BALANÇO DO 1º FÓRUM SOCIAL PORTUGUÊS REALIZADO PELA CONFEDERAÇÃO PORTUGUESA DE ASSOCIAÇÕES DE DEFESA DO AMBIENTE (CPADA) – I parte
O Fórum Social Português (FSP) terminou. Entre os participantes, há a opinião generalizada de que este fórum constituiu um grande sucesso para o movimento social português. Chegou o momento de fazer um balanço crítico deste evento, no sentido de começar a lançar os próximos passos.
Antes de mais, relembramos, para que fique registado, as condições em que foi convocado o Fórum Social Português, os seus antecedentes e o papel que nele teve a Confederação Portuguesa de Associações de Defesa do Ambiente (CPADA).
A GÉNESE DO FÓRUM SOCIAL PORTUGUÊS
Na sequência de um conjunto de ideias apresentadas no IX Encontro Nacional de Associações de Defesa do Ambiente organizado pela CPADA em 1999, e por proposta a Intervenção Radical, várias organizações decidiram realizar um encontro na Assembleia da República entre os Movimentos Sociais e os partidos políticos com o patrocínio do Dr. Almeida Santos, à época Presidente da Assembleia da República.
Todos os partidos foram convidados para este diálogo mas neste acabaram por participar apenas o PS e o PCP. Uma série de reivindicações foram apresentadas pelas associações presentes, dentre as quais se destaca a necessidade de uma lei que permita aos cidadãos encaminhar parte dos seus impostos para apoiar associações da sua simpatia.
O balanço que as organizações sociais presentes neste acontecimento fizeram foi entusiástico e logo ali foi decidido caminhar para um Congresso, tendo sido criada uma comissão aberta a todas as associações para a sua organização.
Foi neste contexto que apareceu uma proposta para que aquela comissão se encontrasse com algumas pessoas que, a título individual ou em representação de algumas organizações não governamentais, tinham participado no Fórum Social Mundial, em Porto Alegre. Decidiu-se, assim, convocar uma reunião alargada para discutir e lançar a iniciativa do Fórum Social Português.
Para grande surpresa dos promotores deste plenário, nesse dia a comunicação social apresentou esta proposta como uma iniciativa do PCP e do Bloco de Esquerda, o que era manifestamente falso.
No decurso do plenário a CPADA defendeu a posição de que os partidos políticos não deviam participar na organização do Fórum social Português ao mesmo nível que os Movimentos Sociais e que o seu estatuto devia ser o de observadores.
Esta posição gerou discussão e não obteve o consenso. Foi conseguido entretanto o consenso para convocar outro plenário onde deveria ser determinada a data de realização do primeiro Fórum Social Português.
A CPADA, ao nível da organização do Fórum, deu também o seu contributo para,
em tempo recorde, legalizar a Associação Para a Gestão do Fórum Social Português 2003.
Gualter Barbas Baptista (GBB)
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