quinta-feira, junho 26, 2003

BALANÇO DO 1º FSP FEITO PELA CPADA – III parte
O SUCESSO DO FÓRUM SOCIAL PORTUGUÊS

Apesar de todas as dificuldades o Fórum foi efectivamente uma grande momento democrático, de discussão plural, que se exprimiu em dezenas e dezenas de conferências, mesas de controvérsia, pontos de encontro e oficinas. Uma grande festa de ideias que vai seguramente germinar onde se luta e se tem esperança em Portugal. A autonomia com que se manifestaram os movimentos na sua manifestação, recusando firme e tranquilamente qualquer manipulação partidária, foi simbolicamente a mais bela festa de encerramento que o I Fórum Social Português poderia ter, com a certeza de que o II Fórum Social Português já estava a caminho.

A realização do I FSP deu origem a comentários diversos na comunicação social.
É interessante verificar como são efectuadas estas análises, em boa parte por pessoas que nem sequer participaram no Fórum.
Muitos foram os ataques daqueles que desde sempre estiveram ao serviço da insustentabilidade do sistema neoliberal e da sua apadrinhada imprensa.
Estes comentários são apenas mais uma razão para celebrarmos o sucesso do Fórum
Social Português, pois são o sinal de que este evento, logo na sua primeira edição, exerceu um efeito visível sobre a sociedade e começou a incomodar muita gente.
Por outro lado surgiram os comentários de pessoas ligadas à máquina partidária
que mais tentou manipular o FSP. Em geral pautam-se por uma sistemática vitimização do PCP e deturpam a verdade dos factos numa aparente tentativa de lavar uma imagem que, por sua exclusiva culpa, saiu manchada desta série de acontecimentos.

O MOVIMENTO AMBIENTALISTA NO FSP

Algumas organizações não-governamentais de ambiente (ONGA) puseram um grande empenho na preparação do Fórum e participaram de forma muito activa, quer na organização das iniciativas realizadas durante o Fórum quer na manifestação.
Apesar disso, parece-nos que a participação do movimento ambientalista, em geral, foi tímida e pouco representativa. A declaração saída da Assembleia dos movimentos Sociais do dia 10 de Junho integra poucas referências aos temas ambientais e reflecte, em nosso entender, o deficiente envolvimento do movimento ambientalista no Fórum.

Uma das razões para que tal tenha acontecido poderá ser o receio de uma conotação política do Fórum, sendo sabido que as ONGA (tal como muitas outras organizações não-governamentais) são movimentos transversais às diferentes correntes políticas e como tal, evitam normalmente tomar partido em questões partidárias. Esta é uma reflexão interna que o movimento ambientalista deverá fazer. Mas constitui também um motivo de reflexão para aqueles que ainda não perceberam a importância de que se reveste a independência politico-partidária do FSP para o alargamento da sua base social de apoio.

GBB

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