terça-feira, janeiro 31, 2006

Destruir um glaciar para explorar ouro!

No Chile vão destruir um glaciar para exploração de ouro!

Situemos o contexto:

O Chile é um país que possui grandes reservas de água doce, repartidas entre
rios, lagos e glaciares. Como todos sabemos, a água é um bem precioso, um
recurso natural que pode vir a tornar-se a causa de grandes guerras no
futuro. Na terceira maior região do país, existe um lugar chamado "Valle de
San Félix". Trata-se de um concelho onde o desemprego não existe, sendo
habitado por agricultores que produzem a segunda riqueza financeira mais
importante do país (como região). Esta localidade é irrigada por dois rios,
que têm por fonte os glaciares da cordilheira próxima. Eles oferecem a água
mais pura do Chile!

Os transtornos começaram quando se descobriu debaixo dos glaciares o
"Tesouro da América" que consiste em milhões de dólares em ouro, prata e
outros minerais. Para poder extrair estes metais, é necessário quebrar e
destruir os glaciares (feito nunca antes visto no mundo!), fazendo dois
buracos do tamanho de Chuquicamata (nota do tradutor: leia-se do tamanho de uma montanha inteira): um para extrair os minérios, outro para colocar os
resíduos (as industrias de minério não praticam reciclagem).

O nome deste projecto é "Pascua Lama". Ele será posto em acção por uma
empresa multinacional, da qual Bush pai é accionista... O governo chileno já
aprovou o projecto, fixando a data de início de trabalhos para o corrente
ano de 2006, unicamente porque os agricultores conseguiram adiá-lo até à
data. O que nos preocupa é que ao destruir o glaciar, destroem também o
precioso recurso de água doce, tendo repercussões nos dois rios que suportam
a região e contaminando toda a água da população nas redondezas. A partir de então, a água só poderá ser utilizada para regadio e tornar-se-á imprópria
para consumo humano e mesmo animal.

Para mais, até à última grama, o ouro irá para a reserva "Gringa". Há já
muito tempo que estas gentes lutam pela sua terra, que é a sua única fonte
de trabalho. Mas não tiveram o direito de se exprimir na televisão segundo
ordens do Ministério do Interior. A sua única esperança de travar o projecto
é de o dar a conhecer ao maior número de pessoas, do modo a apelar à justiça
internacional.

É necessário que todos saibam o que está em curso no Chile!

Para mudar o mundo... há que começar por si próprio.

Pedimos-lhe que faça circular esta campanha pelos seus amigos da seguinte
maneira: copie o texto desta página e envie num e-mail novo, adicionando a
sua assinatura, enviando-o depois à sua lista de contactos.

Importante: pedimos que 100ª pessoa a assinar a lista nos envie as 100
assinaturas no e-mail para: noapascualama@yahoo.ca, de onde serão
encaminhadas ao governo chileno.

Obrigado.

Elementos de informação:

Pascua-Lama é um projecto de extracção de ouro (e, secundariamente, de prata e cobre) gerado pela empresa canadense Barrick Gold. A mina a céu aberto será situada a cerca de 5000 metros de altitude, na fronteira entre o Chile e a Argentina (na cordilheira dos Andes) e a construção do estaleiro implicaria a deslocação de 3 glaciares. Os peritos afirmam ser impossível deslocar um glaciar sem o destruir. Não existe precedente no mundo de um plano de intervenção de protecção para glaciares (« plan de manejo de glaciares »). Este conceito utilizado pela empresa Barrick Gold não tem
qualquer rigor científico. A empresa Barrick propõe-se a utilizar um
processo à base de cianeto e ácido sulfúrico (lixiviação) para extrair o
ouro na mina a céu aberto, o que produziria uma elevado grau de contaminação com consequências graves e irreversíveis na qualidade da água, necessária à sobrevivência e ao trabalho agrícola das comunidades. Na região existem comunidades descendentes da cultura indígena diaguita, cujos direitos foram já violados pela venda ilegal das suas terras à empresa de minério (um processo judiciário sobre o assunto foi evantado em 2001), e que, por efeito da contaminação das águas, seria condenada à extinção.

Mais informação em: http://www.cs3r.org/show.php?id=522

http://en.wikipedia.org/wiki/Pascua_Lama


Pedimos ao governo chileno que não autorize a realização do projecto
Pascua-Lama, de modo a proteger:

- A integridade dos glaciares Toro I, Toro II e Esperanza;

- A pureza das águas que irrigam os vales de San Félix e El Transito;

- A qualidade da produção agrícola da região de Atacama;

- A qualidade de vida da comunidade diaguita e do todo da população da
região.

NOTA: retirado da lista FSPortugal

Morre-se muito no Iraque...

Um morto é um morto, seja civil ou soldado, inglês ou iraquiano: este post não é sobre almas, é mesmo sobre a crueza dos números ou o azar da morte. O número de fatalidades entre os soldados ingleses no Iraque acaba de atingir a centena. Contudo, destes apenas 77 morreram em combate: 33% das mortes ocorreram devido a acidente ou causas naturais...

Sim, também deve haver deputados muito bons

Mas estas são as razões apresentadas por Vasco Pulido Valente para em tempos ter desistido do seu lugar. A menos que acreditemos que houve uma conspiração para o levar a demitir-se, talvez não seja errado adivinhar que a maioria passará pela mesma experiência. E sim, VPV deveria ter pensado melhor antes de querer ser deputado, ou então esforçar-se por fazer qualquer coisinha... Mas a questão que me traz aqui não é essa, é a suspeita de que quem nos representa possa ser na realidade gente assim... Alguns deputados conseguirão encontrar uma saída e tornar-se produtivos, mas quantos se manterão assim, anos a fio, sem que ninguém lhes peça contas? Ou a taxa de demissões é elevada e sou eu que estou mal informada?
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Diz VPV:
A propósito, também estive no parlamento. Seis meses, com as férias de Natal pelo meio. Não fiz nada. O grande problema era arrumar o carro (não havia ainda uma garagem especial para os senhores deputados) e, a seguir, o almoço, sempre uma aventura naquela parte do mundo. De resto, corria tudo bem. Assinava o "livro", porque a Assembleia da República não confia nos representantes da nação e espera (compreensivelmente) que eles não ponham lá os pés. Só encontrei esta solicitude, aos treze anos, no Liceu Camões. Nessa altura, passava as tardes no cinema, angustiado pela "falta". Em S. Bento, não faltava ou, pelo menos, não faltava muito. Lia os jornais, os que tinha trazido e os do Pacheco Pereira. Nunca levei um livro por causa da televisão, que aparentemente embirra com deputados que lêem livros. Fora isso, conversava e passeava pelos corredores. Passos perdidos, de facto. De quando em quando recebia instruções para votar assim ou assado. Sem um comentário. A direcção da bancada é que sabe e manda. Às quatro e meia da tarde, no mictório nacional, imemorialmente entupido, a urina já chegava à porta (consta que neste capítulo as coisas melhoraram). Às cinco e meia, derreado, voltava para casa. Uma vez por semana, na minha comissão, a Defesa, ouvia um general indescrito repetir o comunicado da USIA sobre a Bósnia. Não se permitiam perguntas. No dia em que me demiti, um bando de jornalistas, de microfone espetado, exigiu explicações.

segunda-feira, janeiro 30, 2006

FSP: porque estão os cidadãos de fora?

Três anos depois do I Fórum Social Português está em marcha o processo de realização da sua segunda edição.

Se no balanço que então foi feito muitos se pronunciaram positivamente sobre o evento, o que resta hoje dele? Que mudanças ocorreram na nossa prática social resultado daquela iniciativa? Que solidariedades, que cumplicidades, nasceram daquela experiência colectiva e se materializaram e contribuíram para uma melhor compreensão do mundo, para uma maior autonomia social, para uma maior iniciativa cidadã?

O modo como está a decorrer o actual processo não é animador. O número de associações e cidadãos que o têm acompanhado é menor que o da Iniciativa Temática 2005 que, por sua vez, já foi bem menor que o do FSP 2003. E, causa e efeito desta realidade, o conteúdo das discussões preparatórias não se alterou, encontrando-nos hoje a repisar os conflitos que então se verificaram.

Há hoje mais respeito pelas agendas de cada associação participante ou permanece a tentação de impor as agendas ditas de "interesse nacional"? Há hoje mais espaço para o desenvolvimento da capacidade de intervenção das associações ou continua a existir a tentação para impor a hegemonia de modelos programáticos particulares?

Para debater estas e outras questões que atravessam o movimento social português o Clube de Combate, em colaboração com a AJP, o CIDAC e a Mó de Vida, organiza em Évora, no dia 4 de Fevereiro, pelas 21,30h, no Espaço Celeiros (junto ao Centro Comercial Eborim) o debate “FSP: porque estão os cidadãos de fora?”. Será também passado o filme de Caroline Poliquin “The Bottom Line: Privatizing the World” (O Bem Comum). A concluir actuará o quarteto de jazz de Paula Sousa.

sábado, janeiro 28, 2006

Frio

Agora diz-se Choque Térmico. A primeira vez, nem percebi de que raio falavam. Mas entrevistaram um profissional do Instituto de Meteorologia e tudo: "sim", dizia ele, "não é bem um caso excepcional, todos os anos passamos por um par de choques térmicos no Inverno". Hoje lá veio outra vez o choque térmico despejado sobre as notícias, desta vez com entrevista a um profissional da Saúde: "bom, convém continuar a comer e a beber, especialmente comidas quentes. E não vestir só uma peça de roupa".
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Não sei bem que pensar... Por acaso os senhores da comunicação social sentem necessidade de que alguém os avise de que no Inverno não devem deixar de comer? Vêem mesmo interesse em informar o povo de que se agasalhe? É verdade, até em Portugal se morre de frio, mas não é por as pessoas não saberem o que fazer, é porque as ruas dos sem-abrigo são mal calafetadas, é porque os velhotes não conseguem aquecer com cobertores puídos, e a miséria não lhes permite ter a braseira acesa 24 horas por dia. Não é por as pessoas serem parvas.
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mpf

sexta-feira, janeiro 27, 2006

Má Sorte, Boa Morte

Eutanásia nasceu etimologicamente de eu, quem em grego significa boa, e de tanatos, que significa morte; hoje em dia a palavra é usada para designar o acto intencional pelo qual um médico ajuda alguém doente a morrer.

Na terça-feira morreu Ann Turner, uma médica inglesa a quem foi diagnosticada uma doença degenerativa: após muito sofrimento e enquanto ainda conseguia andar, viajou com a família para a Suiça, onde colocou fim à vida com assistência médica. Na Suiça, ajudar a morrer alguém que se encontra numa condição terminal e que em seu livre juízo pretende pôr fim à vida, é considerado um acto humanitário. Também a Holanda despenalizou a eutanásia para adultos em 2003. Sem irem tão longe legalmente (e poupando-se à confusão...), a Bélgica permite desde o ano passado a venda em farmácias de kits para praticar o suicídio assistido (estes kits só podem ser adquiridos por médicos), enquanto a França fecha os olhos a alguns casos. Mas na maioria da Europa, a eutanásia continua a ser crime. .
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A Federação de Associações pelo Direito a Morrer reune, desde 1980, associações (de 23 países) que promovem o direito do paciente à escolha no fim da vida (your life, your choice). O Testamento em Vida (Living Will) é um exemplo duma opção legal que em alguns países (incluindo Portugal) procura tornear a ilegalidade da eutanásia: este testamento determina antecipadamente o tipo de tratamento médico que uma pessoa quer (ou não...) receber, mesmo que na hora já não esteja capacitada para o declarar. Alguns médicos, contudo, reservam-se o direito de decidir sobre o destino dum paciente independentemente da sua opinião, mesmo que legalmente registada.

Em Inglaterra 82% das pessoas consideram inaceitável que alguém em estado terminal não possa pedir ajuda médica para morrer com dignidade, estando neste momento em discussão no parlamento inglês uma lei sobre a morte assistida. Em Junho de 2005 a British Medical Association, principal organização médica inglesa, retirou a sua - até aqui feroz - oposição à nova Lei, declarando neutralidade perante uma matéria sobre a qual considera dever ser a sociedade a decidir. Também o parlamento espanhol adiou pronunciar-se sobre uma proposta de lei semelhante em Junho de 2004, alegando que a questão não tinha sido bem debatida pela sociedade espanhola.

Nesta como em muitas outras questões que mexem com o resto do mundo, a sociedade portuguesa é omissa...
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mpf

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Conferência Internacional sobre Microcrédito - notas

Aconteceu no dia 23 de Janeiro de 2006, em Lisboa, perante uma assistência que ultrapassou as 400 almas.

Mohammad Yunus 1
Os pobres são como árvores Bonsai: as sementes não têm qualquer problema, pelo que se a sociedade lhes der espaço para crescer tornam-se árvores iguais às outras.

Mohammad Yunus 2
O microcrédito é mais que um empréstimo financeiro, é um potencial motor de desenvolvimento social: no Bangladesh a taxa de natalidade passou, numa geração, de 6 para 3 filhos por casal; este decréscimo está associado a uma diminuição da pobreza (5 milhões de famílias já usufruiram do microcrédito no Bangladesh) e aumento da escolaridade (já existem vários casos de filhos do Banco Grameen, oriundos de famílias analfabetas abaixo do limiar da pobreza, doutorados em universidades pelo mundo fora).

Maria Nowak 1
No combate ao desemprego, as políticas nacionais e europeias ficam obcecadas com estratégias de criação de emprego, esquecendo que é muito mais importante incentivar os desempregados a criar o seu próprio emprego.

Maria Nowak 2
Um desempregado que recebe um microcrédito deixa de receber subsídio do bolo comum e passa a descontar para esse bolo – a sociedade ganha duas vezes.

Maria Nowak 3
Devido ao exagero atribuído à importância dos cursos de formação, na Europa é cada vez mais difícil a um cidadão com experiência exercer uma profissão sem a certificação de grupos corporativos – a Revolução Francesa veio em tempos pôr fim ao poder das guildas profissionais; a Europa precisa hoje de uma nova Revolução Francesa.
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Angel Font
Em Espanha há cada vez mais pobres: consideramos pobres aqueles com rendimento mensal inferior a 500 euros.

Mohammad Yunus 3
No Bangladesh um empréstimo para pedinte não ultrapassa os 9 euros.
Em 2003 o Grameen Bank começou a atribuir empréstimos... a pedintes. Em Julho de 2005 já tinham sido atribuídos empréstimos a 47 mil pedintes, 786 dos quais já deixaram de o ser; metade dos empréstimos já foram repostos.
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mpf
Só 10% do Banco Grameen pertence ao Estado: os restantes 90% pertencem aos pobres que pedem os empréstimos, ficando automaticamente com direito a partilhar os lucros do Banco... Parece uma ideia louca?

sexta-feira, janeiro 20, 2006

Falta dinheiro nos hospitais

Na segunda-feira fui ao hospital dar sangue. Quando terminou, a enfermeira estancou-me o sangue com uma fofa compressa, a qual depois substituiu por um penso rápido, sobre o qual colocou... um segundo penso. Perguntei para que era preciso tanta coisa e ela, muito simpática, ah é para estancar bem o sangue! Calhou no dia seguinte ter que tirar sangue para fazer análises num laboratório privado. E para estancar o sangue colocaram-me um pequeno penso rápido, talvez com metade do tamanho dos usados no hospital. Que fez exactamente o mesmo efeito e me doeu menos a arrancar! Isto são ninharias, dirão. Eu diria que 2 pensos, vezes n dadores, vezes y dias... Mas sobretudo digo que isto tem a haver com atitudes: gastar dinheiro público versus gerir o próprio bolso.

Aproveito a coincidência e constato que para o mesmo processo (retirar sangue da minha veia) no hospital passei por quatro funcionários e demorei cerca de 2horas, enquanto que na clínica passei por metade dos funcionários e demorei meia-hora.

mpf
P.S. Sabem quanto faz por dia um ciganito que vende pensos rápidos?...

Grécia obrigada a aceitar milho OGM

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A Comissão Europeia (CE) ordenou à Grécia que levante a sua proibição de semear milho geneticamente modificado (OGM) produzido pela Monsanto. O governo grego baniu essas sementes em Abril de 2005, dizendo acreditar que os produtos apresentavam um perigo para a saúde, mas de acordo com a decisão da CE, a Grécia não conseguiu fornecer a informação necessária para justificar esta medida. Recorde-se que a Grécia tem constantemente votado contra propostas de novas autorizações de OGMs, tal como acontece com a maioria dos estados membros, não tendo contudo havido maioria qualificada no conselho, o corpo decisório dos estados membros, necessária para impedir novas autorizações de OGMs. E como também não houve uma maioria que aceitasse a introdução desses organismos, a decisão regressou à CE, que os autorizou. Mais aqui.

quinta-feira, janeiro 19, 2006

quarta-feira, janeiro 18, 2006

Microcrédito na voz de Mohammad Yunus!

Na próxima 2º feira realiza-se em Lisboa a Conferência “O Microcrédito: Passado e Futuro – Certezas e desafios do Microcrédito” numa organização conjunta do IEFP (Instituto do Emprego e Formação Profissional) e da ANDC (Associação Nacional de Direito ao Crédito). A mesma conta com a presença do Prof. Mohammad Yunus: vale a pena ouvir o relato na 1º pessoa do grande impulsionador do Microcrédito!
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Conferência Internacional
23 de Janeiro de 2006
Auditório do Fórum Tecnológico - Pólo Tecnológico de Lisboa - Estrada do Paço do Lumiar, 44
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Programa:
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10:00h - Sessão de abertura
Fernando Teixeira dos Santos - Ministro de Estado e das Finanças
José António Vieira da Silva - Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social
O microcrédito, a microfinança e a construção de uma nova plataforma para o desenvolvimento
Mohammad Yunus – Presidente do Grameen Bank - Bangladesh

11:30h – Intervalo

11:45h - Sessão de trabalho - O microcrédito, uma experiência sem fronteiras
Moderador: António Peres Metello - Analista e comentador de economia

Os elementos fundamentais do microcrédito e da microfinança; a experiência Europeia
Maria Nowak - Presidente da Rede Europeia da Microfinança

O que pode e deve fazer uma instituição financeira pelo microcrédito
Angel Font - Director do Microcrédito da Caixa Catalunya

O que foi feito e o que importa fazer com o microcrédito em Portugal
Manuel Brandão Alves - Presidente da ANDC

13:15h - Intervalo para almoço

15:00h - Sessão de trabalho - A promoção do microcrédito em Portugal – O papel das instituições financeiras
Moderador: Luis Ferreira Lopes - Editor de economia da SIC

Presidente do Conselho de Administração do Millennium BCP - Paulo Teixeira Pinto
Presidente do Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos - Carlos Jorge Ramalho dos Santos Ferreira
Membro da Comissão Executiva do Banco Espírito Santo – Joaquim Goes
Presidente da Direcção da Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo - João António Morais da Costa Pinto

16:45h - Intervalo

17:00h - Sessão de trabalho - O papel das instituições que lutam contra a pobreza, a exclusão e pela inclusão através do trabalho
Moderador: Edmundo Martinho - Presidente do CD do Instituto da Segurança Social

Presidente do Conselho Directivo do IEFP – Francisco Madelino
Presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade - Cónego Francisco Pereira Crespo
Presidente do Secretariado Nacional da União das Misericórdias Portuguesas - Pe. Dr. Victor José Melícias Lopes
Presidente da Direcção da Rede Europeia Anti-Pobreza/Portugal - Pe. Agostinho Cesário Jardim

18:30h - Sessão de encerramento

Jorge Wemans - Director do Canal de Televisão – A DOIS
Fernando Medina - Secretário de Estado do Emprego e da Formação Profissional

Uma ecologista na presidência do Chile

O resultado do segundo turno da eleição realizada no Chile, colocou a médica Michelle Bachelet na presidência do país transformando-se na primeira mulher a governar o Chile e a primeira, na América Latina, que assume o poder com amplos compromissos ambientais.

Quatro desses acordos referem-se à institucionalidade ambiental, destacando-se a criação de um Ministério do Meio Ambiente (com presença nacional, regional e municipal) e a implementação de uma legislação que permitirá oazonação territorial de forma estratégica iniciando uma atitude sinérgica entre os objetivos ambientais e a política económica.

Terra azul (leia o artigo completo)

100 mil pessoas no Fórum Social

De 24 a 29 de Janeiro, Caracas será a sede americana do, este ano policêntrico, Fórum Social Mundial (FSM). Em sua sexta edição, o Fórum será realizado pela segunda vez desde a sua criação fora de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, Brasil. Além do Fórum Mundial, a capital venezuelana sediará o II Fórum Social Américas.

Estão sendo esperadas cerca de 100 mil pessoas para participarem das 2 mil atividades autogestionadas que trabalhadores, camponeses, indígenas, intelectuais e organizações sociais de todo o mundo propuseram para o evento. O FSM é um espaço para o debate, a reflexão, formulação de propostas e intercâmbio de experiências para construir uma outra alternativa para o planeta.

Seis campos temáticos servirão de base para as discussões que buscam fazer frente ao modelo político neoliberal: poder, política e lutas pela emancipação social; estratégias imperiais e resistências dos povos; recursos e direitos para a vida: alternativas ao modelo civilizatório depredador; diversidades, identidades e cosmovisões em movimento; trabalho, exploração e reprodução da vida; comunicação, culturas e educação: dinâmicas e alternativas democratizadoras.

Adital (continue a ler o artigo)

terça-feira, janeiro 17, 2006

Cavacarias

Cavaco Silva recusa ser entrevistado ou participar em debates na rádio (ainda por cima com desculpas de mau pagador!) - como eu não tenho tv, para mim este candidato não existe. Mas no Mundo Plano solicitam-se adendas de cavacarias a quem conheça esse senhor.

mpf

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Dizem que a História se repete...

Robert Menasse é um autor austríaco cujo último livro tem por título “A expulsão do Inferno”. Pois conta ele que enquanto pesquisava este livro descobriu um relato de um escritor inglês em visita a Amsterdão. O relato era do século XVI e descrevia uma manifestação de jovens que seguiam pela rua cantando “a capella” canções contra a inquisição e o poder político; os jovens seguiam sem cinto nas calças e com os atacadores desapertados em solidariedade com os presos da Inquisição, aos quais retiravam cintos e atacadores... E diz o Robert Menasse que este relato lhe recordou manifestações que viu em Nova Iorque (cinco séculos depois, portanto): a moda streetware de calças a cair e os sapatos desapertados foi iniciada por jovens que protestavam contra a prisão de negros nos EUA; a estes últimos também tiram cintos e atacadores...
mpf

sexta-feira, janeiro 13, 2006

Vidas alternativas

O programa Gay "Vidas Alternativas" (III série) passa agora na rádio da universidade de Coimbra nas noites de 3ªf. para 4ª f. das 2h às 3h da manhã. A gravação do programa fica alojada e pode ser descarregada aqui. O programa passa igualmente na radio Guadiana às 4ªfeiras das 22h às 23h (fica também online no site da rádio Guadiana). Na radio Hertz, de Tomar, passa à 5ª feira das 18h às 19 he na Rádio do IST às 2ª f. Aguardamos que nos comuniquem as horas das grelhas das rádios Universitária do Minho, e de Matosinhos.

O próximo programa é dedicado ao inquérito publicado no jornal Expresso sobre a existência provável de um milhão de gays e bissexuais no nosso país. Para comentar o tema, sob diferentes perspectivas, alguns pondo em dúvida a forma como foi elaborado o inquérito, convidámos o lider distrital da JSD de Leiria, o Dr. Beja Santos (prof universitario e especialista em direitos do consumidor), os sociólogos Antonio Dores e Pedro Vasconcelos (sociólogo da familia), o dirigente da intersindical Fernando Gomes, e a deputada do BE Helena Pinto.
O programa seguinte é dedicado à alimentaçao alternativa.

Antonio Serzedelo (Vidas Alternativas)

O Nepal mais Além

Ram Bahadur Bamjan, tibetano, 15 anos.

Aparentemente há seis meses que este rapaz se sentou a meditar sob uma árvore: imóvel, não come, não bebe, pouco falou; pretende ficar ali mais seis anos, até atingir o nirvana. O povo acha que ele é o Buda reencarnado; os cientistas tentam averiguar a veracidade da história.
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Eu diria que deveria ser muito simples confirmar se o rapaz aproveita ou não a noite para comer e beber (o santuário em que se tornou o espaço que ele ocupa não está acessível de noite), mas afinal por aquelas paragens também nunca é possível saber exactamente se, quando, ou porquê as pessoas são presas ou feitas desaparecer...

Gedhun Choekyi Nyima, o líder espiritual tibetano designado há 10 anos pelo actual Dalai Lama, foi preso pelas autoridades chinesas logo após a sua nomeação e nunca mais foi visto. A China garante que ele é uma criança feliz; as associações de defesa dos Direitos Humanos consideram-no o prisioneiro político mais jovem do mundo. Gedhun tinha seis anos quando foi preso...

mpf

quarta-feira, janeiro 11, 2006

Outros tempos?

Entre uns velhos livros que encontrei em casa da minha Avó achei um fundo de página de jornal: o alvo foi com certeza uma receita de massa para tortas (Para as Queridas Leitoras, uma receita da Amiga Brasileira!), mas uma míriade de notícias ganhou eternidade naquele pedaço. Não existe identificação do jornal, mas tenho ideia que o meu Avô lia o Comércio do Porto, e como num artigo alguém se queixa do absurdo de no Bolhão um molho de nabiças frescas estar a $50 (centavos, não é dólares...), é possivel que seja esse. Tão pouco existe alguma data, mas aparece uma notícia sobre a possibilidade da URSS possuir a Bomba de Hidrogénio: o citado Malenkov foi primeiro-ministro nos princípios da década de 50 do século passado, pelo que andará por aí.

A imagem que se segue está nas costas da receita. E tem dois anúncios curiosos. Bom, curiosos para quem não era vivo naquele tempo, bem entendido...

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À direita, o anúncio da alteração do cartel de uma Corrida de Toiros na Póvoa de Varzim porque um toureiro espanhol não conseguiu visto de saída; isto acontecia nos tempos em que os ídolos dos portugueses eram toureiros como Manuel dos Santos. E à esquerda um anúncio ao Viagra dos idos anos 50: afinal ele sempre existiu, e sem papas na língua!

Outras notícias neste pedacinho caído do século passado: a estiagem que está a dar cabo da agricultura, uma seca nunca vista (curioso como temos tantas secas e nunca ninguém as parece ter visto), um anúncio da Husqvarna “Aproveite as suas férias para mandar limpar o seu fogão”, a notícia de que a Senhora Rosa Teixeira, do Candal, “caiu com uma garrafa” e foi socorrida pela Cruz Vermelha, etc.

mpf

terça-feira, janeiro 10, 2006

Intelectuais I

Neste momento Mario Soares é a voz mais audível na defesa de que Cultura é Literatura e Filosofia. Curiosamente numas eleições em que metade dos candidatos são doutorados, Mario Soares pertence à metade não-doutora, junto com o poeta e o metalúrgico – não há problema nenhum nisso, só queria frisar que os doutores são os outros. Mas ele há muitos mais intelectuais da nossa praça que debitam Proust e Wittgenstein na maior ignorância de Darwin, Faraday ou Lavoisier. Ainda pior: gabam-se disso, fazendo juz ao velho ditado português: “não sei, não quero saber, e tenho raiva de quem saiba”.

Um caso por demais conhecido é o de Eduardo Prado Coelho (EPC). No suplemento Mil Folhas do Público este senhor procedeu à recensão do último livro de João Lobo Antunes (JLA) “Sobre a mão e outros ensaios”. Eu, que não vejo qualquer interesse na promoção de duas Culturas (letras e ciências), se tivesse que debitar o nome de um português culto, JLA poderia ser um dos que me ocorreria, sim. Entre outros. Pois nesta crítica, EPC tem a lata de escrever que “apesar de algumas derivações mais científicas ou sociológicas”, o dito ainda se pode considerar um “livro de cultura”. Oh senhor Coelho, tenha paciência... que tal tentar perceber as achegas estatísticas de JLA? Assim no meio de tanta prosa culta nem custa nada, vá lá, tente.
mpf

segunda-feira, janeiro 09, 2006

Bichos

Na semana passada uma notícia arrancou páginas de jornais e aberturas de telejornal: escola evacuada e alunos no hospital após ataque pelo bicho do pinheiro. Ora sendo este... “bicho”... recorrente nos pinheiros que existem de Norte a Sul do país, parece-me que já era tempo do pessoal enterrar alguma ignorância. Como o repórter que falou na lagartixa do pinheiro ou o médico que referiu o parasita do pinheiro. O primeiro mostrou não saber distinguir uma lagarta duma lagartixa, o segundo presumo que avançou com a desparasitação dos alunos...


Para começar, o tal “bicho” é um insecto e tem nome: Thaumetopoea pityocampa, Processionária para os amigos. E o povo chama-lhe assim por em certa fase do seu desenvolvimento as lagartas descerem das copas dos pinheiros em fila indiana (lideradas por uma fêmea!), como numa procissão.
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Parece-me a mim que em vez de tanto alarido se poderia aproveitar para uma aula de história natural. Em vez disso, fecha-se a escola. Entretanto despejaram mil litros de pesticida no recinto do recreio (sic), deixando os pais muito satisfeitos. Pelos vistos noutras escolas o remédio que se segue tem sido o corte dos pinheiros.

Triste mundo este em que os pais dos meninos não se incomodam com os pesticidas e exigem escolas sem árvores; triste mundo este em que já nem é possível conviver com um pinheiro num pátio. Sim, é verdade, a processionária pode causar alergias muito chatas: mas é perfeitamente possível tratar meia dúzia de pinheiros num quintal. Mas para isso seria preciso que os professores responsáveis pela escola soubessem alguma coisa de história natural, conhecessem o ciclo de vida dos... bichos... e soubessem quando intervir. E ensinassem as criancinhas a não mexer onde não devem e a respeitar a Natureza.

Durante a reportagem a que me refiro, as câmaras da tv mostraram ainda um hospital de campanha montado pelo INEM à porta da escola, o qual não evitou que todas as criancinhas seguissem depois para o hospital. Deve ser esta a tal gestão de recursos que nos vem trazendo arruinados.

A Processionária

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Como todos os insectos, o desenvolvimento da processionária passa por diferentes estádios. Neste caso por cinco, sendo que só a partir do 3º estádio se tornam perigosas para a saúde pública. A lagarta propriamente dita eclode dos ovos depositados nas copas dos pinheiros em meados de Setembro. As lagartas jovens vivem em ninhos provisórios, que vão sendo abandonados até à formação de um ninho definitivo (ninho de Inverno), onde vivem em colónia e se protegem das baixas temperaturas. Neste estádio, os tratamentos químicos são muito eficazes. Podem ser usados dois grupos de produtos, ambos de baixa toxicidade e inócuos para o ambiente: Diflubenzurão (um inibidor do crescimento) e Insecticidas microbiológicos. Tratando-se de poucas árvores é ainda mais simples e eficiente o tratamento mecânico: basta derrubar o ninho da copa e queimá-lo.

Não ocorrendo eliminação do ninho, a lagarta prossegue até ao estádio em que, pela sua constituição anatómica e fisiológica, é capaz de desencadear reacções alérgicas em muitos dos seres vivos que com ela contactam: na altura em que desce das árvores a processionária tem o corpo dividido em pequenos segmentos, cada um dos quais com milhares de pêlos urticantes de coloração alaranjada que se vão libertando à medida que a larva se move. São estes pêlos que, quando em contacto com a pele, mucosas e olhos provocam a reacção alérgica tão indesejada.

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O seu tratamento é agora mais difícil, uma vez que nesta fase a lagarta já revestiu o seu corpo de quitina (endurecimento) e os tratamentos químicos já não podem actuar, restando a destruição mecânica dos ninhos.

Nota: a processionária tem um predador natural importante, o cuco. Que tal promover a fixação de cucos nas escolas? Mais umas coisas interessantes para ensinar aos alunos...

mpf

quinta-feira, janeiro 05, 2006

Igualdade ainda Distante

Boletim da Latitude zero

A igualdade de género é ainda uma miragem para muitas raparigas em todo o mundo. Segundo a UNICEF, 46 países falharam durante 2005 o compromisso de eliminar as barreiras ao tratamento igual para ambos os sexos no acesso à educação, escolarizando tantas raparigas quanto rapazes. À escala mundial, falamos de 115 milhões de crianças que não frequentam o nível básico de ensino, na sua grande maioria raparigas. A paridade de género no ensino primário e secundário até 2005, e em todos os níveis da educação até 2015, é a principal meta para garantir a concretização do Objectivo de Desenvolvimento do Milénio (ODM 3) que exige a igualdade de género e a autonomização das mulheres. Esta meta é também indispensável para se atingir o ensino primário universal até 2015 (ODM 2).

UNICEF – The GAP Report

Sem Terra, Sem Lula

Boletim da Latitude zero

Em tempos uma das bandeiras do Partido dos Trabalhadores que apoiou a candidatura de Luís Inácio da Silva "Lula" à presidência do Brasil, a causa dos "sem terra" foi abandonada. Essa é a convicção do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que a um ano do final do mandato de Lula, o acusa de ter esquecido as suas reivindicações. De acordo com o MST, o governo apenas deu terra a 117 mil famílias, quando a meta estava nas 400 mil – e que 65% daqueles "assentamentos" decorreu na chamada Amazónia Legal. Isto é, tratou-se apenas de uma distribuição de terras do Estado, não de uma verdadeira reforma agrária que reorganize a propriedade da terra.

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

quarta-feira, janeiro 04, 2006

Tertúlia sobre Rosalía de Castro

Academia Sénior da Covilhã

Tertúlia mensal Venha Tomar Café Connosco
No dia 6 de Janeiro de 2006 a conferencista Dra Noémi Pérez, da Universidade da Beira Interior, versará o tema Rosalía de Castro, uma galega universal. A Tertúlia é aberta ao público e decorrerá pelas 21h00 na sede da Academia Sénior da Covilhã, na Rua Centro de Artes, Covilhã.

Para mais informações: telef. 275 336 788