não vejamos outra operação semelhante à que se desenrolou no Iraque por muitos anos - sem a aprovação da ONU e sem muito apoio por parte da comunidade internacional", rematou.
No Público.
Cinema Gay
Dia 16 de Setembro, quinta-feira
Cinema Quarteto
Sala 1 - 22h BLIND SPOT de Stephan Woloszczuk (91'', EUA, 2002)
Sala 2 - 22h CON QUÉ LA LAVARÉ de María Trénor (11'', Espanha, 2003) 9 DEAD GAY GUYS de Lab Ky Mo (79'', Reino Unido, 2002)
Sala 3 - 22h PRIVATE DIARY de Pedro Usabiaga (56'', Espanha, Alemanha, 2003)
Sala 4 - 22h CHRISTOPHER & GORDY de Frank Mosvold e Tom Petter Hansen (5'', Noruega, 2004) STEVEN''S SIN de Linda Tarryk (15'', EUA, 2003) NICK NAME AND THE NORMALS de Howard Skora (75'', EUA, 2003)
Gaiteiros
O Encontro de todos os Gaiteiros
Fundão - 18 e 19 de Setembro de 2004
Distribuição da Gaita de fole em Portugal: a azul, a Gaita Transmontana; a verde a Gaita de fole "normal".
Eles vêm aí - os Gaiteiros.
Durante muitos séculos, a gaita-de-fole foi um instrumento extremamente popular em Portugal. Durante os últimos 50 anos, muitos foram os gaiteiros que mantiveram a música viva, apesar de todas as dificuldades.
Nos dias 18 e 19 de Setembro de 2004, irá decorrer a Quarta Edição do Encontro Nacional de Gaiteiros, (inserido no festival Caminhos da Transumância) e organizado pela Associação Gaita de Foles, com o apoio da Câmara Municipal do Fundão; um evento único que acolhe as várias gerações de gaiteiros de todo o país, do Minho, Trás-os-Montes, Coimbra, Litoral centro, Estremadura e Península de Setúbal, para um fim-de-semana de música, convívio, descoberta, aprendizagem, e muito mais. O tema forte deste ano são os instrumentos do Ciclo Pastoril - onde se insere, claro, a Gaita-de-fole.
Gaita-de-foles?
É comum, ainda hoje, que as pessoas associem imediatamente "gaita-de-foles", com a Escócia.
Na verdade, a gaita-de-fole é um instrumento com muitas variantes em todo o mundo, que não se resume apenas à gaita escocesa, tal como é popularizada nos meios de comunicação. Em toda a Europa podem encontrar-se instrumentos desse género, com muitas afinações, formatos e modos de tocar, muito diferentes entre si - e que no entanto, pertencem à mesma família de instrumentos musicais: as gaitas-de-fole.
Em todo o mundo há centenas ou mesmo milhares de tipos diferentes: na França, Alemanha, Espanha (na Galiza, Catalunha, Astúrias, Aragão, etc) Reino Unido, nos países do Leste da Europa, também na Túnisia e Argélia, ou no Sul da Itália, na República Checa ou na Suécia, para citar apenas alguns exemplos. Em Portugal, também existem instrumentos do mesmo género, e com formas bem portuguesas, únicas em todo o mundo.
Mais informação na Gaitafoles.
quarta-feira, setembro 15, 2004
Outra Igreja é possível
Diante de profundas mudanças na sociedade, os homens do clero vêem perigos em todos os lados.
No séc XIX era o medo do liberalismo; no séc XXI é o medo da secularização e a sensualidade nos costumes. No fundo trata-se do mesmo fenómeno: a resistência à mudança medo de quase tudo o que é novo, diz José Maria Castillo, Professor da Faculdade de Teologia da Universidade de Granada.
As consequências deste conservadorismo é o afastamento de milhões de crentes da religião; os que ficaram, maioritariamente não são praticantes: há um novo tipo de crente, que proclamando-se católico, deixa de ser praticante e vive a sua fé à margem da instituição.
Hoje em dia a Igreja está fracturada, dividida, e em confronto, enumerando por exemplo estes três sectores (Juan José Tamayo):
1- O neoconservadorismo da cúpula romana, defendendo uma igreja de resistência, única (fora da Igreja católoca não há salvação), por oposição à Igreja da solidariedade e da teologia da libertação;
2 - O sector centrista, numeroso, que põe em prática o Vaticano II.
3 - Os críticos de fronteira, que se opõem ao pontificado em todos os campos: laicidade do estado, papel da mulher na Igreja, sexualidade ou o princípio de que o nuclear no Envangelho são as propostas éticas, não as dogmáticas.
Apesar de não haver uma escomunhão destes últimos, há condenas públicas destes padres chegando mesmo a serem expulsos das suas cátedras (até hoje já foram mais de 500 padres em Espanha a sofrer represálias).
O teólogo secular Enrique Miret Magdalena, da ass. João XXIII, reclama liberdade e democracia interna no seio da Igreja, rematando: "Hoje em dia Roma quer manter os católicos com a boca fechada".
Traduzido e adaptado do artigo saído no El Pais de 12 de Setembro "Vientos de fractura en la Iglesia Católica", por Juan Bedoya
Dia sem carros
"Folclórico" e "uma maçada para muita gente" foram algumas das expressões usadas por Santana Lopes para classificar o evento, que se realiza a 22 de Setembro.
Mas ninguém obriga Lisboa a aderir ao dia Europeu sem carros...
"Folclórico" é cortar uma rua apenas. A ideia deste dia não é ser uma "maçada", mas sensibilizar as pessoas para pelo menos um dia no ano utilizarem transportes alternativos ao seu carro. Uma "maçada" é hoje haver o dobro dos automóveis em Lisboa relativamente a 1990; uma "maçada" é não haver ciclo vias em Lisboa (quer dizer, há, mas são "folclóricas"); uma "maçada" é cada vez haver mais poluição em Lisboa; uma "maçada" é não haver uma política urbana de sustentabilidade ou um plano qualquer para diminuir o tráfego em Lisboa; "folclórico" é o túnel Marquês, que apenas serve para trazer mais carros para o centro da cidade...
Um bocadinho de planificação e de bom senso não ficava nada mal a estes políticos "folclóricos" e "maçadores".
Balho "agarrado"
No Espaço Ribeira
(Av. 24 de Julho, Mercado da Ribeira, 1º Piso - Em frente ao Cais do Sodré)
Noite de Bailarico com a estreia dos fabulosos
CRAVO E FERRADURA
Um baile de danças europeias que promete;
O grande reencontro pós-férias no regresso às danças; por isso andantinos, europianos, dançarilhos, e todas as criaturas danças em geral não percam esta auspiciosa estreia na Ribeira deste trio mágico que surge quando as musas pegam em muito dos longíquos e primordiais CPPP, com um pouco dos incríveis UXU KALHUS, a que juntarem para dar um toque de cravo que torna este receita muito especial e única, que vos fará a todos dançar até o "sol raiar".
Os magos são: CELINA PIEDADE - Acordeão, PAULO PEREIRA - Flautas e rauchspfeifen
e JOANA BAGULHO - Cravo
O reportório escolhido resulta num baile agarrado de mazurcas (mais de meia dúzia), valsas (3, 5 e 8 tempos), chotiças, e ainda outras danças europeias como a bourrée, o círculo, o andro, entre outras...
Mas não é tudo: antes do grupo vamos ter a partir das 22h00 uma aula de 1h30 com a maestrina MERCEDES PRIETO que irá dar uma aula intensiva de danças euroepeias a par. Esta aula será preciosa para usufruirem ao máximo o baile. Apareçam cedo e não a percam pois não pagam, mais por isso.
Apareçam todos pois esta noite promete!!!
terça-feira, setembro 14, 2004
O Inverno do Carrasco
No 31o aniversário do golpe que instaurou a ditadura chilena, uma líder da luta por direitos humanos garante: só descanseremos com Pinochet atrás das grades.
Em 11 de setembro de 1973 um sangrento golpe militar derrubou o governo democrático do presidente Salvador Allende. O esquema de repressão liderado pelo general golpista Augusto Pinochet incluiu perseguição política, prisões em massa, “desaparecimentos”, julgamentos sumários, torturas sistemáticas, execuções e prisões secretas. Viviana Díaz, secretária geral do Grupo de Familiares de Presos Desaparecidos, conta sua experiência.
22% de pobres
Portugal ocupa o segundo lugar, atrás da Grécia, no que toca aos níveis de pobreza da antiga UE a 15. O relatório aponta que cerca de 22 por cento da população portuguesa "está em risco de pobreza ou vive com um salário que equivale a menos de 60 por cento da média nacional de rendimentos". (Público)
O mesmo relatório afirma que desde a segunda guerra Mundial que nunca houve tantos sem-abrigo na Europa. Estes são hoje 3 milhões, enquanto que nos EUA são 3,5 milhões (dos quais mais de um terço são crianças). E entretanto, o governo continua a descontruir e a cortar nas prestações sociais do Estado. Isto, vindo de um ministro que até percebe umas coisas de botânica, sempre com aquele duscurso do "assim o sistema é mais justo, porque os que mais precisam vão pagar menos impostos e os que mais precisam vão pagar menos Hospitais..." Shame on you, Mister Félix, shame on you. O que este governo vai conseguir é que daqui a uns anos sejamos o país com mais pobres da Europa, com mais excluidos do sistema, ao mesmo tempo que os Jaguares se vendem como pãezinhos... Não deixem de ler o relatório da ONU!
Mandar dinheiro para casa
Os Emigrantes do Bangladesh, que em Londres conseguiram amealhar uns cobres na restauração, estão a fazer escolas em zonas carenciadas do seu país; este é o caso de Shahid Abul Kalam, que fundou uma escola secundária para 900 alunos na sua aldeia natal, Gohorpur. Para tal, juntou 16 000 libras que agora aplicará na construção da Escola.
Relatório da ONU.
CIVILIZAÇÃO OU BARBÁRIE
Desafios e Problemas do Mundo Contemporaneo Serpa e Moura (Portugal),
23-25/Setembro/2004
O Encontro tem por objectivo aprofundar a reflexão sobre os efeitos devastadores de uma estratégia de poder que, pela sua ambição e desumanizaçao somente encontra precedente na desenvolvida pelo III Reich alemão. Ao mesmo tempo, pretende contribuir para a tomada de consciência do perigo, respondendo assim aos objectivos do Forum Social Mundial, e para a mobilização da combatividade dos povos nas grandes lutas que se aproximam.
Clique em Programa para ver os oradores, os temas e a distribuição por salas e cidades. Clique em Comunicações para ver a lista das comunicações já recebidas (descarregáveis nas línguas originais).
Clique em Serpa e em Moura para conhecer estas belas cidades medievais da região portuguesa do Alentejo.
Clique em alojamentos em Serpa a fim de escolher o estabelecimento e efectuar a respectiva reserva.
Para descarregar o poster do Encontro nas suas dimensões originais (formato A1, escalável) clique um dos links abaixo com o botão direito do rato e faça "Save As..." (descarregamento lento): cartaz_grande_def.jpg (1831 kB) compactado: cartaz_grande_def.zip (1761 kB). Clique em palestras para saber das intervenções previstas para Arraiolos, Castro Verde, Extremoz e Montemor-o-Novo.
segunda-feira, setembro 13, 2004
A Obsolescência na prática
QVONDAMXAT(A)
LAIA(E)XCAPVTXA
THEODOSIOXSE
CWDOXDXEVSTA-
CHIOXPERVIGILIXV(E)
NATORIXDOMICI
LIVMXDICATVM
ANNOXDOMINI
162SXPRIMVM
SACRVMXSOLEM=
NITERXCELEBRA
TVMXESTX21XMAIIX1626
O que quer que isto queira dizer, foi escrito à quase 500 anos!... Agora facilmente registamos tudo com telemóveis e dvds, mas como estes suportes não duram 1 ano, a arqueologia continuará no futuro com pés para andar!
mpf
SCUT
Por princípio, não estaria contra o pagamento das SCUTs; o problema é que as alternativas têm que ser funcionais. Exemplo disto é a futura A25, que irá substiutir a IP5. Se a IP5 continuasse a existir, a A25 poderia ter portagens: achava isso normalíssimo. Mas o que acontece é que a A25 implica o desaparecimento da IP5. Como alternativa fica a nacional 16, que hoje em dia apenas serve para o tráfego local. Aposto que António Mexia nunca andou por essa nacional. Aposto que há muitos anos que ninguém faz o tajecto de Celorico da Beira a Albergaria-a-Velha nesta estrada. É que demorar 4 horas para fazer 150 km, passando por mais de 50 povoações, dificilmente pode ser considerada "alternativa". Se falarmos então de pesados, o filme passa a ser surreal: há troços em que os pesados só conseguem passar fazendo manobras. O cenário a confirmar-se só poderá ser catastrófico, com uma estrada de curvas-contra-curvas que atravessa constantemente todas as povoações, a servir como principal via de entrada em Portugal, para quem não quer pagar portagem.
Por isso, antes de decidirem, aconselho ao senhor ministro António Mexia e restantes membros do governo uma jornada na Nacional 16. Sim, porque isso da descentralização passa essencialmente por conhecer o país real, com as suas estradas nacionais e restantes misérias, e não mandar uns ministros para fora de Lisboa e volta e meia comer fora da capital...
PS - o que eu queria em vez da IP5 era uma Autovia. Porque é que nós não temos Autovias? é da constituição, tipo Artigo 16: "As estradas tendencialmente passarão a Autoestradas a pagantes, nunca a Autovias à borla"? não há uma lei que defenda os utentes, definindo os critérios mínimos para que uma estrada possa ser considerada alternativa?
Pela Palestina
Palestina, realizado em Lisboa no dia 7 de Setembro de 2004:
Manifestam a maior preocupação pela tragédia que vive o Povo Palestiniano nos territórios que Israel ocupa há décadas , com o apoio do sectores mais conservadores dos E. U. A. Nos últimos anos, "processo de paz " após "processo de Paz" a situação dos palestinianos não só não melhora, como cada vez se torna pior. É o que sucede agora com o "Road Map", o "Roteiro para a Paz", o qual - após grandes concessões da
Autoridade Palestiniana - aprovado e "garantido" pelo Conselho de Segurança e o " Quarteto" (EUA, EU, Rússia, ONU) continua sem ter a mínima implementação. Pelo contrário, Sharon reforça a ocupação da Margem Ocidental do Jordão - através de colonatos e do "Muro" já condenado pelo Tribunal Internacional de Justiça de Haia - acenando ao mesmo tempo com uma retirada unilateral da Faixa de Gaza, que transformará este território numa quase prisão para milhão e meio de palestinianos condenados à fome. A ocupação israelita continuada, sem limites e sem fim, viola os direitos do Povo Palestiniano à auto-determinação e independência, agrava a crise económica e humanitária, a tensão e o clima de guerra no Médio Oriente, a violência com tremendos custos humanos. São destruídas sistematicamente as casas e as culturas dos palestinianos, que contam dezenas de milhares de feridos e milhares de mortos, enquanto simultaneamente se registam também em Israel numerosos e sucessivos casos de vítimas inocentes.
Sabão macaco
Sebo – 16 quilos
Óleo de purgueira – 10 quilos
Óleo de ricínio – 4 quilos.
Óleo de palma –Quilo e meio.
Soda cáustica a 30º - 60 quilos.
Soda solvay a 25º - 10 quilos.
Carbonato de soda – 10 quilos.
Para cor azul junta-se o azul ultramar (65 g) e para cor de rosa almagre (200 g).
Fabrico – Deitam-se primeiramente na caldeira, todas as gorduras, acende-se o fogo e fazem-se derreter. Logo que ferva e comece a subir, apaga-se o fogo e deita-se na caldeira a água, a soda Solvay e a Soda cáustica; bate-se tudo muito bem com um ou dois rodos até obter a ligação absoluta das lixívias com as gorduras. Voltar a aquecer e juntar a tinta para dar cor. Quando a massa adquira a consistência desejada, adicionar pouco a pouco o carbonato de soda. Deixe-se a ferver, até a massa não apresentar espuma e comece a abrir, ou seja “rachar a massa” na linguagem do saboeiro. Neste ponto, retire a massa da caldeira para moldes de madeira, nunca deixando de mexer a massa que vai ficando na caldeira. Quanto mais lento for o arrefecimento no molde, mais bonito fica o sabão.
(post reciclado)
Justiça no Comércio Mundial
Das patentes mundiais registradas nos últimos 20 anos, 98% estão nas mãos de Estados Unidos, Canadá, União Européia e Japão.
Os países desenvolvidos gastam mais de 330 mil milhões de dólares por ano em medidas de apoio a seus produtores agrícolas. Isso equivale a duas vezes o valor das exportações agrícolas de todos os países em desenvolvimento.
As desigualdades no acesso á tecnologia e outros problemas de mercado fazem com que os produtos tradicionais dos países em desenvolvimento tenham um valor muito inferior aos que são produzidos pelos países ricos. Para pagar apenas um tomógrafo computadorizado, produzido em países ricos, é necessário exportar 30 “navios de soja”!
A importância do comércio internacional pode ser vista por suas implicações na vida cotidiana: afecta o preço dos alimentos, influencia a disponibilidade de empregos e tem impacto sobre os orçamentos governamentais. Essa importância é crescente: nos últimos 50 anos, enquanto o PIB global aumentou quase seis vezes, o comércio multiplicou-se 80 vezes em valor e 18 vezes em volume.
Da forma como tem ocorrido, a liberalização do comércio global e o investimento nos países mais pobres nem sempre resultam em benefícios para as suas populações.
Isto gera uma situação de assimetria, onde é cada vez mais difícil para os países pobres e seus pequenos empreendimentos colectivos competirem com as corporações tradicionais, sem mencionar os enormes danos causados às suas populações pelo pouco regulado trânsito de capitais especulativos.
Companheiros, não sou contra o acúmulo de capitais dado que adopto o capitalismo e a democracia; sou antes sim, contra a forma como esse processo decorre. Não espere as regras do comércio mundial mudarem para começar a agir localmente. Combata a exclusão e promova a justiça. Ao fazer compras, dê preferência a produtos oriundos de comunidades pobres.
Donizete
Para vosso maior esclarecimento, visite os sites da FALE e das Nações Unidas.
Contra Informação
Algumas estreias:
Telmo Correia-de-transmissão (Ministro do Turismo)
António Lixívia (Ministro das obras públicas)
Maria Deslocada Seabra (Ministra da Educação)
Tele tegui (secretária de estado das Artes e Espectáculos)
Estes novos bonecos vão permitir ao programa "cobrir o essencial deste novo ciclo de Santana Flopes, primeiro-ministro"
Vamos lá a ver se isto com um bocadinho de ficção bem humorada suaviza a triste realidade em que vivemos. Não sei é se foi um bom investimento fazer bonecos com todos os novos governantes...
sexta-feira, setembro 10, 2004
Genocídio em Darfur
A Human Rights Watch descreve a situação insustentável que vive a região. Se até ao fim do ano nada for feito, aos mais de 50 000 que já morreram (o número pode ser ainda maior) haverá que somar outros 100 000, vítimas da intolerância de uns e da passividade de outros...
"O Governo do Sudão é responsável por "limpeza étnica" e crimes contra a humanidade em Darfur. O Governo e as milícias árabes Janjaweed por si armadas cometeram numerosos ataques sobre as populações civis dos grupos étnicos Fur, Masalit e Zaghawa (Africanos). As forças governamentais supervisionaram e participaram directamente em massacres e execuções sumárias de civis - incluindo mulheres e crianças - , violaram mulheres, incendiaram e destruiram cidades e aldeias e forçaram o abandono de terras há muito habitadas por estas Etnias. Dezenas de milhar foram mortos, mais de 110 000 fugiram para o Chade e mais de 1 milhão estão sem casa mas encurralados em Darfur, sujeitos a todo o tipo de abusos e brutalidades." Continua - em inglês; leia o relatório completo da HRW.
Apesar desta notícia estar praticamente ausente dos Media, é sem dúvida o maior drama que hoje o Mundo vive... Comparativamente, estou-me completamente nas tintas para o CV militar de Bush ou de Kerry. Absolutamente.
Público tabloide
"Medicamento para abortar causa graves lesões na mãe e no bébé"
A notícia em causa revela-se uma fraude: é que não fala do aborto antes das 12 semanas, mas do aborto tardio. E esse tema é consensual: todos estão de acordo que depois das 12 semanas abortar não deve ser uma opção. Por isso, esta não notícia não tem explicação; seria natural num Correio da Manhã ou num 24 Horas, mas no Público? em que é que esta primeira página vem ajudar à discussão actual?
Eu não sou jurista (onde é que eu já ouvi isto), mas cometer aborto aos 6 ou 7 meses deve ser crime em qualquer país democrático, mas crime de homicídio, já que o resultado é um bébé prematuro, viável. Em protesto contra o populismo deste público (os gajos devem estar mal de vendas, só pode), vou deixar de comprar durante um mês... e meio!
Outono florido
Da família das BOMBACACEAE, prima do famoso embondeiro (chamam-lhe Baobá no Senegal, Polón na Guiné - a árvore gigante de África, considerada a árvore mais corpulenta do mundo e celebrizada pelo Princepezinho - fotografia á direita), está agora brutalmente florida a Barriguda ou Paineira rosa, palo-boracho (Espanhol), Tokkurikiwata (Japonês), oriunda da América do Sul, que tem como nome científico Chorisia crispiflora. É uma versão minorca do embondeiro, mas quando florida, dá um ar da sua graça, pela imensidão de flores rosas que surprendem por vir em contra-ciclo, tipo de repente, no meio da crise, o pessoal começar todo a ficar muita contente, pulando de alegria com a subida do desemprego e com o aumento dos preços....
Chorisia crispiflora
O nome japonês, "tokkuri kiwata" é-lhe atribuído porque tem o tronco em forma de tokkuri e os seus frutos produzem algodão, e por isso vai daí, chamam-lhe também “ki” e “wata”.
Lá, nas Américas meridionais, floresce de Fevereiro a Abril; cá floresce agora, de Setembro a Outubro, o que tem lógica, já que estamos no outro hemisfério. Nos dois casos, floresce notavelmente a princípios de Outono.
O tronco, fica inflado com células que armazenam água, esticando a casca da árvore e ganhando assim a tão característica barriga. Têm também numerosos aguilhões, com a quantidade destes a variar de indivíduo para indivíduo (fotografia aqui mesmo ao lado).
E pronto, agora já podemos saber o bem que esta árvore nos pode fazer à alma:
"Sensação de felicidade e calma no coração. Sentimento de aconchego e de não estar sozinho. Facilita a vida comunitária, na família e no trabalho, harmonizando a comunicação numa transmutação do aspecto crítico. Conforta e alegra. Trata a tristeza e mágoa trazidas por agressões subtis, sarcásticas ou irónicas, pequenas "alfinetadas" desferidas por pessoas próximas, pequenas ofensas mas que acarretam sangramentos na alma com sensação de solidão e de estar sem os amigos verdadeiros. Desapontamento de relacionamentos e decepções do quotidiano. Harmonização ambiental."
PP
PS1 – tokkuri é o nome dado às garrafas de Sake, ki é árvore e wata algodão. O que dará em Japonês “Árvore de algodão em forma de garrafa de Sake”; mesmo assim prefiro Barriguda...
PS2 – Este post é em homenagem à Lisou...
PS3 - Reciclagem de um post do passado Outono...
quinta-feira, setembro 09, 2004
Dinossauros na AR
Na Assembleia da República estará patente ao público uma exposição de Dinossauros, tendo como destaque alguns dinossauros únicos no mundo, como é o caso do Lourinhanosaurus antunesi, com 150 milhões de anos e outros menos únicos, como o Estegossauro (na fotografia).
Será também uma oportunidade de ver in loco dinossauros biológicos e dinossauros políticos no seu ambiente; os dinossauros políticos, que abundam por aquelas paragens, pastam placidamente nos ervedos verdejantes pagos por todos nós, e normalmente deslocam-se em manadas partidárias, resumindo-se os contactos com outras manadas a alguns confrontos verbais esporádicos. A interacção ecológica entre estes dois tipos de dinossauros será uma ocasião única para elucidar o mistério da extinção destes animais...
Aborto: alguns números
Mais de 70 000 abortos serão feitos este ano, na maioria clandestinos.
Cerca de 70 000 mulheres morrem todos os anos no mundo por prática de aborto inseguro.
E ainda dizem que esta lei beneficia as mulheres. O mais revoltante é a hipocrosia de toda a situação, com o fundamentalismo cristão a liderar as hostes, sempre que vem a público esta triste realidade. A lei não impede a prática de abortos; apenas os mete debaixo do tapete, para o limbo da clandestinidade, longe dos olhos da facção mais conservadora da nossa sociedade, que a bem da sua hipócrita moral, condena anualmente 70 000 mulheres à clandestinidade.
E agora, sobre esta temática, um blog que pode ser muito útil:
Comecei a fazer a distribuição da RU-486 à 2 anos. Foi com surpresa que descobri que esta píLula, demonizada em Portugal, é vendida como especialidade livre em França (e como contra indicações só tem problemas gástricos e nauseas). Dado que considero esta lei imoral e dado que muitas filhas de políticos já recorreram a mim enquanto este serviço era telefónico acho que está na hora de passar pra uma outra fase, e assim farei! Daqui lanço o meu repto a todas as pessoas pra que divulguem este site pra que qq mulher em período de interromper a gravidez possa tomar essa opção e n apenas aquelas que podem ir ao Reino Unido ou à Suiça.
Noiseformind
As outras Andanças
Uma jogada de envolvimento pela esquerda, que ia dando em golo...
Os seguranças que assistiam à surreal peladinha, comentavam o jogo com os seus colegas que patrulhavam...
Livre directo, que ia dando golo...
Depois do golo, os festejos efusivos.. é que mesmo todos contra um guarda-redes, a coisa não foi nada fácil: o guarda redes deu o litro (foi considerado MVP pela crítica em geral) e quase tudo o que havia para defender morreu antes dos postes...
A falta... jogo duro e viril, com algumas faltas um pouco mais feias, a merecer cartão...
A bola foi tremendamente disputada, como se pode ver...
Uma das muitas defesas do herói do jogo: o fantástico guarda-redes!!!
As raízes do ódio I
Juan Pablo Duch, La Jornada
Separatismo, petróleo, extremismo religioso, ressentimentos antigos, interesses geopolíticos estrangeiros e luta entre clãs pelo poder misturam-se, entre outros fatores, no conflito da Tchechénia, cujas raízes são anteriores à desintegração da União Soviética. De facto, elas remontam à épóca em que os czares decidiram conquistar a estratégica região do Cáucaso Norte, no século XVIII, quando o xeque Mansur reuniu um exército de montanheses para fazer frente ao império russo.
A partir deste momento - e já se passaram 219 anos desde esse levantamento armado - o sonho da independência Tchechena tem sido constante na sua difícil convivência com os russos.
Talvez a página mais dolorosa do período soviético foi a brutal deportação ordenada por Estalin, em 1944, para terras inóspitas do Kazaquistão, na Ásia Central, que custou a vida de quase 200 mil Tchechenos.
No seu confronto com Mikhail Gorbachev, o ex-presidente da Rússia Boris Yeltsin, que não deixou de aproveitar para dar apoio a todo foco de tensão no vasto território soviético para desestabilizar o seu rival, colocou o general Dzhojar Dudayev no poder na Tchechénia.
O colapso soviético criou as condições propícias para que o governo de Dudayev proclamasse a sua independência, em 1991, que Yeltsin tentou abafar três anos depois através da força. A primeira guerra russo-chechena terminou em 1996 com a virtual capitulação russa, expressa na vergonhosa assinatira dos acordos de Jasaviurt.
Dudayev foi asssasinado, mas as ideias separatistas seguiram prevalecendo entre os novos líderes, ainda que um caminho mais moderado e pragmático tenha sido escolhido pelo presidente Aslan Masjadov, que buscava fortalecer o estado Tchecheno através do reconhecimento russo à independência baseado nos termos do acordo de Jasaviurt.
Masjadov fracassou e não pode evitar que a Tchechéia, no fundo uma sociedade tribal e estruturadas em clãs e vínculos familiares, acabasse dividida num sem-número de pequenos feudos, cujos caciques se dedicavam a saquear o petróleo e outras riquezas.
A divisão entre os separatistas ficou evidente quando o sector mais radical, representado por Shamil Basayev, buscou apoio no exterior e converteu-se no principal defensor das ideias do wahabismo, uma visão fundamentalista do Islão, estranha à maioria dos Tchechenos.
A diferença principal entre os moderados e os radicais foi a convicção dos últimos de que a luta contra o "imperialismo russo" deveria prosseguir apesar dos acordos de paz, para fazer da Thechénia não apenas um país independente, mas um exemplo do movimento de todo o Cáucaso Norte.
Com um Yeltsin cada vez mais doente e distante da realidade e Masjadov e Basayev seguiam discutindo na Tchechénia floresceu todo tipo de contrabando e o sequestro de pessoas ricas no território russo transformou-se no principal modo de sobrevivência dos paramilitares que exerciam o poder de fato nos diferentes feudos - diante da ausência de lideranças em Moscovo e Grozny capazes de cortar pela raíz estes fenómenos que só serviam para opor a sociedade russa aos Tchechenos, que passaram a ser confundidos com a máfia.
O sucessor de Yeltsin, Vladimir Putin, então um desconhecido para a maioria dos russos, chegou ao Kremlin depois de prometer acabar com o problema Tchecheno "perseguindo os terroristas".
Antes disso, em agosto de 1999, Basayev invadira um pequeno povoado que proclamou a "República Wahabita Independente", de vida abreviada pela intervenção do exército russo.
Em setembro do mesmo ano, explosões ainda não esclarecidas derrubaram vários prédios em Moscovo e outras cidades russas, causando a morte de centenas de pessoas e criando um ambiente de ódio aos Tchechenos, acusados pela equipa de campanha de Putin de estar por trás dos atentados.
Publicado em www.planetaportoalegre.net: 08/09/2004
(continua em baixo)
As raízes do ódio II
Juan Pablo Duch, La Jornada
Parar os ataques aos civis russos foi uma das principais promessas eleitorais de Putin e, para passar das palavras aos fatos, assumiu a responsabilidade pelo início de um segundo confronto Russo-Tchecheno, em Outubro daquele ano.
Cinco anos depois, Putin não conseguiu comprir sua promessa eleitoral. No 11 de setembro de 2001, quando os EUA foram atacados, a sua chamada "operação anti-terrorista" já havia falhado, já que os rebeldes Tchechenos optaram por uma guerra de guerrilha contra os 80 mil soldados russos estacionados na região.
Putin soube tirar proveito da conjuntura ao embarcar na chamada coligação mundial de luta contra o terrorismo. As críticas da comunidade internacional sobre os excessos do exército russo para com os civis Tchechenos, documentadas por várias ONG como violação de direitos humanos, logo de dissiparam.
Ao mudar de lado, o convertido Ahmad Kadyrov (morto pela guerrilha em 9 de Maio passado) ofereceu a possibilidade de simular um acordo político que na prática significava o favorecimento de um clã sobre os demais, na busca de se "Tchechenizar" o conflito.
O Kremlin, ao apostar na imposição de um governante pró-russo na Tchechénia, usou o episódio do sequestro no teatro Dubrovka em Moscovo, em outubro de 2002, para cancelar qualquer possibilidade de negociar uma solução pacifica com o sector moderado do separatismo Tchecheno.
Moscovo montou uma verdadeira farsa para "legitimar" Kadyrov nas urnas, e, com tantos abusos e arbitrariedades, acaba de fazer o mesmo com o seu sucessor, o general Alu Aljanov.
Com isso, conseguiu que Masjadov e Basayev, cada um com suas diferenças, voltassem a unir forças, o que intensificou as emboscadas, os ataques suicidas e os atentados, que, de há algum tempo para cá, não se limitam ao território Tchecheno, mas estão espalhadas por outras cidades russas.
O vergonhoso papel repressor da guarda encabeçada por Ramzán Kadyrov - integrada por quase 7 mil ex-rebeldes que obteram indulto em troca de "lealdade" - também contribuem para aumentar a separação entre os Tchechenos.
As consequências mais graves de tudo é o esse círculo vicioso de violência recíproca, que apenas alonga o confronto armado em uma guerra que já dura devastadores dez anos e teve em Beslán seu episódio mais recente, mas sem dúvida não o derradeiro.
Com falsos acordos políticos como os que o Kremlin trata de impôr e alusões a "terrorismo internacional" como sinónimo de separatismo, Moscovo não poderá evitar novas vítimas, para a infelicidade dos Russos e Tchechenos.
Publicado em http://www.planetaportoalegre.net/: 08/09/2004
segunda-feira, setembro 06, 2004
A tragédia da Ossétia do norte
Como antes acontecera no 11 de Março com o governo de Aznar, o poder tentou sempre ocultar e manipular a verdade: foi o número de reféns que eram apenas 300, foi o assalto que aconteceu "por acaso", foi as ligações à Al-qaeda e ao terrorismo internacional, foi a informação transmitida a conta-gotas, evitando mencionar o número de mortos...
Com uma diferença relativamente ao 11 de Março: dessa vez, Aznar insistia que tinha sido a ETA, não a Al-Qaeda; agora Putin insiste que foi a Al-Qaeda, não o terrorismo Techecheno (sózinho). Mas ambos mentiram; porque a sua versão dos factos teria menos custos políticos. E é isso que me dá calafrios na espinha: perante o horror e a morte, perante a carnificina diante dos olhos, estes políticos estão em primeiro lugar preocupados com a sua imagem e com a sua permanência no poder; as vítimas, essas, só fazem parte da equação como qualquer coisa incómoda que é necessário justificar, mas estão sempre relegadas para segundo plano quando comparadas com o poder que está em jogo.
Nesta equação cega e estúpida nunca deveria entrar a variável "baixas aceitáveis"...
Transgénicos à Força
Amigos de la Tierra in Boletim da Latitude zero
Tempestade
sexta-feira, setembro 03, 2004
A Barca da Amieira
Imprimir, recortar, e trocar por bilhete no Entroncamento.
Na viagem haverá música a rodos, baile q.b. (os corredores são estreitos) e em chegando à Barca, uma Barca atravessará o rio e o Baile continuará no Apeadeiro (não necessariamente por esta ordem). Daí, mediante a paga simbólica de uma árvore (para compensar os muitos milhares que arderam o ano passado na Amieira), poderão participar no "Aqui à Baile", com oficinas, passeios e a promessa de uma baile de arromba com os Galandum Galundaina. Estima-se que a coisa se prolongue pela noite adentro, e mesmo uma futebolada ao nascer da aurora não está posta de lado. Até ao momento a Barca da Amieira continua a aceitar passageiros, não vislumbrando a aproximação de nenhuma fragata no horizonte (acho que têm dificuldades a passar na ilha de Almorol)...
Obsolescência planeada I
E ainda um outro onde lí: “Quando era apenas um rapazinho, lembro-me de ouvir o meu pai contar, acerca dos produtos que usavamos: «O vendedor disse-me que nunca mais teríamos que comprar outro, vai durar uma vida inteira.» Olhando para trás, para esses dias, as garrafas de Coca-Cola eram pesadas, os carros eram tão fortes, que podíamos caminhar em cima deles e nunca fazer uma amolgadela. Parece que as coisas eram “feitas para durar”. Agora parece que as coisas são feitas para acabar depressa. Temos lâminas de barbear descartáveis, garrafas de Coca-Cola de plástico, fraldas descartáveis, máquinas fotográficas descartáveis e mais uma lista infindável de coisas frágeis e efémeras. De repente tornou-se normal para o mercado comprar mais e mais de um mesmo produto, aceitando que a longevidade “já não é o que era”.
Silvia Oliveira / Carlos Aguiar
Dizem do barco
O Jumento
Tal como aconteceu com o "Prestige", o navio do "Women on Waves" será, nesse caso, acompanhado por um navio de guerra para o obrigar a mudar de rota.
É impossível não ver nesta imagem uma metáfora para a situação da auto-determinação das mulheres neste país de pacotilha: acompanhadas por navios de guerra para as obrigarem a mudar de rota.
Renas
Sim, eles são pelo diálogo. E já venceram: duas corvetas de guerra contra uma barcaça.
A Natureza
Que medos afrontam as pequenas consciências dos nossos governantes? O barco virá armado de potentes mísseis ou de perigoso armamento como o que os americanos "encontraram" no Iraque?
Vemos
Obsolescência planeada II
Obsolescência surge quando um produto já não é percebido pelo utente como tendo valor, isto é, o produto já não é necessário, embora ainda esteja em boas condições de funcionamento. Este fenómeno de obsolescência ”sentida” não tem nada a ver com deterioração, que é o processo de desintegração ou degeneração. A diferença é que a obsolescência na sociedade actual decorre da percepção acerca da utilidade dum objecto, enquanto a deterioração é um processo físico. Os dois conceitos estão altamente relacionados, mas podemos ter obsolescência sem deterioração, e vice-versa.
O valor de um produto exprime-se em muitas dimensões, uma caneta pode ser usada para escrever e quando acabar a tinta ser inútil, mas a caneta oferecida pela namorada ou a recordação de família continua a ter valor sentimental após o uso, e não se deita fora. No outro extremo, um produto pode deixar de ser desejável, e é percebido como inútil, ainda que esteja em boas condições de funcionamento – a industria do vestuário, e da moda em geral, conhece muito bem este fenómeno.
Para alguns produtos é fácil ver que a Obsolescência Planeada é inevitável. Aceitar a natural Obsolescência devido à inovação é uma coisa; desenhar um produto deliberadamente para este ter um tempo de vida limitado, é uma estratégia que o consumidor geralmente desconhece e talvez não aceitasse tão bem. A Obsolescência Planeada enfraquece a ligação entre o cliente e o mercado , e torna-o menos confiante nas mensagens promocionais, mas é regularmente utilizada na nossa sociedade.
Silvia Oliveira / Carlos Aguiar
Obsolescência planeada III
Hoje, quando proteger o ambiente é um objectivo tão prioritário, a questão da durabilidade dos produtos é uma questão crítica. Claramente a proporção em que as sociedades modernas substituem os equipamentos, automóveis, produtos brancos e outros de grande rotação, tem um custo brutal em termos de recursos e também em termos de desperdícios e poluição. Os nossos sistemas económicos parecem apostar mais nas vantagens do consumismo imediato do que na consciencialização e na defesa das consequências que ele implica.
Silvia Oliveira / Carlos Aguiar
Aquecimento nos Tribunais
Nature - in Boletim da Latitude zero
A Outra América
Foro Social de las Americas - in Boletim da Latitude zero
quinta-feira, setembro 02, 2004
Fórum Social das Américas
(...) A confederação dos Povos Indígenas na Bolívia (Cidob), por exemplo, obteve autonomia territorial. O seu objectivo foi alterar a estrutura política do país de forma pacífica. Em seu território no leste da Bolívia, estão sendo reorganizados os municípios e comunidades de acordo com a sua origem. O território que eles habitam não pode ser vendido, nem dividido. Eles mesmos fazem uso colectivo dos direitos do uso e da exploração.
Junto com outros movimentos, eles se preparam para a assembleia constituinte a ser convocada em 2005, uma conquista alcançada após a queda do regime corrupto de Lozada em outubro de 2003. Na nova Constituição da Bolívia deverão ser registrados o reconhecimento da diversidade cultural e o caráter multietnico do país.
A proposta dos bens comuns da humanidade
Sua alternativa para uma privatização é a exigência de considerar recursos estratégicos como bens comuns da humanidade. Eles retomam a herança de seus antepassados da comunidade democrática e do bem geral coletivo, procurando novas formas de democracia.
O Fórum, todavia, também foi enriquecido pelas experiências dos movimentos urbanos sociais. Chegaram representantes de grupos de auto-ajuda do Uruguai, que surgiram aquandp da profunda crise económica. Foram criados espontaneamente hortas comunitárias em Montevidéu, especialmente nos crescentes vilarejos irregulares, (um a cada cinco habitantes da cidade é habitante destes) para assegurarem uma alimentação de emergêncoa para a população. Em outubro de 2003 ocorreu o primeiro encontro dos agrônomos urbanos. Os piqueteros da Argentina relatam que nas áreas administradas por eles foram instaladas escolas e enfermarias.
No bairro El Alto da capital da Bolívia, La Paz, já existem 500 conselhos comunitários (as denominadas juntas vecinales). Elas organizam o abastecimento de água, garantem a construção e a manutenção de ruas etc. Os representantes dos municípios propriamente ditos subordinam-se às decisões da base.
Autonomia e reorganização dos municípios
Os conselhos são a expressão da apropriação parcial dos territórios por parte dos cidadãos daquele bairro. São parte de uma rede social construída durante muitos anos e que resolve os problemas do fornecimento de alimentos, da saúde, da formação, da água e da vida em comum.
Estas experiências mostram que os movimentos exigem cada vez menos do Estado, mas que garantem os seus próprios direitos e criam o que for necessário para os homens. O controle territorial que praticam na área que habitam levanta uma questão: trata-se ainda de “movimentos sociais” propriamente ditos? Pois a sociedade se movimentou, possui as suas autoridades, os seus grupos bem organizados e está apta a se orientar sem um “líder”. Isso não se aplica somente aos movimentos como o MST no Brasil ou os Sem Terra no Paraguai, mas também para movimentos nas periferias das grandes cidades. Aqui já ocorre um início daquele “outro mundo que é possível.“
Joaquin Wahl, Outras Palavras