domingo, outubro 25, 2009

Os Radicais querem sempre impor-se mais!

Um estudo de dois professores das universidades de Standford e Columbus, nos EUA, debruçou-se sobre a questão da urgência e prontidão com que os "extremistas" se pronunciam sempre sobre determinados aspectos, falando tão alto ou mais alto do que os outros, tentando assim impôr a
sua opinião.

Embora isto possa não ser directamente aplicável ao nosso país, pode dar-nos algumas pistas para certos comportamentos a que assistimos, que se pensavam consensuais designadamente durante o período eleitoral por que passamos.

Na verdade eles emitem tais opiniões, naturalmente, porque estão na convicção de que exprimem os sentimentos da maioria na qual se sentem, ou se querem sentir, integrados.

Quando na universidade em que se realizou o estudo os investigadores distribuíram uma falsa sondagem, sobre o tema do álcool, em que se constatava que os estudantes se opunham ao consumo do álcool no "campus" universitário, os mesmos que antes levantavam a voz defendendo o seu consumo livre, passaram a já não querer pronunciar-se sobre o assunto por receio de perderem a identificação comunitária de que precisam.

De certo modo, trata-se de um fenómeno de "pescadinha de rabo na boca".

Cientes de que representam a maioria alçam a voz, como são sempre os mesmos e são muitos, perante o silêncio da verdadeira grande maioria que não se pronuncia, acreditam que representam a sensibilidade de todos e falam mais alto.

O mesmo se passa na comunidade da blogosesfera. São quase sempre os mesmos que escrevem os post dos blogues, que trocam entre si opiniões, aplaudindo-se mutuamente, comentando-se, incentivando-se e exorcizando aqueles poucos que eventualmente discordam deles. Deste modo,
auto convencem-se que fazem, e representam, a opinião pública maioritária, que estão certos.

Sem dúvida que a blogoesfera é um espaço de liberdade e de opinião diversificada e contraditória, que a imprensa em geral já não nos dá e hoje é imprescindível, contudo, este é uma das possíveis "perversões" com que se deve contar. Penso por exemplo no caso dos lgbt.

Os blogues podem ser uma conversa fechada, onde se vão buscar "opiniões" feitas. A melhor maneira de contornar isso é, afinal, abrir os blogues e diversifica-los.

A.Serzedelo

www.vidasalternativas.eu

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