Vital Moreira defende que não devem existir excepções relativamente ao pagamento de portagens nas SCUTs.
Por princípio, não estaria contra o pagamento das SCUTs; o problema é que as alternativas têm que ser funcionais. Exemplo disto é a futura A25, que irá substiutir a IP5. Se a IP5 continuasse a existir, a A25 poderia ter portagens: achava isso normalíssimo. Mas o que acontece é que a A25 implica o desaparecimento da IP5. Como alternativa fica a nacional 16, que hoje em dia apenas serve para o tráfego local. Aposto que António Mexia nunca andou por essa nacional. Aposto que há muitos anos que ninguém faz o tajecto de Celorico da Beira a Albergaria-a-Velha nesta estrada. É que demorar 4 horas para fazer 150 km, passando por mais de 50 povoações, dificilmente pode ser considerada "alternativa". Se falarmos então de pesados, o filme passa a ser surreal: há troços em que os pesados só conseguem passar fazendo manobras. O cenário a confirmar-se só poderá ser catastrófico, com uma estrada de curvas-contra-curvas que atravessa constantemente todas as povoações, a servir como principal via de entrada em Portugal, para quem não quer pagar portagem.
Por isso, antes de decidirem, aconselho ao senhor ministro António Mexia e restantes membros do governo uma jornada na Nacional 16. Sim, porque isso da descentralização passa essencialmente por conhecer o país real, com as suas estradas nacionais e restantes misérias, e não mandar uns ministros para fora de Lisboa e volta e meia comer fora da capital...
PS - o que eu queria em vez da IP5 era uma Autovia. Porque é que nós não temos Autovias? é da constituição, tipo Artigo 16: "As estradas tendencialmente passarão a Autoestradas a pagantes, nunca a Autovias à borla"? não há uma lei que defenda os utentes, definindo os critérios mínimos para que uma estrada possa ser considerada alternativa?
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