A 28 de Novembro de 2003 escrevi:
"Entre os dedos que a Ministra se prepara para dar do nosso querido País (que os anéis já foram para o défice do ano passado) encontra-se a Companhia das Lezírias; sendo uma empresa lucrativa, a sua privatização anuncia algo de extremamente perverso: o sacrifício de 20 000 hectares de sítios ecologicamente fundamentais para Portugal (6500 hectares de montado - a maior mancha contínua de Portugal; a reserva natural do Estuário do Tejo) à especulação imobiliária; a acontecer, a venda desde "dedo" será criminosa, e este governo terá que prestar contas às gerações vindouras."
E a 28 de Fevereiro de 2004:
"Durão Barroso anunciou uma carrada de novas privatizações. Entre estas, é de salientar o anúncio da privatização da Companhia das Lezírias. O problema, é que a CL não dá prejuízo ao estado e tem um papel ecológico importantíssimo ao servir de tampão ao crescimento desenfreado do urbanismo na margem sul. (...)"
A 9 de Maio de 2004, Manuel Carvalho num editorial do Público disse:
"Manuela Ferreira Leite ao anunciar a reprivatização das Lezírias, mostra-se pronta a prescindir de uma pedra preciosa do património do Estado (..) porque, ao desviar para a esfera privada um património ambiental e agrícola de grande sensibilidade, o Governo abre portas à especulação imobiliária numa área que foi resistindo à expansão urbana descontrolada. (...) Desde que se iniciaram o estudos para uma eventual privatização das Lezírias, as dúvidas suplantaram as certezas e sobrou sempre bom senso para travar os apetites vorazes que as suas terras suscitaram aos construtores e promotores turísticos e imobiliários. Espera-se agora que o Governo encare melhor o problema e chegue às mesmas conclusões."
Entretanto Durão pirou-se e o Governo de Santana tomou conta do País. E sem voltarem a falar nisso, pela calada, 2 dias antes das eleições, Nobre Guedes, Telmo Correia e Costa Neves deram aval à construção imobiliária de 1534 fogos, com 2 campos de golfe e centro hípico e outros mimos em plena reserva cológica, numa herdade que já tinha feito parte da companhia das Lezírias. Para isso, seriam cortados mais de 2600 sobreiros (isto na maior mancha de montado de sobro da Europa), por considerar de "imprescindível utilidade pública" a construção no local de um projecto de desenvolvimento turístico. O dito projecto de desenvolvimento estava a cargo do Grupo Espírito Santo.
Hoje, Nobre Guedes (ex-ministro do ambiente) e três membros do grupo Espírito Santo foram constituidos arguidos por tráfico de influências e crime económico. E ainda diz o Sousa Tavares que os autarcas é que são corruptos. Cá para mim a percentagem de corruptos deve ser a mesma em todas as esferas de poder. Só o montante da corrupção é que varia, sendo proporcional ao poder que detêm.
Foto sacada ao Jumento
Sem comentários:
Enviar um comentário