Entrevistas com Miguel Duarte do MLS, Luís Mateus republicano, laicista, Agostinho Almeida da Associação de Pais do Seixal e Rampova Cabaret, artista trans, perseguida e internada durante o regime franquista.
A semana girou à volta de dois temas à volta de dois temas: a reforma do sistema de avaliação dos professores, que parece agora encontrar novo alento com a nova ministra, e graças a uma iniciativa do PSD na AR que vai acabar com a distinção dos professores em dois escalões na carreira, embora mantendo a avaliação, mas noutros termos.
O outro tema foi o da "Face Oculta" e a trama Godinho, que envolve altas personalidades de empresas publicas do Estado, que parece ter passado para segundo lugar face à curiosidade exaustiva de saber o que Sócrates terá dito, ou não dito, mantido silêncio ou exclamado, nas conversas privadas, mas escutadas, que manteve com o seu amigo e correlegionário de partido Armando Vara, agora indiciado por práticas muito pouco correctas que o "Face Oculta" trouxe ao conhecimento da opinião pública.
Mas a discussão publica que se travou entre a Procuradoria-Geral da República e o Supremo Tribunal sobre as alegadas cassetes com escutas e o tratamento a dar-lhes, por envolverem Sócrates, foi bastante vergonhosa para a credibilidade da justiça. O cidadão comum apercebe-se dela como um caos, a correr em roda livre, numa guerra surda ou já declarada entre juízes e governo, com jornalistas pelo meio e a opinião pública como pano de fundo que vai sendo intoxicada, ou manipulada, ao sabor dos interesses de uns e outros. O menos que podemos pedir é, vejam lá se se entendem!
Numa outra área a associação Ilga-Portugal anunciou os seus prémios anuais Arco Irís. Desta vez os galardoados foram Ricardo Araújo Pereira, dos Gato Fedorento, e Miguel Vale de Almeida, fundador da Ilga-P e agora deputado na bancada do PS.
Quanto às entrevistas começam com Miguel Duarte, presidente do Movimento Liberal Social que nos refere quais os objectivos desta agremiação política para Portugal, aliás filiada no movimento liberal social europeu, das perspectivas que se abrem agora à nova Europa, depois de ultrapassadas as dificuldades do Tratado de Lisboa, com as assinaturas da Irlanda e da República Checa.
Luís Mateus, republicano e laicista, vai-nos explicar as diferenças entre os nossos sistemas de registo civil dos actos de cidadãos e os sistemas da Europa do Norte onde as igrejas luteranas são nacionais.
Agostinho Almeida, um responsável pela coordenadora de Associações de Pais do concelho do Seixal e membro da rede social do concelho, fala-nos da forma como se tem de travar o dialogo entre professores, pais e alunos na nova escola agora aberta à Comunidade.
Viramo-nos depois para a Espanha para entrevistar uma transsexual histórica de seu nome Rampova Cabaret, agora homenageada na cidade de Xativa (Valência ) galeria La Erreria, vitima logo aos 14 anos das leis repressivas franquistas denominadas de "perigosidade social". Presa várias vezes, solta outras tantas, violada nas prisões, hoje vive reformada e com uma pensão do Estado que foi recentemente concedida às vitimas dessa lei durante o período franquista.
Em Portugal também houve legislação idêntica durante o período Salazarista que durou até Marcelo Caetano, mas aqui ainda não se chegou ao momento de indemnizar as vitimas dessas perseguições.
António Serzedelo, editor
www.vidasalternativas.eu
anser2@gmail.com
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