quarta-feira, agosto 26, 2009

PS, CDU, BE TÊM PROPOSTAS ELEITORAIS PARA OS LGBT

Resolvi procurar nos programas dos partidos o que nos propõem como políticas de integração social dos lgbt para os próximos 4 anos.

O CDS e PSD nada propoem ...

Já o PS, num texto denominado Promoção da Igualdade, encontrei algo muito interessante. Se a 1ª prioridade são as políticas de género, a segunda é o combate a todas as formas de discriminação. E a remoção, na próxima legislatura, das barreiras jurídicas à realização do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.

Esta proposta, avançada por Sócrates no Congresso, não foi consensual e houve dirigentes que se mostraram muito reticentes, sobretudo por surgir em plena crise. Foi neste contexto algo desertificante que houve a lembrança, brillhante, de ir buscar Miguel Vale de Almeida, ex bloquista, muito próximo da jornalista do DN Fernanda Cancio, namorada de Sócrates.

Foi uma jogada de mestre, à esquerda. MVA foi durante muitos anos o "papa" dos lgbt do BE e o que ele dizia era sagrado e rendia votos. Por isso, fui sistematicamente atacado por ele pois considerava traição e oportunismo eu dizer que estas questões só começariam a ter uma dimensão nacional quando passassem da extrema esquerda para o centro sociológico.

Hoje, vê-se, pensa como eu.

Passemos à coligação CDU, liderada pelo PCP. No lançamento do programa eleitoral, Jerónimo de Sousa, Secretário-geral do PCP, falou em políticas "que deêm combate a todo o tipo de discriminação, designadamente em função da orientação sexual, da deficiência ou do sexo",mas por aqui se ficou .

Virei-me, enfim, para o Bloco. Sem dúvida é o partido que tem a maior e mais insistente abordagem destas questões. Defende "o reconhecimento legal das formas de união, casamento, conjugalidade e parentalidade". Defende os transsexuais e diz que "a actual legislação é manifestamente insuficiente e injusta."
Paradoxalmente, parece estar menos fugaz. Contudo, estão a emergir outras estrelas. Sérgio Vitorino (Panteras Rosa), Paulo Vieira (Não te Prives, Coimbra), Bruno Maia (Médicos pela Escolha) e João Louçã, irmão do lider do partido. Faltam mulheres.

Ignoro se as dirigentes da rede ex–aequo habituais bloquistas, agora também deslizaram para o PS, acompanhando a Ilga Portugal onde têm sede.

António Serzedelo

Nota - publicado no jornal Privado na sua edição de 26 de Agosto.

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