O Comprometido espectador fala do Livro de Bjorn Lomborg, que apesar de desconhecer (o livro) já vi vários documentários onde o dito senhor opinava.
Ao contrário do espectador, eu não percebo nada de economia (como já aqui afirmei), mas percebo umas coisas de estatística e ecologia. E se naqueles assuntos mais mediáticos, como o buraco de ozono ou o aquecimento global podem existir dúvidas (sim porque nas ecologias é mais probabilidades, nunca certezas), há uma quantidade de temáticas em que as evidências são irrefutáveis.
A grande questão hoje em dia é a da sustentabilidade do planeta; e esta, com o nosso comportamento, muitas vezes movido pela cobiça cega e pela sede desenfreada de lucro deixa muito a desejar nesse domínio. Em pouco mais de um século (0,0000000217 do tempo de vida da Terra!!) conseguimos "delapidar" mais de 50% dos recursos do planeta, de uma forma muitas vezes irreversível (como os minérios, o petróleo) e outras vezes com uma reversibilidade que a acontecer, será muito dolorosa. Estou a falar da destruição das florestas, da destruição e impermeabilização dos solos, da contaminação das águas doces e da poluição do mar e do ar e de todos os recantos do Planeta. E isto não tem nada de alarmista; é a triste realidade dos factos.
Mesmo nas economias, como tão bem nos lembra a nossa ministra das finanças, não podemos gastar mais do que aquilo que temos; esse tipo de veleidade conduzir-nos-á inexoravelmente para o abismo.
Na natureza é exactamente a mesma coisa, não podemos destruir a um maior ritmo do que a velocidade de regeneração natural dos ecossistemas. A continuar nesta perigosa delapidação do planeta, caminhamos inevitavelmente para o abismo. O mais certo é que a voracidade da lógica neo-liberal leve o Planeta à bancarrota, transformando-o num enorme deserto; e eu não gosto muito dos desertos (os alternativos sem plantas mirram, como já aqui afirmei)...
A tão propalada sustentabilidade é isso mesmo: assegurarmo-nos de que estamos a destruir ao mesmo ritmo que a natureza (com ou sem a nossa ajuda) está a construir. E só esse tipo de comportamento é que assegurará um futuro planeta para os nossos filhos, para os filhos dos nossos filhos, por séculos e séculos, de preferência por milhares e milhões de anos. Ou acha, caro espectador, que se continuarmos assim a coisa é sustentável?
Mesmo havendo um certo tipo de ambientalismo alarmista, a sustentabilidade do planeta não é mariquice nenhuma de uma meia dúzia de alucinados; estamos a falar de viabilizar o futuro, de assegurar a sobrevivência da espécie humana. A sustentabilidade é um investimento, mas um investimento seguro que as gerações vindouras agradecerão...
PS - No entanto concordo que o livro deveria ser traduzido para Português...
Sem comentários:
Enviar um comentário