Cores
Tive a brincar às cores..... amanhã mudo tudo outra vez!!
Que la pluma sea también una espada y que su filo corte el oscuro muro por el que habrá de colarse el mañana [Subcomandante Marcos]
terça-feira, setembro 30, 2003
Nota gastronómica - vivá chuva
Depois de meses de calor intenso, a chuva desperta milhares de odores que nos enebriam os sentidos. Gosto por isso desta estação. Mas as primeiras chuvas têm um significado muito especial: daqui a umas semanas começam a brotar da terra iguarias sasonais de incomparável sabor. Estou a falar dos cogumelos, e mais concretamente, dos míscaros lactarius deliciosus, dos laranjinhas Amanita caesarea, dos tortulhos Boletus edulis e dos cantarelos Cantharellus cibarius. Cá ficam uma carrada de receitas com míscaros para abrir o apetite. Daqui a umas semanas, tiro a barriga da miséria.
Míscaros com ovos
Míscaros guisados
Míscaros com mozzarella
Arroz de míscaros
Farinheira com míscaros
Lombo de Porco com Míscaros
Bifinhos de Porco Recheados com Miscáros e Mostarda Antiga
Creme de cogumelos (com míscaros e outras 19 qualidades de cogumelos)
TARTE DE FAISÃO E MÍSCAROS
A estrela da companhia: Lactarius deliciosus
O leite deste cogumelo tem côr de cenora, e depois da sua ingestão teremos a urina da mesma côr.
Em Portugal, cresce nos pinhais. É muita bom na brasa...Os espanhois, principalmente os autonómicos (Catalães, Bascos e Galegos) adoram este cogumelo.
O mais perfumado: Cantharellus cibarius
Fácil de indentificar porque tem pregas em vez de lâminas. Pode-se secar e utilisar durante todo o ano.
Muita bom. Os franceses adoram este cogumelo.
O cogumelo de césar: Amanita cesarea
Pode ser confundido com a A. muscaria (que é tóxico, por vezes mortal; se não matar, dá uma ganda pedra durante vários dias....), mas o laranjinha tem carne laranja, enquanto que o cogumelo maléfico (é o que aparece na casinha dos estrumpfes, esses grandes drógados) tem a carne branca. Fartei-me de comer o ano passado: simplesmente delicioso.
O tortulho, o mais conhecido por lusas paragens: Boletus edulis
Os italianos adoram-no. Quando comem tortelinis com setas, é este cogumelo que lá está dentro (claro que em ínfimas quantidades...).
Para saber mais de cogumelos vá aqui, ou aqui, ou ainda aqui
PP
PS - Depois deste post, fiquei literalmente a salivar.....
Depois de meses de calor intenso, a chuva desperta milhares de odores que nos enebriam os sentidos. Gosto por isso desta estação. Mas as primeiras chuvas têm um significado muito especial: daqui a umas semanas começam a brotar da terra iguarias sasonais de incomparável sabor. Estou a falar dos cogumelos, e mais concretamente, dos míscaros lactarius deliciosus, dos laranjinhas Amanita caesarea, dos tortulhos Boletus edulis e dos cantarelos Cantharellus cibarius. Cá ficam uma carrada de receitas com míscaros para abrir o apetite. Daqui a umas semanas, tiro a barriga da miséria.
Míscaros com ovos
Míscaros guisados
Míscaros com mozzarella
Arroz de míscaros
Farinheira com míscaros
Lombo de Porco com Míscaros
Bifinhos de Porco Recheados com Miscáros e Mostarda Antiga
Creme de cogumelos (com míscaros e outras 19 qualidades de cogumelos)
TARTE DE FAISÃO E MÍSCAROS
A estrela da companhia: Lactarius deliciosus
O leite deste cogumelo tem côr de cenora, e depois da sua ingestão teremos a urina da mesma côr.
Em Portugal, cresce nos pinhais. É muita bom na brasa...Os espanhois, principalmente os autonómicos (Catalães, Bascos e Galegos) adoram este cogumelo.
O mais perfumado: Cantharellus cibarius
Fácil de indentificar porque tem pregas em vez de lâminas. Pode-se secar e utilisar durante todo o ano.
Muita bom. Os franceses adoram este cogumelo.
O cogumelo de césar: Amanita cesarea
Pode ser confundido com a A. muscaria (que é tóxico, por vezes mortal; se não matar, dá uma ganda pedra durante vários dias....), mas o laranjinha tem carne laranja, enquanto que o cogumelo maléfico (é o que aparece na casinha dos estrumpfes, esses grandes drógados) tem a carne branca. Fartei-me de comer o ano passado: simplesmente delicioso.
O tortulho, o mais conhecido por lusas paragens: Boletus edulis
Os italianos adoram-no. Quando comem tortelinis com setas, é este cogumelo que lá está dentro (claro que em ínfimas quantidades...).
Para saber mais de cogumelos vá aqui, ou aqui, ou ainda aqui
PP
PS - Depois deste post, fiquei literalmente a salivar.....
O genocídio silencioso
Entrevista com Jean Ziegler (relator especial da ONU sobre Direito à Alimentação)
Por Valéria Nader
Existiria hoje no planeta quase 1 bilhão de pessoas subalimentadas, um sexto da humanidade, enquanto a agricultura poderia alimentar, agora, cerca de 12 bilhões de habitantes. Ziegler afirma ainda que, se juntarmos alguns males do subdesenvolvimento, tais como fome, epidemia, guerras induzidas pelas multinacionais, verificaremos que, no ano passado, houve um total de mais de 58 milhões de vítimas, segundo os critérios da ONU, 2 milhões a mais que o total de vítimas da II Guerra Mundial, a maior guerra da humanidade, que durou seis anos. O professor de sociologia não vê saídas à "ditadura mundial da desigualdade" e ao genocídio silencioso no planeta sem a realização de reforma agrária, o rompimento com o sistema financeiro mundial e a quebra da ideologia alienante do neoliberalismo, destinada a romper a resistência.
"há um genocídio silencioso num planeta que pode alimentar o dobro de sua população e uma reprodução biológica desse genocídio, pois há centenas de milhões de crianças que morrem na gestação, vítimas do mal desenvolvimento do feto ou do leite materno pobre em nutrientes, ou mesmo a falta de leite. Uma pessoa que morre de fome ou que tem uma vida sob a invalidez, com sofrimento permanente e crônico, é vítima de um assassinato e não de uma fatalidade. Há um culpado. É um massacre como o de Eldorado de Carajás. Os donos de multinacionais devem ser responsabilizados pelo crime. É possível identificar individualmente os assassinos."
"A grande predominância do modelo e pensamento neoliberais, de que são arautos a TV Globo, Banco Mundial, o império americano, que vê esse modelo como lei natural, e a mão invisível do mercado como única maneira de animar a economia, distribuir a riqueza do mundo etc., é uma mentira de classe. É um clássico argumento. É preciso quebrar as imagens alienantes, as falsidades, as mentiras que são fábricas de ideologia para desarmar a resistência. A primeira luta de classe, ao meu ver, é essa luta teórica. E, depois, partir para o combate à situação material."
Ziegler realça ainda a importância do Fórun Social Mundial, como espaço congregador de resistências múltiplas:
"Se houver muitas dessas frentes [como o MST, frentes de resistência], as forças de repressão, mesmo do império americano, perdem intensidade, e um novo mundo pode surgir rapidamente."
Entrevista completa aqui
PS - Agradeço ao Ricardo a sugestão!!
Entrevista com Jean Ziegler (relator especial da ONU sobre Direito à Alimentação)
Por Valéria Nader
Existiria hoje no planeta quase 1 bilhão de pessoas subalimentadas, um sexto da humanidade, enquanto a agricultura poderia alimentar, agora, cerca de 12 bilhões de habitantes. Ziegler afirma ainda que, se juntarmos alguns males do subdesenvolvimento, tais como fome, epidemia, guerras induzidas pelas multinacionais, verificaremos que, no ano passado, houve um total de mais de 58 milhões de vítimas, segundo os critérios da ONU, 2 milhões a mais que o total de vítimas da II Guerra Mundial, a maior guerra da humanidade, que durou seis anos. O professor de sociologia não vê saídas à "ditadura mundial da desigualdade" e ao genocídio silencioso no planeta sem a realização de reforma agrária, o rompimento com o sistema financeiro mundial e a quebra da ideologia alienante do neoliberalismo, destinada a romper a resistência.
"há um genocídio silencioso num planeta que pode alimentar o dobro de sua população e uma reprodução biológica desse genocídio, pois há centenas de milhões de crianças que morrem na gestação, vítimas do mal desenvolvimento do feto ou do leite materno pobre em nutrientes, ou mesmo a falta de leite. Uma pessoa que morre de fome ou que tem uma vida sob a invalidez, com sofrimento permanente e crônico, é vítima de um assassinato e não de uma fatalidade. Há um culpado. É um massacre como o de Eldorado de Carajás. Os donos de multinacionais devem ser responsabilizados pelo crime. É possível identificar individualmente os assassinos."
"A grande predominância do modelo e pensamento neoliberais, de que são arautos a TV Globo, Banco Mundial, o império americano, que vê esse modelo como lei natural, e a mão invisível do mercado como única maneira de animar a economia, distribuir a riqueza do mundo etc., é uma mentira de classe. É um clássico argumento. É preciso quebrar as imagens alienantes, as falsidades, as mentiras que são fábricas de ideologia para desarmar a resistência. A primeira luta de classe, ao meu ver, é essa luta teórica. E, depois, partir para o combate à situação material."
Ziegler realça ainda a importância do Fórun Social Mundial, como espaço congregador de resistências múltiplas:
"Se houver muitas dessas frentes [como o MST, frentes de resistência], as forças de repressão, mesmo do império americano, perdem intensidade, e um novo mundo pode surgir rapidamente."
Entrevista completa aqui
PS - Agradeço ao Ricardo a sugestão!!
Quem deve a quem?
A verdadeira dívida externa
Com linguagem simples, com tradução simultânea para mais de uma centena de Chefes de Estado e dignitários da União Europeia, o Cacique Guaicaipuro Cuautémoc logrou inquietar a sua audiência quando disse:
"Consta no arquivo das Indias, papel sobre papel, recibo sobre recibo e assinatura sobre assinatura, que somente entre o ano de 1503 e o de 1660 chegaram a San Lucas de Barrameda 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata provenientes da América. Saque? Não o creio! Porque isso seria admitir que os nossos irmãos cristãos faltaram ao seu Sétimo Mandamento. Espoliação? Não! Esses 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata devem ser considerados como o primeiro de muitos outros empréstimos amigáveis da América, destinados ao desenvolvimento da Europa. O contrário seria presumir a existência de crimes de guerra, o que daria direito não só a exigir devolução imediata, como a indemnização por danos e perdas."
"Por isso, ao celebrar o Quinto Centenário do Empréstimo, poderemos perguntar-nos: fizeram os nossos irmãos europeus um uso racional, responsável ou pelo menos produtivo, dos fundos tão generosamente adiantados pelo Fundo Indo-americano Internacional? Lamentamos ter de dizer que não. "
"No campo financeiro, foram incapazes, depois de uma moratória de 500 anos, tanto de liquidar o capital e os seus juros, quanto de se tornarem independentes das rendas líquidas, das matérias-primas e da energia barata que lhes fornece todo o Terceiro Mundo."
"Este deplorável quadro corrobora a afirmação de Milton Friedman, segundo a qual uma economia subsidiada jamais pode funcionar e nos obriga a reclamar-vos, para vosso próprio bem, o pagamento do capital e dos juros que tão generosamente demoramos todos estes séculos a cobrar. Ao dizer isto, devemos esclarecer que não nos rebaixaremos a cobrar aos nossos irmãos europeus as vis e sanguinárias taxas de juro de 20 e até de 30 por cento, que os irmãos europeus cobram aos povos do Terceiro Mundo."
"Limitar-nos-emos a exigir a devolução dos metais preciosos adiantados, acrescida do módico juro fixo de 10 por cento, acumulado apenas durante os últimos 300 anos, com 200 anos de carência. Nesta base, informamos os descobridores que nos devem, como primeiro pagamento da sua dívida, uma massa de 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de prata, ambos os valores elevados à potência de 300."
"Ou seja, um número para cuja expressão total, seriam necessários mais de 300 algarismos, e que supera amplamente o peso total do planeta Terra."
"Acrescentar que a Europa, em meio milénio, não foi capaz de gerar riquezas suficientes para cobrir esse módico juro seria admitir o seu absoluto fracasso financeiro e/ou a demencial irracionalidade dos pressupostos do capitalismo."
"No entanto, exigimos a assinatura de uma Carta de Intenções que discipline os povos devedores do Velho Continente; e os obrigue a honrar o seu compromisso mediante uma rápida privatização ou reconversão da Europa, que lhe permita no-la entregar por inteiro, como primeiro pagamento desta dívida histórica..."
Ao proferir a sua conferência na reunião de Chefes de Estado da União Europeia, o Cacique Guaicaipuro Cuautémoc não sabia que estava a expôr uma tese de Direito Internacional para determinar a verdadeira dívida externa . Agora só falta que algum governo latino-americano tenha a coragem suficiente para reclamar o seu pagamento perante os Tribunais Internacionais.
Tradução de Carlos Coutinho
Artigo completo aqui
Discurso original aqui
A verdadeira dívida externa
Com linguagem simples, com tradução simultânea para mais de uma centena de Chefes de Estado e dignitários da União Europeia, o Cacique Guaicaipuro Cuautémoc logrou inquietar a sua audiência quando disse:
"Consta no arquivo das Indias, papel sobre papel, recibo sobre recibo e assinatura sobre assinatura, que somente entre o ano de 1503 e o de 1660 chegaram a San Lucas de Barrameda 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata provenientes da América. Saque? Não o creio! Porque isso seria admitir que os nossos irmãos cristãos faltaram ao seu Sétimo Mandamento. Espoliação? Não! Esses 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata devem ser considerados como o primeiro de muitos outros empréstimos amigáveis da América, destinados ao desenvolvimento da Europa. O contrário seria presumir a existência de crimes de guerra, o que daria direito não só a exigir devolução imediata, como a indemnização por danos e perdas."
"Por isso, ao celebrar o Quinto Centenário do Empréstimo, poderemos perguntar-nos: fizeram os nossos irmãos europeus um uso racional, responsável ou pelo menos produtivo, dos fundos tão generosamente adiantados pelo Fundo Indo-americano Internacional? Lamentamos ter de dizer que não. "
"No campo financeiro, foram incapazes, depois de uma moratória de 500 anos, tanto de liquidar o capital e os seus juros, quanto de se tornarem independentes das rendas líquidas, das matérias-primas e da energia barata que lhes fornece todo o Terceiro Mundo."
"Este deplorável quadro corrobora a afirmação de Milton Friedman, segundo a qual uma economia subsidiada jamais pode funcionar e nos obriga a reclamar-vos, para vosso próprio bem, o pagamento do capital e dos juros que tão generosamente demoramos todos estes séculos a cobrar. Ao dizer isto, devemos esclarecer que não nos rebaixaremos a cobrar aos nossos irmãos europeus as vis e sanguinárias taxas de juro de 20 e até de 30 por cento, que os irmãos europeus cobram aos povos do Terceiro Mundo."
"Limitar-nos-emos a exigir a devolução dos metais preciosos adiantados, acrescida do módico juro fixo de 10 por cento, acumulado apenas durante os últimos 300 anos, com 200 anos de carência. Nesta base, informamos os descobridores que nos devem, como primeiro pagamento da sua dívida, uma massa de 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de prata, ambos os valores elevados à potência de 300."
"Ou seja, um número para cuja expressão total, seriam necessários mais de 300 algarismos, e que supera amplamente o peso total do planeta Terra."
"Acrescentar que a Europa, em meio milénio, não foi capaz de gerar riquezas suficientes para cobrir esse módico juro seria admitir o seu absoluto fracasso financeiro e/ou a demencial irracionalidade dos pressupostos do capitalismo."
"No entanto, exigimos a assinatura de uma Carta de Intenções que discipline os povos devedores do Velho Continente; e os obrigue a honrar o seu compromisso mediante uma rápida privatização ou reconversão da Europa, que lhe permita no-la entregar por inteiro, como primeiro pagamento desta dívida histórica..."
Ao proferir a sua conferência na reunião de Chefes de Estado da União Europeia, o Cacique Guaicaipuro Cuautémoc não sabia que estava a expôr uma tese de Direito Internacional para determinar a verdadeira dívida externa . Agora só falta que algum governo latino-americano tenha a coragem suficiente para reclamar o seu pagamento perante os Tribunais Internacionais.
Tradução de Carlos Coutinho
Artigo completo aqui
Discurso original aqui
Debate "Um outro Desporto é Possível"
A Arca - Associação Recreativa Cultural do Algarve e o Clube Desportivo Recreativo Quarteirense, vão organizar, no próximo dia 3 de Outubro de 2003, um debate subordinado ao tema "Um outro Desporto é possível - Ética versus Doping" que contará com a presença do Prof. Dr. Luís Horta (Director do Centro de Medicina Desportiva e do Laboratório de Análises e Dopagem) Prof. Dr. António Paula Brito ( docente de Psicologia do Desporto na Faculdade de Motricidade Humana - UTL) e será moderado por Prof. Luís Pica (Presidente da Direcção da APEFA -Associação dos Profissionais de Educação Física do Algarve). Esta actividade, de entrada livre, decorrerá entre as 18h e as 20h, no Hotel Dom Pedro Marina (Sala Cutty Sark), em Vilamoura.
A organização pretende levar à discussão formas de ver o desporto que promovam a sua ética e o seu papel educativo e social, procurando realçar a componente de prazer, de desenvolvimento, de cooperação e de solidariedade que este pode oferecer, contrariando a actual lógica mercantilista de superação sem escrúpulos, que procura ultrapassar os limites naturais do ser humano.
Esta iniciativa ocorrerá paralelamente e aproveitando a realização, em Vilamoura, do XII Campeonato do Mundo de Meia-Maratona e insere-se nas actividades a levar a cabo até ao Euro 2004 pelo Fórum Social do Algarve com o intuito de debater o impacto do Desporto na nossa sociedade.
A Arca - Associação Recreativa Cultural do Algarve e o Clube Desportivo Recreativo Quarteirense, vão organizar, no próximo dia 3 de Outubro de 2003, um debate subordinado ao tema "Um outro Desporto é possível - Ética versus Doping" que contará com a presença do Prof. Dr. Luís Horta (Director do Centro de Medicina Desportiva e do Laboratório de Análises e Dopagem) Prof. Dr. António Paula Brito ( docente de Psicologia do Desporto na Faculdade de Motricidade Humana - UTL) e será moderado por Prof. Luís Pica (Presidente da Direcção da APEFA -Associação dos Profissionais de Educação Física do Algarve). Esta actividade, de entrada livre, decorrerá entre as 18h e as 20h, no Hotel Dom Pedro Marina (Sala Cutty Sark), em Vilamoura.
A organização pretende levar à discussão formas de ver o desporto que promovam a sua ética e o seu papel educativo e social, procurando realçar a componente de prazer, de desenvolvimento, de cooperação e de solidariedade que este pode oferecer, contrariando a actual lógica mercantilista de superação sem escrúpulos, que procura ultrapassar os limites naturais do ser humano.
Esta iniciativa ocorrerá paralelamente e aproveitando a realização, em Vilamoura, do XII Campeonato do Mundo de Meia-Maratona e insere-se nas actividades a levar a cabo até ao Euro 2004 pelo Fórum Social do Algarve com o intuito de debater o impacto do Desporto na nossa sociedade.
segunda-feira, setembro 29, 2003
Essa é que essa, crítico!
"A cultura não é um produto de mercado, é um valor humano."
in Critico Musical.
Se juntarmos à cultura, a natureza com os seus ecossistemas, as suas espécies e os seus genes, entre uma carrada de outras coisas, tocamos no cerne da questão. O maquiavélico do pensamento único é ver tudo como mercadoria: as florestas, os jogadores, os músicos, os pensamentos, os povos, os recursos naturais..... Há muitas coisas sem preço, e essas são aquelas que contam (um coxe lamechas, mas também tem que ser, às vezes).
Por exemplo, numas saídas que aconteceram este fim-de-semana no Cabo Espichel, integradas na Geologia no Verão, em que falávamos de Geologia, Botânica e Ecologia para um público maioritariamente reformado, a alegria de aprender daquelas pessoas não tem preço; entre uma escarpa e um endemismo, andaram todos por ali com mais motivação e vontade de aprender que todos os alunos que já levei à Arrábida antes. E sem um queixume! A parte complicada da coisa é que levamos as pessoas por caminhos de cabras, em cima de calhaus escorregadios e a passar por sítios muito pouco confortáveis.
E estas alegrias simples, que muitas vezes resultam do relacionamento entre as pessoas, das partilhas de conhecimentos e experiências, dão muito mais felicidade e outras coisas cheias de boa energia que ter uma conta choruda e uma casa caríssimo e 5 carros na garagem. Prontos, a mim dava-me jeito a casa, mas uma mão cheia de sorrisos e abraços dá para ir entretendo os neurotransmissores do cérebro...
PP
"A cultura não é um produto de mercado, é um valor humano."
in Critico Musical.
Se juntarmos à cultura, a natureza com os seus ecossistemas, as suas espécies e os seus genes, entre uma carrada de outras coisas, tocamos no cerne da questão. O maquiavélico do pensamento único é ver tudo como mercadoria: as florestas, os jogadores, os músicos, os pensamentos, os povos, os recursos naturais..... Há muitas coisas sem preço, e essas são aquelas que contam (um coxe lamechas, mas também tem que ser, às vezes).
Por exemplo, numas saídas que aconteceram este fim-de-semana no Cabo Espichel, integradas na Geologia no Verão, em que falávamos de Geologia, Botânica e Ecologia para um público maioritariamente reformado, a alegria de aprender daquelas pessoas não tem preço; entre uma escarpa e um endemismo, andaram todos por ali com mais motivação e vontade de aprender que todos os alunos que já levei à Arrábida antes. E sem um queixume! A parte complicada da coisa é que levamos as pessoas por caminhos de cabras, em cima de calhaus escorregadios e a passar por sítios muito pouco confortáveis.
E estas alegrias simples, que muitas vezes resultam do relacionamento entre as pessoas, das partilhas de conhecimentos e experiências, dão muito mais felicidade e outras coisas cheias de boa energia que ter uma conta choruda e uma casa caríssimo e 5 carros na garagem. Prontos, a mim dava-me jeito a casa, mas uma mão cheia de sorrisos e abraços dá para ir entretendo os neurotransmissores do cérebro...
PP
A Filosofia da Kantilena
George Monbiot, traduzido por aqui
Se houvesse um Prêmio Nobel para a Hipocrisia, seria conferido este ano ao negociador comercial da União Européia, Pascal Lamy. Uma semana atrás, no suplemento de comércio do the Guardian, ele argumentou que a Organização Mundial de Comércio "nos ajuda a sair de um mundo hobbesiano sem lei, para um mundo mais kantiano - talvez não de paz perpétua, mas pelo menos onde as relações de comércio estão sujeitas ao império da lei" . No domingo, ao tratar das negociações comerciais como se fossem, nas palavras de Hobbes "uma guerra de todos os homens contra todos os homens", Lamy arruinou as negociações, e muito provavelmente destruiu a organização como conseqüência. Se foi o caso, o resultado poderia ser um conflito no qual, como Hobbes observou, "força e fraude são... as duas virtudes cardeais". As relações entre os países então regrediriam ao estado de natureza que o filósofo temia, onde o comportamento repugnante e brutal dos poderosos assegura que as vidas dos pobres sejam breves.
Ele adotou essa posição porque ele considera seu dever público a defesa das corporações e fazendeiros industriais da União Européia contra todos os demais, sejam eles cidadãos da Europa ou gente de outras nações. Ele imaginou que, de acordo com as leis da natureza que até agora governaram a Organização Mundial do Comércio, o lado mais fraco seria forçado a capitular, e garantiria às corporações o pouco que ainda não lhe havia sido roubado. Ele se aferrou a isso mesmo quando ficou claro que as nações pobres estavam pela primeira vez preparadas a mobilizar - como requer o estado de natureza - uma resposta coletiva à agressão.
Sua solidariedade é fortalecedora em si mesma. Em Cancún as nações fracas resistiram aos negociadores mais poderosos da Terra e não foram derrotadas. A lição que irão levar para casa é que, se isto é possível, quase tudo o é. De repente, as propostas por justiça global que dependiam de solidariedade para sua implementação podem desabrochar. Embora a OMC possa ter sido enterrada, essas nações ainda poderão, se utilizarem seu poder coletivo de forma inteligente, encontrar um meio de negociar juntas. Elas poderão até desenterrá-la como o organismo democrático que sempre se imaginou que fosse.
É melhor que o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional protejam as suas costas agora. O Conselho de Segurança da ONU vai achar os seus poderes anômalos ainda mais difíceis de sustentar. As nações pobres, se se mantiverem bem unidas, podem começar a exercer uma ameaça coletiva aos ricos. Para isso, elas necessitam de um poder, e, sob a forma de suas dívidas, eles o possuem. Ao ameaçar, coletivamente, dar o calote, elas podem começar a exercer o tipo de poder que só os ricos exerceram até agora, exigindo concessões em troca da contenção da força.
E assim, Pascal Lamy, o "nosso" negociador, pode ter acidentalmente engendrado um mundo melhor, ao lutar tão encarniçadamente por um pior.
Artigo completo aqui
George Monbiot, traduzido por aqui
Se houvesse um Prêmio Nobel para a Hipocrisia, seria conferido este ano ao negociador comercial da União Européia, Pascal Lamy. Uma semana atrás, no suplemento de comércio do the Guardian, ele argumentou que a Organização Mundial de Comércio "nos ajuda a sair de um mundo hobbesiano sem lei, para um mundo mais kantiano - talvez não de paz perpétua, mas pelo menos onde as relações de comércio estão sujeitas ao império da lei" . No domingo, ao tratar das negociações comerciais como se fossem, nas palavras de Hobbes "uma guerra de todos os homens contra todos os homens", Lamy arruinou as negociações, e muito provavelmente destruiu a organização como conseqüência. Se foi o caso, o resultado poderia ser um conflito no qual, como Hobbes observou, "força e fraude são... as duas virtudes cardeais". As relações entre os países então regrediriam ao estado de natureza que o filósofo temia, onde o comportamento repugnante e brutal dos poderosos assegura que as vidas dos pobres sejam breves.
Ele adotou essa posição porque ele considera seu dever público a defesa das corporações e fazendeiros industriais da União Européia contra todos os demais, sejam eles cidadãos da Europa ou gente de outras nações. Ele imaginou que, de acordo com as leis da natureza que até agora governaram a Organização Mundial do Comércio, o lado mais fraco seria forçado a capitular, e garantiria às corporações o pouco que ainda não lhe havia sido roubado. Ele se aferrou a isso mesmo quando ficou claro que as nações pobres estavam pela primeira vez preparadas a mobilizar - como requer o estado de natureza - uma resposta coletiva à agressão.
Sua solidariedade é fortalecedora em si mesma. Em Cancún as nações fracas resistiram aos negociadores mais poderosos da Terra e não foram derrotadas. A lição que irão levar para casa é que, se isto é possível, quase tudo o é. De repente, as propostas por justiça global que dependiam de solidariedade para sua implementação podem desabrochar. Embora a OMC possa ter sido enterrada, essas nações ainda poderão, se utilizarem seu poder coletivo de forma inteligente, encontrar um meio de negociar juntas. Elas poderão até desenterrá-la como o organismo democrático que sempre se imaginou que fosse.
É melhor que o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional protejam as suas costas agora. O Conselho de Segurança da ONU vai achar os seus poderes anômalos ainda mais difíceis de sustentar. As nações pobres, se se mantiverem bem unidas, podem começar a exercer uma ameaça coletiva aos ricos. Para isso, elas necessitam de um poder, e, sob a forma de suas dívidas, eles o possuem. Ao ameaçar, coletivamente, dar o calote, elas podem começar a exercer o tipo de poder que só os ricos exerceram até agora, exigindo concessões em troca da contenção da força.
E assim, Pascal Lamy, o "nosso" negociador, pode ter acidentalmente engendrado um mundo melhor, ao lutar tão encarniçadamente por um pior.
Artigo completo aqui
Intenacionalizar a Amazónia?
Resposta de CRISTOVÃO BUARQUE quando foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazónia; o jovem americano introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta
de um humanista e não de um brasileiro.
De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazónia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse património, ele é nosso.
Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazónia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade. Se a Amazónia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazónia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extracção de petróleo e subir ou não o seu preço. Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado.
Se a Amazónia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país. Queimar a Amazónia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais.
Não podemos deixar que as Reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação. Antes mesmo da Amazónia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas a França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo génio humano.
Não se pode deixar esse património cultural, como o património natural amazónico, seja manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país. Não faz muito, um milionário japonês, decidiu enterrar com ele, um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado. Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milénio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada.
Pelo menos Manhatan deveria pertencer a toda a Humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua historia do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.
Se os EUA querem internacionalizar a Amazónia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA.
de um humanista e não de um brasileiro.
De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazónia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse património, ele é nosso.
Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazónia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade. Se a Amazónia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazónia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extracção de petróleo e subir ou não o seu preço. Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado.
Se a Amazónia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país. Queimar a Amazónia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais.
Não podemos deixar que as Reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação. Antes mesmo da Amazónia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas a França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo génio humano.
Não se pode deixar esse património cultural, como o património natural amazónico, seja manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país. Não faz muito, um milionário japonês, decidiu enterrar com ele, um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado. Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milénio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada.
Pelo menos Manhatan deveria pertencer a toda a Humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua historia do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.
Se os EUA querem internacionalizar a Amazónia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA.
Gorjetas
Luis Ernesto Derbez, o ministro dos negócios estrangeiros do México que preside à cimeira de Cancún, já não disfarça a sua apreensão. Longe está a o optimismo, que o levou a oferecer às delegações um cabaz de produtos mexicanos, entre os quais café de comércio justo. A expectativa de que a Agenda do Desenvolvimento de Doha pudesse ser cumprida, em particular em sectores-chave como o da agricultura, começa a esfumar-se.
“As pessoas pagam uma gorjeta de 10% no restaurante e nós estamos a pedir menos”, desabafava um dos representantes dos países africanos que procuraram combater os subsídios à produção de algodão nos países desenvolvidos. Em Cancún, mesmo uma gorjeta tem que ser negociada, com quem a recebe a ter que dar algo em troca.
No tema Agricultura, um acordo concreto continua por definir; no Desenvolvimento, não se aprofundam medidas de tratamento especial e diferenciado para os países pobres, com os E.U.A. a impedirem que a implementação de medidas fique decidida (ficamo-nos, uma vez mais, pelas intenções); no Acesso aos Mercados Não Agrícolas, o próprio cooordenador dos trabalhos classificou-os de “missão impossível” e, por fim, nos Temas de Singapura (investimento, concorrência, transparência nas compras públicas e facilitação do comércio), a U.E. continua isolada, recusando-se a perceber que é prematuro discutir estes aspectos antes de resolver os anteriores.
Do que é que estávamos à espera? Que agradável sol de Cancún iluminasse os representantes dos estados no sentido duma concórdia universal? A OMC é o produto do mundo actual, fundou-se com base em pressupostos perversos e há que assumir isso quando formamos expectativas sobre as suas cimeiras. A ideia de que se devem regular as trocas comerciais à escala mundial, é uma evidência. Que essa regulação assente na liberalização dos mercados, é uma imprudência. Mas isso pouco importa, desde que os interesses das economias mais fortes fiquem assegurados. No actual modelo de desenvolvimento, isso equivale a dizer: desde que as economias mais frágeis continuem frágeis. Para apaziguar sentimentos de injustiça, dão-se algumas gorjetas – não sem antes regatear – e assinam-se declarações de princípio, que nunca serão implementadas. Ecce OMC.
Nota: Cancún saudou a entrada de dois novos membros, o Nepal e o Cambodja. Este estado teve de obrigar-se a introduzir as patentes de medicamentos até 2007, embora a Declaração de Doha defendesse 2016 como prazo mínimo...
Vitor Simões
Jornalista Coordenação Portuguesa de Comércio Justo
Luis Ernesto Derbez, o ministro dos negócios estrangeiros do México que preside à cimeira de Cancún, já não disfarça a sua apreensão. Longe está a o optimismo, que o levou a oferecer às delegações um cabaz de produtos mexicanos, entre os quais café de comércio justo. A expectativa de que a Agenda do Desenvolvimento de Doha pudesse ser cumprida, em particular em sectores-chave como o da agricultura, começa a esfumar-se.
“As pessoas pagam uma gorjeta de 10% no restaurante e nós estamos a pedir menos”, desabafava um dos representantes dos países africanos que procuraram combater os subsídios à produção de algodão nos países desenvolvidos. Em Cancún, mesmo uma gorjeta tem que ser negociada, com quem a recebe a ter que dar algo em troca.
No tema Agricultura, um acordo concreto continua por definir; no Desenvolvimento, não se aprofundam medidas de tratamento especial e diferenciado para os países pobres, com os E.U.A. a impedirem que a implementação de medidas fique decidida (ficamo-nos, uma vez mais, pelas intenções); no Acesso aos Mercados Não Agrícolas, o próprio cooordenador dos trabalhos classificou-os de “missão impossível” e, por fim, nos Temas de Singapura (investimento, concorrência, transparência nas compras públicas e facilitação do comércio), a U.E. continua isolada, recusando-se a perceber que é prematuro discutir estes aspectos antes de resolver os anteriores.
Do que é que estávamos à espera? Que agradável sol de Cancún iluminasse os representantes dos estados no sentido duma concórdia universal? A OMC é o produto do mundo actual, fundou-se com base em pressupostos perversos e há que assumir isso quando formamos expectativas sobre as suas cimeiras. A ideia de que se devem regular as trocas comerciais à escala mundial, é uma evidência. Que essa regulação assente na liberalização dos mercados, é uma imprudência. Mas isso pouco importa, desde que os interesses das economias mais fortes fiquem assegurados. No actual modelo de desenvolvimento, isso equivale a dizer: desde que as economias mais frágeis continuem frágeis. Para apaziguar sentimentos de injustiça, dão-se algumas gorjetas – não sem antes regatear – e assinam-se declarações de princípio, que nunca serão implementadas. Ecce OMC.
Nota: Cancún saudou a entrada de dois novos membros, o Nepal e o Cambodja. Este estado teve de obrigar-se a introduzir as patentes de medicamentos até 2007, embora a Declaração de Doha defendesse 2016 como prazo mínimo...
Vitor Simões
Jornalista Coordenação Portuguesa de Comércio Justo
sexta-feira, setembro 26, 2003
Relatório de desenvolvimento humano 2003 (relatório das Nações Unidas): América Latina e Caraíbas
Uma década de estagnação
Os anos 90 foram uma década de estagnação para grande parte da América Latina, onde aproximadamente metade dos países viu a componente rendimento do Índice de Desenvolvimento Humano baixar ou estagnar. A região chegou ao fim desse período com uma taxa de pobreza mais elevada do que a de 1990.
• O crescimento lento comprometeu a capacidade de diversos países de superarem as crises económicas e políticas durante a década de 1990 e no início da de 2000 (Brasil, Argentina, Venezuela). Também prejudica os esforços em prol da consecução de muitos dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, como o de reduzir a fome para metade, que só serão alcançados cerca de 2020, se o ritmo dos avanços se mantiver.
• Dos 59 países identificados como países “prioritários”, quatro ficam situados na América Latina e nas Caraíbas.
A Única Região Determinada a Alcançar o Objectivo da Educação,
Caso se Mantenha a Tendência Actual
Estão ainda a ser feitos progressos muito importantes para realizar alguns Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. No domínio da educação, a América Latina é a única região que alcançará o Objectivo. Actualmente, apresenta a taxa de escolarização primária mais elevada de todas as regiões (é inclusivamente mais elevada do que a da Europa Central e Oriental e da CEI). Entre os países que obtiveram bons resultados na esfera da educação figuram os seguintes: Brasil, Colômbia, Barbados e Panamá.
• A América Latina já realizou o Objectivo de garantir a igualdade entre os sexos nas escolas.
• Todavia, em muitos países a proporção de crianças que atingem o quinto ano de escolaridade ainda é baixo
Uma Distribuição Assimétrica
Mas a riqueza está distribuída de uma forma assimétrica. No Brasil, os 10% mais ricos têm um rendimento 70 vezes superior ao dos 10% mais pobres. As diferenças entre as taxas de analfabetismo dos estados mais ricos do Sul e os estados mais pobres do Norte e do Nordeste acentuaram-se, a taxa de pobreza subiu efectivamente e o país, no seu conjunto, não alcançará provavelmente o Objectivo de reduzir para metade a pobreza até 2015. No México a desigualdade agravou-se, tendo os 10% mais ricos 35 vezes superiores aos dos 10% mais pobres. Os estados mais pobres ficam no Sul, por exemplo Chiapas, encontrando-se mais longe da fronteira com os Estados Unidos e, por isso, privados de oportunidades de comércio e de emprego.
Soluções
Esta região, tal como o Leste Asiático, não precisa de injecções maciças de ajuda, Com boas políticas, muitos dos problemas de desenvolvimento que a região enfrenta podem ser superados, mesmo no contexto de recursos muito limitados. Por exemplo, o Peru conseguiu progressos notáveis no domínio da redução da fome, a Bolívia no da redução da mortalidade de crianças, a Bolívia e o Equador no do melhoramento do saneamento. Os governos que tenham vontade de atribuir prioridade aos interesses dos pobres podem dar um contributo enorme para uma melhoria da situação. Além disso, as medidas tomadas pelos países ricos do Norte para abrirem os seus mercados à região, partilharem as suas tecnologias e para a redução da dívida dos países mais pobres terão uma importância fundamental.
Uma década de estagnação
Os anos 90 foram uma década de estagnação para grande parte da América Latina, onde aproximadamente metade dos países viu a componente rendimento do Índice de Desenvolvimento Humano baixar ou estagnar. A região chegou ao fim desse período com uma taxa de pobreza mais elevada do que a de 1990.
• O crescimento lento comprometeu a capacidade de diversos países de superarem as crises económicas e políticas durante a década de 1990 e no início da de 2000 (Brasil, Argentina, Venezuela). Também prejudica os esforços em prol da consecução de muitos dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, como o de reduzir a fome para metade, que só serão alcançados cerca de 2020, se o ritmo dos avanços se mantiver.
• Dos 59 países identificados como países “prioritários”, quatro ficam situados na América Latina e nas Caraíbas.
A Única Região Determinada a Alcançar o Objectivo da Educação,
Caso se Mantenha a Tendência Actual
Estão ainda a ser feitos progressos muito importantes para realizar alguns Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. No domínio da educação, a América Latina é a única região que alcançará o Objectivo. Actualmente, apresenta a taxa de escolarização primária mais elevada de todas as regiões (é inclusivamente mais elevada do que a da Europa Central e Oriental e da CEI). Entre os países que obtiveram bons resultados na esfera da educação figuram os seguintes: Brasil, Colômbia, Barbados e Panamá.
• A América Latina já realizou o Objectivo de garantir a igualdade entre os sexos nas escolas.
• Todavia, em muitos países a proporção de crianças que atingem o quinto ano de escolaridade ainda é baixo
Uma Distribuição Assimétrica
Mas a riqueza está distribuída de uma forma assimétrica. No Brasil, os 10% mais ricos têm um rendimento 70 vezes superior ao dos 10% mais pobres. As diferenças entre as taxas de analfabetismo dos estados mais ricos do Sul e os estados mais pobres do Norte e do Nordeste acentuaram-se, a taxa de pobreza subiu efectivamente e o país, no seu conjunto, não alcançará provavelmente o Objectivo de reduzir para metade a pobreza até 2015. No México a desigualdade agravou-se, tendo os 10% mais ricos 35 vezes superiores aos dos 10% mais pobres. Os estados mais pobres ficam no Sul, por exemplo Chiapas, encontrando-se mais longe da fronteira com os Estados Unidos e, por isso, privados de oportunidades de comércio e de emprego.
Soluções
Esta região, tal como o Leste Asiático, não precisa de injecções maciças de ajuda, Com boas políticas, muitos dos problemas de desenvolvimento que a região enfrenta podem ser superados, mesmo no contexto de recursos muito limitados. Por exemplo, o Peru conseguiu progressos notáveis no domínio da redução da fome, a Bolívia no da redução da mortalidade de crianças, a Bolívia e o Equador no do melhoramento do saneamento. Os governos que tenham vontade de atribuir prioridade aos interesses dos pobres podem dar um contributo enorme para uma melhoria da situação. Além disso, as medidas tomadas pelos países ricos do Norte para abrirem os seus mercados à região, partilharem as suas tecnologias e para a redução da dívida dos países mais pobres terão uma importância fundamental.
Nota de Emprego II - Como enriquecer a fazer Manteiga
Para a manteiga ser boa, é preciso fabricá-la com o creme tão fresco quanto possível; logo, partamos deste princípio: a manteiga fresca não é aquela recentemente batida mas a sim a fabricada com creme fresco. Cem litros de leite fornecem dezasseis a vinte litros de nata, que contém três a quatro quilos e meio de manteiga.
A coloração da manteiga é devida, principalmente, à influência da raça e das pastagens; as forragens tenras e verdes que as vacas podem pastar na Primavera dão uma manteiga excelente e muito perfumada. As dos prados naturais, cenouras, folhagem de milho, contribuem para produzir uma manteiga de primeira qualidade. in "Trabalha para ti"
Claro que isto da manteiga é uma trabalheira que nunca mais acaba; para além de ter que ter vacas com fartura, pastos naturais e outras raridades, ainda é necessário uma quantidade de máquinas com nomes a condizer; a saber:
- cântaros (para guardar e acumular a nata)
- aparelhos malaxadores (para dessorar a manteiga)
- desnatadeiras (vasilhas onde o leite se separa da nata)
- natadeiras (colheres muito chatas para retirar a nata)
- batedeiras (instrumentos empregues para bater a nata com o fim de reunir as moléculas butirosas que constituirão a manteiga.
Apesar da batedeira de piston ser a mais antiga, a normanda, Foulu e Valcourt são-lhe muitíssimo superiores.
Se acharem que isto da manteiga não é para vocês, pelo menos na sua produção industrial, podem usar uma receita simples para um desenrascanço de última hora.
Manteiga económica - Deite-se uma boa porção de leite fresco num frasco de gargalo bastante largo, agite-se com força, vascoleje-se até que forme uma espécie de massa. Filtre-se a massa, extraia o soro, bata os grumos obtidos, polvilhe-se com um pouco de sal, e obter-se-á uma excelente manteiga instantânea económica.
Para os mais difíceis e inconformados, se continuarem obstinadamente a negar à partida uma ciência que desconhecem, então candidatem-se para adido cultural numa capital à sua escolha; parece que apesar de ser necessário uma licenciatura, se tiverem conhecimentos, podem conseguir o lugar na mesma. Não tem as virtudes da manteiga caseira nem a gratificação de fazer o trabalho bem feito, mas parece que se arrecadam mais de 10000 euros por mês....
PP
PS - para quem recebeu o mail do ecosoros (sim, são os mesmos soros da manteiga), consegui ler tudo até ao fim; será que nem assim me arranjam um emprego? será que isso não demonstra um poder de encaixe e uma preserverança acima da média? porque é que à Maria Elisa lhe oferecem 3 empregos em menos de um mês e a mim népias? tá mal, pá, até já tenho uma licenciatura, e quando menos esperar, hei-de ter ainda mais habilitações. Assim, pra já, só pra começar, contentava-me com um lugarzinho da Adido cultural na Monróvia....
Para a manteiga ser boa, é preciso fabricá-la com o creme tão fresco quanto possível; logo, partamos deste princípio: a manteiga fresca não é aquela recentemente batida mas a sim a fabricada com creme fresco. Cem litros de leite fornecem dezasseis a vinte litros de nata, que contém três a quatro quilos e meio de manteiga.
A coloração da manteiga é devida, principalmente, à influência da raça e das pastagens; as forragens tenras e verdes que as vacas podem pastar na Primavera dão uma manteiga excelente e muito perfumada. As dos prados naturais, cenouras, folhagem de milho, contribuem para produzir uma manteiga de primeira qualidade. in "Trabalha para ti"
Claro que isto da manteiga é uma trabalheira que nunca mais acaba; para além de ter que ter vacas com fartura, pastos naturais e outras raridades, ainda é necessário uma quantidade de máquinas com nomes a condizer; a saber:
- cântaros (para guardar e acumular a nata)
- aparelhos malaxadores (para dessorar a manteiga)
- desnatadeiras (vasilhas onde o leite se separa da nata)
- natadeiras (colheres muito chatas para retirar a nata)
- batedeiras (instrumentos empregues para bater a nata com o fim de reunir as moléculas butirosas que constituirão a manteiga.
Apesar da batedeira de piston ser a mais antiga, a normanda, Foulu e Valcourt são-lhe muitíssimo superiores.
Se acharem que isto da manteiga não é para vocês, pelo menos na sua produção industrial, podem usar uma receita simples para um desenrascanço de última hora.
Manteiga económica - Deite-se uma boa porção de leite fresco num frasco de gargalo bastante largo, agite-se com força, vascoleje-se até que forme uma espécie de massa. Filtre-se a massa, extraia o soro, bata os grumos obtidos, polvilhe-se com um pouco de sal, e obter-se-á uma excelente manteiga instantânea económica.
Para os mais difíceis e inconformados, se continuarem obstinadamente a negar à partida uma ciência que desconhecem, então candidatem-se para adido cultural numa capital à sua escolha; parece que apesar de ser necessário uma licenciatura, se tiverem conhecimentos, podem conseguir o lugar na mesma. Não tem as virtudes da manteiga caseira nem a gratificação de fazer o trabalho bem feito, mas parece que se arrecadam mais de 10000 euros por mês....
PP
PS - para quem recebeu o mail do ecosoros (sim, são os mesmos soros da manteiga), consegui ler tudo até ao fim; será que nem assim me arranjam um emprego? será que isso não demonstra um poder de encaixe e uma preserverança acima da média? porque é que à Maria Elisa lhe oferecem 3 empregos em menos de um mês e a mim népias? tá mal, pá, até já tenho uma licenciatura, e quando menos esperar, hei-de ter ainda mais habilitações. Assim, pra já, só pra começar, contentava-me com um lugarzinho da Adido cultural na Monróvia....
Questões de Vida ou de Morte
Na tradição nipónica, o Seppuku, mais conhecido por hara-kiri, constitui mais do que um suicídio; é um acto de suprema dignidade, praticado por quem só pode viver com honra. O agricultor sul-coreano Lee Kyang Hae, de 55 anos, escolheu a cimeira da OMC para golpear o seu tórax com uma faca, rodeado por centenas de outros manifestantes. «A OMC mata os agricultores» era uma das mensagens nos cartazes empunhados por este e outros manifestantes em Cancún.
O que leva um homem a um acto tão radical? O comércio? Resposta: questões de vida ou de morte. No dia deste suicídio discutiam-se as distorções no mercado internacional do algodão, causadas pelos subsídios dos países ricos às suas agriculturas. São cerca de quatro mil milhões de euros anuais, dos quais metade nos E.U.A.. Benin, Chade, Mali e Burkina Faso propuseram a eliminação daquelas subvenções. Pode parecer uma reivindicação extremista, mas na realidade é uma proposta em nome da mais elementar justiça.
Se desviarmos o olhar da árvore – o algodão – e olharmos para a floresta – a agricultura, vemos um bilião de dólares por dia em apoios, geradores de excessos de produção que inundam os mercados mundiais, levando na enxurrada os produtores dos países pobres. Nesta perspectiva, realizamos tratar-se de uma questão de vida ou de morte.
Os grandes senhores do comércio mundial alinham pela habitual simpatia diplomática. Os E.U.A. insistem na sua fórmula usual: aceitamos se recebermos algo em troca. Esse algo é, uma vez mais, a liberalização global dos mercados. Chegam mesmo a sugerir uma cedência no tema do algodão como moeda de troca para obter aberturas nos mercados europeu e japonês. Enfim, o desencontro do costume: uns discutem princípios, outros negócios.
A eliminação dos subsídios agrícolas é uma questão de princípio, uma base sem a qual qualquer discussão sobre a agricultura fica envenenada – pois aqueles biliões envenenam o mercado. Os países pobres têm toda a legitimidade para exigirem essa abolição e de manterem, pelo seu lado, algumas barreiras ao investimento estrangeiro. Ora é neste ponto que as posições divergem.
Os países ricos continuam a ignorar a sustentabilidade económica e a legitimidade históriaca que acompanham aquelas duas exiigências. Não é sério defender que E.U.A. e Burkina Faso abram os seus mercados logo após uma supressão dos subídios americanos, como se de economias iguais se tratasse. O resultado seria – já é – insustentável para as populações da economia mais frágil e muito ligada ao sector agrícola. Também não é sério esquecer o colonialismo económico praticado por estados ocidentais, através das suas companhias transnacionais, que não hesitam em destroçar o ambiente e o tecido socio-económico de muitos países em nome da rentabilidade económica.
Uma postura séria é corrigir o caminho da história e conceder aos países pobres uma oportunidade real de prosperidade. Basta dar-lhes tempo e instrumentos para consolidarem a sua economia internamente e, no mercado externo, não lhes barrar o caminho até nós, consumidores. Mas isto só será possível quando se deixar de ver ali meros territórios indiferenciados, mercados de mão-de-obra barata. Talvez então actos como o de Lee Kyang Hae fiquem para a história não como notas de folclore, mas como aquilo que são: questões de vida ou de morte.
Vitor Simões
Jornalista. Coordenação Portuguesa de Comércio Justo
Na tradição nipónica, o Seppuku, mais conhecido por hara-kiri, constitui mais do que um suicídio; é um acto de suprema dignidade, praticado por quem só pode viver com honra. O agricultor sul-coreano Lee Kyang Hae, de 55 anos, escolheu a cimeira da OMC para golpear o seu tórax com uma faca, rodeado por centenas de outros manifestantes. «A OMC mata os agricultores» era uma das mensagens nos cartazes empunhados por este e outros manifestantes em Cancún.
O que leva um homem a um acto tão radical? O comércio? Resposta: questões de vida ou de morte. No dia deste suicídio discutiam-se as distorções no mercado internacional do algodão, causadas pelos subsídios dos países ricos às suas agriculturas. São cerca de quatro mil milhões de euros anuais, dos quais metade nos E.U.A.. Benin, Chade, Mali e Burkina Faso propuseram a eliminação daquelas subvenções. Pode parecer uma reivindicação extremista, mas na realidade é uma proposta em nome da mais elementar justiça.
Se desviarmos o olhar da árvore – o algodão – e olharmos para a floresta – a agricultura, vemos um bilião de dólares por dia em apoios, geradores de excessos de produção que inundam os mercados mundiais, levando na enxurrada os produtores dos países pobres. Nesta perspectiva, realizamos tratar-se de uma questão de vida ou de morte.
Os grandes senhores do comércio mundial alinham pela habitual simpatia diplomática. Os E.U.A. insistem na sua fórmula usual: aceitamos se recebermos algo em troca. Esse algo é, uma vez mais, a liberalização global dos mercados. Chegam mesmo a sugerir uma cedência no tema do algodão como moeda de troca para obter aberturas nos mercados europeu e japonês. Enfim, o desencontro do costume: uns discutem princípios, outros negócios.
A eliminação dos subsídios agrícolas é uma questão de princípio, uma base sem a qual qualquer discussão sobre a agricultura fica envenenada – pois aqueles biliões envenenam o mercado. Os países pobres têm toda a legitimidade para exigirem essa abolição e de manterem, pelo seu lado, algumas barreiras ao investimento estrangeiro. Ora é neste ponto que as posições divergem.
Os países ricos continuam a ignorar a sustentabilidade económica e a legitimidade históriaca que acompanham aquelas duas exiigências. Não é sério defender que E.U.A. e Burkina Faso abram os seus mercados logo após uma supressão dos subídios americanos, como se de economias iguais se tratasse. O resultado seria – já é – insustentável para as populações da economia mais frágil e muito ligada ao sector agrícola. Também não é sério esquecer o colonialismo económico praticado por estados ocidentais, através das suas companhias transnacionais, que não hesitam em destroçar o ambiente e o tecido socio-económico de muitos países em nome da rentabilidade económica.
Uma postura séria é corrigir o caminho da história e conceder aos países pobres uma oportunidade real de prosperidade. Basta dar-lhes tempo e instrumentos para consolidarem a sua economia internamente e, no mercado externo, não lhes barrar o caminho até nós, consumidores. Mas isto só será possível quando se deixar de ver ali meros territórios indiferenciados, mercados de mão-de-obra barata. Talvez então actos como o de Lee Kyang Hae fiquem para a história não como notas de folclore, mas como aquilo que são: questões de vida ou de morte.
Vitor Simões
Jornalista. Coordenação Portuguesa de Comércio Justo
quinta-feira, setembro 25, 2003
Semana Cultural Africana
de 24 a 28 de Setembro no ALÇUDE, em Évora
O principal objectivo deste evento é, não só dar um primeiro passo no sentido de sensibilizar a população Portuguesa para a existência de uma, já não pequena, comunidade Africana em Évora, nomeadamente os estudantes dos PALOP, como também a afirmação da cultura Africana num meio onde, apesar de a comunidade Africana ser já representativa, a sua cultura pouco se faz sentir.
programa
24/09 - palestra África - Mamadu
- gastronomia - mariscos à africana
25/09 - África noite cultural
- gastronomia - muamba
26/09 - palestra Racismo - José Falcão
- gastronomia - costa do marfim
27/09 - África noite cultural
- gastronomia - cachupa
28/09 - África noite cultural
- gastronomia - calulu
diáriamente exposições de artesanato, literatura e cosméticos
organização:
grupo de jovens africanos BelAfrik em colaboração com o SOS Racismo
de 24 a 28 de Setembro no ALÇUDE, em Évora
O principal objectivo deste evento é, não só dar um primeiro passo no sentido de sensibilizar a população Portuguesa para a existência de uma, já não pequena, comunidade Africana em Évora, nomeadamente os estudantes dos PALOP, como também a afirmação da cultura Africana num meio onde, apesar de a comunidade Africana ser já representativa, a sua cultura pouco se faz sentir.
programa
24/09 - palestra África - Mamadu
- gastronomia - mariscos à africana
25/09 - África noite cultural
- gastronomia - muamba
26/09 - palestra Racismo - José Falcão
- gastronomia - costa do marfim
27/09 - África noite cultural
- gastronomia - cachupa
28/09 - África noite cultural
- gastronomia - calulu
diáriamente exposições de artesanato, literatura e cosméticos
organização:
grupo de jovens africanos BelAfrik em colaboração com o SOS Racismo
Um mundo melhor é possível
Um grupo de 27 pilotos israelitas informou ontem as respectivas chefias militares que se recusava a participar em novas operações militares na Faixa de Gaza e atentados a civis palestinianos. Dado o seu estatuto militar, estes pilotos enfrentam ordens de prisão.
Uma gota no oceano, ou a gota que faz transbordar o copo?
mpf
Um grupo de 27 pilotos israelitas informou ontem as respectivas chefias militares que se recusava a participar em novas operações militares na Faixa de Gaza e atentados a civis palestinianos. Dado o seu estatuto militar, estes pilotos enfrentam ordens de prisão.
Uma gota no oceano, ou a gota que faz transbordar o copo?
mpf
quarta-feira, setembro 24, 2003
Declarações
“Desafios imensos aguardam esta organização. Os Estados Unidos acreditam ser de vital interesse da comunidade mundial intensificar a importância das Nações Unidas. E os Estados Unidos prometem solenemente trabalhar com todos na realização desse objetivo.” 24 de Setembro de 2001, aqui.
1 ano e meio depois, disseram que a ONU era irrelevante.
2 anos depois, a ONU volta outra vez a ter interesse, para ajudar na pacificação, mas não para encabeçar o processo político.
Moral da história: quando a ONU está com EUA é uma instituição boa; quando se opõe aos interesses americanos, é irrelevante. O que vale é que com Bush as explicações são sempre fáceis: "Ou estão connosco, ou estão contra nós"
PP
“Desafios imensos aguardam esta organização. Os Estados Unidos acreditam ser de vital interesse da comunidade mundial intensificar a importância das Nações Unidas. E os Estados Unidos prometem solenemente trabalhar com todos na realização desse objetivo.” 24 de Setembro de 2001, aqui.
1 ano e meio depois, disseram que a ONU era irrelevante.
2 anos depois, a ONU volta outra vez a ter interesse, para ajudar na pacificação, mas não para encabeçar o processo político.
Moral da história: quando a ONU está com EUA é uma instituição boa; quando se opõe aos interesses americanos, é irrelevante. O que vale é que com Bush as explicações são sempre fáceis: "Ou estão connosco, ou estão contra nós"
PP
Faça-se Justiça
Cancún na óptica do Comércio Justo
Imagine uma sociedade onde uma funcionária de limpeza paga mais imposto do que o director da empresa onde ela trabalha. É assim que funcionam as relações comerciais internacionais. As taxas aplicadas nos E.U.A às camisas do Bangladesh são 20 vezes superiores às que incidem sobre bens importados do Reino Unido. Exemplos destes não podem continuar a multiplicar-se, sob pena de Cancún ser mais uma cimeira de consolidação dos interesses das grandes empresas transnacionais dos países mais ricos.
O Comércio Justo é uma rede internacional de organizações (ONG’s, importadores, lojas) que há 40 anos procura dar aos produtores nos países desfavorecidos uma oportunidade de desfrutar da riqueza que geram com o seu trabalho, numa óptica de desenvolvimento sustentado. Nesse sentido, dá formação e financiamento; paga preços justos e mantém relações de longo prazo. Por outro lado, exige a aplicação dos rendimentos na comunidade e o respeito pelo ambiente e os direitos humanos.
Apesar de ratificadas por dezenas de países, as convenções da ONU e da Organização Internacional do Trabalho são desrespeitadas todos os dias em muitos desses estados. A pressão liberalizante saída de anteriores cimeiras da OMC tem agravado este problema. “Liberalizar” não é sinónimo de “libertar”. Em Outubro de 2002 foi publicado um relatório sobre a política comercial da Zâmbia nos anos 90, marcada por uma liberalização total da economia. Ficou patente uma diminuição do PIB per capita e há mais 5% de zambianos a viver na pobreza. Outros exemplos apontam para conclusões idênticas.
Um comércio sem regras é um comércio sem rumo. Serve o bem-estar de alguns, mas não o de todos. Nem o do planeta. O desenvolvimento sustentado não pode continuar a ser apenas uma expressão politicamente correcta. Tem que ser uma política concreta. Os países pobres têm o direito de proteger os sectores mais débeis da sua economia. Os países ricos não têm o direito de impor a liberalização dos mercados –
e muito menos de usar o seu estatuto de dadores para forçar a sua adopção pelos países pobres.
Dizer que o comércio internacional não tem regras é, reconheçamos, uma injustiça para a OMC. Na verdade, há uma regra fundamental: a do mais forte. Desde logo, no acesso ao mercado: os países ricos taxam as importações de países pobres, em média, a um nível quatro vezes superior ao que praticam nas importações de países industrializados. No sector agrícola, a U.E. e os E.U.A continuam a subsidiar os seus agricultores (quebrando promessas feitas), que assim esmagam os preços dos 900 milhões de pobres que habitam nos países em desenvolvimento. Na área da saúde pública, continuam as restrições à utilização de medicamentos genéricos. Por fim, a U.E. e os E.U.A. insistem no tema do investimento estrangeiro, procurando uma vez mais abolir qualquer capacidade dos países pobres para proteger os seus investidores nacionais.
O Comércio Justo defende que Cancún não deve ser mais um passo no sentido de uma liberalização que só serve os mais fortes. Num mundo perfeito, em que todos tivessem as mesmas oportunidades, esse seria o caminho. Há que dotar os países em desenvolvimento de ferramentas para consolidarem as suas economias, antes de abri-las sem restrições ao investimento estrangeiro. Há que partilhar, antes de exigir.
Vitor Simões
Jornalista. Coordenação Portuguesa de Comércio Justo
Cancún na óptica do Comércio Justo
Imagine uma sociedade onde uma funcionária de limpeza paga mais imposto do que o director da empresa onde ela trabalha. É assim que funcionam as relações comerciais internacionais. As taxas aplicadas nos E.U.A às camisas do Bangladesh são 20 vezes superiores às que incidem sobre bens importados do Reino Unido. Exemplos destes não podem continuar a multiplicar-se, sob pena de Cancún ser mais uma cimeira de consolidação dos interesses das grandes empresas transnacionais dos países mais ricos.
O Comércio Justo é uma rede internacional de organizações (ONG’s, importadores, lojas) que há 40 anos procura dar aos produtores nos países desfavorecidos uma oportunidade de desfrutar da riqueza que geram com o seu trabalho, numa óptica de desenvolvimento sustentado. Nesse sentido, dá formação e financiamento; paga preços justos e mantém relações de longo prazo. Por outro lado, exige a aplicação dos rendimentos na comunidade e o respeito pelo ambiente e os direitos humanos.
Apesar de ratificadas por dezenas de países, as convenções da ONU e da Organização Internacional do Trabalho são desrespeitadas todos os dias em muitos desses estados. A pressão liberalizante saída de anteriores cimeiras da OMC tem agravado este problema. “Liberalizar” não é sinónimo de “libertar”. Em Outubro de 2002 foi publicado um relatório sobre a política comercial da Zâmbia nos anos 90, marcada por uma liberalização total da economia. Ficou patente uma diminuição do PIB per capita e há mais 5% de zambianos a viver na pobreza. Outros exemplos apontam para conclusões idênticas.
Um comércio sem regras é um comércio sem rumo. Serve o bem-estar de alguns, mas não o de todos. Nem o do planeta. O desenvolvimento sustentado não pode continuar a ser apenas uma expressão politicamente correcta. Tem que ser uma política concreta. Os países pobres têm o direito de proteger os sectores mais débeis da sua economia. Os países ricos não têm o direito de impor a liberalização dos mercados –
e muito menos de usar o seu estatuto de dadores para forçar a sua adopção pelos países pobres.
Dizer que o comércio internacional não tem regras é, reconheçamos, uma injustiça para a OMC. Na verdade, há uma regra fundamental: a do mais forte. Desde logo, no acesso ao mercado: os países ricos taxam as importações de países pobres, em média, a um nível quatro vezes superior ao que praticam nas importações de países industrializados. No sector agrícola, a U.E. e os E.U.A continuam a subsidiar os seus agricultores (quebrando promessas feitas), que assim esmagam os preços dos 900 milhões de pobres que habitam nos países em desenvolvimento. Na área da saúde pública, continuam as restrições à utilização de medicamentos genéricos. Por fim, a U.E. e os E.U.A. insistem no tema do investimento estrangeiro, procurando uma vez mais abolir qualquer capacidade dos países pobres para proteger os seus investidores nacionais.
O Comércio Justo defende que Cancún não deve ser mais um passo no sentido de uma liberalização que só serve os mais fortes. Num mundo perfeito, em que todos tivessem as mesmas oportunidades, esse seria o caminho. Há que dotar os países em desenvolvimento de ferramentas para consolidarem as suas economias, antes de abri-las sem restrições ao investimento estrangeiro. Há que partilhar, antes de exigir.
Vitor Simões
Jornalista. Coordenação Portuguesa de Comércio Justo
Descriminalização do Aborto
O próximo dia 28 é o Dia de Luta pela Descriminalização do Aborto na América Latina e no Caribe. Mais que um risco para as mulheres, pois o aborto ilegal é a quarta causa de mortalidade materna no país, a ilegalidade do aborto fere um direito básico de todo ser humano: a liberdade de escolha em relação ao que fazer com o próprio corpo e sua vida.
Convicções religiosas não podem e nem devem ser colocadas acima do direito à livre decisão pelo abortamento. A penalização do aborto não evita sua prática. Coloca-o na clandestinidade e põe em risco a vida e a saúde das mulheres, principalmente as mais pobres que se submetem a situações de alto risco ao interromper uma gravidez indesejada.
É na região da América Latina e Caribe que estão presentes as maiores restrições legais ao direito das mulheres de decidir pela interrupção da gravidez. Estima-se que 6 milhões de mulheres praticam o aborto ilegal na América Latina todos os anos. Destas, 1,4 milhão são brasileiras.
Morrem por ano 6 mil mulheres latino-americanas ao fazerem abortos
22.setembro/2003 - México – Adital/Cimac
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de seis milhões de mulheres realizam abortos na América Latina e no Caribe. Deste total, de acordo com o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA em inglês), a cada ano seis mil mulheres latino-americanas morrem por complicações do aborto. Isso porque a maioria o faz em condições de risco e de forma clandestina, causando danos irreparáveis à saúde e muitas vezes resultando em morte. A OMS assinala que 21% das mortes relacionadas à gravidez, parto ou pós-parto, têm como causa complicações de abortos.
A mortalidade como consequência do aborto está vinculada à condição de pobreza das mulheres e suas famílias, o baixo nível de educação e informação e a subordinação feminina, entre outros aspectos.
PP
O próximo dia 28 é o Dia de Luta pela Descriminalização do Aborto na América Latina e no Caribe. Mais que um risco para as mulheres, pois o aborto ilegal é a quarta causa de mortalidade materna no país, a ilegalidade do aborto fere um direito básico de todo ser humano: a liberdade de escolha em relação ao que fazer com o próprio corpo e sua vida.
Convicções religiosas não podem e nem devem ser colocadas acima do direito à livre decisão pelo abortamento. A penalização do aborto não evita sua prática. Coloca-o na clandestinidade e põe em risco a vida e a saúde das mulheres, principalmente as mais pobres que se submetem a situações de alto risco ao interromper uma gravidez indesejada.
É na região da América Latina e Caribe que estão presentes as maiores restrições legais ao direito das mulheres de decidir pela interrupção da gravidez. Estima-se que 6 milhões de mulheres praticam o aborto ilegal na América Latina todos os anos. Destas, 1,4 milhão são brasileiras.
Morrem por ano 6 mil mulheres latino-americanas ao fazerem abortos
22.setembro/2003 - México – Adital/Cimac
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de seis milhões de mulheres realizam abortos na América Latina e no Caribe. Deste total, de acordo com o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA em inglês), a cada ano seis mil mulheres latino-americanas morrem por complicações do aborto. Isso porque a maioria o faz em condições de risco e de forma clandestina, causando danos irreparáveis à saúde e muitas vezes resultando em morte. A OMS assinala que 21% das mortes relacionadas à gravidez, parto ou pós-parto, têm como causa complicações de abortos.
A mortalidade como consequência do aborto está vinculada à condição de pobreza das mulheres e suas famílias, o baixo nível de educação e informação e a subordinação feminina, entre outros aspectos.
PP
Relatório de desenvolvimento humano 2003
África Subsariana: Região à beira de uma crise
A maioria dos 59 países identificados no Relatório do Desenvolvimento Humano 2003 como países “prioritários”, que necessitam de ajuda urgente, fica situada na África Subsariana: 38 em 59. Esta é a única região que não alcançará os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio até 2015, a manterem-se as actuais tendências. Não só o quadro actual é sombrio como, em muitos casos, as coisas estão a piorar.
Factos
• Metade da população vive com menos de 1 dólar por dia.
• Uma em cada três crianças não conclui os estudos.
• Uma em cada seis crianças morre antes dos cinco anos.
• A taxa de pobreza aumentou ao longo da década de 1990, o que significou que o número de pobres sofreu um aumento de 74 milhões de pessoas.
• O VIH/SIDA causa uma perda impressionante em termos de esperança de vida, em toda a região, onde este indicador baixou mais de 20 anos em países como o Zimbabwe, o Botsuana, a Suazilândia e o Lesoto.
• A ajuda per capita à África Subsariana conheceu efectivamente uma diminuição de 1/3 na década de 1990.
Soluções:
Não se trata do tipo de obstáculos que a África Subsariana possa ultrapassar graças a uma política macro-económica prudente, a uma melhor governação e à mobilização dos recursos internos. A região precisa de relações comerciais mais justas, de uma redução significativa da dívida e de grandes entradas de ajuda per capita, que sofreram, na realidade, uma redução de 1/3 , na década de 1990.
• Redução da Dívida: é essencial uma redução mais rápida e mais profunda da dívida do que aquela que é concedida pela iniciativa relativa aos Países Pobres Muito Endividados. Merecem particular destaque as dívidas contraídas por governos ditatoriais e corruptos no passado, como as do Congo e da Etiópia.
• Comércio Mais Justo: é vital um comércio mais justo. O algodão é apenas um exemplo: entre 2001 e 2002, os agricultores dos Estados Unidos, da EU e da China receberam dos seus governos subsídios à cultura do algodão da ordem dos 4,9 mil milhões de dólares. Os produtores africanos não podem competir num mercado tão distorcido. Esses subsídios custam ao Benim, Burquina Faso, Chade, Mali e Togo 250 milhões de dólares por ano em perdas de receitas da exportações.
• Mais Ajuda: os países ricos comprometeram-se a aumentar a ajuda, mas a ajuda per capita diminuiu um terço na década de 1990.
• Políticas a Favor dos Pobres: Não se trata apenas de uma questão que se prende a dívida, o comércio e a ajuda. Tem também que ver com aplicar políticas a favor dos pobres e assegurar a responsabilização democrática. É necessária a acção tanto dos países ricos do Norte como dos próprios países pobres da região: é esse espírito de parceria e responsabilidade mútua que está no cerne da Nova Parceria para o Desenvolvimento de África (NEPAD) e do Pacto sobre o Desenvolvimento do Milénio que contém os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. As políticas a favor dos pobres deveriam incluir:
(1) Baixar as despesas de matrícula na escola e as propinas (a experiência mostra como isso foi importante para impulsionar as taxas de escolarização no Malawi e no Uganda); e (2) Investir numa boa extensão rural bem como em boas infra-estruturas básicas e cuidados de saúde, em especial para as mulheres e as populações rurais de um modo geral.
Obtido no site das Nações Unidas
PP
África Subsariana: Região à beira de uma crise
A maioria dos 59 países identificados no Relatório do Desenvolvimento Humano 2003 como países “prioritários”, que necessitam de ajuda urgente, fica situada na África Subsariana: 38 em 59. Esta é a única região que não alcançará os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio até 2015, a manterem-se as actuais tendências. Não só o quadro actual é sombrio como, em muitos casos, as coisas estão a piorar.
Factos
• Metade da população vive com menos de 1 dólar por dia.
• Uma em cada três crianças não conclui os estudos.
• Uma em cada seis crianças morre antes dos cinco anos.
• A taxa de pobreza aumentou ao longo da década de 1990, o que significou que o número de pobres sofreu um aumento de 74 milhões de pessoas.
• O VIH/SIDA causa uma perda impressionante em termos de esperança de vida, em toda a região, onde este indicador baixou mais de 20 anos em países como o Zimbabwe, o Botsuana, a Suazilândia e o Lesoto.
• A ajuda per capita à África Subsariana conheceu efectivamente uma diminuição de 1/3 na década de 1990.
Soluções:
Não se trata do tipo de obstáculos que a África Subsariana possa ultrapassar graças a uma política macro-económica prudente, a uma melhor governação e à mobilização dos recursos internos. A região precisa de relações comerciais mais justas, de uma redução significativa da dívida e de grandes entradas de ajuda per capita, que sofreram, na realidade, uma redução de 1/3 , na década de 1990.
• Redução da Dívida: é essencial uma redução mais rápida e mais profunda da dívida do que aquela que é concedida pela iniciativa relativa aos Países Pobres Muito Endividados. Merecem particular destaque as dívidas contraídas por governos ditatoriais e corruptos no passado, como as do Congo e da Etiópia.
• Comércio Mais Justo: é vital um comércio mais justo. O algodão é apenas um exemplo: entre 2001 e 2002, os agricultores dos Estados Unidos, da EU e da China receberam dos seus governos subsídios à cultura do algodão da ordem dos 4,9 mil milhões de dólares. Os produtores africanos não podem competir num mercado tão distorcido. Esses subsídios custam ao Benim, Burquina Faso, Chade, Mali e Togo 250 milhões de dólares por ano em perdas de receitas da exportações.
• Mais Ajuda: os países ricos comprometeram-se a aumentar a ajuda, mas a ajuda per capita diminuiu um terço na década de 1990.
• Políticas a Favor dos Pobres: Não se trata apenas de uma questão que se prende a dívida, o comércio e a ajuda. Tem também que ver com aplicar políticas a favor dos pobres e assegurar a responsabilização democrática. É necessária a acção tanto dos países ricos do Norte como dos próprios países pobres da região: é esse espírito de parceria e responsabilidade mútua que está no cerne da Nova Parceria para o Desenvolvimento de África (NEPAD) e do Pacto sobre o Desenvolvimento do Milénio que contém os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. As políticas a favor dos pobres deveriam incluir:
(1) Baixar as despesas de matrícula na escola e as propinas (a experiência mostra como isso foi importante para impulsionar as taxas de escolarização no Malawi e no Uganda); e (2) Investir numa boa extensão rural bem como em boas infra-estruturas básicas e cuidados de saúde, em especial para as mulheres e as populações rurais de um modo geral.
Obtido no site das Nações Unidas
PP
Estatísticas macabras no Iraque: 1000 mortos/semana
Extraído de um artigo de Robert Fisk - The Independent
Em Bagdad, até 70 corpos - de iraquianos mortos a tiros - são levados aos necrotérios por dia. Em Najaf, por exemplo, a direcção do cemitério registra a chegada dos corpos de até 20 vítimas de violência por dia. Alguns foram mortos durante disputas familiares, durante saques ou por vingança. Outros foram abatidos por soldados dos EUA em postos de controlo ou nos cada vez mais cruéis "raids" conduzidos por forças americanas nos subúrbios de Bagdad e nas cidades sunitas ao norte. Somente na semana passada, repórteres cobrindo as mortes dos policiais de Faluja, ficaram pasmados ao ver crianças gravemente feridas chegando ao hospital, todas atingidas - de acordo com suas famílias - por um tanque americano que abriu fogo contra uma plantação de palmeiras nos arredores da cidade. Para variar, as autoridades de ocupação "não tinham informação" sobre o incidente.
Mas se agora considerarmos os mortos de Najaf como típicos em apenas duas ou três grandes cidades, e se somarmos a estes a contagem de mortes em Bagdad e multiplicar por sete, obtemos o lindo número de 1000 iraquianos mortos por semana - e esta pode bem ser uma estimativa conservadora. Nalgum lugar dos cavernosos corredores de mármore do palácio do procônsul Bremer sobre o Tigre, alguém deve estar contabilizando essas estatísticas apavorantes. Mas obviamente os americanos não estãointeressados em divulgá-las.
As nossas vidas [dos ocidentais] são mais valiosas do que as vidas deles. A "terrível contagem" dos meses de verão - uma frase do informe do New York Times da semana passada - referia-se apenas aos soldados ocidentais.
O que está ficando aparente é que nós realmente não nos importamos com os iraquianos. Nós podemos pensar que queremos levar-lhes a democracia mas, ao nível individual, nós não ligamos muito para eles ou suas vidas. Nós libertamo-los. Eles deviam estar-nos gratos. Ninguém disse que democracia era fácil....
Adaptado daqui
Original aqui
PP
Extraído de um artigo de Robert Fisk - The Independent
Em Bagdad, até 70 corpos - de iraquianos mortos a tiros - são levados aos necrotérios por dia. Em Najaf, por exemplo, a direcção do cemitério registra a chegada dos corpos de até 20 vítimas de violência por dia. Alguns foram mortos durante disputas familiares, durante saques ou por vingança. Outros foram abatidos por soldados dos EUA em postos de controlo ou nos cada vez mais cruéis "raids" conduzidos por forças americanas nos subúrbios de Bagdad e nas cidades sunitas ao norte. Somente na semana passada, repórteres cobrindo as mortes dos policiais de Faluja, ficaram pasmados ao ver crianças gravemente feridas chegando ao hospital, todas atingidas - de acordo com suas famílias - por um tanque americano que abriu fogo contra uma plantação de palmeiras nos arredores da cidade. Para variar, as autoridades de ocupação "não tinham informação" sobre o incidente.
Mas se agora considerarmos os mortos de Najaf como típicos em apenas duas ou três grandes cidades, e se somarmos a estes a contagem de mortes em Bagdad e multiplicar por sete, obtemos o lindo número de 1000 iraquianos mortos por semana - e esta pode bem ser uma estimativa conservadora. Nalgum lugar dos cavernosos corredores de mármore do palácio do procônsul Bremer sobre o Tigre, alguém deve estar contabilizando essas estatísticas apavorantes. Mas obviamente os americanos não estãointeressados em divulgá-las.
As nossas vidas [dos ocidentais] são mais valiosas do que as vidas deles. A "terrível contagem" dos meses de verão - uma frase do informe do New York Times da semana passada - referia-se apenas aos soldados ocidentais.
O que está ficando aparente é que nós realmente não nos importamos com os iraquianos. Nós podemos pensar que queremos levar-lhes a democracia mas, ao nível individual, nós não ligamos muito para eles ou suas vidas. Nós libertamo-los. Eles deviam estar-nos gratos. Ninguém disse que democracia era fácil....
Adaptado daqui
Original aqui
PP
terça-feira, setembro 23, 2003
Conversas no Ciber espaço português: Não se ponham a pau ...(2ª parte)
Nota 3. Aproveito para chamar a atenção do facto de os infantários terem passado da tutela do MEducação para a tutela da Segurança Social. Quer dizer: os ricos que paguem as escolas privadas que quem for para a pública apanha com os serviços sociais, precisamente os mesmos que não forma capazes de proteger as crianças da Casa Pia porque lhes pareceu preferível usar os meninos e meninas para fazer negócio de uma forma que está ainda por apurar, se alguma vez vier a ser apurada, não apenas na Casa Pia mas em todo o sector, como denunciam outros casos entretanto descobertos e imediatamente tratados, numa pressa que anteriormente era ilegal.
O que se está a fazer em Portugal no sector da Educação, e certamente noutros sectores, é criminoso e intencional: trata-se de uma agenda escondida que tínhamos vantagem em denunciar, para defesa dos Portugueses e da qualidade de vida em Portugal. Trata-se de agudizar ainda mais as desigualdades sociais e a repressão contra os modernizadores - que ainda os vai havendo - por forma a continuar a explorar a mão-de-obra barata num contexto de concorrência dos países de Leste, com gente muito mais qualificada - embora desenquadrada - e susceptível de aceitar salários ainda mais baixos dos que se praticam em Portugal.
Estão a querer equiparar os modos de vida dos Portugueses aos dos países de Leste, numa política de quanto pior melhor, não tanto com o objectivo de reduzir o estado mas de concentrar os poderes de estado nalguns - cada vez menos - beneficiários do orçamento, nomeadamente os militares e as forças de segurança e talvez a justiça, se continuarem a aproveitar os escândalos sucessivos desta sociedade anémica em proveito próprio.
APD
Nota 3. Aproveito para chamar a atenção do facto de os infantários terem passado da tutela do MEducação para a tutela da Segurança Social. Quer dizer: os ricos que paguem as escolas privadas que quem for para a pública apanha com os serviços sociais, precisamente os mesmos que não forma capazes de proteger as crianças da Casa Pia porque lhes pareceu preferível usar os meninos e meninas para fazer negócio de uma forma que está ainda por apurar, se alguma vez vier a ser apurada, não apenas na Casa Pia mas em todo o sector, como denunciam outros casos entretanto descobertos e imediatamente tratados, numa pressa que anteriormente era ilegal.
O que se está a fazer em Portugal no sector da Educação, e certamente noutros sectores, é criminoso e intencional: trata-se de uma agenda escondida que tínhamos vantagem em denunciar, para defesa dos Portugueses e da qualidade de vida em Portugal. Trata-se de agudizar ainda mais as desigualdades sociais e a repressão contra os modernizadores - que ainda os vai havendo - por forma a continuar a explorar a mão-de-obra barata num contexto de concorrência dos países de Leste, com gente muito mais qualificada - embora desenquadrada - e susceptível de aceitar salários ainda mais baixos dos que se praticam em Portugal.
Estão a querer equiparar os modos de vida dos Portugueses aos dos países de Leste, numa política de quanto pior melhor, não tanto com o objectivo de reduzir o estado mas de concentrar os poderes de estado nalguns - cada vez menos - beneficiários do orçamento, nomeadamente os militares e as forças de segurança e talvez a justiça, se continuarem a aproveitar os escândalos sucessivos desta sociedade anémica em proveito próprio.
APD
Reunião plenária do FSP
olá a tod@s,
A Assembleia Geral da Associação para a Gestão do Fórum Social Português (e o Plenário do Fórum Social Português) irá realizar-se em Coimbra, no próximo dia 28, pelas 14h.
O local da reunião será na Delegação Regional do instituto Português da Juventude, que nos cedeu o seu auditório tendo apenas como contrapartidas além da publicitação do apoio, o pagamento dos funcionário mobilizados para nos dar apoio.
Além de termos de ser pontuais no começo dos trabalho, teremos igualmente de ser pontuais na saída, que é imperetrivelmente às 19.45h.
Caso contrário, o preço a pagar aos funcionários disparará e como esperamos que todos contribuamos para o pagamento destes gastos, não será desejável aumentar a factura pelo bem de tod@s.
A morada é Rua Pedro Monteiro, n.º 23.
Para quem já participou em plenários promovidos em Coimbra, é na mesma rua de sempre.
Para aqueles que vêm pela primeira vez, a rua pedro monteiro é a paralela à rua afonso henriques, por detrás do jardim da Sereia, ao pé da Praça da Republica!
Peço desculpa por esta informação tardia, mas estive até agora a negociar uma sala maior, porque esperamos ser mais de 80 pessoas,
um bem haja
e até sábado!
Celina (AJP)
olá a tod@s,
A Assembleia Geral da Associação para a Gestão do Fórum Social Português (e o Plenário do Fórum Social Português) irá realizar-se em Coimbra, no próximo dia 28, pelas 14h.
O local da reunião será na Delegação Regional do instituto Português da Juventude, que nos cedeu o seu auditório tendo apenas como contrapartidas além da publicitação do apoio, o pagamento dos funcionário mobilizados para nos dar apoio.
Além de termos de ser pontuais no começo dos trabalho, teremos igualmente de ser pontuais na saída, que é imperetrivelmente às 19.45h.
Caso contrário, o preço a pagar aos funcionários disparará e como esperamos que todos contribuamos para o pagamento destes gastos, não será desejável aumentar a factura pelo bem de tod@s.
A morada é Rua Pedro Monteiro, n.º 23.
Para quem já participou em plenários promovidos em Coimbra, é na mesma rua de sempre.
Para aqueles que vêm pela primeira vez, a rua pedro monteiro é a paralela à rua afonso henriques, por detrás do jardim da Sereia, ao pé da Praça da Republica!
Peço desculpa por esta informação tardia, mas estive até agora a negociar uma sala maior, porque esperamos ser mais de 80 pessoas,
um bem haja
e até sábado!
Celina (AJP)
Monchique a arder a 13 de Setembro.....
Ironicamente, para a Nasa, Monchique está em Marrocos, como aliás toda a gente sabe.......
É mesmo verdade! vão á esta página ver com os vossos olhinhos que a terra há-de comer!
Querem mandar no mundo, não sabem é muito bem onde...
PP
O Papa dos Gays
O Papa dos gays, ou talvez antes, o papá das lésbo-gays, lá escreveu a sua nota episcopal à cerca deste fremente momento que atravessa a religião glbt, em crise de consciência , ou de consenso .
Ele justifica-se, e diz " Ex Catedra", com mansuetude aos seus fieis, que quando se trata de gays, e sobretudo sendo bloquistas, a democracia deve ficar entre parênteses, pois valores mais altos se alevantam. Por isso, está em vias de beatificaçao,.... gay!
O Papa , ou está mal informado pelo colégio cardinalicio, ou teve um assomo Contra Reformista. De facto, a Fabiola não é a Joana d´Arc, nem em nenhum momento, os dotes militantes da dita foram alguma vez questionados, muito menos a pensar no F.S. de Paris. O que houve foi uma tentativa de golpaça, porque estava acordado que as candidaturas seriam previamente apresentadas, ou negociadas, o que não aconteceu.
Para o Papa, respeitar regras democraticamente aceites, de consenso , é "utopia" e "outra história", criticar alguma vez, os glbt trot-bloquistas pela sua pratica golpista, é "populismo demagógico anti-partido", e tentar impedir uma conotação com a sua linhagem elitista , é pôr o país todo em perigo, de perder a alegria abrilista , para se tornar numa frígida Igreja românica.
E ele prega: os puros fins, justificam os feios meios. Pelos gays é um valer tudo! a saber:
Que não se cumpram regras nenhumas , quando se trata da nomeação de um representante glbt em qualquer forum! Devem lá estar por direito divino... trotskista , o resto é um absurdo! Atropele-se tudo, e excomungue-se logo quem se opuser!
Que se introduzam empresas comerciais no Forum , que nada têm a ver com ONG`s, formais, ou informais. Está justificado, porque são gays a seu favor, estão lá, por consenso bloquista , e fazem numero, logo, não se respeita a regra ética imposta para este caso. Que se desvie dinheiro, que solidariamente demos, ou dão, para uma organização , e com um fim , e que vá parar a outra, sem o nosso conhecimento, é justo, e denunciá-lo, é coisa patética e absurda. Enfim, os movimentos sociais com estes Glbt são um "joque", very british, e a esquerda toda, sem o Bloco, é um frio convento jesuíta. Que se calem já todos as críticas. Ao fogo! Amen!
Na verdade, não creio que o BE seja um papão para ninguém, mas lá que os glbt trot-bloquistas nos querem "papar" há anos, com artimanhas e golpismos , isso, já o tenho por mais seguro. Convém não confundir, a parte com o todo, para a análise ser segura.
Portanto, não confundir os oportunistas - carreiristas que Abraçam a causa, muitos sem dar a cara, com interesses pouco claros, para a sua negociata politico económica, sentados à mesa bloquista glbt, para mais facilmente medrarem, numa Felguerização comunitária , com os Bloquistas que sabem estar na politica, para discutir propostas, e que por nada saberem disto, piamente confiam neles. Em qual destes lados se colocará o "suspeito" MVA?
Alem de Papa, MVA é reputado antropólogo, e devia encontrar uma explicação, que tem a ver com o facto dos media continuarem a pretender conhecer a opinião da Opus Gay e, e pior do que tudo, publicá-la, regularmente, não tendo em conta as vacuidades que alguns outros pretendem por aí ir dizendo.
Entretanto, "Opus Gay delenda est", ou seja , "é preciso destruir a Opus Gay !," é um sonho paranóico, acalentado há sete anos por MVA , e tantos outros , tal como Catão, em Roma, sobre Cartago.
E se dialogássemos?
Baseado neste artigo de Vale de Alemeida e neste de Nuno Lourenço.
AS
O Papa dos gays, ou talvez antes, o papá das lésbo-gays, lá escreveu a sua nota episcopal à cerca deste fremente momento que atravessa a religião glbt, em crise de consciência , ou de consenso .
Ele justifica-se, e diz " Ex Catedra", com mansuetude aos seus fieis, que quando se trata de gays, e sobretudo sendo bloquistas, a democracia deve ficar entre parênteses, pois valores mais altos se alevantam. Por isso, está em vias de beatificaçao,.... gay!
O Papa , ou está mal informado pelo colégio cardinalicio, ou teve um assomo Contra Reformista. De facto, a Fabiola não é a Joana d´Arc, nem em nenhum momento, os dotes militantes da dita foram alguma vez questionados, muito menos a pensar no F.S. de Paris. O que houve foi uma tentativa de golpaça, porque estava acordado que as candidaturas seriam previamente apresentadas, ou negociadas, o que não aconteceu.
Para o Papa, respeitar regras democraticamente aceites, de consenso , é "utopia" e "outra história", criticar alguma vez, os glbt trot-bloquistas pela sua pratica golpista, é "populismo demagógico anti-partido", e tentar impedir uma conotação com a sua linhagem elitista , é pôr o país todo em perigo, de perder a alegria abrilista , para se tornar numa frígida Igreja românica.
E ele prega: os puros fins, justificam os feios meios. Pelos gays é um valer tudo! a saber:
Que não se cumpram regras nenhumas , quando se trata da nomeação de um representante glbt em qualquer forum! Devem lá estar por direito divino... trotskista , o resto é um absurdo! Atropele-se tudo, e excomungue-se logo quem se opuser!
Que se introduzam empresas comerciais no Forum , que nada têm a ver com ONG`s, formais, ou informais. Está justificado, porque são gays a seu favor, estão lá, por consenso bloquista , e fazem numero, logo, não se respeita a regra ética imposta para este caso. Que se desvie dinheiro, que solidariamente demos, ou dão, para uma organização , e com um fim , e que vá parar a outra, sem o nosso conhecimento, é justo, e denunciá-lo, é coisa patética e absurda. Enfim, os movimentos sociais com estes Glbt são um "joque", very british, e a esquerda toda, sem o Bloco, é um frio convento jesuíta. Que se calem já todos as críticas. Ao fogo! Amen!
Na verdade, não creio que o BE seja um papão para ninguém, mas lá que os glbt trot-bloquistas nos querem "papar" há anos, com artimanhas e golpismos , isso, já o tenho por mais seguro. Convém não confundir, a parte com o todo, para a análise ser segura.
Portanto, não confundir os oportunistas - carreiristas que Abraçam a causa, muitos sem dar a cara, com interesses pouco claros, para a sua negociata politico económica, sentados à mesa bloquista glbt, para mais facilmente medrarem, numa Felguerização comunitária , com os Bloquistas que sabem estar na politica, para discutir propostas, e que por nada saberem disto, piamente confiam neles. Em qual destes lados se colocará o "suspeito" MVA?
Alem de Papa, MVA é reputado antropólogo, e devia encontrar uma explicação, que tem a ver com o facto dos media continuarem a pretender conhecer a opinião da Opus Gay e, e pior do que tudo, publicá-la, regularmente, não tendo em conta as vacuidades que alguns outros pretendem por aí ir dizendo.
Entretanto, "Opus Gay delenda est", ou seja , "é preciso destruir a Opus Gay !," é um sonho paranóico, acalentado há sete anos por MVA , e tantos outros , tal como Catão, em Roma, sobre Cartago.
E se dialogássemos?
Baseado neste artigo de Vale de Alemeida e neste de Nuno Lourenço.
AS
Conversas no Ciber espaço português: Não se ponham a pau ...(1ª parte)
Nota 1. Duas notas no "Jornal de Negócios" de hoje (já confirmadas pelo governo na RTP1):
- o horário de trabalho da função pública vai aumentar em 3 horas,
passando para 48 horas de "média" semanal. Pode passar pontualmente das 50 horas, desde que em seis meses a média não passe das 48.
- à função pública vai passar a poder ser aplicado o chamado "layoff".
Este grande progresso vai seguramente melhorar imenso a função pública e os serviços públicos em Portugal (já para não falar na produtividade e no défice público).
Nota 2. Se aumenta o horário de trabalho da Função Pública em 3 horas, por cada 16,666 trabalhadores um deles fica excedentário e sujeito ao lay-off. É a sanha cega para poupar a todo o custo.
Enquanto isso...
... os bilhetes de identidade demoram o quádruplo do tempo a serem emitidos porque há falta de cerca de 60 trabalhadores nos respectivos serviços;
...as pontes caem ou estão em vias disso porque o número de técnicos é
manifestamente insuficiente sempre se podem ir ancorando sine die com
estacas de madeira;
...as turmas chegam aos 30 alunos ou mais para poupar uns tostões não
empregando mais um docente do básico e secundário já não falando da área de "estudo acompanhado";
...os enfermeiros e médicos correm o risco de processos disciplinares se
não cumprirem horas extraordinárias e nem são pagos por isso pelo quadro da lei;
...os bolseiros de investigação recebem com meses e meses de atraso;
...os cursos superiores com "relevância social" sofrem,
indiscriminadamente, cortes obrigando os estudantes a optar por segundas
escolhas (não foi o ministro que falou em vocação?);
...os médicos espanhóis são considerados heróis porque se dispõem a
trabalhar em lugares onde os portugueses não chegam (ou não querem..);
...alguns trabalhadores da área da metalomecânica descontam quase um terço do ordenado para a segurança social e, tal como os professores e
investigadores do ensino superior não têm direito a subsídio de desemprego;
...etc., etc.,
Mas não faz mal! Todos estes trabalhadores deleitar-se-ão a ver os jogos do Euro 2004 dos magníficos estádios em cafés que tenham a codificada Sport TV bebendo uma imperial e comendo tremoços. No intervalo podem ver os nossos bravos heróis da GNR protegendo uma loja de curtumes no Iraque e sujeitos a uma bala perdida ou uma bomba achada...
Assim vai o nosso Portugal dos pequeninos...
(porque não nasci na Suécia?)
APD
Nota 1. Duas notas no "Jornal de Negócios" de hoje (já confirmadas pelo governo na RTP1):
- o horário de trabalho da função pública vai aumentar em 3 horas,
passando para 48 horas de "média" semanal. Pode passar pontualmente das 50 horas, desde que em seis meses a média não passe das 48.
- à função pública vai passar a poder ser aplicado o chamado "layoff".
Este grande progresso vai seguramente melhorar imenso a função pública e os serviços públicos em Portugal (já para não falar na produtividade e no défice público).
Nota 2. Se aumenta o horário de trabalho da Função Pública em 3 horas, por cada 16,666 trabalhadores um deles fica excedentário e sujeito ao lay-off. É a sanha cega para poupar a todo o custo.
Enquanto isso...
... os bilhetes de identidade demoram o quádruplo do tempo a serem emitidos porque há falta de cerca de 60 trabalhadores nos respectivos serviços;
...as pontes caem ou estão em vias disso porque o número de técnicos é
manifestamente insuficiente sempre se podem ir ancorando sine die com
estacas de madeira;
...as turmas chegam aos 30 alunos ou mais para poupar uns tostões não
empregando mais um docente do básico e secundário já não falando da área de "estudo acompanhado";
...os enfermeiros e médicos correm o risco de processos disciplinares se
não cumprirem horas extraordinárias e nem são pagos por isso pelo quadro da lei;
...os bolseiros de investigação recebem com meses e meses de atraso;
...os cursos superiores com "relevância social" sofrem,
indiscriminadamente, cortes obrigando os estudantes a optar por segundas
escolhas (não foi o ministro que falou em vocação?);
...os médicos espanhóis são considerados heróis porque se dispõem a
trabalhar em lugares onde os portugueses não chegam (ou não querem..);
...alguns trabalhadores da área da metalomecânica descontam quase um terço do ordenado para a segurança social e, tal como os professores e
investigadores do ensino superior não têm direito a subsídio de desemprego;
...etc., etc.,
Mas não faz mal! Todos estes trabalhadores deleitar-se-ão a ver os jogos do Euro 2004 dos magníficos estádios em cafés que tenham a codificada Sport TV bebendo uma imperial e comendo tremoços. No intervalo podem ver os nossos bravos heróis da GNR protegendo uma loja de curtumes no Iraque e sujeitos a uma bala perdida ou uma bomba achada...
Assim vai o nosso Portugal dos pequeninos...
(porque não nasci na Suécia?)
APD
segunda-feira, setembro 22, 2003
Campanha para a não proliferação de armas ligeiras
Amnistia internacional, Greenpeace, Intermon-Oxfam e Médicos sem fronteiras juntaram-se a centenas de outras ONG para promover o controlo da proliferação de armas ligeiras - Adeus às armas. A rede formada engloba indivíduos e organizações coordenados internacionalmente com o intuito de reduzir o comércio de armas ligeiras e impedir a sua proliferação.
Se quiseres ajudar, assina o manifesto individual ou o manifesto colectivo.
Artigo adaptado daqui por PP
Amnistia internacional, Greenpeace, Intermon-Oxfam e Médicos sem fronteiras juntaram-se a centenas de outras ONG para promover o controlo da proliferação de armas ligeiras - Adeus às armas. A rede formada engloba indivíduos e organizações coordenados internacionalmente com o intuito de reduzir o comércio de armas ligeiras e impedir a sua proliferação.
Se quiseres ajudar, assina o manifesto individual ou o manifesto colectivo.
Artigo adaptado daqui por PP
Nota de emprego I
Neste momento de crise em que eu, como muitos outros, estão no desemprego, nada como uma leitura estimulante para motivar os mais desesperados. A leitura em causa é o livro "Trabalha para ti: 20 Indústrias práticas" de 1953, que ensina a produzir pomadas, tintas, cremes, perfumes, colas, peles, caramelos, refrigerantes, sabões, carimbos, grudes, etc. com um incentivo logo na primeira página:
"Este livro é a base de muitas fortunas"
Cá ficam as primeiras de muitas sugestões.
1 - Brilhantina
Com as simples fórmulas que seguem podem-se preparar produtos económicos e que servem de base às melhore brilhantinas.
Água destilada.....................................700 grs.
Glicerina neutra....................................300 grs.
Alcool a 90º..........................................1 litro
Essência de lilás da Pérsia...................110 gotas
Essência de jasmim triple.....................100 gotas
Essência de triple.................................70 gotas
Preparação - Misturam-se as essências com o álcool e em seguida com a água e a glicerina. Agita-se bem e filtra-se. E já está, mãos à obra e buga lá fazer fortuna a vender litros e litros de brilhantina. Conselho importante: para diversificar a oferta, juntar diferentes perfumes, que podem variar em quantidade e qualidade, mas o mais importante é que nunca falte uma boa essência de rosas (como é óbvio)!!!!
A par da magia de alguns "duetos" famosos (como o café com leite ou a tosta mista), a brilhantina a cheirar a rosas já faz parte do imaginário popular, não se podendo dissociar uma coisa da outra....
2 - Desmistificar o curtimento de peles
Antigamente, usava-se, para curtir peles, excrementos de cão, de galinhas ou de pombo. Apesar de se ter procurado substituir estes excrementos por produtos químicos, o melhor continua a ser a utilização dos ditos, em virtude desses dejectos lhes darem flor suave, fina e sedosa, perfeição de outra forma nunca atingida.
Por isso, basta um cão, bem alimentado, para produzir os excrementos necessários para uma pequena indústria de curtir peles; ou 10 galinhas ou mesmo 30 pombos (desaconselhamos os últimos pela dificuldade em centralizar os excrementos - no entanto, se viver numa grande cidade, não terá dificuldade em recolher o material necessário nos monumentos e nos parapeitos dos edifícios históricos - quem não caça com cão....). Se não vejamos: para cada 50 peles de boi, ou 50 metades, a curtir, bastam 5 quilos de pasta fermentada, do excremento de cão, e água suficiente para cobrir as peles; para 180 peles de ovelha bastam 11 quilos e para 500 peles de cordeiro ou de cabra, bastam 25 quilos. Animador, não?
(isto continuará...)
PP textos adaptados da obra "Trabalha para ti", Empresa Literária Universal.
Neste momento de crise em que eu, como muitos outros, estão no desemprego, nada como uma leitura estimulante para motivar os mais desesperados. A leitura em causa é o livro "Trabalha para ti: 20 Indústrias práticas" de 1953, que ensina a produzir pomadas, tintas, cremes, perfumes, colas, peles, caramelos, refrigerantes, sabões, carimbos, grudes, etc. com um incentivo logo na primeira página:
"Este livro é a base de muitas fortunas"
Cá ficam as primeiras de muitas sugestões.
1 - Brilhantina
Com as simples fórmulas que seguem podem-se preparar produtos económicos e que servem de base às melhore brilhantinas.
Água destilada.....................................700 grs.
Glicerina neutra....................................300 grs.
Alcool a 90º..........................................1 litro
Essência de lilás da Pérsia...................110 gotas
Essência de jasmim triple.....................100 gotas
Essência de triple.................................70 gotas
Preparação - Misturam-se as essências com o álcool e em seguida com a água e a glicerina. Agita-se bem e filtra-se. E já está, mãos à obra e buga lá fazer fortuna a vender litros e litros de brilhantina. Conselho importante: para diversificar a oferta, juntar diferentes perfumes, que podem variar em quantidade e qualidade, mas o mais importante é que nunca falte uma boa essência de rosas (como é óbvio)!!!!
A par da magia de alguns "duetos" famosos (como o café com leite ou a tosta mista), a brilhantina a cheirar a rosas já faz parte do imaginário popular, não se podendo dissociar uma coisa da outra....
2 - Desmistificar o curtimento de peles
Antigamente, usava-se, para curtir peles, excrementos de cão, de galinhas ou de pombo. Apesar de se ter procurado substituir estes excrementos por produtos químicos, o melhor continua a ser a utilização dos ditos, em virtude desses dejectos lhes darem flor suave, fina e sedosa, perfeição de outra forma nunca atingida.
Por isso, basta um cão, bem alimentado, para produzir os excrementos necessários para uma pequena indústria de curtir peles; ou 10 galinhas ou mesmo 30 pombos (desaconselhamos os últimos pela dificuldade em centralizar os excrementos - no entanto, se viver numa grande cidade, não terá dificuldade em recolher o material necessário nos monumentos e nos parapeitos dos edifícios históricos - quem não caça com cão....). Se não vejamos: para cada 50 peles de boi, ou 50 metades, a curtir, bastam 5 quilos de pasta fermentada, do excremento de cão, e água suficiente para cobrir as peles; para 180 peles de ovelha bastam 11 quilos e para 500 peles de cordeiro ou de cabra, bastam 25 quilos. Animador, não?
(isto continuará...)
PP textos adaptados da obra "Trabalha para ti", Empresa Literária Universal.
Assembleia Geral da Associação para a Gestão do Fórum Social Português 2003
De acordo com as conclusões da reunião das organizações, pessoas e movimentos, realizada em 24.06.03, na Rua das Gaivotas, convocam-se tod@s para a Assembleia Geral da Associação para a Gestão do Fórum Social Português 2003, a realizar no dia 28 de Setembro de 2003, a partir das 10h00, em Coimbra (local a designar), com a seguinte Ordem de Trabalhos:
Balanço do FSP
Aprovação das Contas
Futuro da Associação p/ Gestão FSP 2003.
PP
PS - Desde 8 de Agosto ainda não sabemos mais nada.....
De acordo com as conclusões da reunião das organizações, pessoas e movimentos, realizada em 24.06.03, na Rua das Gaivotas, convocam-se tod@s para a Assembleia Geral da Associação para a Gestão do Fórum Social Português 2003, a realizar no dia 28 de Setembro de 2003, a partir das 10h00, em Coimbra (local a designar), com a seguinte Ordem de Trabalhos:
Balanço do FSP
Aprovação das Contas
Futuro da Associação p/ Gestão FSP 2003.
PP
PS - Desde 8 de Agosto ainda não sabemos mais nada.....
O que une o grupo dos 21?
A partir do resultado da V Cimeira Ministerial em Cancún é de salientar o papel desempenhado pelos países do sul, agrupados no denominado G-21.
O G-21 é uma agrupação da recente criação integrada por alguns dos países em desenvolvimento com maior influência dentro da Organização Mundial de Comércio, entre eles a Índia, China, África do Sul e o Brasil.
A aliança tem crescido. Começou em Genebra durante as últimas etapas da preparação da reunião ministerial de Cancún.
No começo eram vinte membros e agora são vinte e um, embora nos corredores do Centro de Convenções de Cancún já se fala do G-22, pois comenta-se a adesão de Turquía. A versão não foi confirmada.
Os países do G-21 admitem a sua heterogeneidade. Têm entre eles algumas diferenças; no entanto, o tema que os faz coincidir e que os mantem unidos na mesma luta é a defesa das suas agriculturas, que acarreta a exigência da eliminação dos subsidios agrícolas nos países desenvolvidos.
Antes de que começar a conferência ministerial da OMC em Cancún perguntou-se aos ministros do G-21 como iam manter sua unidade e enfrentar os embates dos países desenvolvidos, no caso destes tentarem desintegrar a nova aliança.
"É mais difícil unir que separar", comentou o ministro do Comércio da Índia e, de acordo com organizações não governamentais, existiram fortes pressões internacionais, começando nos Estados Unidos e acabando em países como a França, para que oestes países agrupados no G21 abandonem o bloco recém criado.
Comentou-se que países centroamericanos receberam uma oferta por parte dos Estados Unidos que lhes atribuiria certas vantagens na área do comércio internacional.
As versões foram desmentidas na conferência de imprensa pelo chanceler de Brasil, Celso Amorim.
Em declarações à agência de noticias britânica BBC, Ivonne Juez, a ministra do Comércio Exterior, Industrialização, Pesca e Competitividade do Equador confirmou o argumento .
"É um problema que tem a ver mais com como negociar em grupo, não estamos contra ninguém, não é um problema norte-sul, é um problema específico de como melhorar", disse a ministra.
O desempenho dos membros do G-21 vai marcar o rumo das negociações internacionais do Comércio num futuro próximo.
PP, adapatado daqui
A partir do resultado da V Cimeira Ministerial em Cancún é de salientar o papel desempenhado pelos países do sul, agrupados no denominado G-21.
O G-21 é uma agrupação da recente criação integrada por alguns dos países em desenvolvimento com maior influência dentro da Organização Mundial de Comércio, entre eles a Índia, China, África do Sul e o Brasil.
A aliança tem crescido. Começou em Genebra durante as últimas etapas da preparação da reunião ministerial de Cancún.
No começo eram vinte membros e agora são vinte e um, embora nos corredores do Centro de Convenções de Cancún já se fala do G-22, pois comenta-se a adesão de Turquía. A versão não foi confirmada.
Os países do G-21 admitem a sua heterogeneidade. Têm entre eles algumas diferenças; no entanto, o tema que os faz coincidir e que os mantem unidos na mesma luta é a defesa das suas agriculturas, que acarreta a exigência da eliminação dos subsidios agrícolas nos países desenvolvidos.
Antes de que começar a conferência ministerial da OMC em Cancún perguntou-se aos ministros do G-21 como iam manter sua unidade e enfrentar os embates dos países desenvolvidos, no caso destes tentarem desintegrar a nova aliança.
"É mais difícil unir que separar", comentou o ministro do Comércio da Índia e, de acordo com organizações não governamentais, existiram fortes pressões internacionais, começando nos Estados Unidos e acabando em países como a França, para que oestes países agrupados no G21 abandonem o bloco recém criado.
Comentou-se que países centroamericanos receberam uma oferta por parte dos Estados Unidos que lhes atribuiria certas vantagens na área do comércio internacional.
As versões foram desmentidas na conferência de imprensa pelo chanceler de Brasil, Celso Amorim.
Em declarações à agência de noticias britânica BBC, Ivonne Juez, a ministra do Comércio Exterior, Industrialização, Pesca e Competitividade do Equador confirmou o argumento .
"É um problema que tem a ver mais com como negociar em grupo, não estamos contra ninguém, não é um problema norte-sul, é um problema específico de como melhorar", disse a ministra.
O desempenho dos membros do G-21 vai marcar o rumo das negociações internacionais do Comércio num futuro próximo.
PP, adapatado daqui
A ONU esteve a favor dos mais pobres
A Organização das Nações Unidas (ONU) realizou uma contribuição significativa a favor das nações mais pobres do mundo na conferência ministerial da OMC, que finalizaram sem acordos neste domingo em Cancún.
O fórum mundial, que participou como observador na reunião em México destacou questões importantes para os pobres e marginalizados do mundo em desenvolvimento, tudo o que foi feito no primeiro día através de uma mensagem do seu secretario geral, Kofi Annan.
"Não às políticas comerciais que agravam a pobreza" e "sím" aos passos que são audazes mas sensatos e que revivam a economía mundial e estabeleçam um novo rumo de desenvolvimento", pediu Annan aos 146 países membros da OMC num texto lído na quarta-feira na sessão de abertura da conferência.
(...)
Setenta por cento dos pobres do mundo vivem em áreas rurais e dependem da agricultura, o que exige a necesidade de reformar as regras do comércio agrícola, disse Pasha, que foi secundado na V Conferência por Kamal Malhotra, Murray Gibbs e David Luke, entendidos no assunto da globalização, comércio e dívida externa.
As Metas do Milênio incluem tentar conseguir que a porcentagem da população mundial que vive com menos de um dólar por dia, seja em 2015 a metade do foi em 1990, e isso só pode ser feito com apoio aos agricultores pobres e criação de comunidades agrícolas viáveis.
"Os agricultores pobres não podem escapar da armadilha da pobreza, se são forçados a competir com produtos que recebem subsidios dos países mais ricos, tanto para a exportação como no mercado interno", arguiu Pasha em reuniões com representantes do Norte.
Artigo completo aqui
A Organização das Nações Unidas (ONU) realizou uma contribuição significativa a favor das nações mais pobres do mundo na conferência ministerial da OMC, que finalizaram sem acordos neste domingo em Cancún.
O fórum mundial, que participou como observador na reunião em México destacou questões importantes para os pobres e marginalizados do mundo em desenvolvimento, tudo o que foi feito no primeiro día através de uma mensagem do seu secretario geral, Kofi Annan.
"Não às políticas comerciais que agravam a pobreza" e "sím" aos passos que são audazes mas sensatos e que revivam a economía mundial e estabeleçam um novo rumo de desenvolvimento", pediu Annan aos 146 países membros da OMC num texto lído na quarta-feira na sessão de abertura da conferência.
(...)
Setenta por cento dos pobres do mundo vivem em áreas rurais e dependem da agricultura, o que exige a necesidade de reformar as regras do comércio agrícola, disse Pasha, que foi secundado na V Conferência por Kamal Malhotra, Murray Gibbs e David Luke, entendidos no assunto da globalização, comércio e dívida externa.
As Metas do Milênio incluem tentar conseguir que a porcentagem da população mundial que vive com menos de um dólar por dia, seja em 2015 a metade do foi em 1990, e isso só pode ser feito com apoio aos agricultores pobres e criação de comunidades agrícolas viáveis.
"Os agricultores pobres não podem escapar da armadilha da pobreza, se são forçados a competir com produtos que recebem subsidios dos países mais ricos, tanto para a exportação como no mercado interno", arguiu Pasha em reuniões com representantes do Norte.
Artigo completo aqui
XII Congresso Florestal Mundial
21 a 28 de Setembro de 2003
Vai realizar-se no Québec, de 21 a 28 de Setembro, o XII Congresso Florestal Mundial. O Congresso Florestal Mundial realiza-se de 6 em 6 anos sob a égide da FAO.
Este Congresso constituirá um forum vasto e aberto durante o qual serão debatidas as relações de indivíduos e comunidades com a floresta. Durante sete dias, representantes de governos e da ciência, da indústria e organizações não-governamentais, encontrar-se-ão para discutir e propôr linhas de acção que deverão influenciar as políticas e a gestão florestais do futuro.
As florestas têm sido um suporte da vida na Terra desde tempos imemoriais, providenciando alimentos, abrigo, energia, madeira e habitats para a vida selvagem, assegurando também a conservação dos solos e da água. As florestas são uma fonte de rendimentos, de identidade cultural e de bem-estar. Um dos maiores desafios da actualidade é encontrar formas de equilibrar a procura crescente de bens e serviços florestais, muitas vezes antagónicos, por parte de quem depende das florestas para o desenvolvimento e para a sobrevivência.
Sendo essenciais para a vida humana, as florestas têm a marca do desenvolvimento da humanidade. A sua sobrevivência e capacidade de responder às necessidades humanas preservando a vida depende em grande medida das nossas acções e actividades. A participação e o trabalho de todos são necessários para a conservação, gestão e desenvolvimento das florestas.
O tema do XII Congresso Florestal Mundial é “Florestas, fonte de vida”. As discussões e deliberações do congresso gravitarão à volta das áreas seguintes, cada área com vários sub-temas:
- Florestas para as populações;
- Florestas para o Planeta;
- As populações e as florestas em harmonia.
O tema escolhido para o Congresso de Québec, coloca a ênfase na interdependência entre as florestas e as populações que nelas vivem ou delas dependem, quer ao nível local quer regional. As florestas devem ser geridas de forma sustentável e para isso, a dimensão económico-social é crucial no sucesso dessa gestão.
Dez tópicos são colocados para discussão de forma que qualquer pessoa que consulte o site do congresso pode opinar e fazer sugestões:
1 - Madeira: um produto “amigo” do ambiente?
2 - Gestão participada: uma panaceia ou uma reforma cosmética?
3 - Gestão Florestal Sustentável: custos e benefícios, e para quem?
4 - Alterações climáticas: oportunidades ou uma ameaça para a gestão florestal?
5 - Plantações Florestais: fonte de biodiversidade?
6 - Sistemas agro-florestais: coisas do passado ou do futuro?
7 - Conservação das florestas e a pobreza: dois temas contraditórios ou duas faces do mesmo desafio?
8 - Quem decide o futuro das florestas?
9 - Florestas: um território ou um sector?
10 - Globalização: até onde deve ir?
Para obter mais informações sobre o XII Congresso Florestal Mundial vá aqui.
PP
21 a 28 de Setembro de 2003
Vai realizar-se no Québec, de 21 a 28 de Setembro, o XII Congresso Florestal Mundial. O Congresso Florestal Mundial realiza-se de 6 em 6 anos sob a égide da FAO.
Este Congresso constituirá um forum vasto e aberto durante o qual serão debatidas as relações de indivíduos e comunidades com a floresta. Durante sete dias, representantes de governos e da ciência, da indústria e organizações não-governamentais, encontrar-se-ão para discutir e propôr linhas de acção que deverão influenciar as políticas e a gestão florestais do futuro.
As florestas têm sido um suporte da vida na Terra desde tempos imemoriais, providenciando alimentos, abrigo, energia, madeira e habitats para a vida selvagem, assegurando também a conservação dos solos e da água. As florestas são uma fonte de rendimentos, de identidade cultural e de bem-estar. Um dos maiores desafios da actualidade é encontrar formas de equilibrar a procura crescente de bens e serviços florestais, muitas vezes antagónicos, por parte de quem depende das florestas para o desenvolvimento e para a sobrevivência.
Sendo essenciais para a vida humana, as florestas têm a marca do desenvolvimento da humanidade. A sua sobrevivência e capacidade de responder às necessidades humanas preservando a vida depende em grande medida das nossas acções e actividades. A participação e o trabalho de todos são necessários para a conservação, gestão e desenvolvimento das florestas.
O tema do XII Congresso Florestal Mundial é “Florestas, fonte de vida”. As discussões e deliberações do congresso gravitarão à volta das áreas seguintes, cada área com vários sub-temas:
- Florestas para as populações;
- Florestas para o Planeta;
- As populações e as florestas em harmonia.
O tema escolhido para o Congresso de Québec, coloca a ênfase na interdependência entre as florestas e as populações que nelas vivem ou delas dependem, quer ao nível local quer regional. As florestas devem ser geridas de forma sustentável e para isso, a dimensão económico-social é crucial no sucesso dessa gestão.
Dez tópicos são colocados para discussão de forma que qualquer pessoa que consulte o site do congresso pode opinar e fazer sugestões:
1 - Madeira: um produto “amigo” do ambiente?
2 - Gestão participada: uma panaceia ou uma reforma cosmética?
3 - Gestão Florestal Sustentável: custos e benefícios, e para quem?
4 - Alterações climáticas: oportunidades ou uma ameaça para a gestão florestal?
5 - Plantações Florestais: fonte de biodiversidade?
6 - Sistemas agro-florestais: coisas do passado ou do futuro?
7 - Conservação das florestas e a pobreza: dois temas contraditórios ou duas faces do mesmo desafio?
8 - Quem decide o futuro das florestas?
9 - Florestas: um território ou um sector?
10 - Globalização: até onde deve ir?
Para obter mais informações sobre o XII Congresso Florestal Mundial vá aqui.
PP
PARTIDO EUROPEU EM MARCHA
Fomos consultar o site da UDP e encontramos um texto de Luís Fazenda que confirma a ideia que temos de que o Fórum Social Português corre o risco de, em Paris no Fórum Social Europeu, não ser mais do que a tentativa de negociação de um novo partido europeu.
Nada temos contra esse novo partido; pressupomos até que venha a ser um partido que apoie a causa gay, tendo em conta os seus prováveis integrantes. No entanto, não podemos deixar reduzir os Fóruns Europeus a tranpolins de lançamento partidário, quando o Fórum Mundial tem vistas muito mais largas no que ao desenvolvimento dos movimentos sociais diz respeito.
Eis alguns retalhos do texto de Luís Fazenda:
O Sujeito político europeu Abril de 2003
Um "sujeito político europeu", partido ou algo próximo, será possível? Será válido?
A "via rápida" sugerida precisará talvez de um estudo de impacte ambiental.
Deixo elementos para aquilo que pode ser apelidado do "trem de utensílios".
Fausto Bertinotti, secretário da Refundação Comunista de Itália, desenvolto e assertivo, lançou o repto numa reunião de partidos, em Florença em Novembro de 2002: vamos fazer um partido europeu de esquerda alternativa?
A pergunta teve eco. No entanto, as respostas foram pigarreadas e inconclusivas. Parece assim que a desconfiança cimenta as reacções imediatas. Ressalvando a extemporaneidade do modo, propondo uma união de facto sem que os parceiros se conheçam, a questão faz sentido e merece um debate alargado. Um "sujeito político europeu" (para usar a expressão de Fausto), partido ou algo próximo, será possível? Será válido? A "via rápida" sugerida precisará talvez de um estudo de impacte ambiental. Estamos ainda longe desse enfoque mas deixo elementos para aquilo que pode ser apelidado do "trem de utensílios".
Artigo completo de Luís Fazenda aqui
AS
Fomos consultar o site da UDP e encontramos um texto de Luís Fazenda que confirma a ideia que temos de que o Fórum Social Português corre o risco de, em Paris no Fórum Social Europeu, não ser mais do que a tentativa de negociação de um novo partido europeu.
Nada temos contra esse novo partido; pressupomos até que venha a ser um partido que apoie a causa gay, tendo em conta os seus prováveis integrantes. No entanto, não podemos deixar reduzir os Fóruns Europeus a tranpolins de lançamento partidário, quando o Fórum Mundial tem vistas muito mais largas no que ao desenvolvimento dos movimentos sociais diz respeito.
Eis alguns retalhos do texto de Luís Fazenda:
O Sujeito político europeu Abril de 2003
Um "sujeito político europeu", partido ou algo próximo, será possível? Será válido?
A "via rápida" sugerida precisará talvez de um estudo de impacte ambiental.
Deixo elementos para aquilo que pode ser apelidado do "trem de utensílios".
Fausto Bertinotti, secretário da Refundação Comunista de Itália, desenvolto e assertivo, lançou o repto numa reunião de partidos, em Florença em Novembro de 2002: vamos fazer um partido europeu de esquerda alternativa?
A pergunta teve eco. No entanto, as respostas foram pigarreadas e inconclusivas. Parece assim que a desconfiança cimenta as reacções imediatas. Ressalvando a extemporaneidade do modo, propondo uma união de facto sem que os parceiros se conheçam, a questão faz sentido e merece um debate alargado. Um "sujeito político europeu" (para usar a expressão de Fausto), partido ou algo próximo, será possível? Será válido? A "via rápida" sugerida precisará talvez de um estudo de impacte ambiental. Estamos ainda longe desse enfoque mas deixo elementos para aquilo que pode ser apelidado do "trem de utensílios".
Artigo completo de Luís Fazenda aqui
AS
sexta-feira, setembro 19, 2003
Carta de Intenções para criar a REDE NORTE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL, BIODIVERSIDADE E CONHECIMENTO TRADICIONAL na Amazónia
18.setembro / 2003 - Nos dias 10, 11 e 12 de Setembro de 2003 durante o Seminário Saber Local/Interesse Global: Propriedade Intelectual, Biodiversidade e Conhecimento Tradicional na Amazónia. 22 ONG reuniram-se e deliberaram o seguinte:
- a crescente evolução da ciência e da tecnologia, a constante necessidade de buscar alternativas de inovação, as questões referentes à utilização sustentável da biodiversidade e as novas fronteiras tecnológicas, aliadas aos novos marcos legais no cenário nacional e internacional têm conduzido à premente necessidade de aprimoramento das discussões sobre a protecção da propriedade intelectual, da biodiversidade e dos conhecimentos tradicionais;
- os marcos legais internacionais existentes, tais como a Convenção da Diversidade Biológica, a Resolução 169 da Organização Internacional do Trabalho e o Acordo sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio (TRIPs) demandam acções voltadas à sua implementação, efectividade e adequação aos interesses do País, na condição de integrante do grupo dos países mega-biodiversos;
- a existência de um arcabouço legal nacional complexo pressupõe uma maior aproximação entre os actores envolvidos na geração, utilização e protecção de novos conhecimentos, não apenas pela necessidade de incentivar o crescimento e desenvolvimento económico e industrial do País, mas também por sua posição estratégica expressa por uma sólida capacidade instalada em ciência e tecnologia; recursos humanos capacitados à participação nos processos de inovação do País, experiência histórica na abordagem da propriedade intelectual e uma rica sócio-biodiversidade;
- neste cenário o desafio amazónico é o de se inserir neste contexto discutindo as estratégias regionais de abordagem e utilização do Sistema Internacional de Propriedade Intelectual, compreendendo sua importância, promovendo a articulação interinstitucional e disseminando informações, com vistas ao desenvolvimento de acções estratégicas locais que permitam sua inserção em debates nacionais e internacionais de modo a propiciar a elaboração e implementação de políticas públicas para o desenvolvimento da região em bases justas e sustentáveis;
- a adequação, aplicabilidade e efectividade dos instrumentos normativos que garantam a protecção da propriedade intelectual, biodiversidade e conhecimentos tradicionais dependem de políticas públicas eficientes que concretizem os objectivos sociais almejados;
- a imprescindível necessidade de implementar e incentivar a reflexão ética nas pesquisas envolvendo povos indígenas e comunidades tradicionais, demanda o fortalecimento institucional dos Comités de Ética em Pesquisa;
- a biodiversidade integra a cultura, a cosmovisão e a espiritualidade de cada povo indígena, e sua preservação e utilização constitui-se em condição de sobrevivência dessas sociedades e de sua diversidade e especificidade;
- a necessidade de incentivar na Região Norte a cultura da gestão e da protecção da propriedade intelectual, da biodiversidade e do conhecimento tradicional demanda o estudo e a capacitação dos actores regionais e a formulação de políticas institucionais em universidades, centros de pesquisa, empresas, indústrias, agências de fomento, organização da sociedade civil, entre outras instituições da sociedade regional;
A actuação da Rede poderá se concretizar, inicialmente, em seis eixos centrais:
1. Gestão da Protecção da Propriedade Intelectual, da Biodiversidade e dos Conhecimentos Tradicionais;
2. Transferência de Tecnologia;
3. Formação de Recursos Humanos;
4. Difusão da Cultura de Propriedade Intelectual;
5. Apoio aos Núcleos Institucionais de Propriedade Intelectual;
6. Captação e Gestão de Recursos Financeiros.
Belém, PA, 12 de setembro de 2003.
Documento completo aqui
18.setembro / 2003 - Nos dias 10, 11 e 12 de Setembro de 2003 durante o Seminário Saber Local/Interesse Global: Propriedade Intelectual, Biodiversidade e Conhecimento Tradicional na Amazónia. 22 ONG reuniram-se e deliberaram o seguinte:
- a crescente evolução da ciência e da tecnologia, a constante necessidade de buscar alternativas de inovação, as questões referentes à utilização sustentável da biodiversidade e as novas fronteiras tecnológicas, aliadas aos novos marcos legais no cenário nacional e internacional têm conduzido à premente necessidade de aprimoramento das discussões sobre a protecção da propriedade intelectual, da biodiversidade e dos conhecimentos tradicionais;
- os marcos legais internacionais existentes, tais como a Convenção da Diversidade Biológica, a Resolução 169 da Organização Internacional do Trabalho e o Acordo sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio (TRIPs) demandam acções voltadas à sua implementação, efectividade e adequação aos interesses do País, na condição de integrante do grupo dos países mega-biodiversos;
- a existência de um arcabouço legal nacional complexo pressupõe uma maior aproximação entre os actores envolvidos na geração, utilização e protecção de novos conhecimentos, não apenas pela necessidade de incentivar o crescimento e desenvolvimento económico e industrial do País, mas também por sua posição estratégica expressa por uma sólida capacidade instalada em ciência e tecnologia; recursos humanos capacitados à participação nos processos de inovação do País, experiência histórica na abordagem da propriedade intelectual e uma rica sócio-biodiversidade;
- neste cenário o desafio amazónico é o de se inserir neste contexto discutindo as estratégias regionais de abordagem e utilização do Sistema Internacional de Propriedade Intelectual, compreendendo sua importância, promovendo a articulação interinstitucional e disseminando informações, com vistas ao desenvolvimento de acções estratégicas locais que permitam sua inserção em debates nacionais e internacionais de modo a propiciar a elaboração e implementação de políticas públicas para o desenvolvimento da região em bases justas e sustentáveis;
- a adequação, aplicabilidade e efectividade dos instrumentos normativos que garantam a protecção da propriedade intelectual, biodiversidade e conhecimentos tradicionais dependem de políticas públicas eficientes que concretizem os objectivos sociais almejados;
- a imprescindível necessidade de implementar e incentivar a reflexão ética nas pesquisas envolvendo povos indígenas e comunidades tradicionais, demanda o fortalecimento institucional dos Comités de Ética em Pesquisa;
- a biodiversidade integra a cultura, a cosmovisão e a espiritualidade de cada povo indígena, e sua preservação e utilização constitui-se em condição de sobrevivência dessas sociedades e de sua diversidade e especificidade;
- a necessidade de incentivar na Região Norte a cultura da gestão e da protecção da propriedade intelectual, da biodiversidade e do conhecimento tradicional demanda o estudo e a capacitação dos actores regionais e a formulação de políticas institucionais em universidades, centros de pesquisa, empresas, indústrias, agências de fomento, organização da sociedade civil, entre outras instituições da sociedade regional;
A actuação da Rede poderá se concretizar, inicialmente, em seis eixos centrais:
1. Gestão da Protecção da Propriedade Intelectual, da Biodiversidade e dos Conhecimentos Tradicionais;
2. Transferência de Tecnologia;
3. Formação de Recursos Humanos;
4. Difusão da Cultura de Propriedade Intelectual;
5. Apoio aos Núcleos Institucionais de Propriedade Intelectual;
6. Captação e Gestão de Recursos Financeiros.
Belém, PA, 12 de setembro de 2003.
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América Latina grita contra a OMC
5.setembro/2003 - Brasil - Adital*/Rogéria Araújo*
De 10 a 14 de setembro, a Ilha de Cancun, no México, recebe toda a cúpula da Organização Mundial do Comércio (OMC) para mais uma rodada de intensa negociação entre os 146 países membros. Uma das principais pautas a serem discutidas é a agricultura, assunto de interesse tanto dos países pobres quanto dos mais ricos.
A liberação da política agrícola tem sido o pilar que vem movimentando e dividindo os países em todo o mundo. Transgênicos, patentes, impostos de exportação de produtos são os pontos que regem e colocam em debate o que há de mais importante para toda a cidadania em qualquer nação: a segurança alimentar.
Na tentativa de dar maior segurança aos representantes dos países, grupos de inteligência dos Estados Unidos e da Alemanha já prepararam todos os aparatos para garantir o bom andamento das discussões, já prevendo as inúmeras manifestações populares que vão preencher as ruas de Cancun neste mesmo período.
A organização conseguiu fazer suas duas primeiras convenções sem maiores problemas. Mas, desde 1999, quando a reunião ministerial aconteceu pela terceira vez em Seattle (EUA), os encontros da OMC jamais voltaram a ser os mesmos que antes. Nesta época o propósito principal era abrir o mercado de todos os países membros e formular regras de proteção aos setores industriais. O objetivo não pôde ser cumprido devido à intervenção dos movimentos sociais.
A quarta reunião ministerial aconteceu em Doha (Qatar) no ano de 2001, e, mesmo com a promessa de voltar as discussões para o desenvolvimento dos países, o tema, novamente, recaiu sobre a política agrícola que deveria ser desenvolvida entre os membros da OMC.
Para esta quinta reunião ministerial, a OMC foi direto ao assunto quanto às questões agrícolas. Exemplos sobre diversos acordos comerciais já feitos anteriormente não são nada animadores. Segundo a coordenação do Grito dos Excluídos Continental, depois do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), a agricultura do México simplesmente sofreu danos irreparáveis, elevando o índice de pobreza que já não era tão baixo. 90% do arroz que se consome no país é importado dos Estados Unidos, assim como 30% do milho e 40% da carne também. Os dados da coordenação do Grito Continental informam que, antes do tratado o México tinha 40 milhões de cabeças de gado e hoje tem apenas 23 milhões.
O Canadá também sofreu bastante com o tratado comercial. Segundo dados divulgados na imprensa brasileira, nos cinco anos depois do acordo com os Estados Unidos, o país perdeu 390,6 mil postos de trabalhos nos setores ligados com o comércio do exterior.
Tendo como informação básica que, no mundo, há, aproximadamente, dois bilhões de pessoas que estão em estado de pobreza e que 40% a 60% das exportações dos países pobres destinam-se aos pagamentos dos juros da dívida externa – segundo ainda os dados da coordenação do Grito dos Excluídos – é que a reunião dos 146 países toma uma dimensão muito grande e é sempre assistida tanto de longe como de perto por diversas manifestações.
A OMC tem uma história antiga, que teve sua origem no pós-guerra, com o Gatt onde os Estados Unidos sempre eram os que ditavam as regras e melhores comodidades. Criada oficialmente em 1995, a organização propunha uma série de debates para, assim, se chegar a acordos que permitissem um diálogo melhor entre seus países membros.
Desde a sua fundação, a OMC tem sido uma corda-bamba para muitos países, sobretudo, aos menos desenvolvidos ou ainda em fase de desenvolvimento. Com receio de retaliações, embargos e perseguições, os países acabam fazendo parte mesmo sem ter como defender seus interesses e, portanto, ficam submissos aos mais poderosos.
* Com informações adicionais da Coordenadoria do Grito dos Excluídos Nacional e Continental.
* Rogéria Araújo é jornalista da Adital.
Artigo completo aqui.
5.setembro/2003 - Brasil - Adital*/Rogéria Araújo*
De 10 a 14 de setembro, a Ilha de Cancun, no México, recebe toda a cúpula da Organização Mundial do Comércio (OMC) para mais uma rodada de intensa negociação entre os 146 países membros. Uma das principais pautas a serem discutidas é a agricultura, assunto de interesse tanto dos países pobres quanto dos mais ricos.
A liberação da política agrícola tem sido o pilar que vem movimentando e dividindo os países em todo o mundo. Transgênicos, patentes, impostos de exportação de produtos são os pontos que regem e colocam em debate o que há de mais importante para toda a cidadania em qualquer nação: a segurança alimentar.
Na tentativa de dar maior segurança aos representantes dos países, grupos de inteligência dos Estados Unidos e da Alemanha já prepararam todos os aparatos para garantir o bom andamento das discussões, já prevendo as inúmeras manifestações populares que vão preencher as ruas de Cancun neste mesmo período.
A organização conseguiu fazer suas duas primeiras convenções sem maiores problemas. Mas, desde 1999, quando a reunião ministerial aconteceu pela terceira vez em Seattle (EUA), os encontros da OMC jamais voltaram a ser os mesmos que antes. Nesta época o propósito principal era abrir o mercado de todos os países membros e formular regras de proteção aos setores industriais. O objetivo não pôde ser cumprido devido à intervenção dos movimentos sociais.
A quarta reunião ministerial aconteceu em Doha (Qatar) no ano de 2001, e, mesmo com a promessa de voltar as discussões para o desenvolvimento dos países, o tema, novamente, recaiu sobre a política agrícola que deveria ser desenvolvida entre os membros da OMC.
Para esta quinta reunião ministerial, a OMC foi direto ao assunto quanto às questões agrícolas. Exemplos sobre diversos acordos comerciais já feitos anteriormente não são nada animadores. Segundo a coordenação do Grito dos Excluídos Continental, depois do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), a agricultura do México simplesmente sofreu danos irreparáveis, elevando o índice de pobreza que já não era tão baixo. 90% do arroz que se consome no país é importado dos Estados Unidos, assim como 30% do milho e 40% da carne também. Os dados da coordenação do Grito Continental informam que, antes do tratado o México tinha 40 milhões de cabeças de gado e hoje tem apenas 23 milhões.
O Canadá também sofreu bastante com o tratado comercial. Segundo dados divulgados na imprensa brasileira, nos cinco anos depois do acordo com os Estados Unidos, o país perdeu 390,6 mil postos de trabalhos nos setores ligados com o comércio do exterior.
Tendo como informação básica que, no mundo, há, aproximadamente, dois bilhões de pessoas que estão em estado de pobreza e que 40% a 60% das exportações dos países pobres destinam-se aos pagamentos dos juros da dívida externa – segundo ainda os dados da coordenação do Grito dos Excluídos – é que a reunião dos 146 países toma uma dimensão muito grande e é sempre assistida tanto de longe como de perto por diversas manifestações.
A OMC tem uma história antiga, que teve sua origem no pós-guerra, com o Gatt onde os Estados Unidos sempre eram os que ditavam as regras e melhores comodidades. Criada oficialmente em 1995, a organização propunha uma série de debates para, assim, se chegar a acordos que permitissem um diálogo melhor entre seus países membros.
Desde a sua fundação, a OMC tem sido uma corda-bamba para muitos países, sobretudo, aos menos desenvolvidos ou ainda em fase de desenvolvimento. Com receio de retaliações, embargos e perseguições, os países acabam fazendo parte mesmo sem ter como defender seus interesses e, portanto, ficam submissos aos mais poderosos.
* Com informações adicionais da Coordenadoria do Grito dos Excluídos Nacional e Continental.
* Rogéria Araújo é jornalista da Adital.
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Avanços no mediatização do movimento LGBT em Portugal
1-Anteontem, na TVI surgiu uma interessante reportagem sobre um acampamento de Verão de jovens gays e lesbicas, levado a cabo, pela associação "Ex-aequo" , na Ilha do Pessegueiro-Alentejo - em que duas jovens lésbicas eram entrevistadas. As respostas e a postura das duas raparigas deixou muita gente positivivamente impressionada sobre a tranquilidade como encaravam a sua forma de vida, aquilo a que vulgarmente se chama " opção sexual", em vez de orientação sexual.
Acrescente-se que esta tranquilidade das jovens era em grande parte fruto da forma como a sua vida tinha sido aceite sem complicações, pelos pais e pela familia, quando tomaram conhecimento da diversa orientação sexual das filhas. Esta atitude clara e transparente das jovens, contrastava por isso, com a atitude dos rapazes do camping , escondidos e "humilhados" nos armários, não podendo dar a cara, porque as famílias não sabiam.
Esta aceitação dos Pais e Familiares, note-se, é fundamental para a estabilidade emocional, psicológica, e até profissional dos seus filhos. Nestas idades tão dificeis, os psicólogos notam que é onde há maior percentagem de suicidios, por dificuldades em lidar com a situação, por falta de diáogo, de modelos, e de educação sexual nas escolas.
A Associaçao "ex-aequo" promotora deste acampamento, que está de parabéns, tem apoios da Secretaria de Estado da Juventude, e das suas congéneres europeias ligadas à Ilga Europa, tem como objecto da sua actividade, trabalhar junto dos jovens até aos 30 anos, e vai realizar em breve, em Lisboa, um encontro internacional .
2-Entretanto mais uma lésbica ,feminista, parte à conquista da blogoesfera. Para @s curios@s ,e mais, aqui fica o endereço que merece ser consultado, para ficar entre as vossas preferências:
http://anabelarocha.blogspot.com/
3-Mas as lésbicas tambem já têm, há cerca de uma ano, um programa mensal na radio Voxx, 91.6,Lisboa, 90.0, Porto, FM . Trata-se do "Maria & Maria", um original programa que vai para o ar, todas as primeiras quartas feiras do mês, das 21-22h, liderado pela Helena Percheiro.
Ele resultou de uma concessão de espaço radiofónico que o programa Vidas Alternativas, na Voxx resolveu amigavelmente conceder às lésbicas ligadas ao Clube-Safo, dado o "Vidas Alternativas" ser um progrma GLBT, portanto, mais generalista, e realizado sobretudo, por homens gays. Entretanto, o programa lésbico, independentizou-se, criou o seu espaço, e hoje também já é um sucesso de marca.
4- O semanário , tabloide, "O Crime", antes muito homofóbico, começa paulatinamente, a mudar a sua atitude relativamente à questão homo, em grande parte graças às intervenções da ACED, da Associaçao Violência Contra As Muleres, e Opus Gay, com as Plataforma "Não ao Abuso Sexual de Crianças", que aquele jornal tem apoiado.
Em Outubro o jornal vai realizar na Livraria "Sem Medos", no Bairro Alto, Lisboa, todas as quintas feiras, uma série de 5 debates ligados a temas muito discutidos na sociedade portuguesa. Um deles será a homossexualidade.
Anabela Rocha, vice da Opus Gay e um magistrado já estao convidad@s para intervirem no debate que será moderado pelo Paulo Fernandes, um dos novos jornalistas do periódico, sensíveis a estas questões (Posteriormente dar-vos-emos mais notícias, hoje o jornal fala das "saunas-gays").
Conquista de visibilidade na imprensa, à direita (mal compreendida por alguns), onde está instalado muito preconceito , mais ignorância e pior homofobia, tem sido uma constante preocupação da Opus Gay porque consideramos isso, indubitavelmente, muito importante para tod@s. Aos poucos vamos conseguindo-o (Correio da Manhã, Independente, Euronoticias,etc) e as lésbicas connosco, vão assim conquistando os seus espaços, á procura, tambem aqui, e por todo o lado, da justa paridade .
Saudações,
Antonio Serzedelo
1-Anteontem, na TVI surgiu uma interessante reportagem sobre um acampamento de Verão de jovens gays e lesbicas, levado a cabo, pela associação "Ex-aequo" , na Ilha do Pessegueiro-Alentejo - em que duas jovens lésbicas eram entrevistadas. As respostas e a postura das duas raparigas deixou muita gente positivivamente impressionada sobre a tranquilidade como encaravam a sua forma de vida, aquilo a que vulgarmente se chama " opção sexual", em vez de orientação sexual.
Acrescente-se que esta tranquilidade das jovens era em grande parte fruto da forma como a sua vida tinha sido aceite sem complicações, pelos pais e pela familia, quando tomaram conhecimento da diversa orientação sexual das filhas. Esta atitude clara e transparente das jovens, contrastava por isso, com a atitude dos rapazes do camping , escondidos e "humilhados" nos armários, não podendo dar a cara, porque as famílias não sabiam.
Esta aceitação dos Pais e Familiares, note-se, é fundamental para a estabilidade emocional, psicológica, e até profissional dos seus filhos. Nestas idades tão dificeis, os psicólogos notam que é onde há maior percentagem de suicidios, por dificuldades em lidar com a situação, por falta de diáogo, de modelos, e de educação sexual nas escolas.
A Associaçao "ex-aequo" promotora deste acampamento, que está de parabéns, tem apoios da Secretaria de Estado da Juventude, e das suas congéneres europeias ligadas à Ilga Europa, tem como objecto da sua actividade, trabalhar junto dos jovens até aos 30 anos, e vai realizar em breve, em Lisboa, um encontro internacional .
2-Entretanto mais uma lésbica ,feminista, parte à conquista da blogoesfera. Para @s curios@s ,e mais, aqui fica o endereço que merece ser consultado, para ficar entre as vossas preferências:
http://anabelarocha.blogspot.com/
3-Mas as lésbicas tambem já têm, há cerca de uma ano, um programa mensal na radio Voxx, 91.6,Lisboa, 90.0, Porto, FM . Trata-se do "Maria & Maria", um original programa que vai para o ar, todas as primeiras quartas feiras do mês, das 21-22h, liderado pela Helena Percheiro.
Ele resultou de uma concessão de espaço radiofónico que o programa Vidas Alternativas, na Voxx resolveu amigavelmente conceder às lésbicas ligadas ao Clube-Safo, dado o "Vidas Alternativas" ser um progrma GLBT, portanto, mais generalista, e realizado sobretudo, por homens gays. Entretanto, o programa lésbico, independentizou-se, criou o seu espaço, e hoje também já é um sucesso de marca.
4- O semanário , tabloide, "O Crime", antes muito homofóbico, começa paulatinamente, a mudar a sua atitude relativamente à questão homo, em grande parte graças às intervenções da ACED, da Associaçao Violência Contra As Muleres, e Opus Gay, com as Plataforma "Não ao Abuso Sexual de Crianças", que aquele jornal tem apoiado.
Em Outubro o jornal vai realizar na Livraria "Sem Medos", no Bairro Alto, Lisboa, todas as quintas feiras, uma série de 5 debates ligados a temas muito discutidos na sociedade portuguesa. Um deles será a homossexualidade.
Anabela Rocha, vice da Opus Gay e um magistrado já estao convidad@s para intervirem no debate que será moderado pelo Paulo Fernandes, um dos novos jornalistas do periódico, sensíveis a estas questões (Posteriormente dar-vos-emos mais notícias, hoje o jornal fala das "saunas-gays").
Conquista de visibilidade na imprensa, à direita (mal compreendida por alguns), onde está instalado muito preconceito , mais ignorância e pior homofobia, tem sido uma constante preocupação da Opus Gay porque consideramos isso, indubitavelmente, muito importante para tod@s. Aos poucos vamos conseguindo-o (Correio da Manhã, Independente, Euronoticias,etc) e as lésbicas connosco, vão assim conquistando os seus espaços, á procura, tambem aqui, e por todo o lado, da justa paridade .
Saudações,
Antonio Serzedelo
Baile Pé na Índia e Tertúlia com Mamadou Ba - SOS Racismo
19 Setembro 2003, às 21h30 - Pragal Velho - Almada
A Pédexumbo organiza mais um baile, aberto aos músicos que queiram vir tocar ao vivo.
Como temos vindo a fazer, uma vez por mês dedicamos o baile Pé na Índia a uma temática social. Esta sexta feira (dia 19), às 21h30, vamos ter à conversa Mamadou Ba, da Associação SOS Racismo que nos vai falar sobre a sua vivência em Portugal enquanto estudante imigrante.
Bailes organizados em colaboração com a Associação de Comércio Justo e Solidário Mó de Vida.
Entrada: contribuição voluntária - uma receita que vai reverter para a participação da PédeXumbo no Fórum Social Mundial a decorrer na Índia, em 2004.
Espaço MódeVida - Calçadinha da Horta, 19 - Pragal Velho - Almada
(vindo de carro de Lisboa: sair em direcção a Almada. Na rotunda de Almada, virar para Almada. Subir a avenida, e nos primeiros semáforis, virar à esquerda. Estacionar junto à PSP do Pragal, e subir as escadinhas que ficam em frente, junto ao muro...)
PédeXumbo - Associação para a Promoção de Música e Dança
19 Setembro 2003, às 21h30 - Pragal Velho - Almada
A Pédexumbo organiza mais um baile, aberto aos músicos que queiram vir tocar ao vivo.
Como temos vindo a fazer, uma vez por mês dedicamos o baile Pé na Índia a uma temática social. Esta sexta feira (dia 19), às 21h30, vamos ter à conversa Mamadou Ba, da Associação SOS Racismo que nos vai falar sobre a sua vivência em Portugal enquanto estudante imigrante.
Bailes organizados em colaboração com a Associação de Comércio Justo e Solidário Mó de Vida.
Entrada: contribuição voluntária - uma receita que vai reverter para a participação da PédeXumbo no Fórum Social Mundial a decorrer na Índia, em 2004.
Espaço MódeVida - Calçadinha da Horta, 19 - Pragal Velho - Almada
(vindo de carro de Lisboa: sair em direcção a Almada. Na rotunda de Almada, virar para Almada. Subir a avenida, e nos primeiros semáforis, virar à esquerda. Estacionar junto à PSP do Pragal, e subir as escadinhas que ficam em frente, junto ao muro...)
PédeXumbo - Associação para a Promoção de Música e Dança
O que é a OMC e por que tomaram as ruas durante o J27-28?
Por Tuca 01/08/2003
O que é a OMC e por que as pessoas tomaram as ruas durante o J27-28 em Montreal?
A OMC, ou Organização Mundial do Comércio, internacionalmente conhecida como World Trade Organization, é uma das mais poderosas organizações da atualidade, surgida em 1995 e tida como a entidade máxima do comércio. Ela conta com a participação de 146 países, dentre eles o Brasil, e com um orçamento de 154 milhões de francos Suíços para o ano corrente. Dita as regras que controlam o comércio entre estes países, pois o caráter legislador derivado do acordo prevalece anulando ou modificando qualquer legislação comercial nacional.
Seus tribunais de comércio, trabalhando a portas fechadas, estabeleceram normas contra uma impressionante série de leis de saúde e segurança nacional, do trabalho, de direitos humanos e ambientais, as quais foram diretamente desafiadas como barreiras comerciais pelos governos que agem em nome de seus clientes corporativos.
O Conselho Geral da OMC concentra os poderes executivo, legislativo e judicial numa só instância, sendo que a representatividade dos países perante ao Conselho Geral é proporcional à sua riqueza, atendendo assim aos interesses dos mais poderosos.
A OMC executa cerca de vinte acordos comerciais diferentes, inclusive o AGCS (Acordo Geral de Comércio em Serviços; GATS General Agreement on Trade in Services), o Acordo sobre Agricultura (AoA) e Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual relacionados ao Comércio (ADPIC; TRIPS – Trade-Related Intellectual Property Rights).
Como conseqüencia de acordos da OMC, tem-se por exemplo, que os países membros da OMC não podem proibir em seu território a entrada de produtos fabricados por pessoas em regime escravo, nem vetar a presença de empresas que pratiquem tais regimes em concursos públicos, pois uma das regras ditadas pela OMC diz que não se pode “discriminar” empresas e nem produtos sobre base do modo em que estas produzem.
O que aconteceu em Montreal foi que este encontro da OMC, preparatório para o encontro que ocorrerá em Cancun em Setembro, pretendeu debater os quatro novos acordos, juntamente a três que já estão em negociação(os quais explicarei mais abaixo), o que explica a mobilização populacional não favorável. Esta mini-reunião contou com a presença de vinte e cinco países (entre eles o Brasil) mais a União Européia, e resultou no aprisionamento de 340 manifestantes (ver outras matérias publicadas pelo CMI). Esta, que foi a terceira reunião miniministerial deste ano, é uma tentativa desesperada para salvar a reunião que ocorrerá em Cancun, ante o bloqueio das negociações da chamada Rodada Doha de Desenvolvimento.
Vamos à explicação dos 7 acordos em questão, então, antes de prosseguir às conclusões.
Para quem se lembra do MAI (Multilateral Agreement on Investment, ou Acordo Multilateral para Investimentos), que foi uma tentativa falha ocorrida em 1990, ele somente resolveu simplificar seu nome, mas mantêm total influência corporativa. Agora chama-se “New Investment Agreement”, ou Novo Acordo de Investimentos, sob o qual os governos não mais poderão aprovar leis que possivelmente limitem os lucros corporativos, sendo estas, as leis humanistas, ambientalistas, entre outras. Também dá direito às corporações para processar o governo por aprovar tais leis. Na America do Norte, através do NAFTA, tais protestos já foram experienciados em larga escala como resultado do famoso capítulo 11 e este acordo busca impor tais condições em escala global.
Existe também o “New Government Procurement Agreement”, ou seja, o Novo Acordo de Obtenção Governamental, que forçará o governo à abrir todos os contratos públicos à competição no mercado global. Isso significa que os governos não mais poderão preferir companias locais para que sejam supridas as necessidades e serviços, potencialmente resultando em desemprego local, mais dinheiro deixando a economia local, e mais combustíveis fósseis gasto em importações de recursos exteriores.
O “New Competition Agreement”, ou Novo Acordo de Competitividade, fará com que se torne ilegal favorecer empresas domésticas como uma tentativa de desencorajar corrupção e patronalismos. Infelizmente, em economias menos sólidas, a necessidade de competir em escalas globais por cada contrato força-as a um ambiente onde ele não tem chances para competir. Projeta-se que a implementação de tal acordo resultaria na quebra de médias empresas em massa e a desestabilização de oportunidades para progressão salarial.
“New Trade Facilitation Agreement”, ou Novo Acordo Facilitador de Comércio, é o acordo que visa facilitar que corporações não paguem impostos quando estiverem transportando bens. Neste, o que é erroneamente chamado de comércio, na verdade trata-se de uma desconcertante percentual de bens “comercializados” transportados pela mesma corporação em vários estágios de produção entre as nações. Para “facilitar” tais trocas, corporações internacionais explorariam o trabalho minimamente assalariado, empobrecendo assim os padrões locais de nações em desenvolvimento.
Já sob negociação está o “Trade in Services Agreement”, ou Acordo do Comércio em Serviços, cuja intenção é permitir que futuramente serviços públicos sejam privatizados. Este dará às corporações o direito de assumir serviços domésticos como água, energia, transporte, cuidados infantis, cuidados relativos à saúde e à educação. Como já é observado em larga escala por todo o mundo, a privatização de serviços públicos tende à resultar em altos custos para consumidores e baixos salários com ainda menos cargos estáveis (terceirizações), já que o mesmo serviço precisa ser provido gerando uma margem de lucros.
A Remoção de todas as tarifas em importações de produtos não-agrícolas tais como madeira, frutos-do-mar, água, e outros recursos naturais são requisitada no “Market Access for Non-agricultural Products Agreement”, ou Acordo para Acesso de Mercado de Produtos Não-agrícolas. Este faria com que indústrias domésticas tornem-se mais vulneráveis à quebra, levando à um aumento do desemprego nos países em desenvolvimento. Isso também levaria à um aumento na exploração de recursos naturais porque seria mais barato do que nunca importa-los.
O “Trade and Environmental Agreement”, ou Acordo de Comércio e Ambientalismo, tem como meta fornecer aos acordos da OMC procedentes sobre quaisquer outros acordos multilaterais que sejam conflitantes. Se este acordo vingar, ele defenderá negócios internacionais de futuras coalizões internacionais que visem proteger interesses ambientalistas. Para se ter uma noção, se posto em ação, este acordo pode vir à sobrepor-se ao Protocolo de Kyoto.
Enquanto a OMC se aproxima de suas metas, os governos locais de países em desenvolvimento que deveriam proteger a saúde dos cidadãos e o meio ambiente, perdem sua força perante o poder de grandes corporações multinacionais. Enquanto seu poder se torna cada vez mais corporativo e transnacional, há menos importância e menos oportunidades para com cidadãos envolvidos em itens de desenvolvimento.
Os membros da OMC não estão otimistas em relação ao encontro que se realizará em Cancun, pois o Grupo de Cairns, de grandes exportadores agrícolas, caso não ocorram enormes concessões da Europa, Estados Unidos e Japão na liberalização do setor. O diretor-geral da organização (OMC), Supachai Panitchpakdi, advertiu: “O fracasso da rodada não é uma opção; Se falharmos, será o fracasso do sistema multilateral.”
Em Montreal, porém, a união Européia anunciou que os subsídios agrícolas não mais estarão vinculados à produção. As expectativas dos membros da OMC é que as reuniões, realizadas como sempre entre portas fechadas, concluissem com resultados que os favorecessem quanto a questão agrícola, para que, então não se decrete fracasso da reunião de Cancun antes mesmo que ela ocorra, pois a OMC pára de funcionar em agosto (férias de verão), fazendo com que se chegue à Cancún, em setembro, com um excesso de questões a serem resolvidas, o que significa que provavelmente, esta seria levada ao fracasso. "Se isso de fato ocorrer, não acredito que teremos um final das negociações antes de 2007", afirmou um embaixador africano. "A falta de uma decisão em Cancun sobre o rítmo da liberalização agrícola significará que acumularemos trabalho e que teremos apenas até o final de 2004 para entrar em um acordo sobre a velocidade da queda dos subsídios, das tarifas para os produtos e dostratamentos especiais para os países emdesenvolvimento. Com uma agenda cheia como essa, não acredito em uma solução em 2005", alerta um diplomata latino-americano que estava em Montreal.
A população mexicana e global já está se articulando através de reuniões visando formular estratégias dos Movimentos Sociais, preparando-se para o quinto encontro ministerial da OMC/Cancun desde o final do ano passado.
***foram consultadas fontes diversas, basendo-me primordialmente no site do CMI thunderbay
Artigo tirado daqui
Por Tuca 01/08/2003
O que é a OMC e por que as pessoas tomaram as ruas durante o J27-28 em Montreal?
A OMC, ou Organização Mundial do Comércio, internacionalmente conhecida como World Trade Organization, é uma das mais poderosas organizações da atualidade, surgida em 1995 e tida como a entidade máxima do comércio. Ela conta com a participação de 146 países, dentre eles o Brasil, e com um orçamento de 154 milhões de francos Suíços para o ano corrente. Dita as regras que controlam o comércio entre estes países, pois o caráter legislador derivado do acordo prevalece anulando ou modificando qualquer legislação comercial nacional.
Seus tribunais de comércio, trabalhando a portas fechadas, estabeleceram normas contra uma impressionante série de leis de saúde e segurança nacional, do trabalho, de direitos humanos e ambientais, as quais foram diretamente desafiadas como barreiras comerciais pelos governos que agem em nome de seus clientes corporativos.
O Conselho Geral da OMC concentra os poderes executivo, legislativo e judicial numa só instância, sendo que a representatividade dos países perante ao Conselho Geral é proporcional à sua riqueza, atendendo assim aos interesses dos mais poderosos.
A OMC executa cerca de vinte acordos comerciais diferentes, inclusive o AGCS (Acordo Geral de Comércio em Serviços; GATS General Agreement on Trade in Services), o Acordo sobre Agricultura (AoA) e Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual relacionados ao Comércio (ADPIC; TRIPS – Trade-Related Intellectual Property Rights).
Como conseqüencia de acordos da OMC, tem-se por exemplo, que os países membros da OMC não podem proibir em seu território a entrada de produtos fabricados por pessoas em regime escravo, nem vetar a presença de empresas que pratiquem tais regimes em concursos públicos, pois uma das regras ditadas pela OMC diz que não se pode “discriminar” empresas e nem produtos sobre base do modo em que estas produzem.
O que aconteceu em Montreal foi que este encontro da OMC, preparatório para o encontro que ocorrerá em Cancun em Setembro, pretendeu debater os quatro novos acordos, juntamente a três que já estão em negociação(os quais explicarei mais abaixo), o que explica a mobilização populacional não favorável. Esta mini-reunião contou com a presença de vinte e cinco países (entre eles o Brasil) mais a União Européia, e resultou no aprisionamento de 340 manifestantes (ver outras matérias publicadas pelo CMI). Esta, que foi a terceira reunião miniministerial deste ano, é uma tentativa desesperada para salvar a reunião que ocorrerá em Cancun, ante o bloqueio das negociações da chamada Rodada Doha de Desenvolvimento.
Vamos à explicação dos 7 acordos em questão, então, antes de prosseguir às conclusões.
Para quem se lembra do MAI (Multilateral Agreement on Investment, ou Acordo Multilateral para Investimentos), que foi uma tentativa falha ocorrida em 1990, ele somente resolveu simplificar seu nome, mas mantêm total influência corporativa. Agora chama-se “New Investment Agreement”, ou Novo Acordo de Investimentos, sob o qual os governos não mais poderão aprovar leis que possivelmente limitem os lucros corporativos, sendo estas, as leis humanistas, ambientalistas, entre outras. Também dá direito às corporações para processar o governo por aprovar tais leis. Na America do Norte, através do NAFTA, tais protestos já foram experienciados em larga escala como resultado do famoso capítulo 11 e este acordo busca impor tais condições em escala global.
Existe também o “New Government Procurement Agreement”, ou seja, o Novo Acordo de Obtenção Governamental, que forçará o governo à abrir todos os contratos públicos à competição no mercado global. Isso significa que os governos não mais poderão preferir companias locais para que sejam supridas as necessidades e serviços, potencialmente resultando em desemprego local, mais dinheiro deixando a economia local, e mais combustíveis fósseis gasto em importações de recursos exteriores.
O “New Competition Agreement”, ou Novo Acordo de Competitividade, fará com que se torne ilegal favorecer empresas domésticas como uma tentativa de desencorajar corrupção e patronalismos. Infelizmente, em economias menos sólidas, a necessidade de competir em escalas globais por cada contrato força-as a um ambiente onde ele não tem chances para competir. Projeta-se que a implementação de tal acordo resultaria na quebra de médias empresas em massa e a desestabilização de oportunidades para progressão salarial.
“New Trade Facilitation Agreement”, ou Novo Acordo Facilitador de Comércio, é o acordo que visa facilitar que corporações não paguem impostos quando estiverem transportando bens. Neste, o que é erroneamente chamado de comércio, na verdade trata-se de uma desconcertante percentual de bens “comercializados” transportados pela mesma corporação em vários estágios de produção entre as nações. Para “facilitar” tais trocas, corporações internacionais explorariam o trabalho minimamente assalariado, empobrecendo assim os padrões locais de nações em desenvolvimento.
Já sob negociação está o “Trade in Services Agreement”, ou Acordo do Comércio em Serviços, cuja intenção é permitir que futuramente serviços públicos sejam privatizados. Este dará às corporações o direito de assumir serviços domésticos como água, energia, transporte, cuidados infantis, cuidados relativos à saúde e à educação. Como já é observado em larga escala por todo o mundo, a privatização de serviços públicos tende à resultar em altos custos para consumidores e baixos salários com ainda menos cargos estáveis (terceirizações), já que o mesmo serviço precisa ser provido gerando uma margem de lucros.
A Remoção de todas as tarifas em importações de produtos não-agrícolas tais como madeira, frutos-do-mar, água, e outros recursos naturais são requisitada no “Market Access for Non-agricultural Products Agreement”, ou Acordo para Acesso de Mercado de Produtos Não-agrícolas. Este faria com que indústrias domésticas tornem-se mais vulneráveis à quebra, levando à um aumento do desemprego nos países em desenvolvimento. Isso também levaria à um aumento na exploração de recursos naturais porque seria mais barato do que nunca importa-los.
O “Trade and Environmental Agreement”, ou Acordo de Comércio e Ambientalismo, tem como meta fornecer aos acordos da OMC procedentes sobre quaisquer outros acordos multilaterais que sejam conflitantes. Se este acordo vingar, ele defenderá negócios internacionais de futuras coalizões internacionais que visem proteger interesses ambientalistas. Para se ter uma noção, se posto em ação, este acordo pode vir à sobrepor-se ao Protocolo de Kyoto.
Enquanto a OMC se aproxima de suas metas, os governos locais de países em desenvolvimento que deveriam proteger a saúde dos cidadãos e o meio ambiente, perdem sua força perante o poder de grandes corporações multinacionais. Enquanto seu poder se torna cada vez mais corporativo e transnacional, há menos importância e menos oportunidades para com cidadãos envolvidos em itens de desenvolvimento.
Os membros da OMC não estão otimistas em relação ao encontro que se realizará em Cancun, pois o Grupo de Cairns, de grandes exportadores agrícolas, caso não ocorram enormes concessões da Europa, Estados Unidos e Japão na liberalização do setor. O diretor-geral da organização (OMC), Supachai Panitchpakdi, advertiu: “O fracasso da rodada não é uma opção; Se falharmos, será o fracasso do sistema multilateral.”
Em Montreal, porém, a união Européia anunciou que os subsídios agrícolas não mais estarão vinculados à produção. As expectativas dos membros da OMC é que as reuniões, realizadas como sempre entre portas fechadas, concluissem com resultados que os favorecessem quanto a questão agrícola, para que, então não se decrete fracasso da reunião de Cancun antes mesmo que ela ocorra, pois a OMC pára de funcionar em agosto (férias de verão), fazendo com que se chegue à Cancún, em setembro, com um excesso de questões a serem resolvidas, o que significa que provavelmente, esta seria levada ao fracasso. "Se isso de fato ocorrer, não acredito que teremos um final das negociações antes de 2007", afirmou um embaixador africano. "A falta de uma decisão em Cancun sobre o rítmo da liberalização agrícola significará que acumularemos trabalho e que teremos apenas até o final de 2004 para entrar em um acordo sobre a velocidade da queda dos subsídios, das tarifas para os produtos e dostratamentos especiais para os países emdesenvolvimento. Com uma agenda cheia como essa, não acredito em uma solução em 2005", alerta um diplomata latino-americano que estava em Montreal.
A população mexicana e global já está se articulando através de reuniões visando formular estratégias dos Movimentos Sociais, preparando-se para o quinto encontro ministerial da OMC/Cancun desde o final do ano passado.
***foram consultadas fontes diversas, basendo-me primordialmente no site do CMI thunderbay
Artigo tirado daqui
quinta-feira, setembro 18, 2003
Nota Numérica – O porquê do zero e a origem da numeração "Árabe"
Foi no Norte da Índia, por volta do século V da era cristã, que nasceu o mais antigo sistema de notação próximo do actual, o que é comprovado por vários documentos, além de ser citado por árabes (a quem esta descoberta foi atribuída por muitos anos – eu aprendi assim na escola).
Ainda existia nesta época a dificuldade posicional e os hindus passaram a usar a notação por extenso para os números, pois não podiam exprimir grandes números por algarismos.
O problema surgiu quando dois números diferentes eram escritos da mesma maneira:.
301 = dasa tri, que era escrito da mesma maneira que:
31 = dasa tri
Tendo em vista o problema na construção dos números como 31 e 301, os hindus criaram um símbolo para representar algo vazio (ausência de tudo) que foi denominado sunya.
Dessa forma foi resolvido o problema da ausência de um algarismo para representar as dezenas no número 301 e assim passaram a escrever:
301 = dasa sunya tri
(sim, o tri é três; eles escreviam a coisa ao contrário; ou melhor, nós é que escrevemos ao contrário, já que eles é que inventaram a coisa).
Os hindus tinham acabado de descobrir o zero!
Sem saber, apenas por necessidade, criaram a notação posicional e também o zero.
No entanto, já no séc III ac o zero tinha sido “inventado”. O zero foi o último número a ser inventado e o seu uso matemático parece ter sido criado pelos babilónicos. Mais recentemente, os babilónicos voltaram a atacar fazendo desaparecer as armas de destruição maciça graças às propriedades matemáticas do zero (vazio, ausência de tudo). Um destes dias, a administração Bush decreta o zero como um dos primeiros produtos do eixo do mal, e volta a instaurar o sistema numérico Romano. Entre Babilónicos, Hindus e Árabes, de certeza que o sistema decimal posicional foi inventado para mais tarde ou mais cedo tramar a civilização ocidental. E o zero, o “néant », o nada, será sempre a personificação do mal. Mas afinal, o que seria do Bond, James, sem os seus 00?
A parte séria foi tirada daqui
PP
Foi no Norte da Índia, por volta do século V da era cristã, que nasceu o mais antigo sistema de notação próximo do actual, o que é comprovado por vários documentos, além de ser citado por árabes (a quem esta descoberta foi atribuída por muitos anos – eu aprendi assim na escola).
Ainda existia nesta época a dificuldade posicional e os hindus passaram a usar a notação por extenso para os números, pois não podiam exprimir grandes números por algarismos.
O problema surgiu quando dois números diferentes eram escritos da mesma maneira:.
301 = dasa tri, que era escrito da mesma maneira que:
31 = dasa tri
Tendo em vista o problema na construção dos números como 31 e 301, os hindus criaram um símbolo para representar algo vazio (ausência de tudo) que foi denominado sunya.
Dessa forma foi resolvido o problema da ausência de um algarismo para representar as dezenas no número 301 e assim passaram a escrever:
301 = dasa sunya tri
(sim, o tri é três; eles escreviam a coisa ao contrário; ou melhor, nós é que escrevemos ao contrário, já que eles é que inventaram a coisa).
Os hindus tinham acabado de descobrir o zero!
Sem saber, apenas por necessidade, criaram a notação posicional e também o zero.
No entanto, já no séc III ac o zero tinha sido “inventado”. O zero foi o último número a ser inventado e o seu uso matemático parece ter sido criado pelos babilónicos. Mais recentemente, os babilónicos voltaram a atacar fazendo desaparecer as armas de destruição maciça graças às propriedades matemáticas do zero (vazio, ausência de tudo). Um destes dias, a administração Bush decreta o zero como um dos primeiros produtos do eixo do mal, e volta a instaurar o sistema numérico Romano. Entre Babilónicos, Hindus e Árabes, de certeza que o sistema decimal posicional foi inventado para mais tarde ou mais cedo tramar a civilização ocidental. E o zero, o “néant », o nada, será sempre a personificação do mal. Mas afinal, o que seria do Bond, James, sem os seus 00?
A parte séria foi tirada daqui
PP
Hans Blix denuncia a Guerra contra o Iraque
LEMONDE.FR | 18.09.03 |
Segundo Hans Blix, Washington e Londres deveriam admitir que não havia armas de destruição maciça no Iraque.
O ex-responsável dos inspectores para o desarmamento da ONU, Hans Blix, criticou dia 18 de Setembro (5ª feira), na BBC, a guerra do Iraque e a atitude dos Americanos e dos Britânicos em relação à ameaça Iraquiana.
“Eu não acho que” a guerra do Iraque fosse justificada; os Americanos e os Britânicos “poderiam ter esperado e deixado continuar as inspecções por mais alguns meses. A paciência que agora eles pedem a todo o mundo [ainda não se encontraram armas nenhumas] nunca estiveram antes dispostos a tê-la quando estávamos nós a fazer inspecções, antes da guerra.
Segundo Hans Blix, Americanos e Britânicos “exageraram” na interpretação da informação a eles chegada: “eles estavam convencidos que Sadam” desenvolvia armas de Destruição maciça (ADM) e “creio que até pode ser compreensível, dado o passado deste homem”.
Washington e Londres deveriam admitir hoje que não havia ADM no Iraque: “Eles tiveram todo o tempo que queriam para interrogar as pessoas que já não estavam sob pressão, puderam ir a todo o lado, mas mesmo assim não encontraram nada”. “É por isso que me inclino cada vez mais para a inexistência de ditas armas; e penso também que Americanos e Britânicos já chegaram à mesma conclusão.”
Caça às bruxas
Blix comparou a guerra do Iraque a uma “calça às bruxas”. “Na idade média, quando as pessoas estavam convencidas que havia bruxas, procuravam-nas e encontravam-nas.” Blix disse ainda que EUA e Inglaterra auto-convenceram-se da certeza das suas suspeitas, fundamentadas nas “provas” que se revelaram mais tarde serem muito frágeis ou mesmo falsas, como foi o caso da compra do Urânio à Nigéria.
Blix considerou que o dossier contra o Iraque apresentado por Londres antes da Guerra “tinha conduzido o leitor a tirar conclusões muito para além” dos conteúdos reais do documento. Como a famosa menção dos 45 minutos [o tempo necessário para que Sadam nos atirasse com o arsenal todo encima], se lermos bem o texto, ficamos com a sensação de que o seu objectivo era conduzir o leitor a conclusões que vão muito para além do teor real do documento”
“De uma certa forma, o que aqui está em causa é a cultura do sensacionalismo. Nós sabemos que os publicitários vão de tal forma gabar um frigorífico que chegamos a um ponto em que deixamos de acreditar, mas sempre pensamos que os governos fossem mais sérios e mais credíveis”, disse o especialista sueco, que ultimamente têm-se desmultiplicado em declarações contra o processo que levou ao início do conflito.
Voltando à reunião do Concelho de Segurança de 7 de Março, antes da guerra do Iraque, o antigo diplomata considerou ter sido desprezado pelos Americanos e Britânicos: “A resposta deles, mais ou menos foi – Vocês são bons rapazes, mas não têm na mão toda a informação que nós temos”
Artigo traduzido daqui por PP
LEMONDE.FR | 18.09.03 |
Segundo Hans Blix, Washington e Londres deveriam admitir que não havia armas de destruição maciça no Iraque.
O ex-responsável dos inspectores para o desarmamento da ONU, Hans Blix, criticou dia 18 de Setembro (5ª feira), na BBC, a guerra do Iraque e a atitude dos Americanos e dos Britânicos em relação à ameaça Iraquiana.
“Eu não acho que” a guerra do Iraque fosse justificada; os Americanos e os Britânicos “poderiam ter esperado e deixado continuar as inspecções por mais alguns meses. A paciência que agora eles pedem a todo o mundo [ainda não se encontraram armas nenhumas] nunca estiveram antes dispostos a tê-la quando estávamos nós a fazer inspecções, antes da guerra.
Segundo Hans Blix, Americanos e Britânicos “exageraram” na interpretação da informação a eles chegada: “eles estavam convencidos que Sadam” desenvolvia armas de Destruição maciça (ADM) e “creio que até pode ser compreensível, dado o passado deste homem”.
Washington e Londres deveriam admitir hoje que não havia ADM no Iraque: “Eles tiveram todo o tempo que queriam para interrogar as pessoas que já não estavam sob pressão, puderam ir a todo o lado, mas mesmo assim não encontraram nada”. “É por isso que me inclino cada vez mais para a inexistência de ditas armas; e penso também que Americanos e Britânicos já chegaram à mesma conclusão.”
Caça às bruxas
Blix comparou a guerra do Iraque a uma “calça às bruxas”. “Na idade média, quando as pessoas estavam convencidas que havia bruxas, procuravam-nas e encontravam-nas.” Blix disse ainda que EUA e Inglaterra auto-convenceram-se da certeza das suas suspeitas, fundamentadas nas “provas” que se revelaram mais tarde serem muito frágeis ou mesmo falsas, como foi o caso da compra do Urânio à Nigéria.
Blix considerou que o dossier contra o Iraque apresentado por Londres antes da Guerra “tinha conduzido o leitor a tirar conclusões muito para além” dos conteúdos reais do documento. Como a famosa menção dos 45 minutos [o tempo necessário para que Sadam nos atirasse com o arsenal todo encima], se lermos bem o texto, ficamos com a sensação de que o seu objectivo era conduzir o leitor a conclusões que vão muito para além do teor real do documento”
“De uma certa forma, o que aqui está em causa é a cultura do sensacionalismo. Nós sabemos que os publicitários vão de tal forma gabar um frigorífico que chegamos a um ponto em que deixamos de acreditar, mas sempre pensamos que os governos fossem mais sérios e mais credíveis”, disse o especialista sueco, que ultimamente têm-se desmultiplicado em declarações contra o processo que levou ao início do conflito.
Voltando à reunião do Concelho de Segurança de 7 de Março, antes da guerra do Iraque, o antigo diplomata considerou ter sido desprezado pelos Americanos e Britânicos: “A resposta deles, mais ou menos foi – Vocês são bons rapazes, mas não têm na mão toda a informação que nós temos”
Artigo traduzido daqui por PP
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