Nota alimentar II (não tem nada de educativo, mas é curioso): "Petit déjeuner continental"
Hoje de manhã, parei para ir beber um café no "Tasco". Mas este é um verdadeiro tasco, não uma imitação de tasco da moda onde se vai comer umas tapas há hora do jantar. Explico-me. Enquanto que eu, àquela hora matinal, optei por um café revigorante, todos os outros clientes tiveram escolhas bem mais rasgativas. Não, não foi o café e o bagaço. À minha esquerda, 3 latagões atacavam dois pratinhos de xispes de coentrada regado com a bela da mini (3); à minha direita, um respeitavel senhor de idade regalava-se com uns jaquinzinhos comidos com a ajuda de um copo de 3 para ajudar a escorregar (penalty); mais ao fundo, ele era a patanisca de bacalhau empurrada por uma vinhaça de jarro; para finalizar, a tradicional sandocha de torresmos, com um panachet a molhar o gorgomil. Ainda estive para pedir um ovo cozido e um pastel de bacalhau, só para não fazer a figura triste de beber um banal café no meio de tão variada gastronomia. Isto é que é o pequeno almoço dos campeões!!!!
PP
Que la pluma sea también una espada y que su filo corte el oscuro muro por el que habrá de colarse el mañana [Subcomandante Marcos]
segunda-feira, junho 30, 2003
"As Andanças" estão de volta: um festival diferente é possível
A oitava edição do Festival Andanças já está a caminho.
A PédeXumbo traz de novo ao terreiro a dança e a música tradicionais. Na sua 8ª edição, e de 25 a 31 de Agosto o Andanças vai reunir no mesmo espaço todos os que chegam, não para ver mas para fazer. Uma vez mais o Festival vai decorrer na Serra da Gralheira e na Aldeia de Carvalhais, em São Pedro do Sul, num clima de contacto com a Natureza, propondo-se o acampamento no sopé da montanha.
Um espaço de partilha e resultado do trabalho que a associação PédeXumbo realiza no campo da divulgação da cultura popular, o Andanças continua assente no conceito de “cultura participativa”, dada a forte aposta na difusão da dança e da cultura popular de uma forma participativa e dinâmica.
Durante o dia, decorrem oficinas de dança, de canto tradicional, de escultura, de teatro de rua, de expressão musical e de artesanato. Em simultâneo promove-se o reencontro com o campo nas actividades que levam à descoberta da Serra da Gralheira. À noite... baila-se!
Aqui, num novo espaço cultural, os participantes experimentam as diferentes manifestações culturais que lhes são propostas, como a música, a dança, o teatro, o artesanato e muito mais, num processo de aprendizagem ilimitado e sem complexos. Neste Festival encontram-se também todas as acções paralelas que se integram na filosofia do Andanças, e que passam pelas actividades manuais e tradicionais, pela cozedura do pão, pelo trabalho em madeira, pelas esculturas em pedra, pela fiação de lã, pela construção de instrumentos, ou mesmo pelos desportos radicais e passeios pedestres.
A miríade de experiências apresentadas extravasam os limites dos países e das nações, levando à descoberta de outras culturas, de uma forma natural e enriquecedora.
PP
PS - o Andanças foi carinhosamente convertido para "as Andanças" um pouco por todo o lado, mas essencialmente no local do festival.
A oitava edição do Festival Andanças já está a caminho.
A PédeXumbo traz de novo ao terreiro a dança e a música tradicionais. Na sua 8ª edição, e de 25 a 31 de Agosto o Andanças vai reunir no mesmo espaço todos os que chegam, não para ver mas para fazer. Uma vez mais o Festival vai decorrer na Serra da Gralheira e na Aldeia de Carvalhais, em São Pedro do Sul, num clima de contacto com a Natureza, propondo-se o acampamento no sopé da montanha.
Um espaço de partilha e resultado do trabalho que a associação PédeXumbo realiza no campo da divulgação da cultura popular, o Andanças continua assente no conceito de “cultura participativa”, dada a forte aposta na difusão da dança e da cultura popular de uma forma participativa e dinâmica.
Durante o dia, decorrem oficinas de dança, de canto tradicional, de escultura, de teatro de rua, de expressão musical e de artesanato. Em simultâneo promove-se o reencontro com o campo nas actividades que levam à descoberta da Serra da Gralheira. À noite... baila-se!
Aqui, num novo espaço cultural, os participantes experimentam as diferentes manifestações culturais que lhes são propostas, como a música, a dança, o teatro, o artesanato e muito mais, num processo de aprendizagem ilimitado e sem complexos. Neste Festival encontram-se também todas as acções paralelas que se integram na filosofia do Andanças, e que passam pelas actividades manuais e tradicionais, pela cozedura do pão, pelo trabalho em madeira, pelas esculturas em pedra, pela fiação de lã, pela construção de instrumentos, ou mesmo pelos desportos radicais e passeios pedestres.
A miríade de experiências apresentadas extravasam os limites dos países e das nações, levando à descoberta de outras culturas, de uma forma natural e enriquecedora.
PP
PS - o Andanças foi carinhosamente convertido para "as Andanças" um pouco por todo o lado, mas essencialmente no local do festival.
QUESTÕES DE PARIS-LISBOA PARA AS ONG´S
1- A primeira das questões tem a ver com a presença de ONG´s portuguesas no F S Europeu em Paris, em Novembro. Ela parece-me importante, e não pode ficar reservada aos que habitualmente lá podem ir, para encontro de consensos, com, ou sem aspas, com os seus compagnons de route.
Vão ser tratadas questões, que se vão reflectir em Portugal mais tarde, e é bom que estejamos lá, para pensarmos nelas enquanto é tempo. Por exemplo, a questão do post guerra (no Iraque), e questões europeias, tais como a referência da herança do Cristianismo no Preâmbulo da Constituição Europeia, para a qual o Papa acaba de fazer um forte apelo, agora que a Itália vai presidir aos destinos Europeus. Depois, a questão da operacionalidade das decisões a tomar entre os 25 Estados, ou da sua representatividade, e até do referendum que vai ser proposto aos países.
Mas, no meu entender, devemos pensar nelas enquanto movimento social, e, não enquanto partidos, que têm também interesse em pensar essas questões, porém, com outras motivações, que não estão em causa, mas não são, neste caso, as nossas motivações.
2- Segunda questão: onde vai desaguar esse caudal formidável do"movimento dos movimentos" Europeu, que se espera se reúna em Paris ?
Desagua nas próximas eleições parlamentares europeias? Desagua num próximo Partido Europeu , que ainda não foi parido, por causa de alguns aparentes desentendimentos entre Roma e Paris, acerca da sua liderança? Ou deve desaguar numa consciência critica e cultural mais profunda, que vá pondo em causa as práticas formais partidárias, uma fechada construção europeia, e simultaneamente, as práticas de alguns organismos supranacionais FMI, OMC, BM , e que são os mentores das políticas neo-liberais, e que nem sequer são eleitos pelos povos?
Gostarão as pessoas de ver as suas perspectivas deglutidas por um novo Partido, seja qual for o mérito que tiver, e até é capaz de ter, quando esperam e desejam outras práticas, e outras políticas, e não novos partidos? Não estará como pano de fundo de algumas das discussões que se vão travar, este desiderato político imediato?
3- Neste momento, o post-forum social português, que se tornou mais mediático que o forum, pelas críticas redutoras a que deu origem, levou-me a pensar, sobretudo, nas declarações do Forum Social Mundial-Porto Alegre, e menos na Declaração de Coimbra, que permitiu que acontecesse, entre outras coisas, este inesperado digladiar, como pano de fundo , entre duas estruturas partidárias importantes, presentes no forum, tendo como público as ONG`s.
Uma proposta que começa a ser aflorada é a de se aceitarem algumas "afinidades electivas" entre movimento social e partidos, porque ambos teriam a ganhar com isso. Mas a aceitar-se tal modus vivendi ele teria, desde logo, e à partida, de ser mais favorável, às ONG´s, do que aos Partidos.
Creio que seria bom começarmos a discutir estas coisas entre todos, e entre outras, ou, pelos menos, entre os interessados, para não andarmos num comboio apressado de plenários, a aprovar , nomes de cidades, datas e agendas de reuniões, em que vão ser aprovadas algumas conclusões mal "trabalhadas", que depois podem dar origens a novas derrapagens.
AS
1- A primeira das questões tem a ver com a presença de ONG´s portuguesas no F S Europeu em Paris, em Novembro. Ela parece-me importante, e não pode ficar reservada aos que habitualmente lá podem ir, para encontro de consensos, com, ou sem aspas, com os seus compagnons de route.
Vão ser tratadas questões, que se vão reflectir em Portugal mais tarde, e é bom que estejamos lá, para pensarmos nelas enquanto é tempo. Por exemplo, a questão do post guerra (no Iraque), e questões europeias, tais como a referência da herança do Cristianismo no Preâmbulo da Constituição Europeia, para a qual o Papa acaba de fazer um forte apelo, agora que a Itália vai presidir aos destinos Europeus. Depois, a questão da operacionalidade das decisões a tomar entre os 25 Estados, ou da sua representatividade, e até do referendum que vai ser proposto aos países.
Mas, no meu entender, devemos pensar nelas enquanto movimento social, e, não enquanto partidos, que têm também interesse em pensar essas questões, porém, com outras motivações, que não estão em causa, mas não são, neste caso, as nossas motivações.
2- Segunda questão: onde vai desaguar esse caudal formidável do"movimento dos movimentos" Europeu, que se espera se reúna em Paris ?
Desagua nas próximas eleições parlamentares europeias? Desagua num próximo Partido Europeu , que ainda não foi parido, por causa de alguns aparentes desentendimentos entre Roma e Paris, acerca da sua liderança? Ou deve desaguar numa consciência critica e cultural mais profunda, que vá pondo em causa as práticas formais partidárias, uma fechada construção europeia, e simultaneamente, as práticas de alguns organismos supranacionais FMI, OMC, BM , e que são os mentores das políticas neo-liberais, e que nem sequer são eleitos pelos povos?
Gostarão as pessoas de ver as suas perspectivas deglutidas por um novo Partido, seja qual for o mérito que tiver, e até é capaz de ter, quando esperam e desejam outras práticas, e outras políticas, e não novos partidos? Não estará como pano de fundo de algumas das discussões que se vão travar, este desiderato político imediato?
3- Neste momento, o post-forum social português, que se tornou mais mediático que o forum, pelas críticas redutoras a que deu origem, levou-me a pensar, sobretudo, nas declarações do Forum Social Mundial-Porto Alegre, e menos na Declaração de Coimbra, que permitiu que acontecesse, entre outras coisas, este inesperado digladiar, como pano de fundo , entre duas estruturas partidárias importantes, presentes no forum, tendo como público as ONG`s.
Uma proposta que começa a ser aflorada é a de se aceitarem algumas "afinidades electivas" entre movimento social e partidos, porque ambos teriam a ganhar com isso. Mas a aceitar-se tal modus vivendi ele teria, desde logo, e à partida, de ser mais favorável, às ONG´s, do que aos Partidos.
Creio que seria bom começarmos a discutir estas coisas entre todos, e entre outras, ou, pelos menos, entre os interessados, para não andarmos num comboio apressado de plenários, a aprovar , nomes de cidades, datas e agendas de reuniões, em que vão ser aprovadas algumas conclusões mal "trabalhadas", que depois podem dar origens a novas derrapagens.
AS
Outros comentários
Daniel Oliveira, hoje no público respondeu a Helena de Matos, relativamente a um artigo já aqui comentado (ver post mais abaixo intitulado "populismos"). É bem Daniel, é bem. Vale de Almeida, faz uma excelente análise das "parade" deste Fim de Semana. Os Ultraminoritários marginais deste mundo estão aí para as curvas.....
PP
Daniel Oliveira, hoje no público respondeu a Helena de Matos, relativamente a um artigo já aqui comentado (ver post mais abaixo intitulado "populismos"). É bem Daniel, é bem. Vale de Almeida, faz uma excelente análise das "parade" deste Fim de Semana. Os Ultraminoritários marginais deste mundo estão aí para as curvas.....
PP
Viva o mau tempo
AA chuva no Verão é uma benesse sem paralelo; a orgia de odores que se desprendem da terra molhada inebria o olfacto. Especiarias, aromas fortes, terra molhada, vapores de cânfora, palha seca, fragrâncias de flores, contribuem para este festival dos sentidos. A tensão natural acumulada por semanas de calor liberta-se explosivamente nestes dias de chuva inesperados. As fragrâncias cozinhadas ao longo de semanas a temperaturas elevadas, mantidas aprisionadas pela secura da terra, são "destapadas" pela chuva benfazeja, espalhando-se por todo o lado. Por isto tudo, viva o mau tempo. Principalmente no Verão.
PP
PS - Claro que tudo isto é no campo; na cidade ele é mais os acidentes na 2ª circular....
AA chuva no Verão é uma benesse sem paralelo; a orgia de odores que se desprendem da terra molhada inebria o olfacto. Especiarias, aromas fortes, terra molhada, vapores de cânfora, palha seca, fragrâncias de flores, contribuem para este festival dos sentidos. A tensão natural acumulada por semanas de calor liberta-se explosivamente nestes dias de chuva inesperados. As fragrâncias cozinhadas ao longo de semanas a temperaturas elevadas, mantidas aprisionadas pela secura da terra, são "destapadas" pela chuva benfazeja, espalhando-se por todo o lado. Por isto tudo, viva o mau tempo. Principalmente no Verão.
PP
PS - Claro que tudo isto é no campo; na cidade ele é mais os acidentes na 2ª circular....
Estudos sobre a Guerra Civil Espanhola
A Guerra Civil Espanhola permanece, a traços toscos, como o elemento enformador do combate histórico entre fascismo e socialismo. Na memória colectiva, resiste como a romantização última do derradeiro confronto – face a face, corpo a corpo, bala a bala – entre a expressão totalitária das velhas forças conservadoras e a precursão visionária do cunho libertador da «Guardia Roja».
Das barricadas de Guernica, ouvimos o «Viva la Muerte!» da besta de guerra franquista a cruzar os céus do País Basco. Nos apeadeiros do mundo, assistimos ao mais épico episódio das bandas de ilustração da marcha pela «pátria livre e comum»: milhares de voluntários engrossaram as Brigadas Internacionais, enviadas para combater em Espanha em defesa da República, pela liberdade, pela igualdade, pela revolução. «Antes morrer pelo Exército do Povo do que consentir o fascismo», escreveram milhares com o seu sangue. Porque não há luta sem batalha.
Como a exaltação de todos os paroxismos, boa parte da história daquele período de 1936-1939 permanece ainda por contar, particularmente no seio da sociedade espanhola. Laboratório experimental da expectativa bélica da II Grande Guerra, sinónimo de Hemingway, Malraux, Orwell e Picasso, da Divisão Condor, foco de internacionalização do ideário marxista e do socialismo como engenharia emancipatória, quais as relações de poder no seio da Frente Popular e da Frente Nacional? Quão decisivo foi o papel do PC da União Soviética, nos seus golpes de controleirismo, para a derrota republicana da guerra? Quais os reais limites de participação do Estado Novo salazarista no conflito? Qual a biografia possível para tantos não-nacionais espanhóis na guerra civil? Qual o valor do apriorismo histórico e dos vínculos causais para a compreensão desta guerra? Que fronteira entre a pura mistificação ideológica e os factos objectivos?
Estudos sobre a Guerra Civil Espanhola pretende juntar, numa perspectiva científica mas não academicista, um grupo multiforme de interessados e estudiosos sobre esta matéria, contribuindo para a chamada de atenção e para a presença de um debate consequente sobre este acontecimento nas Ciências Sociais. Inicialmente em formato blog para a recolha de dados, documentos, biografias, bibliografias, iconografia, siglas, registos fotográficos/audio/vídeo, e tantos outros recursos que permitam uma leitura crítica e o mais expansiva da Guerra Civil Espanhola, esperamos conseguir a abrangência necessária para um posterior centro documental de arquivo histórico, mais consistente, em formato digital.
Saudações,
Tiago Barbosa Ribeiro
A Guerra Civil Espanhola permanece, a traços toscos, como o elemento enformador do combate histórico entre fascismo e socialismo. Na memória colectiva, resiste como a romantização última do derradeiro confronto – face a face, corpo a corpo, bala a bala – entre a expressão totalitária das velhas forças conservadoras e a precursão visionária do cunho libertador da «Guardia Roja».
Das barricadas de Guernica, ouvimos o «Viva la Muerte!» da besta de guerra franquista a cruzar os céus do País Basco. Nos apeadeiros do mundo, assistimos ao mais épico episódio das bandas de ilustração da marcha pela «pátria livre e comum»: milhares de voluntários engrossaram as Brigadas Internacionais, enviadas para combater em Espanha em defesa da República, pela liberdade, pela igualdade, pela revolução. «Antes morrer pelo Exército do Povo do que consentir o fascismo», escreveram milhares com o seu sangue. Porque não há luta sem batalha.
Como a exaltação de todos os paroxismos, boa parte da história daquele período de 1936-1939 permanece ainda por contar, particularmente no seio da sociedade espanhola. Laboratório experimental da expectativa bélica da II Grande Guerra, sinónimo de Hemingway, Malraux, Orwell e Picasso, da Divisão Condor, foco de internacionalização do ideário marxista e do socialismo como engenharia emancipatória, quais as relações de poder no seio da Frente Popular e da Frente Nacional? Quão decisivo foi o papel do PC da União Soviética, nos seus golpes de controleirismo, para a derrota republicana da guerra? Quais os reais limites de participação do Estado Novo salazarista no conflito? Qual a biografia possível para tantos não-nacionais espanhóis na guerra civil? Qual o valor do apriorismo histórico e dos vínculos causais para a compreensão desta guerra? Que fronteira entre a pura mistificação ideológica e os factos objectivos?
Estudos sobre a Guerra Civil Espanhola pretende juntar, numa perspectiva científica mas não academicista, um grupo multiforme de interessados e estudiosos sobre esta matéria, contribuindo para a chamada de atenção e para a presença de um debate consequente sobre este acontecimento nas Ciências Sociais. Inicialmente em formato blog para a recolha de dados, documentos, biografias, bibliografias, iconografia, siglas, registos fotográficos/audio/vídeo, e tantos outros recursos que permitam uma leitura crítica e o mais expansiva da Guerra Civil Espanhola, esperamos conseguir a abrangência necessária para um posterior centro documental de arquivo histórico, mais consistente, em formato digital.
Saudações,
Tiago Barbosa Ribeiro
domingo, junho 29, 2003
Os EUA têm mau ambiente
Para os ultra-conservadores americanos, o ambiente é apenas uma pedra no sapato, que entrava o desenvolvimento económico do gigante: ele é prtocolos de Quioto incómodos, parques naturais a impedir o desenvolvimento da indústria madeireira e petrolífera, etc. etc. etc. Ainda bem que os mauzões ambientalistas se demitem.....
PP
Para os ultra-conservadores americanos, o ambiente é apenas uma pedra no sapato, que entrava o desenvolvimento económico do gigante: ele é prtocolos de Quioto incómodos, parques naturais a impedir o desenvolvimento da indústria madeireira e petrolífera, etc. etc. etc. Ainda bem que os mauzões ambientalistas se demitem.....
PP
Ainda Orwell
Hoje as dúvidas dissiparam-se: Georges Orwell foi mesmo "Militante de esquerda, radical e independente, empenhado na construção de uma sociedade sem classes" e "Certa direita gosta de reduzi-lo apenas à dimensão anticomunista" mas "Pese a muitos dos seus admiradores, foi sempre um homem de esquerda, heterodoxo, incómodo, exigente. " Esta deve ir direitinha para o JPP e para o JMF.
PP
Hoje as dúvidas dissiparam-se: Georges Orwell foi mesmo "Militante de esquerda, radical e independente, empenhado na construção de uma sociedade sem classes" e "Certa direita gosta de reduzi-lo apenas à dimensão anticomunista" mas "Pese a muitos dos seus admiradores, foi sempre um homem de esquerda, heterodoxo, incómodo, exigente. " Esta deve ir direitinha para o JPP e para o JMF.
PP
Nota Evolutiva 1 - Versão científica do mito de Adão e Eva
Antes de haver a explosão Câmbrica, há 600 milhões de anos, onde tiveram origem a maioria dos grupos de seres vivos que existem hoje (e outros tantos que entretanto desapareceram), a vida na terra era estruturalmente mais simples, ainda que fisiologicamente mais complexa; a respiração, processo de originar energia a partir da combustão de alimentos, é uma faceta comum a plantas, fungos e animais, enquanto que nas bactérias, há outras fisiologias utilizadas que não são baseadas no oxigénio, como a utilização do enxofre ou do amónio. As bactérias precederam em biliões de anos a revolução câmbrica, e as suas características conferiram-lhe um sucesso evolutivo considerável. São seres desprovidos de núcleo com reprodução assexuada: uma bactéria origina milhões de cópias idênticas, clones, que podem manter-se praticamente inalteráveis durante milhões de anos. Do ponto de vista evolutivo, as bactérias são eternas, replicando-se eternamente ao longo dos tempos.
A revolução câmbrica foi precedida de uma invenção importantíssima: o sexo. Através do sexo, os seres já não se replicam mas recombinam-se, originando uma descendência que tem características de ambos os progenitores. É esta diversidade que é a matéria-prima da evolução, já que a recombinação sexual originou uma explosão de vida sem precedentes na face da terra. As bactérias, evolutivamente imortais reinaram durante 3 biliões de anos; o sexo revolucionou e precipitou a evolução, multiplicando-se a vida em grupos, formas e tamanhos antes nunca vistos. Em última análise, o sexo permitiu à evolução sair da cepa torta da vida microscópica, e originou peixes, minhocas, caracóis, lagostas, plantas, cogumelos, insectos, anfíbios, répteis, pássaros, mamíferos e flores, num frenesim de criatividade inesgotável. Mas o preço do sexo foi a perca da imortalidade.
PP
PS - Ainda bem que houve pecado original; se não, teríamos imensa dificuldade em teclar com cílios bacterianos ou pesudópedes ameboides. Viva a revolução! (câmbrica).
Antes de haver a explosão Câmbrica, há 600 milhões de anos, onde tiveram origem a maioria dos grupos de seres vivos que existem hoje (e outros tantos que entretanto desapareceram), a vida na terra era estruturalmente mais simples, ainda que fisiologicamente mais complexa; a respiração, processo de originar energia a partir da combustão de alimentos, é uma faceta comum a plantas, fungos e animais, enquanto que nas bactérias, há outras fisiologias utilizadas que não são baseadas no oxigénio, como a utilização do enxofre ou do amónio. As bactérias precederam em biliões de anos a revolução câmbrica, e as suas características conferiram-lhe um sucesso evolutivo considerável. São seres desprovidos de núcleo com reprodução assexuada: uma bactéria origina milhões de cópias idênticas, clones, que podem manter-se praticamente inalteráveis durante milhões de anos. Do ponto de vista evolutivo, as bactérias são eternas, replicando-se eternamente ao longo dos tempos.
A revolução câmbrica foi precedida de uma invenção importantíssima: o sexo. Através do sexo, os seres já não se replicam mas recombinam-se, originando uma descendência que tem características de ambos os progenitores. É esta diversidade que é a matéria-prima da evolução, já que a recombinação sexual originou uma explosão de vida sem precedentes na face da terra. As bactérias, evolutivamente imortais reinaram durante 3 biliões de anos; o sexo revolucionou e precipitou a evolução, multiplicando-se a vida em grupos, formas e tamanhos antes nunca vistos. Em última análise, o sexo permitiu à evolução sair da cepa torta da vida microscópica, e originou peixes, minhocas, caracóis, lagostas, plantas, cogumelos, insectos, anfíbios, répteis, pássaros, mamíferos e flores, num frenesim de criatividade inesgotável. Mas o preço do sexo foi a perca da imortalidade.
PP
PS - Ainda bem que houve pecado original; se não, teríamos imensa dificuldade em teclar com cílios bacterianos ou pesudópedes ameboides. Viva a revolução! (câmbrica).
ATAQUES DISSIMULADOS DA CML AOS LGBT - 3 em 1
1º - MARCHA DO ORGULHO
João Soares via a Marcha do Orgulho como a semente duma Love Parade, excelente para o turismo, e sobretudo por isso, a apoiava. Nunca proferiu nela ou a seu propósito qualquer declaração, preferindo apoiar o Arraial festeiro, por ser mês de S.António,onde se lia uma declaração envergonhada, e o público acorria alegremente para o pão e circo.
Entretanto, a Marcha do Orgulho que se iniciou como alternativa democrática e política ao Arraial nunca quis seguir esse modelo das Love Parades, e a CML de Santana tenta hoje outra estratégia: apagá-la por comparação com esta Love parade a quem se concedem meios e facilidades.
A tentativa da CML de colar à Marcha, para a descolorir, esvaziar de sentido e empobrecer, um evento, aliás, em toda a Europa muito gay, como a Love Parade, não vai resultar. A Marcha do orgulho, como acontece em todos os países livres, continuará a crescer como lugar de festa, sim, mas também como lugar de contestação, inquietação e desafio. Como lugar/evento político. Como afirmação da visibilidade e dignidade homo, com a grande aliança e apoio crescente de tod@s os heterossexuais que nao são sexistas, e do movimento social e sindical.
A Marcha do Orgulho tem a poesia e a força das utopias políticas que virão. Não é comparável ao divertimento consumista e "pr'a turista ver" da Love Parade, por muito divertida, populista e tecno que seja, e nunca seguirá exclusivamente esse modelo.
2º - 7º ARRAIAL PRIDE
A Câmara Municipal de Lisboa discriminou subtilmente os lgbt ao EXCLUÍ-LOS, progressiva e paulatinamente, DO CENTRO DA CIDADE.
Um festejo que se iniciou no Princípe Real, festejou-se depois na Praça do Município, uma das praças mais dignas da cidade; entretanto, com Santana Lopes, que afirmou em resposta na campanha eleitoral, que via a questão dos homossexuais "com naturalidade", é empurrado para os jardins da Torre de Belém, já algo periférico e com transpostes públicos reduzidos, e finalmente, este ano, realiza-se no Parque do Calhau (Monsanto), lugar tão periférico, tão desconhecido e inacessível, que a associação promotora e as associações lgbt aliadas tiveram de se desmultiplicar em dezenas de imagens, croquis, flyers e esquemas para explicarem às pessoas como lá chegar.
Já no ano anterior Santana tentou que a festa não se realizasse, "com naturalidade", arrastando a decisão de apoio infra-estrutural da CML até ao último momento. O impasse só teve solução com o protesto conjunto de todas as associações lgbt junto dos media.
Nessa ocasião, o anterior Presidente da ILGA Portugal, José Manuel Fernandes, parecendo ter aprendido a lição, prometeu que a organização do Pride seria aberta às associações que o desejassem, exigência de longa data da Opus Gay, por entender que a Festa Pride do 28 de Junho de uma dada cidade, principalmente capital como Lisboa, deve ser organizada em conjunto pelas organizações lgbt dessa cidade, conjuntamente com outras parcerias.
A Opus Gay não estará presente no Pride deste ano porque a actual Direcção da ILGA Portugal entendeu, de forma consciente, deliberada e intencional, não cumprir essa promessa, e depois, porque a Opus Gay nao pactua com esta política de marginalização,em troca do negócio. Talvez por isso, os empreendedores, por se encontrarem sozinhos, não tenham tido poder negocial para evitar o AFASTAMENTO DO PRIDE DA CIDADE DE LISBOA, em detrimento da nossa imagem e do necessário e pedagógico convívio democrático e respeitador entre todos.
3º - FESTIVAL DE CINEMA
A terceira peça desta estratégia de invisibilizaçao dos glbt pela CML é o Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa. A CML ofereceu apenas a infra-estrutura do Fórum Lisboa, não subsidiando o Festival com a verba habitual. Isto leva a que o Festival decorra de forma muito mais sumária, na FNAC e em Institutos de línguas com quem tem parcerias.
Consideramos que tal situação de desprezo pela diversidade cultural, e pela cultura, deveria ter sido anunciada há muito mais tempo, para que a Direcção do Festival pudesse concorrer a outros apoios, dado o interesse que este suscita.
Por outro lado, e isto é que é grave, a CML, EM VEZ DE FAZER UMA POLÍTICA ACTIVA CONTRA A DISCRIMINAÇÃO, como é obrigação dos poderes públicos, e consta já do património da União Europeia, apoiando decisivamente este Festival, talvez o melhor e mais interessante da Europa, OPTA MAIS UMA VEZ POR SE DEMITIR SUBTILMENTE, deixando que a discriminação avance paulatinamente.
Três processos num só: tornar crescente a invisibilidade dos lgbt, o que facilitará, depois, a discriminação.
Não pactuaremos com isto!
A DIRECÇÃO DA OPUS GAY
1º - MARCHA DO ORGULHO
João Soares via a Marcha do Orgulho como a semente duma Love Parade, excelente para o turismo, e sobretudo por isso, a apoiava. Nunca proferiu nela ou a seu propósito qualquer declaração, preferindo apoiar o Arraial festeiro, por ser mês de S.António,onde se lia uma declaração envergonhada, e o público acorria alegremente para o pão e circo.
Entretanto, a Marcha do Orgulho que se iniciou como alternativa democrática e política ao Arraial nunca quis seguir esse modelo das Love Parades, e a CML de Santana tenta hoje outra estratégia: apagá-la por comparação com esta Love parade a quem se concedem meios e facilidades.
A tentativa da CML de colar à Marcha, para a descolorir, esvaziar de sentido e empobrecer, um evento, aliás, em toda a Europa muito gay, como a Love Parade, não vai resultar. A Marcha do orgulho, como acontece em todos os países livres, continuará a crescer como lugar de festa, sim, mas também como lugar de contestação, inquietação e desafio. Como lugar/evento político. Como afirmação da visibilidade e dignidade homo, com a grande aliança e apoio crescente de tod@s os heterossexuais que nao são sexistas, e do movimento social e sindical.
A Marcha do Orgulho tem a poesia e a força das utopias políticas que virão. Não é comparável ao divertimento consumista e "pr'a turista ver" da Love Parade, por muito divertida, populista e tecno que seja, e nunca seguirá exclusivamente esse modelo.
2º - 7º ARRAIAL PRIDE
A Câmara Municipal de Lisboa discriminou subtilmente os lgbt ao EXCLUÍ-LOS, progressiva e paulatinamente, DO CENTRO DA CIDADE.
Um festejo que se iniciou no Princípe Real, festejou-se depois na Praça do Município, uma das praças mais dignas da cidade; entretanto, com Santana Lopes, que afirmou em resposta na campanha eleitoral, que via a questão dos homossexuais "com naturalidade", é empurrado para os jardins da Torre de Belém, já algo periférico e com transpostes públicos reduzidos, e finalmente, este ano, realiza-se no Parque do Calhau (Monsanto), lugar tão periférico, tão desconhecido e inacessível, que a associação promotora e as associações lgbt aliadas tiveram de se desmultiplicar em dezenas de imagens, croquis, flyers e esquemas para explicarem às pessoas como lá chegar.
Já no ano anterior Santana tentou que a festa não se realizasse, "com naturalidade", arrastando a decisão de apoio infra-estrutural da CML até ao último momento. O impasse só teve solução com o protesto conjunto de todas as associações lgbt junto dos media.
Nessa ocasião, o anterior Presidente da ILGA Portugal, José Manuel Fernandes, parecendo ter aprendido a lição, prometeu que a organização do Pride seria aberta às associações que o desejassem, exigência de longa data da Opus Gay, por entender que a Festa Pride do 28 de Junho de uma dada cidade, principalmente capital como Lisboa, deve ser organizada em conjunto pelas organizações lgbt dessa cidade, conjuntamente com outras parcerias.
A Opus Gay não estará presente no Pride deste ano porque a actual Direcção da ILGA Portugal entendeu, de forma consciente, deliberada e intencional, não cumprir essa promessa, e depois, porque a Opus Gay nao pactua com esta política de marginalização,em troca do negócio. Talvez por isso, os empreendedores, por se encontrarem sozinhos, não tenham tido poder negocial para evitar o AFASTAMENTO DO PRIDE DA CIDADE DE LISBOA, em detrimento da nossa imagem e do necessário e pedagógico convívio democrático e respeitador entre todos.
3º - FESTIVAL DE CINEMA
A terceira peça desta estratégia de invisibilizaçao dos glbt pela CML é o Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa. A CML ofereceu apenas a infra-estrutura do Fórum Lisboa, não subsidiando o Festival com a verba habitual. Isto leva a que o Festival decorra de forma muito mais sumária, na FNAC e em Institutos de línguas com quem tem parcerias.
Consideramos que tal situação de desprezo pela diversidade cultural, e pela cultura, deveria ter sido anunciada há muito mais tempo, para que a Direcção do Festival pudesse concorrer a outros apoios, dado o interesse que este suscita.
Por outro lado, e isto é que é grave, a CML, EM VEZ DE FAZER UMA POLÍTICA ACTIVA CONTRA A DISCRIMINAÇÃO, como é obrigação dos poderes públicos, e consta já do património da União Europeia, apoiando decisivamente este Festival, talvez o melhor e mais interessante da Europa, OPTA MAIS UMA VEZ POR SE DEMITIR SUBTILMENTE, deixando que a discriminação avance paulatinamente.
Três processos num só: tornar crescente a invisibilidade dos lgbt, o que facilitará, depois, a discriminação.
Não pactuaremos com isto!
A DIRECÇÃO DA OPUS GAY
Marcha Anti-Tourada e de Defesa Animal / 2003
Dia 18 de Julho, a defesa dos animais é nas ruas de Lisboa.
A II Marcha Anti-Tourada e de Defesa Animal é já no próximo dia 18 de Julho, às 17 horas, no Parque Eduardo VII, em Lisboa. Depois do forte impacto do ano passado, é fundamental garantirmos uma forte adesão, pois esse será um factor determinante para a manutenção da nossa força enquanto movimento.
À semelhança de anos anteriores, esta Marcha pacífica será o evento activista mais importante em 2003 pelos direitos dos animais no nosso país. Um grande conjunto de organizações apelam à máxima mobilização de todos/as, bem como à criatividade dos participantes nos seus contributos para a visibilidade desta iniciativa.
Participem, divulguem, e tragam um/a amigo/a também. A organização garante transporte organizado a partir do Porto. Os animais agradecem.
--------------------------------------------------------------------------------
Mais Informações
Apartado 55102 - 4051-401 Porto - Portugal
Telefones: 91 884 89 04 | 93 441 57 28
E-mail geral: matp@netcabo.pt
Website: www.matponline.org
MATP - Movimento Anti-Touradas de Portugal
Dia 18 de Julho, a defesa dos animais é nas ruas de Lisboa.
A II Marcha Anti-Tourada e de Defesa Animal é já no próximo dia 18 de Julho, às 17 horas, no Parque Eduardo VII, em Lisboa. Depois do forte impacto do ano passado, é fundamental garantirmos uma forte adesão, pois esse será um factor determinante para a manutenção da nossa força enquanto movimento.
À semelhança de anos anteriores, esta Marcha pacífica será o evento activista mais importante em 2003 pelos direitos dos animais no nosso país. Um grande conjunto de organizações apelam à máxima mobilização de todos/as, bem como à criatividade dos participantes nos seus contributos para a visibilidade desta iniciativa.
Participem, divulguem, e tragam um/a amigo/a também. A organização garante transporte organizado a partir do Porto. Os animais agradecem.
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Mais Informações
Apartado 55102 - 4051-401 Porto - Portugal
Telefones: 91 884 89 04 | 93 441 57 28
E-mail geral: matp@netcabo.pt
Website: www.matponline.org
MATP - Movimento Anti-Touradas de Portugal
sábado, junho 28, 2003
Nota alimentar I
Quem nunca provou um bife de vaca mertolenga mal passado, não sabe o que é bom. Longa vida às raças autóctones. Se os comissários provassem o animal apercebiam-se logo da especificidade da nossa agricultura (ou melhor, pecuária). Um bife de mertolenga vale 20 dos outros. Lembram-se da cena do Matrix onde o maléfico mauzão come uma ganda garfada de bife? se fosse bife de mertolenga tenho a certeza que ele tinha dado cabo dos bons todos e tinhamos sido poupados à desgraça do segundo filme. Azar do caraças.
PP
Quem nunca provou um bife de vaca mertolenga mal passado, não sabe o que é bom. Longa vida às raças autóctones. Se os comissários provassem o animal apercebiam-se logo da especificidade da nossa agricultura (ou melhor, pecuária). Um bife de mertolenga vale 20 dos outros. Lembram-se da cena do Matrix onde o maléfico mauzão come uma ganda garfada de bife? se fosse bife de mertolenga tenho a certeza que ele tinha dado cabo dos bons todos e tinhamos sido poupados à desgraça do segundo filme. Azar do caraças.
PP
Ainda o Prestige
Não percam esta animação que desvenda a verdadeira história política por de trás do acidente do Prestige.
PP
Não percam esta animação que desvenda a verdadeira história política por de trás do acidente do Prestige.
PP
A Filomena Mónica é que tinha razão
Tenho que dar a mão à palmatória: a Filomena é que tinha razão: nós somos mesmo perigosos; nunca pensei que nós fossemos assim tão beras para o estado, que neste caso, é claramente vítima de loucos furiosos. o Lellito iluminou-me: vamos passar rapidamente um abaixo-assinado por todos esses anti-democráticos do FSP a pedir perdão pelo enxovalhamento público do sistema político. Fiquei foi entusiasmado com esta coisa do "subliminar". Já controlamos mentes e opiniões; nada mal, só com um ano de vida. Os USA demoraram quase um século para aperfeiçoar a técnica, mas nós, ao fim de um ano, já somos mestres. Entre o outro que nos acusa de sermos o Big brother e este que nos acusa de controladores subliminares, temos que aceitar com toda a serenidade a realidade dos factos: nós é que somos poderosos; eles são as vítimas. Vamos lá ver se aceitam o FSP na próxima reunião dos G8, que agora será G8+FSP. Quem vai ficar roído de inveja é o nosso primeiro ministro. Bora lá controlar os destinos do mundo, malta. Todos nos reconhecem atributos para o desempenho dessa colossal tarefa. Bora lá.
Liga dos Grupúsculos Periféricos
Tenho que dar a mão à palmatória: a Filomena é que tinha razão: nós somos mesmo perigosos; nunca pensei que nós fossemos assim tão beras para o estado, que neste caso, é claramente vítima de loucos furiosos. o Lellito iluminou-me: vamos passar rapidamente um abaixo-assinado por todos esses anti-democráticos do FSP a pedir perdão pelo enxovalhamento público do sistema político. Fiquei foi entusiasmado com esta coisa do "subliminar". Já controlamos mentes e opiniões; nada mal, só com um ano de vida. Os USA demoraram quase um século para aperfeiçoar a técnica, mas nós, ao fim de um ano, já somos mestres. Entre o outro que nos acusa de sermos o Big brother e este que nos acusa de controladores subliminares, temos que aceitar com toda a serenidade a realidade dos factos: nós é que somos poderosos; eles são as vítimas. Vamos lá ver se aceitam o FSP na próxima reunião dos G8, que agora será G8+FSP. Quem vai ficar roído de inveja é o nosso primeiro ministro. Bora lá controlar os destinos do mundo, malta. Todos nos reconhecem atributos para o desempenho dessa colossal tarefa. Bora lá.
Liga dos Grupúsculos Periféricos
José Lello contrataca
E José Lello, no Expresso, volta a dizer a mesma coisa. Mudou apenas os adjectivos; em vez de ultra-minoritários e mais não sei o quê, agora os mimos são mais elaborados, em maior número, e com montes de palavras novas para acrescentar ao dicionário do Word (obrigado, Lellito o justiceiro); como todo o artigo, completamente hermético e muitas vezes quase incompreensível (curiosamente, coincide com Helena de Matos em alguns termos, como "linhas azuis" e "livres pensadores". Segundo o seu pensamento, no FSP somos "bem-aventurados", "livre-pensadores" (nesta parte, a coisa messiânico-liberal pretende ironizar), com um "condicionamento da opinião” "subliminar", "enroupado no discurso gongórico das liberdades" e com uma retórica que "resvala para o hiperbólico e o descabido" e tem mais a ver com "mau gosto e intemperança" do que com a "justa fruição da liberdade".... e por aí adiante, continua a destilar veneno, com algumas notas a realçar: "a emergência de grupelhos sem a mínima legitimidade democrática", "selva de associações de utentes (andaste a ler o JMF, Lellito, seu malandro), das ligas, uniões e movimentos, depositários de insignificante representatividade democrática (...) desmerecendo o que é institucional, desacreditando o Estado, enxovalhando o sistema político e fazendo da incivilidade comportamental, da coreografia pós-moderna e do tartifismo Kitsch a sua imagem de marca"
E foram só 4 dias; imagina o que conseguíamos fazer se a cena durasse uma ano inteiro!!! Espero que a parte em que se refere à coreografia pós-moderna o homem se retracte; os criadores já estão a ser demasiadamente castigados este ano com os subsídios a vir só lá para Outubro para ainda por cima serem utilizados pelo Lello como adjectivo depreciativo aplicado ao FSP; o mais impressionante, é que tudo isto foi dito num parágrafo Saramaguiano de 84 palavras, sem respirar, intercaladas por 10 vírgulas salvadoras (é bem, Lellito, é bem; o homem está possesso; ninguém o pode parar). Relativamente à parte dos dirigentes, e dos financiamentos (que Lello diz desconhecer como são eleitos e donde vem o guito: de certeza que são más influências dos escritos do JPP), como todas as associações, os dirigentes são eleitos pelos seus associados e o dinheiro vem de n sítios, desde actividades à venda de lápis, passando pelas cotas dos associados, vale tudo; isto relativamente às associações. Relativamente às contas do FSP, elas são públicas: contacta o CIDAC para mais informações. E para rematar, o FSP pelos visto é um "novo totalitarismo, instalado com criativas vestes progressistas, logo um sistema subliminarmente instalado se apressa a estigmatizar o acréu" (o homem supera-se de parágrafo para parágrafo: como dizia o outro, tens que me dizer quem é que é o teu "diller”, Lellito). E mais à frente, passamos a "grupúsculos periféricos, peritos em acintes de bolinha vermelha no topo do ecrã".
Pessoalmente prefiro grupúsculos a grupelhos; grupúsculos tem uma certa mística, como que um véu que ao fim da tarde que vem trazer o crepúsculo; grupelhos é mesmo ofensivo, sem mistério nenhum, como fedelho ou joelho). E p'ra rematar, o FSP é uma "salsada sem coesão ideológica, nem desígnio claro para o futuro sustentado de Portugal, mas, apesar disso, mobiliza imprevisível capacidade para inibir opiniões daqueles que, considerando a existência de mais mundo para além disso, se não atrevem a exprimi-lo publicamente. Não é o meu caso."
Mais claro não podia ser. Depois deste artigo, as minhas dúvidas desvaneceram-se: o FSP teve um impacto do catano! Bora lá fazer o segundo, pessoal....Temos é que treinar melhor a nossa coreografia pós-moderna. As vestes podem ser as mesmas deste ano, progressistas.
PP
PS - Cá ficamos à espera do "Regresso de Lello", num filme perto daqui.
E José Lello, no Expresso, volta a dizer a mesma coisa. Mudou apenas os adjectivos; em vez de ultra-minoritários e mais não sei o quê, agora os mimos são mais elaborados, em maior número, e com montes de palavras novas para acrescentar ao dicionário do Word (obrigado, Lellito o justiceiro); como todo o artigo, completamente hermético e muitas vezes quase incompreensível (curiosamente, coincide com Helena de Matos em alguns termos, como "linhas azuis" e "livres pensadores". Segundo o seu pensamento, no FSP somos "bem-aventurados", "livre-pensadores" (nesta parte, a coisa messiânico-liberal pretende ironizar), com um "condicionamento da opinião” "subliminar", "enroupado no discurso gongórico das liberdades" e com uma retórica que "resvala para o hiperbólico e o descabido" e tem mais a ver com "mau gosto e intemperança" do que com a "justa fruição da liberdade".... e por aí adiante, continua a destilar veneno, com algumas notas a realçar: "a emergência de grupelhos sem a mínima legitimidade democrática", "selva de associações de utentes (andaste a ler o JMF, Lellito, seu malandro), das ligas, uniões e movimentos, depositários de insignificante representatividade democrática (...) desmerecendo o que é institucional, desacreditando o Estado, enxovalhando o sistema político e fazendo da incivilidade comportamental, da coreografia pós-moderna e do tartifismo Kitsch a sua imagem de marca"
E foram só 4 dias; imagina o que conseguíamos fazer se a cena durasse uma ano inteiro!!! Espero que a parte em que se refere à coreografia pós-moderna o homem se retracte; os criadores já estão a ser demasiadamente castigados este ano com os subsídios a vir só lá para Outubro para ainda por cima serem utilizados pelo Lello como adjectivo depreciativo aplicado ao FSP; o mais impressionante, é que tudo isto foi dito num parágrafo Saramaguiano de 84 palavras, sem respirar, intercaladas por 10 vírgulas salvadoras (é bem, Lellito, é bem; o homem está possesso; ninguém o pode parar). Relativamente à parte dos dirigentes, e dos financiamentos (que Lello diz desconhecer como são eleitos e donde vem o guito: de certeza que são más influências dos escritos do JPP), como todas as associações, os dirigentes são eleitos pelos seus associados e o dinheiro vem de n sítios, desde actividades à venda de lápis, passando pelas cotas dos associados, vale tudo; isto relativamente às associações. Relativamente às contas do FSP, elas são públicas: contacta o CIDAC para mais informações. E para rematar, o FSP pelos visto é um "novo totalitarismo, instalado com criativas vestes progressistas, logo um sistema subliminarmente instalado se apressa a estigmatizar o acréu" (o homem supera-se de parágrafo para parágrafo: como dizia o outro, tens que me dizer quem é que é o teu "diller”, Lellito). E mais à frente, passamos a "grupúsculos periféricos, peritos em acintes de bolinha vermelha no topo do ecrã".
Pessoalmente prefiro grupúsculos a grupelhos; grupúsculos tem uma certa mística, como que um véu que ao fim da tarde que vem trazer o crepúsculo; grupelhos é mesmo ofensivo, sem mistério nenhum, como fedelho ou joelho). E p'ra rematar, o FSP é uma "salsada sem coesão ideológica, nem desígnio claro para o futuro sustentado de Portugal, mas, apesar disso, mobiliza imprevisível capacidade para inibir opiniões daqueles que, considerando a existência de mais mundo para além disso, se não atrevem a exprimi-lo publicamente. Não é o meu caso."
Mais claro não podia ser. Depois deste artigo, as minhas dúvidas desvaneceram-se: o FSP teve um impacto do catano! Bora lá fazer o segundo, pessoal....Temos é que treinar melhor a nossa coreografia pós-moderna. As vestes podem ser as mesmas deste ano, progressistas.
PP
PS - Cá ficamos à espera do "Regresso de Lello", num filme perto daqui.
POPULISMOS
Helena Matos brindou-nos hoje no Público com mais uma das suas sintomáticas colunas reacionárias de esquerda. Sim, porque não é só da direita que podemos esperar um jornalismo irreflectido, política e socialmente primário.
Tal como nos anos 90 nos Estados Unidos, a ridicularização do politicamente correcto parte daqueles que só compreendem a política da linguagem populista,
auto-evidente, anti-intelectual e garantidora do status quo, portanto reacionária.
Contra todos esses re-afirmamos o seguinte:
1) sim, a linguagem é fundamental e estruturadora da forma de ver e agir sobre o mundo, como o legado das ciências humanas e sócio-polÍticas do século XX ensinou!
2) sim, só se pensa "como deve ser" quando se tem cuidado com a linguagem que se usa!
3) sim, a promoção pública e ainda por cima mediatizada, de ideias que promovem o ódio, a violência e a intolerância, tal como fez César das Neves, é crime!
4) sim, as questões do mundo contemporâneo são complexas e nem todas se comprazem com os tempos de reflexão imediatos exigidos pelos media!
Opus Gay
Helena Matos brindou-nos hoje no Público com mais uma das suas sintomáticas colunas reacionárias de esquerda. Sim, porque não é só da direita que podemos esperar um jornalismo irreflectido, política e socialmente primário.
Tal como nos anos 90 nos Estados Unidos, a ridicularização do politicamente correcto parte daqueles que só compreendem a política da linguagem populista,
auto-evidente, anti-intelectual e garantidora do status quo, portanto reacionária.
Contra todos esses re-afirmamos o seguinte:
1) sim, a linguagem é fundamental e estruturadora da forma de ver e agir sobre o mundo, como o legado das ciências humanas e sócio-polÍticas do século XX ensinou!
2) sim, só se pensa "como deve ser" quando se tem cuidado com a linguagem que se usa!
3) sim, a promoção pública e ainda por cima mediatizada, de ideias que promovem o ódio, a violência e a intolerância, tal como fez César das Neves, é crime!
4) sim, as questões do mundo contemporâneo são complexas e nem todas se comprazem com os tempos de reflexão imediatos exigidos pelos media!
Opus Gay
sexta-feira, junho 27, 2003
Outra Universidade seria possível, mas..
É desta que saímos da cepa torta. Demonstrando um sentido de oportunidade fora do comum, neste momento em que as reformas sucedem-se em catadupa mas a inovação científica e tecnológica anda pelas ruas da amargura, a reitoria da Universidade de Évora em conjunto com o Conselho de Notáveis organiza o primeiro Congresso Nacional da Tradição Académica. E para abrir, nada mais nada menos que o Presidente da Republica, o Ministro de Educação e Ensino Superior, o Presidente da Assembleia da Republica e o Primeiro Ministro entre outros; entre os oradores há resmas de catedráticos (6), Professores doutores (outros tantos) e claro está, 2 reitores e algumas figuras eminentes como o Adriano Moreira e a Maria de Jesus Barroso. Ao ver a lista de intervenientes quase que seríamos levados a pensar que se tratava de uma coisa séria, de gravidade absoluta para o futuro de Portugal; mas não, os temas e painéis são coisas tipo:
Aspectos sociológicos da tradição académica, A tradição académica na sua simbólica, A tradição académica em Portugal na sua história, A Tradição académica e a dignidade da pessoa, Aspectos sociológicos da tradição académica.......
Devemos ser o único país da Europa em que a Tradição académica é um caso de estado. Em Évora, podemos estar no cauda do pelotão das Universidades Portuguesas, mas somos os reis incontestados da tradição Académica. Claro que esta tradição até agora tinha no máximo 10 a 20 anos. Depois deste prestigiante congresso, a tradição académica vai ficar para aí com pelo menos 1 ou 2 séculos de história.
Definitivamente, a tradição já não é o que era. Só mesmo em Portugal, para se legitimar a estupidez ao mais alto nível. Agora que chegámos ao Verão, depois da "A Sagração da Primavera" temos agora "A Sagração da estupidez".
PP
PS - infelizmente, é mesmo verdade verdadinha.... Vejam na Televisão.
É desta que saímos da cepa torta. Demonstrando um sentido de oportunidade fora do comum, neste momento em que as reformas sucedem-se em catadupa mas a inovação científica e tecnológica anda pelas ruas da amargura, a reitoria da Universidade de Évora em conjunto com o Conselho de Notáveis organiza o primeiro Congresso Nacional da Tradição Académica. E para abrir, nada mais nada menos que o Presidente da Republica, o Ministro de Educação e Ensino Superior, o Presidente da Assembleia da Republica e o Primeiro Ministro entre outros; entre os oradores há resmas de catedráticos (6), Professores doutores (outros tantos) e claro está, 2 reitores e algumas figuras eminentes como o Adriano Moreira e a Maria de Jesus Barroso. Ao ver a lista de intervenientes quase que seríamos levados a pensar que se tratava de uma coisa séria, de gravidade absoluta para o futuro de Portugal; mas não, os temas e painéis são coisas tipo:
Aspectos sociológicos da tradição académica, A tradição académica na sua simbólica, A tradição académica em Portugal na sua história, A Tradição académica e a dignidade da pessoa, Aspectos sociológicos da tradição académica.......
Devemos ser o único país da Europa em que a Tradição académica é um caso de estado. Em Évora, podemos estar no cauda do pelotão das Universidades Portuguesas, mas somos os reis incontestados da tradição Académica. Claro que esta tradição até agora tinha no máximo 10 a 20 anos. Depois deste prestigiante congresso, a tradição académica vai ficar para aí com pelo menos 1 ou 2 séculos de história.
Definitivamente, a tradição já não é o que era. Só mesmo em Portugal, para se legitimar a estupidez ao mais alto nível. Agora que chegámos ao Verão, depois da "A Sagração da Primavera" temos agora "A Sagração da estupidez".
PP
PS - infelizmente, é mesmo verdade verdadinha.... Vejam na Televisão.
"Poder Constituinte Europeu”
O Forum Social Português , creio eu, tem andado um bocado arredado das centrais questões que se prendem com a Constituição Europeia, talvez enredado no tema dos partidos versus movimento social, ou eventualmente, cedendo à tentação que temos de ser permanentemente periféricos.
Já aqui chamamos a atenção para a questão dos Direitos e Liberdades Individuais, que interessa a tod@s, (20 de Junho) e que é uma das traves mestras da Constituição, e ontem mesmo tomamos posição sobre a inserção, ou não, do nome da Herança Cristã, na Constituição Europeia.
Há questões de substância que devem merecer a apreciação dos foreir@s, dado que uma vez aprovada esta Constituição ela vai reger-nos totalmente, durante os nossos próximos anos.
Hoje, Nuno Ramos de Almeida, numa interessante peça na "Capital", "Poder Constituinte Europeu " chama a atenção para duas questões: a do referendo para aprovação da Magna Carta Europeia , no seu entender, inútil, e explica porquê, e do Fórum Social Europeu, em Paris, em Novembro próximo.
O nosso companheiro da ATTAC, mas não é em nome dela que escreve, liga a importância desta reunião, e das "multidões em movimento", uma "espécie de poder constituinte", de uma "nova realidade europeia" às próximas eleições para o Parlamento Europeu, dentro de um ano.
UMA DELEGAÇÃO PORTUGUESA EM PARIS
Independentemente da subscrição, ou não, desta tese, o que se me oferece, desde já, dizer é que me parece bastante importante que esteja uma forte delegação portuguesa em Paris, para discutirmos se devemos fazer a linkagem deste poderoso movimento dos movimentos, a umas eleições parlamentares europeias, entre muitas outras coisas que depois se vão repercutir em Portugal. É que também se começa a falar no nascimento de um novo Partido Europeu, que poderia sair do "aproveitamento" de algumas destas mobilizações de massas. Tudo questões interessantes, e não de somenos importância.
Creio que é interessante e bom que as nossas ONG´s se mobilizem e comecem a discutir entre si, estas agendas , para não delegarmos estas virtualidades de participação democráticas nas pessoas que seguramente já decidiram que vão a Paris de toda a Europa , e onde seguramente vão tomar posições que nos podem vir a envolver.
AS
O Forum Social Português , creio eu, tem andado um bocado arredado das centrais questões que se prendem com a Constituição Europeia, talvez enredado no tema dos partidos versus movimento social, ou eventualmente, cedendo à tentação que temos de ser permanentemente periféricos.
Já aqui chamamos a atenção para a questão dos Direitos e Liberdades Individuais, que interessa a tod@s, (20 de Junho) e que é uma das traves mestras da Constituição, e ontem mesmo tomamos posição sobre a inserção, ou não, do nome da Herança Cristã, na Constituição Europeia.
Há questões de substância que devem merecer a apreciação dos foreir@s, dado que uma vez aprovada esta Constituição ela vai reger-nos totalmente, durante os nossos próximos anos.
Hoje, Nuno Ramos de Almeida, numa interessante peça na "Capital", "Poder Constituinte Europeu " chama a atenção para duas questões: a do referendo para aprovação da Magna Carta Europeia , no seu entender, inútil, e explica porquê, e do Fórum Social Europeu, em Paris, em Novembro próximo.
O nosso companheiro da ATTAC, mas não é em nome dela que escreve, liga a importância desta reunião, e das "multidões em movimento", uma "espécie de poder constituinte", de uma "nova realidade europeia" às próximas eleições para o Parlamento Europeu, dentro de um ano.
UMA DELEGAÇÃO PORTUGUESA EM PARIS
Independentemente da subscrição, ou não, desta tese, o que se me oferece, desde já, dizer é que me parece bastante importante que esteja uma forte delegação portuguesa em Paris, para discutirmos se devemos fazer a linkagem deste poderoso movimento dos movimentos, a umas eleições parlamentares europeias, entre muitas outras coisas que depois se vão repercutir em Portugal. É que também se começa a falar no nascimento de um novo Partido Europeu, que poderia sair do "aproveitamento" de algumas destas mobilizações de massas. Tudo questões interessantes, e não de somenos importância.
Creio que é interessante e bom que as nossas ONG´s se mobilizem e comecem a discutir entre si, estas agendas , para não delegarmos estas virtualidades de participação democráticas nas pessoas que seguramente já decidiram que vão a Paris de toda a Europa , e onde seguramente vão tomar posições que nos podem vir a envolver.
AS
Nota interrogativa fílmica
Quando é que voltam a passar o Sandokan, o Tigre da Malásia, ou Miguel Strogof, o valente cossaco (já nem me lembro bem)? bons tempos, quando na terriola íamos os putos todos ver mais um episódio do Miguel Strogof ao "Perigoso". Num ermo perdido sem electricidade, era o único sítio com uma televisão a motor, que fazia um barulho ensurdecedor, tinha uma imagem maléfica, mas para nós, era o mais luxuoso dos cinemas (a sério que era...bem, mais ou menos). E para acompanhar, compravamos uma Gasosa de litro e meio e faziamos uma ganda festa.
PP
Quando é que voltam a passar o Sandokan, o Tigre da Malásia, ou Miguel Strogof, o valente cossaco (já nem me lembro bem)? bons tempos, quando na terriola íamos os putos todos ver mais um episódio do Miguel Strogof ao "Perigoso". Num ermo perdido sem electricidade, era o único sítio com uma televisão a motor, que fazia um barulho ensurdecedor, tinha uma imagem maléfica, mas para nós, era o mais luxuoso dos cinemas (a sério que era...bem, mais ou menos). E para acompanhar, compravamos uma Gasosa de litro e meio e faziamos uma ganda festa.
PP
Ainda a PAC
Uma das coisas positivas desta PAC é a atribuição de subsídios "na base de critérios ambientais, de segurança alimentar, bem estar animal e manutenção das terras agrícolas". Para Portugal, isto implica mais pastorícia extensiva e agricultura de sequeiro...Onde é que entra o nosso mega-investimento do Alqueva, nesta nova lógica??
O nosso ministro da Agricultura deve estar neste momento a dar voltas e voltas à cabeça para descobrir como sacar o dinheiro da PAC que implica protecção ambiental e mariquices do género. Esta é questão que lhe deve zurzir (as palavras que se aprendem com o Nicolau Brayner) o espírito sem descanso: como pôr a mão num vespeiro e sacar o mel sem ser violentamente ferroado por milhões de pequenas bestas em fúria? Como sacar o guito da generosa Europa a fazer cenas que aparentemente vão contribuir para um melhor ambiente? estamos todos confiantes na imaginação do ministro, porque neste País, quando as verdinhas abanam ao longe, inventa-se qualquer coisinha para que a brisa sobre para os nossos lado. Agora, ambiente, bem estar animal, agricultura biológica, deve corresponder a 1 fatia do bolo para estas componentes esquisitas desta reforma manhosa; as outras 9 fatias vão mas é para umas belas plantações de Eucaliptos de lés a lés, que dão logo um melhor ambiente pelos odores que libertam. Mas nunca se sabe, talvez as coisas melhorem*
PP
* O meu optimismo não tem limites, eu sei....
Uma das coisas positivas desta PAC é a atribuição de subsídios "na base de critérios ambientais, de segurança alimentar, bem estar animal e manutenção das terras agrícolas". Para Portugal, isto implica mais pastorícia extensiva e agricultura de sequeiro...Onde é que entra o nosso mega-investimento do Alqueva, nesta nova lógica??
O nosso ministro da Agricultura deve estar neste momento a dar voltas e voltas à cabeça para descobrir como sacar o dinheiro da PAC que implica protecção ambiental e mariquices do género. Esta é questão que lhe deve zurzir (as palavras que se aprendem com o Nicolau Brayner) o espírito sem descanso: como pôr a mão num vespeiro e sacar o mel sem ser violentamente ferroado por milhões de pequenas bestas em fúria? Como sacar o guito da generosa Europa a fazer cenas que aparentemente vão contribuir para um melhor ambiente? estamos todos confiantes na imaginação do ministro, porque neste País, quando as verdinhas abanam ao longe, inventa-se qualquer coisinha para que a brisa sobre para os nossos lado. Agora, ambiente, bem estar animal, agricultura biológica, deve corresponder a 1 fatia do bolo para estas componentes esquisitas desta reforma manhosa; as outras 9 fatias vão mas é para umas belas plantações de Eucaliptos de lés a lés, que dão logo um melhor ambiente pelos odores que libertam. Mas nunca se sabe, talvez as coisas melhorem*
PP
* O meu optimismo não tem limites, eu sei....
A reforma da PAC: outra PAC é possível
Indo contra tudo e contra todos, arrisco-me a mandar umas bocas. Se aqui há uma carrada de anos tinha sentido a Europa incentivar a sua agricultura, já que estava longe de ser auto-suficiente, hoje em dia esse quadro mudou drasticamente: temos excedente de quase tudo, somos obrigados a derramar leite e a queimar colheitas, tudo em nome de um mercado cego e ávido; no entanto, a Europa continua a subsidiar a agricultura, com as mesmas regras do início da sua política agrícola. Nestas regras, o importante é o número de cabeças de gado e os hectares e outras coisa quantitativas do género. Para além deste proteccionismo ter consequências gravíssimas em países terceiros (do terceiro mundo, por exemplo), ele benificia a quem e o quê?
Pelos vistos, apenas metade dos agricultores Europeus acede ao bolo financeiro da PAC. Desta metade, 4% ficam com mais de metade do bolo (imagino que em Portugal ainda fiquem com mais bolo, pelo menos no Alentejo). Enquanto isso, práticas agrícolas sustentáveis, que nos dias que correm terão cada vez mais competitividade, não são incentivadas; correcção: já são incentivadas, pelo menos no papel; mas o nosso ministro está interessado é em quotas de leite; o mais certo é que para ir lá buscar esse guito Portugal se ponha a florestar a torto e a direito, desde Castro Verde à Serra da Arrábida. A ver vamos. A criação de gado em sistemas extensivos (e não intensivos), a manutenção da biodiversidade (ou mesmo o seu incremento), a não erosão dos solos, a utilização de raças autóctones, mais adaptadas as nossas condições ecológicas, a não utilização de pesticidas e de adubos, são atributos essenciais de uma agricultura sustentável e esses atributos, não são (ou são muito pouco) incentivados. A actual PAC ainda está no critério da quantidade , quando os consumidores europeus já há muito que se preocupam com a qualidade do que comem e com a conservação dos ecossitemas. O que mais me dói, é que temos todas as condições para chegar a essa qualidade, e ter um desenvolvimento sustentável harmonioso (como é já disso prova a biodiversidade do Montado, sistema agro-silvo-pastoril onde homem e natureza contribuem em partes iguais para dar forma a este ecossistema), e continuamos a subsidiar quotas cegas, que acabam muitas delas a ajudar na proliferação incontrolada de jipões por esse Portugal fora.....
PP
PS - Na prática ficou tudo na mesma, com os poderosos a receberem subsídios principescos e com os pequenos agricultores, condenados ao desaparecimento. Por curiosidade, a rainha de Inglaterra, essa grande agricultora, é uma das principais beneficiárias da PAC
Indo contra tudo e contra todos, arrisco-me a mandar umas bocas. Se aqui há uma carrada de anos tinha sentido a Europa incentivar a sua agricultura, já que estava longe de ser auto-suficiente, hoje em dia esse quadro mudou drasticamente: temos excedente de quase tudo, somos obrigados a derramar leite e a queimar colheitas, tudo em nome de um mercado cego e ávido; no entanto, a Europa continua a subsidiar a agricultura, com as mesmas regras do início da sua política agrícola. Nestas regras, o importante é o número de cabeças de gado e os hectares e outras coisa quantitativas do género. Para além deste proteccionismo ter consequências gravíssimas em países terceiros (do terceiro mundo, por exemplo), ele benificia a quem e o quê?
Pelos vistos, apenas metade dos agricultores Europeus acede ao bolo financeiro da PAC. Desta metade, 4% ficam com mais de metade do bolo (imagino que em Portugal ainda fiquem com mais bolo, pelo menos no Alentejo). Enquanto isso, práticas agrícolas sustentáveis, que nos dias que correm terão cada vez mais competitividade, não são incentivadas; correcção: já são incentivadas, pelo menos no papel; mas o nosso ministro está interessado é em quotas de leite; o mais certo é que para ir lá buscar esse guito Portugal se ponha a florestar a torto e a direito, desde Castro Verde à Serra da Arrábida. A ver vamos. A criação de gado em sistemas extensivos (e não intensivos), a manutenção da biodiversidade (ou mesmo o seu incremento), a não erosão dos solos, a utilização de raças autóctones, mais adaptadas as nossas condições ecológicas, a não utilização de pesticidas e de adubos, são atributos essenciais de uma agricultura sustentável e esses atributos, não são (ou são muito pouco) incentivados. A actual PAC ainda está no critério da quantidade , quando os consumidores europeus já há muito que se preocupam com a qualidade do que comem e com a conservação dos ecossitemas. O que mais me dói, é que temos todas as condições para chegar a essa qualidade, e ter um desenvolvimento sustentável harmonioso (como é já disso prova a biodiversidade do Montado, sistema agro-silvo-pastoril onde homem e natureza contribuem em partes iguais para dar forma a este ecossistema), e continuamos a subsidiar quotas cegas, que acabam muitas delas a ajudar na proliferação incontrolada de jipões por esse Portugal fora.....
PP
PS - Na prática ficou tudo na mesma, com os poderosos a receberem subsídios principescos e com os pequenos agricultores, condenados ao desaparecimento. Por curiosidade, a rainha de Inglaterra, essa grande agricultora, é uma das principais beneficiárias da PAC
A Associação José Afonso organiza debate na Ler Devagar
Após mais de seis meses do afundamento do Prestige, a Associação José Afonso organiza um debate que terá lugar na Livraria Ler Devagar, dia 4 de Julho às 22:00 horas.
Um debate solidário para com o povo galego e que denuncia a catástrofe que será cantada por Uxía, na Aula Magna, dia 5 de Julho às 21:30 horas. Espectáculo este também organizado pela Associação José Afonso: "Afirmar Cantigas do Maio".
"PRESTIGE" NA LER DEVAGAR
Mais de seis meses depois do afundamento do Prestige, metade do litoral da zona protegida das Ilhas Atlânticas continua poluída e mais de 300 praias mantêm o fuelóleo abaixo das primeiras camadas de areia, enquanto os rochedos da maior parte do litoral atingido continuam pretos. 90% das praias da Costa da Morte têm fuelóleo e não podem ser usufruídas pelos banhistas.
Mais de 1.000.000 metros quadrados de superfície estão afectados. Além disso, 35.000 toneladas de crude continuam nos tanques, no fundo do mar, a largar fuelóleo constantemente.
O próprio presidente da Junta da Galiza, Manuel Fraga Iribarne, declarou recentemente que "não havia pressa" para retirar o fuel e que o começo das manobras de extracção podia ainda demorar um ano; é provável que por detrás destas declarações esteja a intenção de finalmente anunciar que o fuel não vai ser retirado, correndo-se assim o risco de novas grandes marés negras.
Enquanto prossegue a farsa mediática do governo pela suposta limpeza de praias e entrega de escassos e insuficientes subsídios, cresce a repressão sobre os membros de colectivos que participam no movimento popular exigindo responsabilidades.
Ninguém duvida que se hoje um outro "Prestige" acontecesse, a situação poderia reproduzir-se nos mesmos termos, uma vez que não foram tomadas medidas estruturais. A Galiza continua sem rebocadores suficientes e modernos, sem navios anti-contaminação. Outros países que sofreram marés negras, como o Canadá, tomaram medidas, mas a administração espanhola continua a sua criminosa atitude de desprezo pela Galiza.
No dia 14 de Junho, galegos apoiados pela solidariedade de outros povos da Europa, manifestaram-se na Praça do Peixe em Bruxelas exigindo uma solução definitiva para a catástrofe do Prestige.
Esta manifestação, que culminou com uma reunião entre a Plataforma Nunca Máis e a Comissão Europeia, serviu também para exigir uma solução legislativa relativamente às catástrofes no oceano, bem como planos de actuação rápida quando as mesmas se verificarem.
Tudo isto sem farsas nem mentiras e com consequências penais severas para quem polui descaradamente o Oceano.
Manolo Maneiro, Xaquín Rubido, Xoan Guitián juntamente com Uxía (que também actuará na Aula Magna no dia 5 de Julho), deslocam-se da Galiza a convite da Associação José Afonso, para nos darem uma visão actual da vida dos pescadores galegos, dos resultados do encontro de Bruxelas e ainda das linhas de orientação do Movimento Popular Galego aglutinado na Plataforma Nunca Mais.
AJA e Plataforma Nunca Mais
Após mais de seis meses do afundamento do Prestige, a Associação José Afonso organiza um debate que terá lugar na Livraria Ler Devagar, dia 4 de Julho às 22:00 horas.
Um debate solidário para com o povo galego e que denuncia a catástrofe que será cantada por Uxía, na Aula Magna, dia 5 de Julho às 21:30 horas. Espectáculo este também organizado pela Associação José Afonso: "Afirmar Cantigas do Maio".
"PRESTIGE" NA LER DEVAGAR
Mais de seis meses depois do afundamento do Prestige, metade do litoral da zona protegida das Ilhas Atlânticas continua poluída e mais de 300 praias mantêm o fuelóleo abaixo das primeiras camadas de areia, enquanto os rochedos da maior parte do litoral atingido continuam pretos. 90% das praias da Costa da Morte têm fuelóleo e não podem ser usufruídas pelos banhistas.
Mais de 1.000.000 metros quadrados de superfície estão afectados. Além disso, 35.000 toneladas de crude continuam nos tanques, no fundo do mar, a largar fuelóleo constantemente.
O próprio presidente da Junta da Galiza, Manuel Fraga Iribarne, declarou recentemente que "não havia pressa" para retirar o fuel e que o começo das manobras de extracção podia ainda demorar um ano; é provável que por detrás destas declarações esteja a intenção de finalmente anunciar que o fuel não vai ser retirado, correndo-se assim o risco de novas grandes marés negras.
Enquanto prossegue a farsa mediática do governo pela suposta limpeza de praias e entrega de escassos e insuficientes subsídios, cresce a repressão sobre os membros de colectivos que participam no movimento popular exigindo responsabilidades.
Ninguém duvida que se hoje um outro "Prestige" acontecesse, a situação poderia reproduzir-se nos mesmos termos, uma vez que não foram tomadas medidas estruturais. A Galiza continua sem rebocadores suficientes e modernos, sem navios anti-contaminação. Outros países que sofreram marés negras, como o Canadá, tomaram medidas, mas a administração espanhola continua a sua criminosa atitude de desprezo pela Galiza.
No dia 14 de Junho, galegos apoiados pela solidariedade de outros povos da Europa, manifestaram-se na Praça do Peixe em Bruxelas exigindo uma solução definitiva para a catástrofe do Prestige.
Esta manifestação, que culminou com uma reunião entre a Plataforma Nunca Máis e a Comissão Europeia, serviu também para exigir uma solução legislativa relativamente às catástrofes no oceano, bem como planos de actuação rápida quando as mesmas se verificarem.
Tudo isto sem farsas nem mentiras e com consequências penais severas para quem polui descaradamente o Oceano.
Manolo Maneiro, Xaquín Rubido, Xoan Guitián juntamente com Uxía (que também actuará na Aula Magna no dia 5 de Julho), deslocam-se da Galiza a convite da Associação José Afonso, para nos darem uma visão actual da vida dos pescadores galegos, dos resultados do encontro de Bruxelas e ainda das linhas de orientação do Movimento Popular Galego aglutinado na Plataforma Nunca Mais.
AJA e Plataforma Nunca Mais
quinta-feira, junho 26, 2003
A reforma da coisa pública
Para uma análise profunda, vão aqui ao blogue do camarada canhoto ou ainda aos socio-camaradas que esgatanham a coisa toda de cima a baixo; mas superficialmente, o que é que motiva o nosso primeiro a reformar de alto a baixo o funcionalismo público Português? será acabar com a impunidade de muitos malandros? transformar a coisa pública em Portugal SA? gostar de ver os meninos mais bonitos do funcionalismo no livro de honra? plantar um novo laranjal (a propósito, convém adquirir rapidamente o cartão laranja)? colmatar o défice de democracia participativa e deixar alunos e utentes avaliar os serviços públicos? arranjar-me um emprego (era fixe....ná, não me parece)?
Em amistosa cavaqueira em redor dum gélido gaspacho, uma amiga minha deu-me uma pista preciosa; a mãe do camarada Durão é uma das tais com emprego para a vida, numa Escola de Moura, neste nosso Portugal profundo; pela descrição do animal, a mulher era mesmo bera, tipo professora do Calvin (miss wormwood das tiras de BD no fim do público, não perfume caríssimo que enche os bolsos a esse grandessíssimo ultra-liberal xenófobo), má comás cobras, com a sensibilidade de uma pedra do asfalto para lidar com as criancinhas. Até agora ninguém se queixou dela, porque aqui há uns anos diziam que era mãe de um peixe graúdo (qualquer coisa que acaba em ...erne).
E agora aqui vem a explicação (depois das mimeses dos Telectu, os meus neurónios já estão muito à frente): se a revolução do Durão vingar, a sua progenitora será uma das primeiras vítimas (dado o seu desempenho mais do que medíocre), e finalmente, todas as sevícias que o petiz sofreu às mãos daquela educadora pouco doada serão vingadas. Desde pequenino que ele queria ser 1º ministro para poder quilhar a mãe. Tanto trabalho, tanto trabalho, mas valeu a pena.
O que acho mal, é que para além de ter dado cabo da vida a gerações sucessivas de Mourenses, a Ogreza também nos deixou para ministro aquela linda prenda. Estragou a vida do petiz, e de ricochete, estraga-nos a vida a todos nós. ´tá mal.
PP
PS - Estou mesmo a ver quem é que vai ser a vítima da revolução do Durão; é que revolução como à dos cravos, sem danos colaterais, ele há poucas. A sorte é que já estou desempregado. Fosga-se, ganda sorte que eu tenho!!!
Para uma análise profunda, vão aqui ao blogue do camarada canhoto ou ainda aos socio-camaradas que esgatanham a coisa toda de cima a baixo; mas superficialmente, o que é que motiva o nosso primeiro a reformar de alto a baixo o funcionalismo público Português? será acabar com a impunidade de muitos malandros? transformar a coisa pública em Portugal SA? gostar de ver os meninos mais bonitos do funcionalismo no livro de honra? plantar um novo laranjal (a propósito, convém adquirir rapidamente o cartão laranja)? colmatar o défice de democracia participativa e deixar alunos e utentes avaliar os serviços públicos? arranjar-me um emprego (era fixe....ná, não me parece)?
Em amistosa cavaqueira em redor dum gélido gaspacho, uma amiga minha deu-me uma pista preciosa; a mãe do camarada Durão é uma das tais com emprego para a vida, numa Escola de Moura, neste nosso Portugal profundo; pela descrição do animal, a mulher era mesmo bera, tipo professora do Calvin (miss wormwood das tiras de BD no fim do público, não perfume caríssimo que enche os bolsos a esse grandessíssimo ultra-liberal xenófobo), má comás cobras, com a sensibilidade de uma pedra do asfalto para lidar com as criancinhas. Até agora ninguém se queixou dela, porque aqui há uns anos diziam que era mãe de um peixe graúdo (qualquer coisa que acaba em ...erne).
E agora aqui vem a explicação (depois das mimeses dos Telectu, os meus neurónios já estão muito à frente): se a revolução do Durão vingar, a sua progenitora será uma das primeiras vítimas (dado o seu desempenho mais do que medíocre), e finalmente, todas as sevícias que o petiz sofreu às mãos daquela educadora pouco doada serão vingadas. Desde pequenino que ele queria ser 1º ministro para poder quilhar a mãe. Tanto trabalho, tanto trabalho, mas valeu a pena.
O que acho mal, é que para além de ter dado cabo da vida a gerações sucessivas de Mourenses, a Ogreza também nos deixou para ministro aquela linda prenda. Estragou a vida do petiz, e de ricochete, estraga-nos a vida a todos nós. ´tá mal.
PP
PS - Estou mesmo a ver quem é que vai ser a vítima da revolução do Durão; é que revolução como à dos cravos, sem danos colaterais, ele há poucas. A sorte é que já estou desempregado. Fosga-se, ganda sorte que eu tenho!!!
Olá II FSP,
De facto, a experiência parece tornar evidente que o problema não se colocou entre partidos e movimentos sociais, como insistentemente se quis fazer querer. O problema foi entre partidos que impuseram como tema oficial do FSP a contagem de cabeças e alinhamentos de um e do outro lado. Ainda por cima fizeram-no sem nunca o assumirem explicitamente, dando azo ao florescimento de comportamentos oportunistas e enfeudamentos mais papistas que o papa.
Ser aderente de um partido ou ser militante partidário não deve ser um estigma. Porém o objecto do FSP é precisamente o de construir a oportunidade de um outro tipo de espaço democrático, não confessional ou partidário (cf. declaração de Porto Alegre), ser estabelecido e de fazer o seu caminho, sem concorrência com a democracia representativa. Não precisamos de aprender a fazer política como fazem os partidos. Precisamos de aprender a fazer política como se faz no FSM.
Como muitos já dizem, acho que é preciso denunciar a declaração de Coimbra como um erro. E proclamar a declaração de Porto Alegre como a única referência legislativa, digamos assim, a que nos deveremos ater.
Nesse sentido conviria encetar uma discussão sobre o valor da declaração de Porto Alegre, que como todas as leis é susceptível de ser aplicada de diversas maneiras, bem como insistir em desenvolver metodologias de participação livres das teias da representatividade. Por exemplo: não faz o mínimo sentido fazer plenários "decisivos" em carrossel pelo país, permitindo todo o tipo de manobrismos, ao mesmo tempo que a discussão de ideias e de projectos não se faz e a comissão de rede - a que deveria ter aberto o espaço de participação a gente isolada que possa querer alinhar - ficou em
terceiro plano das prioridades das três comissões (programa, organização e rede), como o mostra a desmobilização dos fora regionais.
Há que discutir organizações e processos legítimos, sem legalismos nem oportunismos, de forma a que as redes de alianças se possam fortalecer e alongar livremente, sem entrarem em contradição com as outras redes que também participam no FSP mas não conseguem encontrar (para já) pontes entre si e sem contradição com os partidos ou opiniões religiosas, mas que para aqui não são chamadas. A organização e a definição de legitimidades processuais deveriam ser as pontes minimalistas e democráticas, avaliadas em função da capacidade de suportar a polémica, sustentar avanços nos debates e atrair novos agentes.
APD (António Pedro Dores)
PS: leiam, divulguem e subscrevam
NÃO AO ABUSO SEXUAL DE CRIANÇAS
De facto, a experiência parece tornar evidente que o problema não se colocou entre partidos e movimentos sociais, como insistentemente se quis fazer querer. O problema foi entre partidos que impuseram como tema oficial do FSP a contagem de cabeças e alinhamentos de um e do outro lado. Ainda por cima fizeram-no sem nunca o assumirem explicitamente, dando azo ao florescimento de comportamentos oportunistas e enfeudamentos mais papistas que o papa.
Ser aderente de um partido ou ser militante partidário não deve ser um estigma. Porém o objecto do FSP é precisamente o de construir a oportunidade de um outro tipo de espaço democrático, não confessional ou partidário (cf. declaração de Porto Alegre), ser estabelecido e de fazer o seu caminho, sem concorrência com a democracia representativa. Não precisamos de aprender a fazer política como fazem os partidos. Precisamos de aprender a fazer política como se faz no FSM.
Como muitos já dizem, acho que é preciso denunciar a declaração de Coimbra como um erro. E proclamar a declaração de Porto Alegre como a única referência legislativa, digamos assim, a que nos deveremos ater.
Nesse sentido conviria encetar uma discussão sobre o valor da declaração de Porto Alegre, que como todas as leis é susceptível de ser aplicada de diversas maneiras, bem como insistir em desenvolver metodologias de participação livres das teias da representatividade. Por exemplo: não faz o mínimo sentido fazer plenários "decisivos" em carrossel pelo país, permitindo todo o tipo de manobrismos, ao mesmo tempo que a discussão de ideias e de projectos não se faz e a comissão de rede - a que deveria ter aberto o espaço de participação a gente isolada que possa querer alinhar - ficou em
terceiro plano das prioridades das três comissões (programa, organização e rede), como o mostra a desmobilização dos fora regionais.
Há que discutir organizações e processos legítimos, sem legalismos nem oportunismos, de forma a que as redes de alianças se possam fortalecer e alongar livremente, sem entrarem em contradição com as outras redes que também participam no FSP mas não conseguem encontrar (para já) pontes entre si e sem contradição com os partidos ou opiniões religiosas, mas que para aqui não são chamadas. A organização e a definição de legitimidades processuais deveriam ser as pontes minimalistas e democráticas, avaliadas em função da capacidade de suportar a polémica, sustentar avanços nos debates e atrair novos agentes.
APD (António Pedro Dores)
PS: leiam, divulguem e subscrevam
NÃO AO ABUSO SEXUAL DE CRIANÇAS
Orgulho Gay e Vidas Alternativas
5ª FEIRA: Orgulho do Corpo Gay, Max, R. S. Marçal 15, Lx, streap!
6ª FEIRA: Festa do Orgulho da Margem Sul, Mister Gay, Caparica!
SÁBADO: MARCHA DO ORGULHO e Arraial Pride!
DOMINGO: 1ª Love Parade, das 11h atè à madrugada! Milharers de pessoas a dançar na rua todo o dia e toda a noite!
MARCHA DO ORGULHO
Sábado, 28 de Junho, pelas 17 horas.
Pela primeira vez com a participação da CGTP (que levará uma faixa!) e de algumas organizações do Fórum Social Português, como a ATTAC.
VA (vidasalternativas@hotmail.com)
" Vidas Alternativas, "um programa muito pouco católico,para todos os protestantes sexuais" , (Rádio Voxx, Lisboa 91.6 e Porto 90.0) é às quartas feiras, das 21-22h, e é o único programa lgbt da nossa comunidade, é em directo, inter-activo, sério e divertido. É realizado já há mais de três anos por voluntários: António Serzedelo que é o seu mentor, e José Antunes, (psicólogo). Tem ainda a colaboração do noticiarista Paulo Rodrigues do ex-GayPt.com, e critica de teatro ,cinema, literatura, e da noite glbt ,esta da autoria do nosso critico " Marlon" de sobrenome, o "Boquinha da Noite", assim como diferentes convidados, conforme o tema.
Passamos alguns anúncios pessoais breves(sms). Telefone em directo para intervir durante o programa, com a sua opinião, se desejar anónima, para : 213851624. Para mensagens curtas escritas, ou anúncios, utilize o 93 84010 26 que a sua msg será lida, e comentada, por vezes.
Este programa é um programa independente da Opus Gay, politicamente incorrecto, e as opiniões aqui expressas não reflectem as posições da associação.
VA LÉSBICO
Todas as primeiras quartas-feiras do mês o VA é lésbico. Participa através dos telefs: 21 385 16 24 ou 91 685 20 54 (para mensagens escritas).
AS
5ª FEIRA: Orgulho do Corpo Gay, Max, R. S. Marçal 15, Lx, streap!
6ª FEIRA: Festa do Orgulho da Margem Sul, Mister Gay, Caparica!
SÁBADO: MARCHA DO ORGULHO e Arraial Pride!
DOMINGO: 1ª Love Parade, das 11h atè à madrugada! Milharers de pessoas a dançar na rua todo o dia e toda a noite!
MARCHA DO ORGULHO
Sábado, 28 de Junho, pelas 17 horas.
Pela primeira vez com a participação da CGTP (que levará uma faixa!) e de algumas organizações do Fórum Social Português, como a ATTAC.
VA (vidasalternativas@hotmail.com)
" Vidas Alternativas, "um programa muito pouco católico,para todos os protestantes sexuais" , (Rádio Voxx, Lisboa 91.6 e Porto 90.0) é às quartas feiras, das 21-22h, e é o único programa lgbt da nossa comunidade, é em directo, inter-activo, sério e divertido. É realizado já há mais de três anos por voluntários: António Serzedelo que é o seu mentor, e José Antunes, (psicólogo). Tem ainda a colaboração do noticiarista Paulo Rodrigues do ex-GayPt.com, e critica de teatro ,cinema, literatura, e da noite glbt ,esta da autoria do nosso critico " Marlon" de sobrenome, o "Boquinha da Noite", assim como diferentes convidados, conforme o tema.
Passamos alguns anúncios pessoais breves(sms). Telefone em directo para intervir durante o programa, com a sua opinião, se desejar anónima, para : 213851624. Para mensagens curtas escritas, ou anúncios, utilize o 93 84010 26 que a sua msg será lida, e comentada, por vezes.
Este programa é um programa independente da Opus Gay, politicamente incorrecto, e as opiniões aqui expressas não reflectem as posições da associação.
VA LÉSBICO
Todas as primeiras quartas-feiras do mês o VA é lésbico. Participa através dos telefs: 21 385 16 24 ou 91 685 20 54 (para mensagens escritas).
AS
O trágico destino do dedo de Galileo
Como me encontro atafulhado de trabalho até ao pescoço, e como os meus últimos posts têm sido bastante sisudos, aqui fica uma referência a um livro, pelo qual tenho trocado grande parte do meu sono ultimamente, e que me parece injusto não partilhar com quem, como eu, é apaixonado por divulgação científica:
"Galileos´s finger, the ten great ideas of science" de Peter Atkins editado em língua inglesa pela Oxford University Press.
Como o próprio nome indica, o livro é sobre o que o autor considera serem as dez grandes ideias em ciência. A escolha, que o próprio autor assume como sendo naturalmente discutível, é a seguinte: Evolução, DNA, Energia, Entropia, Átomos, Simetria, Quanta, Cosmologia, Espaço-tempo e Aritmética.
O melhor que posso dizer do livro é que proporciona um prazer semelhante ao de, estando um indivíduo cheio de sede, resolver saciá-la bebendo voluntariamente água gelada através de uma palhinha (eu tenho um velho amigo que costumava de facto fazer isto, a seguir de passar noites inteiras pôr pendões partidários pelas ruas de Lisboa!).
A par de proporcionar prazer o livro incomoda-nos, talvez por impor cruelmente a exposição da contradição entre as nossas pequenas e grandes misérias, e a beleza de tudo. Enfim perdoem lá a lamechisse, mas um ateu também tem direito a uns arrebatamentozitos místicos de vez em quando, para além do já costumeiro “um outro mundo é possível!”
Se preferirem uma imagem menos emocional, leiam a contra capa onde Richard Dawkins sugere que, apesar de tal nunca ter acontecido, o prémio nobel da literatura poderia ser atribuído a um cientista, justamente a Atkins por este dedito de génio.
Já agora um pormenor mórbido: o título tem algo de literal. É que logo nas primeiras páginas aparece uma foto do verdadeiro dedo de Galileo! De facto, como aí se explica, em 12 de Março de 1737, alguém resolveu que guardar um dedito do rapaz num museu era capaz de ter piada... agora imaginem o aspecto do dito apêndice com mais de 300 anitos (Galileo morreu em 1642)! Bom os mais impressionáveis passam essa página e seguem em frente. Vale mesmo a pena!
Última nota: quando lhe cortaram o dedo o corpo de Galileo foi transferido para a igreja de Santa Croce (Santa Cruz) em Florença. Na lindíssima praça com o mesmo nome há uma simpática e recatada enoteca, onde ao fim da tarde se bebe chianti a copo, e onde a inundação de beleza torna mais simples acreditar que um outro mundo é mesmo possível...
FMR
PS - Para futuras núpcias fica um comentário a um dos melhores livros de divulgação na área de cosmologia que já li - "Faster than the speed of light" de João Magueijo (depois de lerem este podem esquecer os Stephen Hawkings e companhia!).
Como me encontro atafulhado de trabalho até ao pescoço, e como os meus últimos posts têm sido bastante sisudos, aqui fica uma referência a um livro, pelo qual tenho trocado grande parte do meu sono ultimamente, e que me parece injusto não partilhar com quem, como eu, é apaixonado por divulgação científica:
"Galileos´s finger, the ten great ideas of science" de Peter Atkins editado em língua inglesa pela Oxford University Press.
Como o próprio nome indica, o livro é sobre o que o autor considera serem as dez grandes ideias em ciência. A escolha, que o próprio autor assume como sendo naturalmente discutível, é a seguinte: Evolução, DNA, Energia, Entropia, Átomos, Simetria, Quanta, Cosmologia, Espaço-tempo e Aritmética.
O melhor que posso dizer do livro é que proporciona um prazer semelhante ao de, estando um indivíduo cheio de sede, resolver saciá-la bebendo voluntariamente água gelada através de uma palhinha (eu tenho um velho amigo que costumava de facto fazer isto, a seguir de passar noites inteiras pôr pendões partidários pelas ruas de Lisboa!).
A par de proporcionar prazer o livro incomoda-nos, talvez por impor cruelmente a exposição da contradição entre as nossas pequenas e grandes misérias, e a beleza de tudo. Enfim perdoem lá a lamechisse, mas um ateu também tem direito a uns arrebatamentozitos místicos de vez em quando, para além do já costumeiro “um outro mundo é possível!”
Se preferirem uma imagem menos emocional, leiam a contra capa onde Richard Dawkins sugere que, apesar de tal nunca ter acontecido, o prémio nobel da literatura poderia ser atribuído a um cientista, justamente a Atkins por este dedito de génio.
Já agora um pormenor mórbido: o título tem algo de literal. É que logo nas primeiras páginas aparece uma foto do verdadeiro dedo de Galileo! De facto, como aí se explica, em 12 de Março de 1737, alguém resolveu que guardar um dedito do rapaz num museu era capaz de ter piada... agora imaginem o aspecto do dito apêndice com mais de 300 anitos (Galileo morreu em 1642)! Bom os mais impressionáveis passam essa página e seguem em frente. Vale mesmo a pena!
Última nota: quando lhe cortaram o dedo o corpo de Galileo foi transferido para a igreja de Santa Croce (Santa Cruz) em Florença. Na lindíssima praça com o mesmo nome há uma simpática e recatada enoteca, onde ao fim da tarde se bebe chianti a copo, e onde a inundação de beleza torna mais simples acreditar que um outro mundo é mesmo possível...
FMR
PS - Para futuras núpcias fica um comentário a um dos melhores livros de divulgação na área de cosmologia que já li - "Faster than the speed of light" de João Magueijo (depois de lerem este podem esquecer os Stephen Hawkings e companhia!).
BALANÇO DO 1º FSP FEITO PELA CPADA – IV (e última) parte
PELA CONVOCAÇÃO DO II FÓRUM SOCIAL PORTUGUÊS
Todos quantos conscientemente recusaram manipular ou deixarem-se manipular, devem analisar crítica e autocriticamente o Fórum e o mais depressa possível proclamarem a convocação do II Fórum.
No sentido de manter a dinâmica conquistada durante o I Fórum Social Português, convidamos desde já todos os movimentos sociais a convocar encontros de análise e cooperação com vista à preparação do II FSP.
O QUE SE DEVE ESPERAR DO II FÓRUM SOCIAL PORTUGUÊS
Alimentamos a expectativa de que o II Fórum possa mobilizar mais organizações (alargando-se a sectores que, por razões diversas, estiveram ausentes deste) e de que participem muitos mais activistas.
O sentimento que se retira das conversas com alguns activistas de várias organizações é de que estão criadas as condições políticas para se intensificar o trabalho: existe um ambiente de entusiasmo sobretudo nos participantes mais jovens.
A CPADA, que a este Fórum deu em muitos sectores o seu contributo, através da sua estrutura central ou através das suas associadas, tanto na organização como nos debates, pensa que estão criadas as condições para aprofundar e alargar ainda mais a sua participação. Tomaremos desde já as medidas necessárias no sentido de mobilizar muitas das organizações nossas associadas que estiveram ausentes deste Fórum (algumas por desconfiança de que pudessem ser manipuladas) a darem a sua adesão activa à preparação do II Fórum.
Empenhar-nos-emos, com um largo conjunto de outras organizações, em assegurar que as manobras de manipulação sejam desmascaradas e anuladas, venham de onde vierem. É natural que aqueles que tentaram sem êxito a manipulação se empenhem agora em desmotivar o movimento, proclamando que ele não tem sentido.
Estamos dispostos a subscrever, com todos quantos quiserem, uma proposta que deixe ainda mais clara a posição de meros observadores das formações partidárias, não permitindo leituras alternativas ao acordado no plenário de Coimbra, que atribuiu o estatuto de observadores aos partidos políticos.
É necessário estarmos atentos a todas as intrigas que visem destruir o ambiente de confiança que cresceu e se desenvolveu entre muitas organizações, porque esta é a base segura para o êxito de novas iniciativas. É um património de todos que todos devem defender. Constitui um espaço único de autonomia, afirmação e crescimento do movimento social português.
Devemos trabalhar para que se aprofunde o nosso relacionamento, com transparência, para um debate de ideias capaz de afirmar na prática que UM OUTRO MUNDO É POSSÍVEL.
Lisboa, 24 de Junho de 2003
GBB
PELA CONVOCAÇÃO DO II FÓRUM SOCIAL PORTUGUÊS
Todos quantos conscientemente recusaram manipular ou deixarem-se manipular, devem analisar crítica e autocriticamente o Fórum e o mais depressa possível proclamarem a convocação do II Fórum.
No sentido de manter a dinâmica conquistada durante o I Fórum Social Português, convidamos desde já todos os movimentos sociais a convocar encontros de análise e cooperação com vista à preparação do II FSP.
O QUE SE DEVE ESPERAR DO II FÓRUM SOCIAL PORTUGUÊS
Alimentamos a expectativa de que o II Fórum possa mobilizar mais organizações (alargando-se a sectores que, por razões diversas, estiveram ausentes deste) e de que participem muitos mais activistas.
O sentimento que se retira das conversas com alguns activistas de várias organizações é de que estão criadas as condições políticas para se intensificar o trabalho: existe um ambiente de entusiasmo sobretudo nos participantes mais jovens.
A CPADA, que a este Fórum deu em muitos sectores o seu contributo, através da sua estrutura central ou através das suas associadas, tanto na organização como nos debates, pensa que estão criadas as condições para aprofundar e alargar ainda mais a sua participação. Tomaremos desde já as medidas necessárias no sentido de mobilizar muitas das organizações nossas associadas que estiveram ausentes deste Fórum (algumas por desconfiança de que pudessem ser manipuladas) a darem a sua adesão activa à preparação do II Fórum.
Empenhar-nos-emos, com um largo conjunto de outras organizações, em assegurar que as manobras de manipulação sejam desmascaradas e anuladas, venham de onde vierem. É natural que aqueles que tentaram sem êxito a manipulação se empenhem agora em desmotivar o movimento, proclamando que ele não tem sentido.
Estamos dispostos a subscrever, com todos quantos quiserem, uma proposta que deixe ainda mais clara a posição de meros observadores das formações partidárias, não permitindo leituras alternativas ao acordado no plenário de Coimbra, que atribuiu o estatuto de observadores aos partidos políticos.
É necessário estarmos atentos a todas as intrigas que visem destruir o ambiente de confiança que cresceu e se desenvolveu entre muitas organizações, porque esta é a base segura para o êxito de novas iniciativas. É um património de todos que todos devem defender. Constitui um espaço único de autonomia, afirmação e crescimento do movimento social português.
Devemos trabalhar para que se aprofunde o nosso relacionamento, com transparência, para um debate de ideias capaz de afirmar na prática que UM OUTRO MUNDO É POSSÍVEL.
Lisboa, 24 de Junho de 2003
GBB
BALANÇO DO 1º FSP FEITO PELA CPADA – III parte
O SUCESSO DO FÓRUM SOCIAL PORTUGUÊS
Apesar de todas as dificuldades o Fórum foi efectivamente uma grande momento democrático, de discussão plural, que se exprimiu em dezenas e dezenas de conferências, mesas de controvérsia, pontos de encontro e oficinas. Uma grande festa de ideias que vai seguramente germinar onde se luta e se tem esperança em Portugal. A autonomia com que se manifestaram os movimentos na sua manifestação, recusando firme e tranquilamente qualquer manipulação partidária, foi simbolicamente a mais bela festa de encerramento que o I Fórum Social Português poderia ter, com a certeza de que o II Fórum Social Português já estava a caminho.
A realização do I FSP deu origem a comentários diversos na comunicação social.
É interessante verificar como são efectuadas estas análises, em boa parte por pessoas que nem sequer participaram no Fórum.
Muitos foram os ataques daqueles que desde sempre estiveram ao serviço da insustentabilidade do sistema neoliberal e da sua apadrinhada imprensa.
Estes comentários são apenas mais uma razão para celebrarmos o sucesso do Fórum
Social Português, pois são o sinal de que este evento, logo na sua primeira edição, exerceu um efeito visível sobre a sociedade e começou a incomodar muita gente.
Por outro lado surgiram os comentários de pessoas ligadas à máquina partidária
que mais tentou manipular o FSP. Em geral pautam-se por uma sistemática vitimização do PCP e deturpam a verdade dos factos numa aparente tentativa de lavar uma imagem que, por sua exclusiva culpa, saiu manchada desta série de acontecimentos.
O MOVIMENTO AMBIENTALISTA NO FSP
Algumas organizações não-governamentais de ambiente (ONGA) puseram um grande empenho na preparação do Fórum e participaram de forma muito activa, quer na organização das iniciativas realizadas durante o Fórum quer na manifestação.
Apesar disso, parece-nos que a participação do movimento ambientalista, em geral, foi tímida e pouco representativa. A declaração saída da Assembleia dos movimentos Sociais do dia 10 de Junho integra poucas referências aos temas ambientais e reflecte, em nosso entender, o deficiente envolvimento do movimento ambientalista no Fórum.
Uma das razões para que tal tenha acontecido poderá ser o receio de uma conotação política do Fórum, sendo sabido que as ONGA (tal como muitas outras organizações não-governamentais) são movimentos transversais às diferentes correntes políticas e como tal, evitam normalmente tomar partido em questões partidárias. Esta é uma reflexão interna que o movimento ambientalista deverá fazer. Mas constitui também um motivo de reflexão para aqueles que ainda não perceberam a importância de que se reveste a independência politico-partidária do FSP para o alargamento da sua base social de apoio.
GBB
O SUCESSO DO FÓRUM SOCIAL PORTUGUÊS
Apesar de todas as dificuldades o Fórum foi efectivamente uma grande momento democrático, de discussão plural, que se exprimiu em dezenas e dezenas de conferências, mesas de controvérsia, pontos de encontro e oficinas. Uma grande festa de ideias que vai seguramente germinar onde se luta e se tem esperança em Portugal. A autonomia com que se manifestaram os movimentos na sua manifestação, recusando firme e tranquilamente qualquer manipulação partidária, foi simbolicamente a mais bela festa de encerramento que o I Fórum Social Português poderia ter, com a certeza de que o II Fórum Social Português já estava a caminho.
A realização do I FSP deu origem a comentários diversos na comunicação social.
É interessante verificar como são efectuadas estas análises, em boa parte por pessoas que nem sequer participaram no Fórum.
Muitos foram os ataques daqueles que desde sempre estiveram ao serviço da insustentabilidade do sistema neoliberal e da sua apadrinhada imprensa.
Estes comentários são apenas mais uma razão para celebrarmos o sucesso do Fórum
Social Português, pois são o sinal de que este evento, logo na sua primeira edição, exerceu um efeito visível sobre a sociedade e começou a incomodar muita gente.
Por outro lado surgiram os comentários de pessoas ligadas à máquina partidária
que mais tentou manipular o FSP. Em geral pautam-se por uma sistemática vitimização do PCP e deturpam a verdade dos factos numa aparente tentativa de lavar uma imagem que, por sua exclusiva culpa, saiu manchada desta série de acontecimentos.
O MOVIMENTO AMBIENTALISTA NO FSP
Algumas organizações não-governamentais de ambiente (ONGA) puseram um grande empenho na preparação do Fórum e participaram de forma muito activa, quer na organização das iniciativas realizadas durante o Fórum quer na manifestação.
Apesar disso, parece-nos que a participação do movimento ambientalista, em geral, foi tímida e pouco representativa. A declaração saída da Assembleia dos movimentos Sociais do dia 10 de Junho integra poucas referências aos temas ambientais e reflecte, em nosso entender, o deficiente envolvimento do movimento ambientalista no Fórum.
Uma das razões para que tal tenha acontecido poderá ser o receio de uma conotação política do Fórum, sendo sabido que as ONGA (tal como muitas outras organizações não-governamentais) são movimentos transversais às diferentes correntes políticas e como tal, evitam normalmente tomar partido em questões partidárias. Esta é uma reflexão interna que o movimento ambientalista deverá fazer. Mas constitui também um motivo de reflexão para aqueles que ainda não perceberam a importância de que se reveste a independência politico-partidária do FSP para o alargamento da sua base social de apoio.
GBB
Nota musical II - (extraída da capa do Disco dos Telectu - só 'pra mostrar aí a algum pessoal que não é à toa que nos chamam elitistas iluminados vanguardistas) -
"Preliminares da Música mimética" (extractos)
"Hoje a música é plural. Novas tendências, linguagens, ideoletos, estilos, escolas, correntes, discursos. Assim as sistematizações musicais dogmáticas não interessam, interessa apenas a forma como são usadas. Todos os instrumentos acústicos têm uma morfologia estável. Ora os instrumentos eletrónicos têm um espectro-morfologia infinita. (...) Ao aceitarmos a classificação de música clássica temos de reconhecer a criação de vanguarda. (...) Mimese é imitação, representação, simulação, mas também inter-relação de isomorfismos. A mimese é a simulação de elementos de comunicação esquematizados e catalogados. (...) Na natureza a mimese é estruturação e simplificação de informações proxémicas. (...) A mimese na psicanálise de Jung é Imago, protótipo inconsciente, sobrevivência imaginária, esquema adequerido, um cliché (...) A dança é um isomorfismo ritualístico (...) já que mimetiza ritmos exteriores aos critérios de tempo musical. Na semiologia de Metz o cinema é uma transferência da realidade (...). A obra aberta é a comunicação estética como função sugestiva e referencial, como tal, mimesis; mas também a sua negação (..). A sinfonia 73, dita "a caça", de Haydn é uma mimese musical venatória. O "voo do moscardo" é um simulacro musical etológico. O mágico-ritual é, em música, representado por isomorfismos codificáveis. (..) A Música contemporânea improvisada consiste numa discursividade mímica de músicas escritas, superadas pela negação destas mesmas. Nas músicas Audio-tácteis, orais, como a africana ou o jazz, a aprendizagem é imitativa. "
E p'ra rematar:
"A música mimética não é portanto mais um compartimento da Música de Hoje, por ser mimesis ela transforma-se, representa, imagina, recria sobre discursos ou códigos musicais já instituídos, sem qualquer restrição semiótica que não seja de criar obras-simulacros, irremissivelmente díspares, mas morfologicamente afins. "
Os Telectu é muito á frente. Até ‘tava a conseguir seguir o fio à meada, mas aqui mais p'ró fim, os meus neurónios emaranharam-se todos, num semiótico nó cego, mimesis da cauda de um Marsupilami, isomórfico ele também de um protótipo inconsciente de informações irremissivelmente díspares mas paradoxalmentre proxémicas....
PP
"Preliminares da Música mimética" (extractos)
"Hoje a música é plural. Novas tendências, linguagens, ideoletos, estilos, escolas, correntes, discursos. Assim as sistematizações musicais dogmáticas não interessam, interessa apenas a forma como são usadas. Todos os instrumentos acústicos têm uma morfologia estável. Ora os instrumentos eletrónicos têm um espectro-morfologia infinita. (...) Ao aceitarmos a classificação de música clássica temos de reconhecer a criação de vanguarda. (...) Mimese é imitação, representação, simulação, mas também inter-relação de isomorfismos. A mimese é a simulação de elementos de comunicação esquematizados e catalogados. (...) Na natureza a mimese é estruturação e simplificação de informações proxémicas. (...) A mimese na psicanálise de Jung é Imago, protótipo inconsciente, sobrevivência imaginária, esquema adequerido, um cliché (...) A dança é um isomorfismo ritualístico (...) já que mimetiza ritmos exteriores aos critérios de tempo musical. Na semiologia de Metz o cinema é uma transferência da realidade (...). A obra aberta é a comunicação estética como função sugestiva e referencial, como tal, mimesis; mas também a sua negação (..). A sinfonia 73, dita "a caça", de Haydn é uma mimese musical venatória. O "voo do moscardo" é um simulacro musical etológico. O mágico-ritual é, em música, representado por isomorfismos codificáveis. (..) A Música contemporânea improvisada consiste numa discursividade mímica de músicas escritas, superadas pela negação destas mesmas. Nas músicas Audio-tácteis, orais, como a africana ou o jazz, a aprendizagem é imitativa. "
E p'ra rematar:
"A música mimética não é portanto mais um compartimento da Música de Hoje, por ser mimesis ela transforma-se, representa, imagina, recria sobre discursos ou códigos musicais já instituídos, sem qualquer restrição semiótica que não seja de criar obras-simulacros, irremissivelmente díspares, mas morfologicamente afins. "
Os Telectu é muito á frente. Até ‘tava a conseguir seguir o fio à meada, mas aqui mais p'ró fim, os meus neurónios emaranharam-se todos, num semiótico nó cego, mimesis da cauda de um Marsupilami, isomórfico ele também de um protótipo inconsciente de informações irremissivelmente díspares mas paradoxalmentre proxémicas....
PP
BALANÇO DO 1º FSP FEITO PELA CPADA – II parte
A PREPARAÇÃO DO FÓRUM
A preparação de um evento deste cariz não foi, nem poderia ser fácil. A diversidade das organizações, a ainda ausência de relações de confiança entre elas e, sobretudo, a presença dos partidos políticos e organizações satélite na discussão, constituíam algumas fortes barreiras naturais ao exigente processo baseado em decisões por consenso. Felizmente, muitas organizações estavam já alertadas para a possibilidade de algumas manobras político-partidárias dentro do FSP, devido ao que se havia passado durante as mobilizações contra a guerra no Iraque, com a tentativa de apropriação de um movimento plural da sociedade civil por parte de um partido político.
Muitos activistas do FSP, principalmente os que participaram activamente nas reuniões do Grupo de Programa (o que incluiu a escolha dos conferencistas), viveram uma situação de grande desgaste. Estas reuniões constituíram autênticas provas de resistência. As críticas que surgiam raramente tinham o objectivo de construir soluções de consenso, antes tinham o objectivo de cansar aqueles que menos estão habituados a estes combates de gladiadores - os activistas dos genuínos movimentos sociais, muitos deles sem qualquer experiência político-partidária.
Em muitos casos, foi o cansaço e não o bom senso que determinou as soluções aprovadas. A percentagem de jovens conferencistas no FSP é um exemplo claro e vergonhoso do desprezo pelos critérios consensualizados que sempre tentámos defender. Estas discussões fizeram-se com prejuízo da vida profissional e privada dos activistas (que não são funcionários políticos) e, em definitivo, em prejuízo do próprio Fórum. As pessoas em vez de estarem a trabalhar para o alargamento e para a divulgação do Fórum, por exemplo, perdiam o tempo com falsas questões políticas. Muitos jovens tomaram consciência deste tipo de dificuldades e, pela sua militância, garantiram que o Fórum manifestasse a sua independência e autonomia face aos partidos, não se deixando manipular.
Este constituiu um aspecto da maior importância para a implantação e alargamento do Fórum na sociedade portuguesa.
Entretanto, à medida que a data do Fórum se aproximava tornava-se cada vez mais difícil chegar a consenso com o PCP e com o conjunto das organizações que lhe estão próximas. Na preparação da manifestação com que se encerrou o Fórum tentaram desligar a sua convocação deste, fazendo uma distinção entre o plenário das organizações e o plenário do Fórum. Saímos da preparação da manifestação sem conseguir um consenso: o PCP recusava-se a indicar em que lugar da manifestação se iria incorporar; não aceitou que se criasse uma comissão de manifestação; não aceitou manifestar-se sem as bandeiras do partido; não aceitou que a manifestação terminasse na "Festa da Diversidade".
Nesta sua posição contou com o apoio inestimável da União de Sindicatos de Lisboa, da CGTP, que, de resto, tinham estado mais ou menos ausentes da organização do Fórum. Horas e horas de discussão porque o PCP e os Sindicatos queriam que a palavra de ordem da manifestação fosse "Um outro Portugal é possível" em substituição do lema do Fórum "Um outro mundo é possível".
Devido à necessidade de chegar a consenso, cedemos, aceitando como palavra de ordem para a manifestação "Um outro mundo e um outro Portugal são possíveis ".
GBB
A PREPARAÇÃO DO FÓRUM
A preparação de um evento deste cariz não foi, nem poderia ser fácil. A diversidade das organizações, a ainda ausência de relações de confiança entre elas e, sobretudo, a presença dos partidos políticos e organizações satélite na discussão, constituíam algumas fortes barreiras naturais ao exigente processo baseado em decisões por consenso. Felizmente, muitas organizações estavam já alertadas para a possibilidade de algumas manobras político-partidárias dentro do FSP, devido ao que se havia passado durante as mobilizações contra a guerra no Iraque, com a tentativa de apropriação de um movimento plural da sociedade civil por parte de um partido político.
Muitos activistas do FSP, principalmente os que participaram activamente nas reuniões do Grupo de Programa (o que incluiu a escolha dos conferencistas), viveram uma situação de grande desgaste. Estas reuniões constituíram autênticas provas de resistência. As críticas que surgiam raramente tinham o objectivo de construir soluções de consenso, antes tinham o objectivo de cansar aqueles que menos estão habituados a estes combates de gladiadores - os activistas dos genuínos movimentos sociais, muitos deles sem qualquer experiência político-partidária.
Em muitos casos, foi o cansaço e não o bom senso que determinou as soluções aprovadas. A percentagem de jovens conferencistas no FSP é um exemplo claro e vergonhoso do desprezo pelos critérios consensualizados que sempre tentámos defender. Estas discussões fizeram-se com prejuízo da vida profissional e privada dos activistas (que não são funcionários políticos) e, em definitivo, em prejuízo do próprio Fórum. As pessoas em vez de estarem a trabalhar para o alargamento e para a divulgação do Fórum, por exemplo, perdiam o tempo com falsas questões políticas. Muitos jovens tomaram consciência deste tipo de dificuldades e, pela sua militância, garantiram que o Fórum manifestasse a sua independência e autonomia face aos partidos, não se deixando manipular.
Este constituiu um aspecto da maior importância para a implantação e alargamento do Fórum na sociedade portuguesa.
Entretanto, à medida que a data do Fórum se aproximava tornava-se cada vez mais difícil chegar a consenso com o PCP e com o conjunto das organizações que lhe estão próximas. Na preparação da manifestação com que se encerrou o Fórum tentaram desligar a sua convocação deste, fazendo uma distinção entre o plenário das organizações e o plenário do Fórum. Saímos da preparação da manifestação sem conseguir um consenso: o PCP recusava-se a indicar em que lugar da manifestação se iria incorporar; não aceitou que se criasse uma comissão de manifestação; não aceitou manifestar-se sem as bandeiras do partido; não aceitou que a manifestação terminasse na "Festa da Diversidade".
Nesta sua posição contou com o apoio inestimável da União de Sindicatos de Lisboa, da CGTP, que, de resto, tinham estado mais ou menos ausentes da organização do Fórum. Horas e horas de discussão porque o PCP e os Sindicatos queriam que a palavra de ordem da manifestação fosse "Um outro Portugal é possível" em substituição do lema do Fórum "Um outro mundo é possível".
Devido à necessidade de chegar a consenso, cedemos, aceitando como palavra de ordem para a manifestação "Um outro mundo e um outro Portugal são possíveis ".
GBB
BALANÇO DO 1º FÓRUM SOCIAL PORTUGUÊS REALIZADO PELA CONFEDERAÇÃO PORTUGUESA DE ASSOCIAÇÕES DE DEFESA DO AMBIENTE (CPADA) – I parte
O Fórum Social Português (FSP) terminou. Entre os participantes, há a opinião generalizada de que este fórum constituiu um grande sucesso para o movimento social português. Chegou o momento de fazer um balanço crítico deste evento, no sentido de começar a lançar os próximos passos.
Antes de mais, relembramos, para que fique registado, as condições em que foi convocado o Fórum Social Português, os seus antecedentes e o papel que nele teve a Confederação Portuguesa de Associações de Defesa do Ambiente (CPADA).
A GÉNESE DO FÓRUM SOCIAL PORTUGUÊS
Na sequência de um conjunto de ideias apresentadas no IX Encontro Nacional de Associações de Defesa do Ambiente organizado pela CPADA em 1999, e por proposta a Intervenção Radical, várias organizações decidiram realizar um encontro na Assembleia da República entre os Movimentos Sociais e os partidos políticos com o patrocínio do Dr. Almeida Santos, à época Presidente da Assembleia da República.
Todos os partidos foram convidados para este diálogo mas neste acabaram por participar apenas o PS e o PCP. Uma série de reivindicações foram apresentadas pelas associações presentes, dentre as quais se destaca a necessidade de uma lei que permita aos cidadãos encaminhar parte dos seus impostos para apoiar associações da sua simpatia.
O balanço que as organizações sociais presentes neste acontecimento fizeram foi entusiástico e logo ali foi decidido caminhar para um Congresso, tendo sido criada uma comissão aberta a todas as associações para a sua organização.
Foi neste contexto que apareceu uma proposta para que aquela comissão se encontrasse com algumas pessoas que, a título individual ou em representação de algumas organizações não governamentais, tinham participado no Fórum Social Mundial, em Porto Alegre. Decidiu-se, assim, convocar uma reunião alargada para discutir e lançar a iniciativa do Fórum Social Português.
Para grande surpresa dos promotores deste plenário, nesse dia a comunicação social apresentou esta proposta como uma iniciativa do PCP e do Bloco de Esquerda, o que era manifestamente falso.
No decurso do plenário a CPADA defendeu a posição de que os partidos políticos não deviam participar na organização do Fórum social Português ao mesmo nível que os Movimentos Sociais e que o seu estatuto devia ser o de observadores.
Esta posição gerou discussão e não obteve o consenso. Foi conseguido entretanto o consenso para convocar outro plenário onde deveria ser determinada a data de realização do primeiro Fórum Social Português.
A CPADA, ao nível da organização do Fórum, deu também o seu contributo para,
em tempo recorde, legalizar a Associação Para a Gestão do Fórum Social Português 2003.
Gualter Barbas Baptista (GBB)
O Fórum Social Português (FSP) terminou. Entre os participantes, há a opinião generalizada de que este fórum constituiu um grande sucesso para o movimento social português. Chegou o momento de fazer um balanço crítico deste evento, no sentido de começar a lançar os próximos passos.
Antes de mais, relembramos, para que fique registado, as condições em que foi convocado o Fórum Social Português, os seus antecedentes e o papel que nele teve a Confederação Portuguesa de Associações de Defesa do Ambiente (CPADA).
A GÉNESE DO FÓRUM SOCIAL PORTUGUÊS
Na sequência de um conjunto de ideias apresentadas no IX Encontro Nacional de Associações de Defesa do Ambiente organizado pela CPADA em 1999, e por proposta a Intervenção Radical, várias organizações decidiram realizar um encontro na Assembleia da República entre os Movimentos Sociais e os partidos políticos com o patrocínio do Dr. Almeida Santos, à época Presidente da Assembleia da República.
Todos os partidos foram convidados para este diálogo mas neste acabaram por participar apenas o PS e o PCP. Uma série de reivindicações foram apresentadas pelas associações presentes, dentre as quais se destaca a necessidade de uma lei que permita aos cidadãos encaminhar parte dos seus impostos para apoiar associações da sua simpatia.
O balanço que as organizações sociais presentes neste acontecimento fizeram foi entusiástico e logo ali foi decidido caminhar para um Congresso, tendo sido criada uma comissão aberta a todas as associações para a sua organização.
Foi neste contexto que apareceu uma proposta para que aquela comissão se encontrasse com algumas pessoas que, a título individual ou em representação de algumas organizações não governamentais, tinham participado no Fórum Social Mundial, em Porto Alegre. Decidiu-se, assim, convocar uma reunião alargada para discutir e lançar a iniciativa do Fórum Social Português.
Para grande surpresa dos promotores deste plenário, nesse dia a comunicação social apresentou esta proposta como uma iniciativa do PCP e do Bloco de Esquerda, o que era manifestamente falso.
No decurso do plenário a CPADA defendeu a posição de que os partidos políticos não deviam participar na organização do Fórum social Português ao mesmo nível que os Movimentos Sociais e que o seu estatuto devia ser o de observadores.
Esta posição gerou discussão e não obteve o consenso. Foi conseguido entretanto o consenso para convocar outro plenário onde deveria ser determinada a data de realização do primeiro Fórum Social Português.
A CPADA, ao nível da organização do Fórum, deu também o seu contributo para,
em tempo recorde, legalizar a Associação Para a Gestão do Fórum Social Português 2003.
Gualter Barbas Baptista (GBB)
Encontro de culturas na ESE de CB
De acordo com notícia publicada no "Jornal do Fundão" na sua edição de 20 de Junho, ter-se-à realizado no passado domingo o "2º Encontro Distrital de Imigrantes - Acção Inter-Culturas", uma iniciativa da União de Sindicatos do Distrito de Castelo Branco. O palco deste encontro terá sido a Escola Superior de Educação. Uma exposição sobre o trabalho desenvolvido por várias organizações de apoio aos imigrantes, um colóquio, música e mostra gastronómica terão constituído os condimentos desta iniciativa.
APP
De acordo com notícia publicada no "Jornal do Fundão" na sua edição de 20 de Junho, ter-se-à realizado no passado domingo o "2º Encontro Distrital de Imigrantes - Acção Inter-Culturas", uma iniciativa da União de Sindicatos do Distrito de Castelo Branco. O palco deste encontro terá sido a Escola Superior de Educação. Uma exposição sobre o trabalho desenvolvido por várias organizações de apoio aos imigrantes, um colóquio, música e mostra gastronómica terão constituído os condimentos desta iniciativa.
APP
quarta-feira, junho 25, 2003
JMF fala ingsoc, iôô
JMF disse:
"Ora tudo isto sucede meio século depois de George Orwell ter morrido e mais de dez anos passados sobre o colapso do "socialismo real". Um tempo que ainda não terá sido suficiente para tornar todos conscientes do horror absoluto não só do estalinismo, mas do conjunto de mais de 70 anos de experiência soviética. Daí que hoje, cinquentenário da morte do autor de "1984", se justifique recordar não só a sua obra como, sobretudo, o sentido da sua vida."
Ó JMF, o sentido da vida de Orwell foi uma constante luta contra vários ismos, como o Imperialismo Britânico (de onde desertou), o Fascismo espanhol (contra quem lutou na Catalunha e de quem levou um tiro ) e o Estalinismo Soviético (que denunciou);
E disse ainda:
"o jovem idealista que partira para Barcelona para aí se juntar aos republicanos"
Por acaso, estando no campo do republicanos, integrou o POUM (Partido Operário de Unificação Marxista).
Não orwelies mais, que não vale a pena. Para ingsoc não está mal, JMF, não está mesmo nada mal.
PP
PS – É impressão minha, ou volta e meia o JPP tem um eco chamado JMF? Ele foi nas democracias representativas, ele é no Orwell....Vou estar atento, para tentar descobrir se o JMF não será uma invenção virtual do JPP. Tás tramado, JMF, da próxima vez que fores à televisão não vou dar abébias. Se vir algum "dejá vue", um gaguejo ou imagem tremida, acabam-se-me logo as dúvidas.
JMF disse:
"Ora tudo isto sucede meio século depois de George Orwell ter morrido e mais de dez anos passados sobre o colapso do "socialismo real". Um tempo que ainda não terá sido suficiente para tornar todos conscientes do horror absoluto não só do estalinismo, mas do conjunto de mais de 70 anos de experiência soviética. Daí que hoje, cinquentenário da morte do autor de "1984", se justifique recordar não só a sua obra como, sobretudo, o sentido da sua vida."
Ó JMF, o sentido da vida de Orwell foi uma constante luta contra vários ismos, como o Imperialismo Britânico (de onde desertou), o Fascismo espanhol (contra quem lutou na Catalunha e de quem levou um tiro ) e o Estalinismo Soviético (que denunciou);
E disse ainda:
"o jovem idealista que partira para Barcelona para aí se juntar aos republicanos"
Por acaso, estando no campo do republicanos, integrou o POUM (Partido Operário de Unificação Marxista).
Não orwelies mais, que não vale a pena. Para ingsoc não está mal, JMF, não está mesmo nada mal.
PP
PS – É impressão minha, ou volta e meia o JPP tem um eco chamado JMF? Ele foi nas democracias representativas, ele é no Orwell....Vou estar atento, para tentar descobrir se o JMF não será uma invenção virtual do JPP. Tás tramado, JMF, da próxima vez que fores à televisão não vou dar abébias. Se vir algum "dejá vue", um gaguejo ou imagem tremida, acabam-se-me logo as dúvidas.
Orwell e os passarinhos
A maior democracia do mundo e aos seus falcões, na recente acção de propaganda aquando a guerra do Iraque, ajusta-se como uma luva às descrições de JMF. Se substituirmos nas palavras de JMF os estalinistas pelos falcões de Bush, poderemos facilmente encontrar correspondências flagrantes:
“a forma como este se apropria das palavras para lhes dar significados novos” JMF
Tipo os “Evil ones” - todos os que estão contra os estates; a “guerra pela paz” – guerra pelo petróleo, os “efeitos colaterais” – mais de 10000 mortos civis, o “exército de libertação” – exército de ocupação , a “guerra preventiva” – guerra sem justificação e sem aval da ONU, “operação liberdade duradoura” – operação USA no Iraque for ever ) PP
“a forma como manipula a história e distorce a realidade em nome de uma "verdade" fabricada” JMF
Por exemplo a encenação do resgate da soldado Linch , ou a referência relativa às armas de destruição maciça acrescida dos Americanos ainda terem apanhado com armas de destruição maciça – sim, sim, no bushistão (em Português, o Arbustistão) isso são verdades históricas aceites por muito bom Americano....PP
“tudo isto revela “a existência de duas realidades paralelas, uma a da propaganda.....” JMF
(Bush a falar) Os gajos são muita beras, têm resmas de armas de destruição maciça, e o melhor é ir lá dar-lhes cabo do toutiço, a bem da segurança do mundo, quero dizer, dos americanos. PP
“outra a que esta escondia” JMF
(Bush outra vez a falar) Vamos lá continuar o nosso jogo do Risco; recapitulemos, Afeganistão, Iraque (ena pá, tanto petróleo!!!!).....pois, pois, agora falta o Irão e depois.....Ó Rumsfeld, toma lá este petróleo e arranja lá mais umas peças azuis para pôr aqui no médio Oriente (...)
O problema é que neste jogo do Risco, os USA jogam para aí com uns 20 dados, enquanto que os seus oponentes têm um ou dois ou às vezes nenhum......Tá mal....
PP
A maior democracia do mundo e aos seus falcões, na recente acção de propaganda aquando a guerra do Iraque, ajusta-se como uma luva às descrições de JMF. Se substituirmos nas palavras de JMF os estalinistas pelos falcões de Bush, poderemos facilmente encontrar correspondências flagrantes:
“a forma como este se apropria das palavras para lhes dar significados novos” JMF
Tipo os “Evil ones” - todos os que estão contra os estates; a “guerra pela paz” – guerra pelo petróleo, os “efeitos colaterais” – mais de 10000 mortos civis, o “exército de libertação” – exército de ocupação , a “guerra preventiva” – guerra sem justificação e sem aval da ONU, “operação liberdade duradoura” – operação USA no Iraque for ever ) PP
“a forma como manipula a história e distorce a realidade em nome de uma "verdade" fabricada” JMF
Por exemplo a encenação do resgate da soldado Linch , ou a referência relativa às armas de destruição maciça acrescida dos Americanos ainda terem apanhado com armas de destruição maciça – sim, sim, no bushistão (em Português, o Arbustistão) isso são verdades históricas aceites por muito bom Americano....PP
“tudo isto revela “a existência de duas realidades paralelas, uma a da propaganda.....” JMF
(Bush a falar) Os gajos são muita beras, têm resmas de armas de destruição maciça, e o melhor é ir lá dar-lhes cabo do toutiço, a bem da segurança do mundo, quero dizer, dos americanos. PP
“outra a que esta escondia” JMF
(Bush outra vez a falar) Vamos lá continuar o nosso jogo do Risco; recapitulemos, Afeganistão, Iraque (ena pá, tanto petróleo!!!!).....pois, pois, agora falta o Irão e depois.....Ó Rumsfeld, toma lá este petróleo e arranja lá mais umas peças azuis para pôr aqui no médio Oriente (...)
O problema é que neste jogo do Risco, os USA jogam para aí com uns 20 dados, enquanto que os seus oponentes têm um ou dois ou às vezes nenhum......Tá mal....
PP
Nós, Orwelianos? por favor (com sotaque espanhol)
Com toda as fraquezas e imperfeições que o FSP possa ter, está muito longe de se ajustar ao mundo Orweliano como defendeu JPP abruptamente e publicamente . O FSP tem sido um processo transparente, onde o que se passa dentro, para o melhor e para o pior chega sempre cá fora. Somos o que somos, não queremos parecer algo que não somos. O paradigma orweliano que é inspirado na sua experiência pessoal (do George, não do JPP), ajustava-se como uma luva às ditaduras do seu tempo, como o fascismo e o estalinismo. A luta que ele travou na Catalunha, descrita na “Homenagem à Catalunha”, fracassou, entalada entre os fascistas de franco (apoiados por Hitler), os comunistas estalinistas e a indiferença generalizada das democracias Europeias. Hoje em dia, o país que melhor se ajusta a este cenário orweliano é os Estados Unidos da América com os seus falcões. O controlo severo sobre os media americanos teve como resultado uma manipulação assustadora da sua opinião pública, onde 41% das pessoas acredita que foram encontradas armas de destruição maciça ; Bush quis fazer crer aos Americanos que a Guerra tinha justificação. Para isso, ele é satélites, Internet, televisões, jornais e demais media, economia, comércio, mercados, armamento....... é fácil ao gigante americano brincar ao Big Brother, manipulando opiniões e controlando governos por esse mundo fora. As farpas lançadas por JPP falharam o alvo, já que nos dias que correm, é fácil de perceber quem é que quer parecer algo que de certeza não é. E se estivesse vivo, Orwell de certeza que dedicava um livrinho aos USA, tipo “Os porcos contra-atacam” ou “os porcos e os falcões”, “o triunfo dos animais” ou apenas "os porcos imperialistas".
PP
Com toda as fraquezas e imperfeições que o FSP possa ter, está muito longe de se ajustar ao mundo Orweliano como defendeu JPP abruptamente e publicamente . O FSP tem sido um processo transparente, onde o que se passa dentro, para o melhor e para o pior chega sempre cá fora. Somos o que somos, não queremos parecer algo que não somos. O paradigma orweliano que é inspirado na sua experiência pessoal (do George, não do JPP), ajustava-se como uma luva às ditaduras do seu tempo, como o fascismo e o estalinismo. A luta que ele travou na Catalunha, descrita na “Homenagem à Catalunha”, fracassou, entalada entre os fascistas de franco (apoiados por Hitler), os comunistas estalinistas e a indiferença generalizada das democracias Europeias. Hoje em dia, o país que melhor se ajusta a este cenário orweliano é os Estados Unidos da América com os seus falcões. O controlo severo sobre os media americanos teve como resultado uma manipulação assustadora da sua opinião pública, onde 41% das pessoas acredita que foram encontradas armas de destruição maciça ; Bush quis fazer crer aos Americanos que a Guerra tinha justificação. Para isso, ele é satélites, Internet, televisões, jornais e demais media, economia, comércio, mercados, armamento....... é fácil ao gigante americano brincar ao Big Brother, manipulando opiniões e controlando governos por esse mundo fora. As farpas lançadas por JPP falharam o alvo, já que nos dias que correm, é fácil de perceber quem é que quer parecer algo que de certeza não é. E se estivesse vivo, Orwell de certeza que dedicava um livrinho aos USA, tipo “Os porcos contra-atacam” ou “os porcos e os falcões”, “o triunfo dos animais” ou apenas "os porcos imperialistas".
PP
Nota musical I
(faz parte do projecto paralelo de educação popular - ver caixinha azul onde estão as linhas editoriais por que nos cosemos)
Cumprindo a promessa de alguns posts atrás, venho explicar o que realmente aconteceu na idade das trevas (pelo menos foi assim que me venderam o peixe). Os teóricos gregorianos (tem a ver com o papa Gregório não sei das quantas, não tendo nada a ver com a teoria por de trás da regurgitação involuntária), com o pensamento altamente imbuído da mais divina inspiração, interpretaram completamente ao contrário os alfarrábios musicais dos gregos. Nestes últimos, toda a lógica modal (organização de tons e meios tons numa escala) era descendente; por um preconceito religioso de que tudo deveria ser ascendente, em direcção aos céus, os gregorianos interpretaram estes modos ascendentemente, deturpando completamente toda a arquitectura musical grega. E assim, a teoria e respectiva arquitectura que está na base de toda a música ocidental (o canto gregoriano e os seus modos) resulta de um enorme equívoco. Assim, quando escreverem alguma coisa que acham que possa vir a ser lido pelas gerações vindouras, não se esqueçam de juntar um manual de instruções, tipo "isto lê-se da esquerda para a direita e de cima para baixo". Tão espertos os camaradas gregos e não se lembraram do essencial (bastava ter dito que a coisa se interpretava de cima para baixo, bolas). É como se deixássemos para aí umas ogivas nucleares prontinhas a usar sem dizer como é que se brinca com o bicho; espero que os responsáveis destas coisas tenham o cuidado de deixar tudo muito bem explicadinho, para que as gerações vindouras aproveitem todo o nosso progresso científico (como diz o Filipe num post aqui ao pé, a culpa não é dos cientistas, vejam lá: a malta faz equações e os políticos é que carregam nos botões). A ver se aprendemos com os erros do passado, sejam eles Gregos ou Gregorianos (estas últimas palavrinhas, são-me familiares, só que no outro contexto ele havia milhares de mortos, um rei ornamentado, uma loira, um calcanhar e um cavalo também ele sem manual de instruções .....).
PP
PS - desde os 13 anos que queria utilizar estes valiosos conhecimentos adquiridos. Mais uma vez se prova que a utopia é sempre possível!
(faz parte do projecto paralelo de educação popular - ver caixinha azul onde estão as linhas editoriais por que nos cosemos)
Cumprindo a promessa de alguns posts atrás, venho explicar o que realmente aconteceu na idade das trevas (pelo menos foi assim que me venderam o peixe). Os teóricos gregorianos (tem a ver com o papa Gregório não sei das quantas, não tendo nada a ver com a teoria por de trás da regurgitação involuntária), com o pensamento altamente imbuído da mais divina inspiração, interpretaram completamente ao contrário os alfarrábios musicais dos gregos. Nestes últimos, toda a lógica modal (organização de tons e meios tons numa escala) era descendente; por um preconceito religioso de que tudo deveria ser ascendente, em direcção aos céus, os gregorianos interpretaram estes modos ascendentemente, deturpando completamente toda a arquitectura musical grega. E assim, a teoria e respectiva arquitectura que está na base de toda a música ocidental (o canto gregoriano e os seus modos) resulta de um enorme equívoco. Assim, quando escreverem alguma coisa que acham que possa vir a ser lido pelas gerações vindouras, não se esqueçam de juntar um manual de instruções, tipo "isto lê-se da esquerda para a direita e de cima para baixo". Tão espertos os camaradas gregos e não se lembraram do essencial (bastava ter dito que a coisa se interpretava de cima para baixo, bolas). É como se deixássemos para aí umas ogivas nucleares prontinhas a usar sem dizer como é que se brinca com o bicho; espero que os responsáveis destas coisas tenham o cuidado de deixar tudo muito bem explicadinho, para que as gerações vindouras aproveitem todo o nosso progresso científico (como diz o Filipe num post aqui ao pé, a culpa não é dos cientistas, vejam lá: a malta faz equações e os políticos é que carregam nos botões). A ver se aprendemos com os erros do passado, sejam eles Gregos ou Gregorianos (estas últimas palavrinhas, são-me familiares, só que no outro contexto ele havia milhares de mortos, um rei ornamentado, uma loira, um calcanhar e um cavalo também ele sem manual de instruções .....).
PP
PS - desde os 13 anos que queria utilizar estes valiosos conhecimentos adquiridos. Mais uma vez se prova que a utopia é sempre possível!
Pragmatismo e utopia nos Fora sociais
No público de ontem mais uma vez veio a lume o FSP, e mais uma vez se falava da definição da esquerda como utópica e da direita como realista. O FSP ultrapassa em muito esta dicotomia de esquerda/direita, sendo alguns dos seus mais importantes objectivos comuns às posições do Vaticano, como a luta contra a guerra ou o perdão da dívida externa dos países mais pobres do mundo.
Os Fora sociais por esse mundo fora, enquanto movimento dos movimentos, une-se nos “contra” (contra o neo-liberalismo, contra a discriminação, conta a guerra, contra a ditadura dos mercados....) e reflecte uma certa carga de utopia na frase “um outro mundo é possível”, mas os movimentos que os constituem têm campos de acção muito concretos. A meu ver, este é um dos principais trunfos dos Fora sociais, já que o que caracteriza muitos dos movimentos que o constituem é o pragmatismo, não a utopia: o comércio justo põe em prática um sistema alternativo às leis ditadas pela OMC, contando hoje com mais de 25 milhões de agricultores aderentes; o MST já tem milhares de assentamentos e tornou-se um dos maiores movimentos da América Latina, contrariando o domínio avassalador dos poderosos latifúndios brasileiros; uma crescente legião de ONG para o desenvolvimento implementa projectos concretos em países pobres na área da saúde, da agricultura, da água potável, da cultura e muitas outras, substituindo a ajuda de emergência por uma cooperação duradoura, onde não se dá o trigo mas ensina-se a utilizar outras ferramentas para semear. Mesmo nas áreas das novas tecnologias, o Software livre cresce a olhos vistos, quebrando a tradicional hegemonia das grandes multinacionais de informática.
Muitos outros movimentos lutam por coisas muito concretas, como a cidadania dos imigrantes, direitos dos LGBT ou um desenvolvimento sustentável. E é neste concreto que reside a enorme atracção deste fenómeno: não estamos a lutar no abstracto, à espera que a utopia chegue um dia; estamos a trabalhar pragmaticamente no dia a dia, para construir um outro mundo possível, pensando globalmente para agir localmente, fazendo projectos que combatem a exclusão social, promovendo a cultura popular e modelos alternativos de desenvolvimento, dando terra a quem nada tem e dignidade às minorias étnicas; estabelecendo redes de comércio alternativas, redes solidárias globais, manifestações globais para lutar contra a guerra.
Na sua essência, o FSM constitui-se como uma “Multinacional” dos movimentos sociais, com uma miríade de acções concretas, já em curso, e mais outras tantas na carteira. Porque adiar o sonho utópico para um dia mais tarde é demasiado desgastante, traz-se o sonho para o dia a dia, nas práticas de cada associação e no quotidiano de cada cidadão. Porque o outro mundo possível não é para amanhã, já começou há muito tempo; os Fora sociais apenas deram maior visibilidade a esta realidade, proporcionaram sinergias, acções concertadas e o estabelecimento de uma rede internacional entre movimentos, dentro de cada luta concreta, mas também cruzando todas as lutas. Não é por acaso que no comércio justo se pratica agricultura biológica ou no Movimento dos Sem Terra se luta contra a descriminação da mulher.
É assim que se globalizam resistências e se constrói já hoje um outro mundo possível. E este pragmatismo é ainda mais atraente porque permite a muitas pessoas identificarem-se com um objectivo muito concreto, com efeitos quase imediatos, muito mais que concordar com os complexos alicerces de um mundo utópico, dificilmente consensual ou mesmo viável. A força dos FS está neste pragmatismo, que permite a quem quiser contribuir activamente para um outro mundo possível, com acções concretas que não se traduzem em estatísticas abstractas e futurologias duvidosas mas em pessoas, direitos, pequenas conquistas, seres vivos, e uma carrada de outras entidades absolutamente concretas e palpáveis. Mas claro que a utopia continua fortemente enraizada nesta alter-globalização; afinal, como dizia o outro, o sonho é que comanda a vida....
PP e APP
No público de ontem mais uma vez veio a lume o FSP, e mais uma vez se falava da definição da esquerda como utópica e da direita como realista. O FSP ultrapassa em muito esta dicotomia de esquerda/direita, sendo alguns dos seus mais importantes objectivos comuns às posições do Vaticano, como a luta contra a guerra ou o perdão da dívida externa dos países mais pobres do mundo.
Os Fora sociais por esse mundo fora, enquanto movimento dos movimentos, une-se nos “contra” (contra o neo-liberalismo, contra a discriminação, conta a guerra, contra a ditadura dos mercados....) e reflecte uma certa carga de utopia na frase “um outro mundo é possível”, mas os movimentos que os constituem têm campos de acção muito concretos. A meu ver, este é um dos principais trunfos dos Fora sociais, já que o que caracteriza muitos dos movimentos que o constituem é o pragmatismo, não a utopia: o comércio justo põe em prática um sistema alternativo às leis ditadas pela OMC, contando hoje com mais de 25 milhões de agricultores aderentes; o MST já tem milhares de assentamentos e tornou-se um dos maiores movimentos da América Latina, contrariando o domínio avassalador dos poderosos latifúndios brasileiros; uma crescente legião de ONG para o desenvolvimento implementa projectos concretos em países pobres na área da saúde, da agricultura, da água potável, da cultura e muitas outras, substituindo a ajuda de emergência por uma cooperação duradoura, onde não se dá o trigo mas ensina-se a utilizar outras ferramentas para semear. Mesmo nas áreas das novas tecnologias, o Software livre cresce a olhos vistos, quebrando a tradicional hegemonia das grandes multinacionais de informática.
Muitos outros movimentos lutam por coisas muito concretas, como a cidadania dos imigrantes, direitos dos LGBT ou um desenvolvimento sustentável. E é neste concreto que reside a enorme atracção deste fenómeno: não estamos a lutar no abstracto, à espera que a utopia chegue um dia; estamos a trabalhar pragmaticamente no dia a dia, para construir um outro mundo possível, pensando globalmente para agir localmente, fazendo projectos que combatem a exclusão social, promovendo a cultura popular e modelos alternativos de desenvolvimento, dando terra a quem nada tem e dignidade às minorias étnicas; estabelecendo redes de comércio alternativas, redes solidárias globais, manifestações globais para lutar contra a guerra.
Na sua essência, o FSM constitui-se como uma “Multinacional” dos movimentos sociais, com uma miríade de acções concretas, já em curso, e mais outras tantas na carteira. Porque adiar o sonho utópico para um dia mais tarde é demasiado desgastante, traz-se o sonho para o dia a dia, nas práticas de cada associação e no quotidiano de cada cidadão. Porque o outro mundo possível não é para amanhã, já começou há muito tempo; os Fora sociais apenas deram maior visibilidade a esta realidade, proporcionaram sinergias, acções concertadas e o estabelecimento de uma rede internacional entre movimentos, dentro de cada luta concreta, mas também cruzando todas as lutas. Não é por acaso que no comércio justo se pratica agricultura biológica ou no Movimento dos Sem Terra se luta contra a descriminação da mulher.
É assim que se globalizam resistências e se constrói já hoje um outro mundo possível. E este pragmatismo é ainda mais atraente porque permite a muitas pessoas identificarem-se com um objectivo muito concreto, com efeitos quase imediatos, muito mais que concordar com os complexos alicerces de um mundo utópico, dificilmente consensual ou mesmo viável. A força dos FS está neste pragmatismo, que permite a quem quiser contribuir activamente para um outro mundo possível, com acções concretas que não se traduzem em estatísticas abstractas e futurologias duvidosas mas em pessoas, direitos, pequenas conquistas, seres vivos, e uma carrada de outras entidades absolutamente concretas e palpáveis. Mas claro que a utopia continua fortemente enraizada nesta alter-globalização; afinal, como dizia o outro, o sonho é que comanda a vida....
PP e APP
Ciência e cidadania em Portugal
Como primeiro passo para uma eventual iniciativa de carácter mais abrangente, venho propor para reflexão, um tema tradicionalmente ausente da discussão pública em Portugal: a questão da cultura científica dos cidadãos e das consequências desse estado de coisas para o balanço mais geral do estado de saúde da nossa democracia.
No século passado, no final da IIª grande guerra, a visão que os poderes e os cidadãos tinham da ciência era substancialmente diferente da que existe actualmente. Uma síntese fortemente reveladora do modo de então pensar o papel da ciência, é a que corresponde ao relatório encomendado pelo presidente Roosevelt em 1944 ao então director do Office of Scientific Research, Vannevar Bush. O objectivo do presidente americano era em si mesmo revelador da concepção dominante: no essencial tratava-se de procurar saber como é que seria possível transpor os enormes benefícios que os progressos tecnológicos haviam trazido aos aliados em tempo de guerra, para os vindouros tempos de paz. O relatório deveria apontar que políticas adoptar neste domínio, concentrando-se na questão da utilidade dos avanços científicos na área da saúde, na área da educação dos jovens, e na promoção do investimento (público e privado) em infraestruturas e desenvolvimento científico.
Deste relatório (intitulado Science, the Endless Frontier) o que perpassa é uma concepção de ciência como instrumento de emancipação da humanidade. A ciência como via de superação da doença. A descoberta e o desenvolvimento tecnológico, como modo de elevação do bem estar comum. Segundo alguns (como Gerald Holton em “A Cultura Científica e os seus Inimigos, o legado de Einstein”, publicado pela Gradiva na colecção Ciência Aberta) as políticas concretas que tal documento apontou, terão estado na origem da liderança dos EUA em muitos ramos das ciências fundamentais, durante as décadas seguintes (e ainda hoje).
Ora na minha opinião este optimismo “pós-iluminista moderno” (como o designa Holton na obra acima citada), que ao longo da segunda metade do século XX foi sofrendo duros golpes e hoje se encontra de rastos, foi vítima de um dos mais perniciosos embustes que ainda hoje faz lei: a ideia de que a ciência é algo de etéreo, com vida e condição próprias, acima (ou além) das condições sociais e políticas específicas de um determinado tempo histórico.
De facto, esta concepção ascética de ciência fez escola, empurrada pelos teóricos do neo-liberalismo ou simplesmente pela grosseira ignorância dos seus opinion makers. Os próprios cientistas (de modo muito mais elaborado) ainda hoje a veiculam, havendo correntes (principalmente na áreas das ciências fundamentais) que advogam a ideia de que o avanço científico não compreende nenhuma componente de construção ou invenção, mas que todas as coisas simplesmente lá estão, e que o processo de as descobrir e utilizar corresponde a isso mesmo, ou seja, a um processo de revelação de algo exterior ao Homem, ao qual se ascende por via do exercício intelectual, preferencialmente de natureza privada, resguardado da influência, julgar-se-ia quase maligna, do mundo exterior.
A expressão mediatizada deste modo de ver sedimentou no imaginário colectivo, na ideia do cientista “génio louco”, sempre de cabeça no ar, alheado da realidade mundana do dia-a-dia. Um tipo inteligente mas ingénuo, sempre pronto a ser raptado pelos “maus da fita” que se querem apoderar das suas descobertas, que ele cientista, despreocupadamente descobriu, sem suspeitar - o grande distraído! – das consequências do seu trabalho para a vida das pessoas.
Esta visão do trabalhador científico cresceu e instalou-se a par de dois aspectos fundamentais, que revelam o carácter nada inocente deste modo de pensar, e denunciam verdadeiramente a quem ele aproveita:
- Primeiro: a crescente especialização do trabalho científico. Cada vez mais o trabalho dos cientistas (em particular nas grandes empresas privadas) é altamente especializado, servindo estes, enquanto mão de obra, para o desempenho de funções delicadas e altamente exigentes sem saberem (sem lhes ser dado sequer o direito de questionar) o fim último para o qual concorre o seu desempenho.
- Segundo: a ideia que consiste em transformar a ciência no bode expiatório dos insucessos, e até dos crimes, do neo-liberalismo.
Dirão os mais cépticos que o segundo ponto é um exagero, que ninguém culpa a ciência pelas guerras e pela fome do mundo. Mas de facto, na exploração demagógica da miséria alheia (com causas discutíveis mas seguramente enraizadas nas opções históricas e políticas que condicionaram determinadas evoluções sociais) há quem vá ensaiando este discurso. Veja-se a importante personalidade do congresso dos EUA (George E. Brown Jr.) citada por G. Holton no livro já referido: «A liderança mundial em ciência e tecnologia não se traduziu numa liderança em saúde infantil, esperança de vida, níveis de literacia, igualdade de oportunidades, produtividade dos trabalhadores ou eficiência na gestão de recursos. Nem evitou sistemas de educação falhados, cidades decadentes, degradação do ambiente, preços incomportáveis na saúde e a maior dívida nacional na história» (Gerald Holton: “A Cultura Científica e os seus Inimigos – o legado de Einstein”, pág. 18). Veja-se como são largas as costas da ciência, perguntem-se a quem é que este discurso aproveita...
De facto a ciência não tem nada de etéreo e corresponde, como a generalidade das actividades humanas, à resultante das tensões políticas, sociais e culturais de um determinado tempo histórico.
O ponto fundamental deste modesto contributo é, para além de lançar a discussão sobre esta temática, o de que culturalmente a desmistificação deste facto, só por si, representa um avanço para o aprofundamento das formas de participação democrática. É necessário mundanizar a ciência, fazer com que os cidadãos se munam da capacidade de falar e discutir sobre ciência no seu quotidiano, como o fazem sobre literatura, história, arte ou cinema (já para não falar na horrorosa astrologia!).
O papel que os cientistas têm (ou não têm?) na popularização da curiosidade e do conhecimento científicos em Portugal, a importância que a divulgação e a simplificação de conceitos e linguagens joga em tal contexto, são pontos (posts!) prometidos para futuras ocasiões.
FMR
Como primeiro passo para uma eventual iniciativa de carácter mais abrangente, venho propor para reflexão, um tema tradicionalmente ausente da discussão pública em Portugal: a questão da cultura científica dos cidadãos e das consequências desse estado de coisas para o balanço mais geral do estado de saúde da nossa democracia.
No século passado, no final da IIª grande guerra, a visão que os poderes e os cidadãos tinham da ciência era substancialmente diferente da que existe actualmente. Uma síntese fortemente reveladora do modo de então pensar o papel da ciência, é a que corresponde ao relatório encomendado pelo presidente Roosevelt em 1944 ao então director do Office of Scientific Research, Vannevar Bush. O objectivo do presidente americano era em si mesmo revelador da concepção dominante: no essencial tratava-se de procurar saber como é que seria possível transpor os enormes benefícios que os progressos tecnológicos haviam trazido aos aliados em tempo de guerra, para os vindouros tempos de paz. O relatório deveria apontar que políticas adoptar neste domínio, concentrando-se na questão da utilidade dos avanços científicos na área da saúde, na área da educação dos jovens, e na promoção do investimento (público e privado) em infraestruturas e desenvolvimento científico.
Deste relatório (intitulado Science, the Endless Frontier) o que perpassa é uma concepção de ciência como instrumento de emancipação da humanidade. A ciência como via de superação da doença. A descoberta e o desenvolvimento tecnológico, como modo de elevação do bem estar comum. Segundo alguns (como Gerald Holton em “A Cultura Científica e os seus Inimigos, o legado de Einstein”, publicado pela Gradiva na colecção Ciência Aberta) as políticas concretas que tal documento apontou, terão estado na origem da liderança dos EUA em muitos ramos das ciências fundamentais, durante as décadas seguintes (e ainda hoje).
Ora na minha opinião este optimismo “pós-iluminista moderno” (como o designa Holton na obra acima citada), que ao longo da segunda metade do século XX foi sofrendo duros golpes e hoje se encontra de rastos, foi vítima de um dos mais perniciosos embustes que ainda hoje faz lei: a ideia de que a ciência é algo de etéreo, com vida e condição próprias, acima (ou além) das condições sociais e políticas específicas de um determinado tempo histórico.
De facto, esta concepção ascética de ciência fez escola, empurrada pelos teóricos do neo-liberalismo ou simplesmente pela grosseira ignorância dos seus opinion makers. Os próprios cientistas (de modo muito mais elaborado) ainda hoje a veiculam, havendo correntes (principalmente na áreas das ciências fundamentais) que advogam a ideia de que o avanço científico não compreende nenhuma componente de construção ou invenção, mas que todas as coisas simplesmente lá estão, e que o processo de as descobrir e utilizar corresponde a isso mesmo, ou seja, a um processo de revelação de algo exterior ao Homem, ao qual se ascende por via do exercício intelectual, preferencialmente de natureza privada, resguardado da influência, julgar-se-ia quase maligna, do mundo exterior.
A expressão mediatizada deste modo de ver sedimentou no imaginário colectivo, na ideia do cientista “génio louco”, sempre de cabeça no ar, alheado da realidade mundana do dia-a-dia. Um tipo inteligente mas ingénuo, sempre pronto a ser raptado pelos “maus da fita” que se querem apoderar das suas descobertas, que ele cientista, despreocupadamente descobriu, sem suspeitar - o grande distraído! – das consequências do seu trabalho para a vida das pessoas.
Esta visão do trabalhador científico cresceu e instalou-se a par de dois aspectos fundamentais, que revelam o carácter nada inocente deste modo de pensar, e denunciam verdadeiramente a quem ele aproveita:
- Primeiro: a crescente especialização do trabalho científico. Cada vez mais o trabalho dos cientistas (em particular nas grandes empresas privadas) é altamente especializado, servindo estes, enquanto mão de obra, para o desempenho de funções delicadas e altamente exigentes sem saberem (sem lhes ser dado sequer o direito de questionar) o fim último para o qual concorre o seu desempenho.
- Segundo: a ideia que consiste em transformar a ciência no bode expiatório dos insucessos, e até dos crimes, do neo-liberalismo.
Dirão os mais cépticos que o segundo ponto é um exagero, que ninguém culpa a ciência pelas guerras e pela fome do mundo. Mas de facto, na exploração demagógica da miséria alheia (com causas discutíveis mas seguramente enraizadas nas opções históricas e políticas que condicionaram determinadas evoluções sociais) há quem vá ensaiando este discurso. Veja-se a importante personalidade do congresso dos EUA (George E. Brown Jr.) citada por G. Holton no livro já referido: «A liderança mundial em ciência e tecnologia não se traduziu numa liderança em saúde infantil, esperança de vida, níveis de literacia, igualdade de oportunidades, produtividade dos trabalhadores ou eficiência na gestão de recursos. Nem evitou sistemas de educação falhados, cidades decadentes, degradação do ambiente, preços incomportáveis na saúde e a maior dívida nacional na história» (Gerald Holton: “A Cultura Científica e os seus Inimigos – o legado de Einstein”, pág. 18). Veja-se como são largas as costas da ciência, perguntem-se a quem é que este discurso aproveita...
De facto a ciência não tem nada de etéreo e corresponde, como a generalidade das actividades humanas, à resultante das tensões políticas, sociais e culturais de um determinado tempo histórico.
O ponto fundamental deste modesto contributo é, para além de lançar a discussão sobre esta temática, o de que culturalmente a desmistificação deste facto, só por si, representa um avanço para o aprofundamento das formas de participação democrática. É necessário mundanizar a ciência, fazer com que os cidadãos se munam da capacidade de falar e discutir sobre ciência no seu quotidiano, como o fazem sobre literatura, história, arte ou cinema (já para não falar na horrorosa astrologia!).
O papel que os cientistas têm (ou não têm?) na popularização da curiosidade e do conhecimento científicos em Portugal, a importância que a divulgação e a simplificação de conceitos e linguagens joga em tal contexto, são pontos (posts!) prometidos para futuras ocasiões.
FMR
terça-feira, junho 24, 2003
O próximo plenário, o próximo FSP
Mensagem original da Pro-urbe:
> A Pro Urbe - Associação Cívica de Coimbra, não podendo estar hoje
> representada na reunião de avaliação do primeiro FSP, vem por este meio
> propor que se agende, desde já, a marcação de um Plenário do FSP para
> finais de Setembro de 2003 que, na nossa opinião, devia realizar-se numa
> cidade como, por exemplo, Viseu.
>A Ordem de Trabalhos para o Plenário devia incluir, entre outros itens:
> 1. A marcação de datas para a realização do 2º FSP;
> 2. A convocatória de uma Assembleia Geral da Associação para a Gestão do
> FSP 2003 para:
> a) aprovar o relatório de contas do 1º FSP;
> b) aprovar o prolongamento da sua existência por mais um ano, com
> a alteração de 2003 para 2004;
> 3. O lançamento de um novo período de candidaturas de locais para a
> realização do 2º FSP;
> 4. A discussão sobre os métodos de trabalho a adoptar, nomeadamente quanto
> à constituição de grupos de trabalho e suas competências.
>
> Cordiais saudações
> Pro Urbe
1- Sendo o FSP um processo, e não um evento, deveria ser precedido de alguns trabalhos de reuniões e discussões inter-associativas mais amplas e/ou de plenários prévios, da responsabilidade das associações e grupos interessados, apelando a outras que não estiveram presentes, antes da marcação de uma data definitiva, seja Setembro, Outubro ou qualquer outro mês.
2- O FSP deve rever-se na Carta de Coimbra, mas não pode esquecer que a sua fonte é o FSM, senão, ficar-se-á sempre como um arremedo à escala local e periférico do que se faz a nível global. Isto tem alguma relevância tanto no relacionamento inter-partidário, como no relacionamento empresarial, entre outras questões.
3- A escolha da cidade de Viseu para esse plenário, pode resultar ela própria de uma discussão entre os foreiros, que avaliarão da oportunidade desta cidade, e que pode ser feita pela net, desde já, pelo menos. O processo deve ser igual em todas as frentes, ou seja, para a escolha de outros locais no futuro, inclusivé o da realização do encontro final do FSP, por candidaturas.
4-O próximo Fórum depende do grupo que o organiza. Isto tem de ser claro desde o princípio, evitando-se alguns poderes facticos. Tem de haver critérios claros e transparentes, que dêem oportunidade às ONG’s, grandes e pequenas, e aos cidadãos de estarem à frente do processo. Há uma experiência adquirida, tanto pela negativa, como pela positiva. Creio que os futuros dinamizadores do processo também devem ser escolhidos por consensos, e não por herança factica definitória de já terem sido organizadores deste FSP. Suponho que é a isto que a Pro-Urbe se refere quando diz, no seu ponto 4, "métodos de trabalho, grupos e suas competências." Por nós é aquilo a que denominamos renegociação do processo.
5- Parece oportuna a proposta para a O.T. da Assembleia Geral da Associação para aprovar o relatório, e o seu prolongamento por mais um ano, embora creia, que esta Associação só tem validade anual. Assim, se evitam novas percas de tempo em processos burocráticos.
6- Acho que devemos dinamizar redes na net de discussões temáticas, e discussões gerais, conforme os interesses das organizações e das pessoas, com um link permanente para o FSMundial.
Obrigado à Pro-Urbe por ter lançado ideias, agora, também nos compete a
nós tod@s opinar.
AS
Mensagem original da Pro-urbe:
> A Pro Urbe - Associação Cívica de Coimbra, não podendo estar hoje
> representada na reunião de avaliação do primeiro FSP, vem por este meio
> propor que se agende, desde já, a marcação de um Plenário do FSP para
> finais de Setembro de 2003 que, na nossa opinião, devia realizar-se numa
> cidade como, por exemplo, Viseu.
>A Ordem de Trabalhos para o Plenário devia incluir, entre outros itens:
> 1. A marcação de datas para a realização do 2º FSP;
> 2. A convocatória de uma Assembleia Geral da Associação para a Gestão do
> FSP 2003 para:
> a) aprovar o relatório de contas do 1º FSP;
> b) aprovar o prolongamento da sua existência por mais um ano, com
> a alteração de 2003 para 2004;
> 3. O lançamento de um novo período de candidaturas de locais para a
> realização do 2º FSP;
> 4. A discussão sobre os métodos de trabalho a adoptar, nomeadamente quanto
> à constituição de grupos de trabalho e suas competências.
>
> Cordiais saudações
> Pro Urbe
1- Sendo o FSP um processo, e não um evento, deveria ser precedido de alguns trabalhos de reuniões e discussões inter-associativas mais amplas e/ou de plenários prévios, da responsabilidade das associações e grupos interessados, apelando a outras que não estiveram presentes, antes da marcação de uma data definitiva, seja Setembro, Outubro ou qualquer outro mês.
2- O FSP deve rever-se na Carta de Coimbra, mas não pode esquecer que a sua fonte é o FSM, senão, ficar-se-á sempre como um arremedo à escala local e periférico do que se faz a nível global. Isto tem alguma relevância tanto no relacionamento inter-partidário, como no relacionamento empresarial, entre outras questões.
3- A escolha da cidade de Viseu para esse plenário, pode resultar ela própria de uma discussão entre os foreiros, que avaliarão da oportunidade desta cidade, e que pode ser feita pela net, desde já, pelo menos. O processo deve ser igual em todas as frentes, ou seja, para a escolha de outros locais no futuro, inclusivé o da realização do encontro final do FSP, por candidaturas.
4-O próximo Fórum depende do grupo que o organiza. Isto tem de ser claro desde o princípio, evitando-se alguns poderes facticos. Tem de haver critérios claros e transparentes, que dêem oportunidade às ONG’s, grandes e pequenas, e aos cidadãos de estarem à frente do processo. Há uma experiência adquirida, tanto pela negativa, como pela positiva. Creio que os futuros dinamizadores do processo também devem ser escolhidos por consensos, e não por herança factica definitória de já terem sido organizadores deste FSP. Suponho que é a isto que a Pro-Urbe se refere quando diz, no seu ponto 4, "métodos de trabalho, grupos e suas competências." Por nós é aquilo a que denominamos renegociação do processo.
5- Parece oportuna a proposta para a O.T. da Assembleia Geral da Associação para aprovar o relatório, e o seu prolongamento por mais um ano, embora creia, que esta Associação só tem validade anual. Assim, se evitam novas percas de tempo em processos burocráticos.
6- Acho que devemos dinamizar redes na net de discussões temáticas, e discussões gerais, conforme os interesses das organizações e das pessoas, com um link permanente para o FSMundial.
Obrigado à Pro-Urbe por ter lançado ideias, agora, também nos compete a
nós tod@s opinar.
AS
Agradecimentos múltiplos
Em nome de todos os que contribuem para que este blogue seja possível, no presente e no futuro, agradeço a acolhedora recepção do Daniel Oliveira, que muito brevemente poderá também contribuir (como todos os que o desejarem) com as sua escritas na edificação deste mundo virtual (tenho o mail do blog quase quase pronto). Esta cena dos blogues tem que se lhe diga; para instalar o sitemeter, andei ás aranhas até conseguir; para meter os comentários, tive que apelar à inspiração divina (é verdade que o Miguel, colega de desemprego, deu uma grande ajudinha, não fosse o altíssimo estar distraído). Se o PRD soubesse o trabalho que isto dá, de certeza que não andava para aí a mandar bocas; a única coisa que me serena o espírito é que se o gajo mandasse, mesmo assim poderia estar para aqui a escrevinhar; o PRD contribuiu assim para dar sentido a um desemprego aparentemente desvantajoso. Finalmente vejo a luz ao fundo do túnel. Obrigado, Pedro
PP
Em nome de todos os que contribuem para que este blogue seja possível, no presente e no futuro, agradeço a acolhedora recepção do Daniel Oliveira, que muito brevemente poderá também contribuir (como todos os que o desejarem) com as sua escritas na edificação deste mundo virtual (tenho o mail do blog quase quase pronto). Esta cena dos blogues tem que se lhe diga; para instalar o sitemeter, andei ás aranhas até conseguir; para meter os comentários, tive que apelar à inspiração divina (é verdade que o Miguel, colega de desemprego, deu uma grande ajudinha, não fosse o altíssimo estar distraído). Se o PRD soubesse o trabalho que isto dá, de certeza que não andava para aí a mandar bocas; a única coisa que me serena o espírito é que se o gajo mandasse, mesmo assim poderia estar para aqui a escrevinhar; o PRD contribuiu assim para dar sentido a um desemprego aparentemente desvantajoso. Finalmente vejo a luz ao fundo do túnel. Obrigado, Pedro
PP
Nota zoológica I
Sabem como se distingue um cágado macho de um cágado fêmea? é que enquanto que o representante feminino do dito bicho é plano na parte de baixo da carapaça, já o representante masculino é côncavo. A razão para esta disparidade entre os sexos está intimamente ligada ao acto de reprodução. É que se assim não fosse, os machos deste réptil ancestral não tinham hipóteses nenhumas de se equilibrar em cima da sua companheira, aquando da cópula. E sim, sim, é mesmo verdade.
Passando sem demora dos répteis para os insectos, voltando aos grilos, ele há algumas espécies de grilos que são o correspondente natural do imaginário canto da Sereia. É que certas fêmeas de grilo imitam o cantar de outra espécie de grilos; quando o grilo macho se aproxima, engodado por tão irresistível canto, é literalmente comido pela grila. Por isso, quando ouvirem um canto irresistível, antes de se lançarem nos braços da hipotética sereia, certifiquem-se antes que ela é da vossa espécie.
PP
Sabem como se distingue um cágado macho de um cágado fêmea? é que enquanto que o representante feminino do dito bicho é plano na parte de baixo da carapaça, já o representante masculino é côncavo. A razão para esta disparidade entre os sexos está intimamente ligada ao acto de reprodução. É que se assim não fosse, os machos deste réptil ancestral não tinham hipóteses nenhumas de se equilibrar em cima da sua companheira, aquando da cópula. E sim, sim, é mesmo verdade.
Passando sem demora dos répteis para os insectos, voltando aos grilos, ele há algumas espécies de grilos que são o correspondente natural do imaginário canto da Sereia. É que certas fêmeas de grilo imitam o cantar de outra espécie de grilos; quando o grilo macho se aproxima, engodado por tão irresistível canto, é literalmente comido pela grila. Por isso, quando ouvirem um canto irresistível, antes de se lançarem nos braços da hipotética sereia, certifiquem-se antes que ela é da vossa espécie.
PP
Manifesto LGBT 2003
Hoje estamos aqui - e todos os anos somos mais - para celebrar o aniversário de Stonewall: a primeira vez que os LGBT, a uma só voz, disseram Não: Não à discriminação, Não ao preconceito, não à Violência. Hoje estamos aqui para lutarmos com a nossa visibilidade contra quem finge que não nos vê. Porque todos os dias ainda enfrentamos a homofobia (no emprego, na família, na televisão, na imprensa, no poder político), hoje estamos aqui para dizer NÃO!
DIZEMOS NÃO À DISCRIMINAÇÃO NO TRABALHO!
Devido à insistência do nosso movimento, o governo informou que vai aplicar a Directiva Europeia para a igualdade no emprego e incluir explicitamente no novo Código de Trabalho a não discriminação com base na orientação sexual. Mais: face a uma denúncia, será o empregador a ter que provar que não discriminou.
Mas esta vitória não pode escamotear todas as disposições deste Código do Trabalho que ainda afectam negativamente LGBT, mulheres, imigrantes e outros, e precarizam o trabalho de tod@s no desrespeito por direitos adquiridos na democracia portuguesa pelo que continuaremos combativos e vigilantes.
E DIZEMOS NÃO AO PRECONCEITO!
Com que outro fundamento, que não o preconceito, não somos reconhecidos como família?
Com que outro fundamento, que não o preconceito, não se permite o registo das uniões de facto?
Com que outro fundamento, que não o preconceito, nos é negada a participação nos órgãos consultivos do Estado?
Com que outro fundamento, que não o preconceito, apoia o Governo nas escolas o trabalho dum movimento que defende a abstinência sexual como método contraceptivo?
Com que outro fundamento, que não o preconceito, se limita a escolha das mulheres nos seus direitos sexuais e reprodutivos?
DIZEMOS NÃO A TODAS AS FORMAS DE VIOLÊNCIA!
Dizemos não, e sempre dissemos não, a todas as formas de abuso sexual. Várias pessoas aproveitaram casos recentes mais mediatizados para promover a confusão entre homossexualidade e abuso sexual de menores. Alguma imprensa portuguesa cedeu o seu espaço para a divulgação destas posições - e silenciou as nossas. A essas pessoas e a essa imprensa, dizemos também claramente NÃO: NÃO à homofobia; NÃO ao aproveitamento chocante de factos chocantes para a promoção dessa homofobia; NÃO ao abuso do poder mediático para a promoção do ódio e da discriminação.
Em solidariedade e cooperação com os movimentos sociais e os participantes do Fórum Social Português, lutamos pela educação para a cidadania, pela promoção da diversidade, pela igualdade no trabalho, pela democracia informada e inclusiva.
Estas são questões centrais, que afectam as nossas vidas diariamente. Esta luta parte de cada um(a) de nós é de tod@s nós.
Somos muitas e muitos. Somos muitas vozes, somos muitos votos. Usemos essas vozes, usemos esses votos, quebremos os silêncios, digamos NÃO.
Manifesto subscrito por todas as organizações lgbt portuguesas
Para subscrever o manifesto, envie um mail para anabelar2@sapo.pt com o assunto subscrição.
AR
Hoje estamos aqui - e todos os anos somos mais - para celebrar o aniversário de Stonewall: a primeira vez que os LGBT, a uma só voz, disseram Não: Não à discriminação, Não ao preconceito, não à Violência. Hoje estamos aqui para lutarmos com a nossa visibilidade contra quem finge que não nos vê. Porque todos os dias ainda enfrentamos a homofobia (no emprego, na família, na televisão, na imprensa, no poder político), hoje estamos aqui para dizer NÃO!
DIZEMOS NÃO À DISCRIMINAÇÃO NO TRABALHO!
Devido à insistência do nosso movimento, o governo informou que vai aplicar a Directiva Europeia para a igualdade no emprego e incluir explicitamente no novo Código de Trabalho a não discriminação com base na orientação sexual. Mais: face a uma denúncia, será o empregador a ter que provar que não discriminou.
Mas esta vitória não pode escamotear todas as disposições deste Código do Trabalho que ainda afectam negativamente LGBT, mulheres, imigrantes e outros, e precarizam o trabalho de tod@s no desrespeito por direitos adquiridos na democracia portuguesa pelo que continuaremos combativos e vigilantes.
E DIZEMOS NÃO AO PRECONCEITO!
Com que outro fundamento, que não o preconceito, não somos reconhecidos como família?
Com que outro fundamento, que não o preconceito, não se permite o registo das uniões de facto?
Com que outro fundamento, que não o preconceito, nos é negada a participação nos órgãos consultivos do Estado?
Com que outro fundamento, que não o preconceito, apoia o Governo nas escolas o trabalho dum movimento que defende a abstinência sexual como método contraceptivo?
Com que outro fundamento, que não o preconceito, se limita a escolha das mulheres nos seus direitos sexuais e reprodutivos?
DIZEMOS NÃO A TODAS AS FORMAS DE VIOLÊNCIA!
Dizemos não, e sempre dissemos não, a todas as formas de abuso sexual. Várias pessoas aproveitaram casos recentes mais mediatizados para promover a confusão entre homossexualidade e abuso sexual de menores. Alguma imprensa portuguesa cedeu o seu espaço para a divulgação destas posições - e silenciou as nossas. A essas pessoas e a essa imprensa, dizemos também claramente NÃO: NÃO à homofobia; NÃO ao aproveitamento chocante de factos chocantes para a promoção dessa homofobia; NÃO ao abuso do poder mediático para a promoção do ódio e da discriminação.
Em solidariedade e cooperação com os movimentos sociais e os participantes do Fórum Social Português, lutamos pela educação para a cidadania, pela promoção da diversidade, pela igualdade no trabalho, pela democracia informada e inclusiva.
Estas são questões centrais, que afectam as nossas vidas diariamente. Esta luta parte de cada um(a) de nós é de tod@s nós.
Somos muitas e muitos. Somos muitas vozes, somos muitos votos. Usemos essas vozes, usemos esses votos, quebremos os silêncios, digamos NÃO.
Manifesto subscrito por todas as organizações lgbt portuguesas
Para subscrever o manifesto, envie um mail para anabelar2@sapo.pt com o assunto subscrição.
AR
Ponto da situação
Depois de uma semana de vida, já começamos a ser alguns; são eles o António Serzerelo (AS) da Opus Gay, António Pinto Pereira do CIDAC (APP), Filipe Rosas (FMR) e Paulo Pereira (PP) da PédeXumbo e ATTAC-Évora. Os textos postados são da exclusiva responsabilidade de cada um, podendo não coincidir com as posições das associações a que pertencem. Em última análise, representamo-nos apenas a nós próprios. O que realmente nos une é o FSP, com as suas imperfeições e contradições, mas com muitas virtudes e novidades. Esperamos que este novo espaço (FSP) seja o motor de uma participação cívica mais empenhada em Portugal, onde lado a lado, activistas, militantes, imigrantes, ambientalistas, sindicalistas, LGBTistas, feministas, pacifistas, crentes, ateus, ONG's para o desenvolvimento (local e global), para o comércio justo, para uma cultura participada e accessível a todos, etc. etc. etc (de certeza que não está aqui tudo, bolas) construam um mundo melhor, mais justo e solidário, onde toda a sociedade esteja centrada no homem e não refém do lucro fácil e dos mercados financeiros. Venham mais cinco!
PP
Depois de uma semana de vida, já começamos a ser alguns; são eles o António Serzerelo (AS) da Opus Gay, António Pinto Pereira do CIDAC (APP), Filipe Rosas (FMR) e Paulo Pereira (PP) da PédeXumbo e ATTAC-Évora. Os textos postados são da exclusiva responsabilidade de cada um, podendo não coincidir com as posições das associações a que pertencem. Em última análise, representamo-nos apenas a nós próprios. O que realmente nos une é o FSP, com as suas imperfeições e contradições, mas com muitas virtudes e novidades. Esperamos que este novo espaço (FSP) seja o motor de uma participação cívica mais empenhada em Portugal, onde lado a lado, activistas, militantes, imigrantes, ambientalistas, sindicalistas, LGBTistas, feministas, pacifistas, crentes, ateus, ONG's para o desenvolvimento (local e global), para o comércio justo, para uma cultura participada e accessível a todos, etc. etc. etc (de certeza que não está aqui tudo, bolas) construam um mundo melhor, mais justo e solidário, onde toda a sociedade esteja centrada no homem e não refém do lucro fácil e dos mercados financeiros. Venham mais cinco!
PP
A OPUS GAY NO BALANÇO PROVISÓRIO DO FSP
“(...) não há um princípio único de transformação social (...). Não há agentes históricos únicos nem uma forma única de dominação. São múltiplas as faces da dominação e da opressão (...). Sendo múltiplas as faces da dominação, são múltiplas as resistências e os agentes que as protagonizam.
Na ausência de um princípio único, não é possível reunir todas as resistências e agências sob a alçada de uma grande teoria comum. Mais do que de uma teoria comum, do que necessitamos é de uma teoria da tradução que torne as diferentes lutas mutuamente inteligíveis e permita aos actores colectivos “conversarem” sobre as opressões a que resistem e as aspirações
que os animam.”, Boaventura de Sousa Santos, “A crítica da razão indolente...”, p. 26.
Para a Opus Gay o FSP foi e será, sem sombra de dúvidas, um dos espaços possíveis desta tentativa de tradução/acção, ou como disseram, um espaço onde “Quisemos perder a pureza da agenda de cada um em busca da nossa própria reinvenção”. Sem anti-partidarismos. Sem anti-movimentismos. Enriquecendo a democracia representativa com a força e imaginação da nossa participação, a participação e autonomia dos movimentos sociais!
EnREDEmo-nos pois, com entusiasmo, nesta reinvenção de um outro mundo!
Continuemos a animar o Forum com várias discussoes, levando a cabo colóquios, reuniões, conferências, encontros, etc, a nível descentralizado, e que se comece a /discutir /pensar no próximo, em data a combinar, feitas as necessárias análises sobre o que neste foi bem, e o que foi mal, particularmente o"post-forum" tal como foi canalizado pelos media para a opinão pública .Propomos a tod@s, de acordo com a experiência agora obtida, a renegociaçao atempada de alguns parâmetros iniciais, de acordo, com o espírito de Coimbra e do Forum Social Mundial.
Consideramos que este FSP foi muito positivo para o movimento social e sindical em geral, agradecemos por isso também à CGTP, e foi altamente gratificante para o movimento lgbt e outros minoritários, que conseguiram uma expressão e visibilidade inesperadas, como nunca acontecera entre nós.
Removeram-se preconceitos, medos, desconhecimentos, e até homofobias, sempre latentes na sociedade portuguesa. É um património que não se pode perder no futuro com imposições de uniformidades. Foi um salto qualitativo.
Uma pequena nota para as questões financeiras, se de facto houve lucro: que se diminuam os preços das inscrições em oficinas e mesas, pois o esforço financeiro das associações foi considerável, e permitindo assim o acesso de organizações mais frágeis financeiramente.
AS
“(...) não há um princípio único de transformação social (...). Não há agentes históricos únicos nem uma forma única de dominação. São múltiplas as faces da dominação e da opressão (...). Sendo múltiplas as faces da dominação, são múltiplas as resistências e os agentes que as protagonizam.
Na ausência de um princípio único, não é possível reunir todas as resistências e agências sob a alçada de uma grande teoria comum. Mais do que de uma teoria comum, do que necessitamos é de uma teoria da tradução que torne as diferentes lutas mutuamente inteligíveis e permita aos actores colectivos “conversarem” sobre as opressões a que resistem e as aspirações
que os animam.”, Boaventura de Sousa Santos, “A crítica da razão indolente...”, p. 26.
Para a Opus Gay o FSP foi e será, sem sombra de dúvidas, um dos espaços possíveis desta tentativa de tradução/acção, ou como disseram, um espaço onde “Quisemos perder a pureza da agenda de cada um em busca da nossa própria reinvenção”. Sem anti-partidarismos. Sem anti-movimentismos. Enriquecendo a democracia representativa com a força e imaginação da nossa participação, a participação e autonomia dos movimentos sociais!
EnREDEmo-nos pois, com entusiasmo, nesta reinvenção de um outro mundo!
Continuemos a animar o Forum com várias discussoes, levando a cabo colóquios, reuniões, conferências, encontros, etc, a nível descentralizado, e que se comece a /discutir /pensar no próximo, em data a combinar, feitas as necessárias análises sobre o que neste foi bem, e o que foi mal, particularmente o"post-forum" tal como foi canalizado pelos media para a opinão pública .Propomos a tod@s, de acordo com a experiência agora obtida, a renegociaçao atempada de alguns parâmetros iniciais, de acordo, com o espírito de Coimbra e do Forum Social Mundial.
Consideramos que este FSP foi muito positivo para o movimento social e sindical em geral, agradecemos por isso também à CGTP, e foi altamente gratificante para o movimento lgbt e outros minoritários, que conseguiram uma expressão e visibilidade inesperadas, como nunca acontecera entre nós.
Removeram-se preconceitos, medos, desconhecimentos, e até homofobias, sempre latentes na sociedade portuguesa. É um património que não se pode perder no futuro com imposições de uniformidades. Foi um salto qualitativo.
Uma pequena nota para as questões financeiras, se de facto houve lucro: que se diminuam os preços das inscrições em oficinas e mesas, pois o esforço financeiro das associações foi considerável, e permitindo assim o acesso de organizações mais frágeis financeiramente.
AS
O papel dos partidos
Recentemente têm surgido em diferentes fóruns, e em grande número de debates e discussões de índole cívica e política, outras tantas vozes a questionar o papel, e até a legitimidade, dos partidos políticos na participação/organização de tais eventos.
Parece-me ser isto, no essencial, um bom sinal. Um sinal de que a sociedade civil, quer na expressão do seu movimento associativo, quer por via da opinião individual dos cidadãos, questiona uma certa “prioridade” das instituições partidárias tradicionais, que vinha sedimentando à sombra do deserto de iniciativa criado pela governação neo-liberal dos partidos detentores do poder.
Neste contexto, a crítica ao oportunismo partidário, aos jogos de bastidores, às tentativas de instrumentalização de movimentos, à imposição hegemónica e artificial de orientações, cores e bandeiras, nos mais diversos momentos, tem sido não só uma crítica justa, mas também um gesto que é condição da própria natureza livre, indomável até, de todos aqueles que acreditam que um outro mundo é possível.
Dito isto creio no entanto ser necessário, por ser justo, acrescentar algo mais. A legitimidade dos partidos participarem, decidirem, mobilizarem, etc.., não é qualitativamente diferente da de qualquer outro movimento. A generalização da ideia de que tudo o que é partidário é intrinsecamente mau, corresponde a uma simplificação na linha de um maniqueísmo muito caro a uma certa direita, que explora sem pudor, e com mal disfarçada intencionalidade, o descontentamento e desinteresse crescentes dos cidadãos pela política e pelos partidos.
Importa pois separar águas e analisar a natural complexidade do problema. De facto os partidos políticos não são todos iguais, e se é certo que não creio que existam “partidos de vanguarda”, pelo menos na acessão ascética da expressão no vernáculo estalinista, há uns claramente melhores do que os outros.
Quais? Ou qual?
Não é esse o ponto. O ponto é que a virulência indiscriminada e sem critério dirigida contra os partidos contribui objectivamente para lavrar o terreno da desmoralização e desalento dos cidadãos, onde colhe a direita mais conservadora e de instintos pouco democráticos.
Existe ainda uma outra espécie de “efeito colateral”. Parece instalar-se em alguns meios (muito sofisticados, muito cheios de certezas óbvias que só os outros – burros! – é que não descortinam), a ideia de uma certa vergonha, ou desconforto, por se pertencer a um partido. Como se isso constituísse por si só um atestado de menoridade cívica, ou reputasse de pouca credibilidade quem quer que fosse.
Na minha opinião a questão fundamental é a seguinte: que destino terão os movimentos sociais, hoje organizados em torno de visões alternativas do funcionamento da sociedade, quando as suas ideias tiverem eventualmente um apoio suficiente para serem postas em prática? Perguntando de outro modo: qual a consequência última da luta por uma determinada causa, ou ideia, ou objectivo concreto, senão a sua materialização por via do exercício de um qualquer poder, desejavelmente mais democrático, mais participativo, mais imaginativo? Uma vez criada a oportunidade, não se tornarão esses movimentos em partidos, no sentido em que como eles se constituirão em candidatos ao exercício do poder (por muito diferente que seja a concepção e a prática que têm dele)?
Sobre isto há evidentemente os que acham que o poder corrompe inexoravelmente, que o poder é intrinsecamente mau e não há nada a fazer. Na minha opinião isto corresponde a uma visão depressiva e sem saída. Pelo contrário, os movimentos e associações que hoje mundialmente se mobilizam, parecem ser mais animados pela necessidade de reconhecerem (e se reconhecerem entre si), em função não tanto do que querem, mas fundamentalmente daquilo que não querem. Nesta fase é portanto natural, e até em alguns casos indispensável, uma certa reacção contra os partidos do sistema, em particular contra um certo conservadorismo de alguns partidos de esquerda que pararam no tempo.
Isto, no entanto, é substancialmente diferente da atitude de julgar todos pela mesma bitola, e não reconhecer que a par do entusiasmo e do crescimento que anima muitos (novos e velhos) movimentos cívicos em Portugal, há um fenómeno paralelo no plano partidário, que alimenta e se alimenta espontaneamente deste rio, porque faz parte dele e com ele corre: o Bloco de Esquerda.
Noutros países, como em Espanha por exemplo, será diferente. O gesto fundador de construção de uma alternativa ao capitalismo, não arrancou à sociedade espanhola um movimento partidário à altura de tal expectativa. Mas em Portugal, mesmo com os erros que não se podem ignorar, e que se cometem sempre, esse movimento existe. Seria dramático (se não fosse até um tanto ou quanto patético) confundir a natural influência política do BE nos movimentos cívicos de esquerda (contra a guerra, pelo direito ao aborto, pelos direitos das mulheres, contra o racismo, pelos direitos das minorias lésbicas e homossexuais, etc.), com a postura de instrumentalização e aproveitamento político de outros partidos.
Isto sente-se, nas opiniões, na postura de organização de manifestações de rua, na adesão de independentes, na liberdade e intensidade com que se discorda... e na minha opinião é tão necessário referi-lo, como o são as críticas quando se presumem justas.
FMR
Recentemente têm surgido em diferentes fóruns, e em grande número de debates e discussões de índole cívica e política, outras tantas vozes a questionar o papel, e até a legitimidade, dos partidos políticos na participação/organização de tais eventos.
Parece-me ser isto, no essencial, um bom sinal. Um sinal de que a sociedade civil, quer na expressão do seu movimento associativo, quer por via da opinião individual dos cidadãos, questiona uma certa “prioridade” das instituições partidárias tradicionais, que vinha sedimentando à sombra do deserto de iniciativa criado pela governação neo-liberal dos partidos detentores do poder.
Neste contexto, a crítica ao oportunismo partidário, aos jogos de bastidores, às tentativas de instrumentalização de movimentos, à imposição hegemónica e artificial de orientações, cores e bandeiras, nos mais diversos momentos, tem sido não só uma crítica justa, mas também um gesto que é condição da própria natureza livre, indomável até, de todos aqueles que acreditam que um outro mundo é possível.
Dito isto creio no entanto ser necessário, por ser justo, acrescentar algo mais. A legitimidade dos partidos participarem, decidirem, mobilizarem, etc.., não é qualitativamente diferente da de qualquer outro movimento. A generalização da ideia de que tudo o que é partidário é intrinsecamente mau, corresponde a uma simplificação na linha de um maniqueísmo muito caro a uma certa direita, que explora sem pudor, e com mal disfarçada intencionalidade, o descontentamento e desinteresse crescentes dos cidadãos pela política e pelos partidos.
Importa pois separar águas e analisar a natural complexidade do problema. De facto os partidos políticos não são todos iguais, e se é certo que não creio que existam “partidos de vanguarda”, pelo menos na acessão ascética da expressão no vernáculo estalinista, há uns claramente melhores do que os outros.
Quais? Ou qual?
Não é esse o ponto. O ponto é que a virulência indiscriminada e sem critério dirigida contra os partidos contribui objectivamente para lavrar o terreno da desmoralização e desalento dos cidadãos, onde colhe a direita mais conservadora e de instintos pouco democráticos.
Existe ainda uma outra espécie de “efeito colateral”. Parece instalar-se em alguns meios (muito sofisticados, muito cheios de certezas óbvias que só os outros – burros! – é que não descortinam), a ideia de uma certa vergonha, ou desconforto, por se pertencer a um partido. Como se isso constituísse por si só um atestado de menoridade cívica, ou reputasse de pouca credibilidade quem quer que fosse.
Na minha opinião a questão fundamental é a seguinte: que destino terão os movimentos sociais, hoje organizados em torno de visões alternativas do funcionamento da sociedade, quando as suas ideias tiverem eventualmente um apoio suficiente para serem postas em prática? Perguntando de outro modo: qual a consequência última da luta por uma determinada causa, ou ideia, ou objectivo concreto, senão a sua materialização por via do exercício de um qualquer poder, desejavelmente mais democrático, mais participativo, mais imaginativo? Uma vez criada a oportunidade, não se tornarão esses movimentos em partidos, no sentido em que como eles se constituirão em candidatos ao exercício do poder (por muito diferente que seja a concepção e a prática que têm dele)?
Sobre isto há evidentemente os que acham que o poder corrompe inexoravelmente, que o poder é intrinsecamente mau e não há nada a fazer. Na minha opinião isto corresponde a uma visão depressiva e sem saída. Pelo contrário, os movimentos e associações que hoje mundialmente se mobilizam, parecem ser mais animados pela necessidade de reconhecerem (e se reconhecerem entre si), em função não tanto do que querem, mas fundamentalmente daquilo que não querem. Nesta fase é portanto natural, e até em alguns casos indispensável, uma certa reacção contra os partidos do sistema, em particular contra um certo conservadorismo de alguns partidos de esquerda que pararam no tempo.
Isto, no entanto, é substancialmente diferente da atitude de julgar todos pela mesma bitola, e não reconhecer que a par do entusiasmo e do crescimento que anima muitos (novos e velhos) movimentos cívicos em Portugal, há um fenómeno paralelo no plano partidário, que alimenta e se alimenta espontaneamente deste rio, porque faz parte dele e com ele corre: o Bloco de Esquerda.
Noutros países, como em Espanha por exemplo, será diferente. O gesto fundador de construção de uma alternativa ao capitalismo, não arrancou à sociedade espanhola um movimento partidário à altura de tal expectativa. Mas em Portugal, mesmo com os erros que não se podem ignorar, e que se cometem sempre, esse movimento existe. Seria dramático (se não fosse até um tanto ou quanto patético) confundir a natural influência política do BE nos movimentos cívicos de esquerda (contra a guerra, pelo direito ao aborto, pelos direitos das mulheres, contra o racismo, pelos direitos das minorias lésbicas e homossexuais, etc.), com a postura de instrumentalização e aproveitamento político de outros partidos.
Isto sente-se, nas opiniões, na postura de organização de manifestações de rua, na adesão de independentes, na liberdade e intensidade com que se discorda... e na minha opinião é tão necessário referi-lo, como o são as críticas quando se presumem justas.
FMR
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