Olá II FSP,
De facto, a experiência parece tornar evidente que o problema não se colocou entre partidos e movimentos sociais, como insistentemente se quis fazer querer. O problema foi entre partidos que impuseram como tema oficial do FSP a contagem de cabeças e alinhamentos de um e do outro lado. Ainda por cima fizeram-no sem nunca o assumirem explicitamente, dando azo ao florescimento de comportamentos oportunistas e enfeudamentos mais papistas que o papa.
Ser aderente de um partido ou ser militante partidário não deve ser um estigma. Porém o objecto do FSP é precisamente o de construir a oportunidade de um outro tipo de espaço democrático, não confessional ou partidário (cf. declaração de Porto Alegre), ser estabelecido e de fazer o seu caminho, sem concorrência com a democracia representativa. Não precisamos de aprender a fazer política como fazem os partidos. Precisamos de aprender a fazer política como se faz no FSM.
Como muitos já dizem, acho que é preciso denunciar a declaração de Coimbra como um erro. E proclamar a declaração de Porto Alegre como a única referência legislativa, digamos assim, a que nos deveremos ater.
Nesse sentido conviria encetar uma discussão sobre o valor da declaração de Porto Alegre, que como todas as leis é susceptível de ser aplicada de diversas maneiras, bem como insistir em desenvolver metodologias de participação livres das teias da representatividade. Por exemplo: não faz o mínimo sentido fazer plenários "decisivos" em carrossel pelo país, permitindo todo o tipo de manobrismos, ao mesmo tempo que a discussão de ideias e de projectos não se faz e a comissão de rede - a que deveria ter aberto o espaço de participação a gente isolada que possa querer alinhar - ficou em
terceiro plano das prioridades das três comissões (programa, organização e rede), como o mostra a desmobilização dos fora regionais.
Há que discutir organizações e processos legítimos, sem legalismos nem oportunismos, de forma a que as redes de alianças se possam fortalecer e alongar livremente, sem entrarem em contradição com as outras redes que também participam no FSP mas não conseguem encontrar (para já) pontes entre si e sem contradição com os partidos ou opiniões religiosas, mas que para aqui não são chamadas. A organização e a definição de legitimidades processuais deveriam ser as pontes minimalistas e democráticas, avaliadas em função da capacidade de suportar a polémica, sustentar avanços nos debates e atrair novos agentes.
APD (António Pedro Dores)
PS: leiam, divulguem e subscrevam
NÃO AO ABUSO SEXUAL DE CRIANÇAS
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