segunda-feira, setembro 29, 2003

Essa é que essa, crítico!

"A cultura não é um produto de mercado, é um valor humano."
in Critico Musical.

Se juntarmos à cultura, a natureza com os seus ecossistemas, as suas espécies e os seus genes, entre uma carrada de outras coisas, tocamos no cerne da questão. O maquiavélico do pensamento único é ver tudo como mercadoria: as florestas, os jogadores, os músicos, os pensamentos, os povos, os recursos naturais..... Há muitas coisas sem preço, e essas são aquelas que contam (um coxe lamechas, mas também tem que ser, às vezes).
Por exemplo, numas saídas que aconteceram este fim-de-semana no Cabo Espichel, integradas na Geologia no Verão, em que falávamos de Geologia, Botânica e Ecologia para um público maioritariamente reformado, a alegria de aprender daquelas pessoas não tem preço; entre uma escarpa e um endemismo, andaram todos por ali com mais motivação e vontade de aprender que todos os alunos que já levei à Arrábida antes. E sem um queixume! A parte complicada da coisa é que levamos as pessoas por caminhos de cabras, em cima de calhaus escorregadios e a passar por sítios muito pouco confortáveis.
E estas alegrias simples, que muitas vezes resultam do relacionamento entre as pessoas, das partilhas de conhecimentos e experiências, dão muito mais felicidade e outras coisas cheias de boa energia que ter uma conta choruda e uma casa caríssimo e 5 carros na garagem. Prontos, a mim dava-me jeito a casa, mas uma mão cheia de sorrisos e abraços dá para ir entretendo os neurotransmissores do cérebro...

PP

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