quarta-feira, janeiro 25, 2006

Conferência Internacional sobre Microcrédito - notas

Aconteceu no dia 23 de Janeiro de 2006, em Lisboa, perante uma assistência que ultrapassou as 400 almas.

Mohammad Yunus 1
Os pobres são como árvores Bonsai: as sementes não têm qualquer problema, pelo que se a sociedade lhes der espaço para crescer tornam-se árvores iguais às outras.

Mohammad Yunus 2
O microcrédito é mais que um empréstimo financeiro, é um potencial motor de desenvolvimento social: no Bangladesh a taxa de natalidade passou, numa geração, de 6 para 3 filhos por casal; este decréscimo está associado a uma diminuição da pobreza (5 milhões de famílias já usufruiram do microcrédito no Bangladesh) e aumento da escolaridade (já existem vários casos de filhos do Banco Grameen, oriundos de famílias analfabetas abaixo do limiar da pobreza, doutorados em universidades pelo mundo fora).

Maria Nowak 1
No combate ao desemprego, as políticas nacionais e europeias ficam obcecadas com estratégias de criação de emprego, esquecendo que é muito mais importante incentivar os desempregados a criar o seu próprio emprego.

Maria Nowak 2
Um desempregado que recebe um microcrédito deixa de receber subsídio do bolo comum e passa a descontar para esse bolo – a sociedade ganha duas vezes.

Maria Nowak 3
Devido ao exagero atribuído à importância dos cursos de formação, na Europa é cada vez mais difícil a um cidadão com experiência exercer uma profissão sem a certificação de grupos corporativos – a Revolução Francesa veio em tempos pôr fim ao poder das guildas profissionais; a Europa precisa hoje de uma nova Revolução Francesa.
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Angel Font
Em Espanha há cada vez mais pobres: consideramos pobres aqueles com rendimento mensal inferior a 500 euros.

Mohammad Yunus 3
No Bangladesh um empréstimo para pedinte não ultrapassa os 9 euros.
Em 2003 o Grameen Bank começou a atribuir empréstimos... a pedintes. Em Julho de 2005 já tinham sido atribuídos empréstimos a 47 mil pedintes, 786 dos quais já deixaram de o ser; metade dos empréstimos já foram repostos.
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mpf
Só 10% do Banco Grameen pertence ao Estado: os restantes 90% pertencem aos pobres que pedem os empréstimos, ficando automaticamente com direito a partilhar os lucros do Banco... Parece uma ideia louca?

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