400 mortos, podendo ainda chegar aos 600 é o balanço macabro da tragédia de Beslan. Entre o fogo cruzado do terrorismo e a política de "baixas aceitáveis" de Putin, ficaram caídas centenas de vítimas.
Como antes acontecera no 11 de Março com o governo de Aznar, o poder tentou sempre ocultar e manipular a verdade: foi o número de reféns que eram apenas 300, foi o assalto que aconteceu "por acaso", foi as ligações à Al-qaeda e ao terrorismo internacional, foi a informação transmitida a conta-gotas, evitando mencionar o número de mortos...
Com uma diferença relativamente ao 11 de Março: dessa vez, Aznar insistia que tinha sido a ETA, não a Al-Qaeda; agora Putin insiste que foi a Al-Qaeda, não o terrorismo Techecheno (sózinho). Mas ambos mentiram; porque a sua versão dos factos teria menos custos políticos. E é isso que me dá calafrios na espinha: perante o horror e a morte, perante a carnificina diante dos olhos, estes políticos estão em primeiro lugar preocupados com a sua imagem e com a sua permanência no poder; as vítimas, essas, só fazem parte da equação como qualquer coisa incómoda que é necessário justificar, mas estão sempre relegadas para segundo plano quando comparadas com o poder que está em jogo.
Nesta equação cega e estúpida nunca deveria entrar a variável "baixas aceitáveis"...
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