A ATTAC Portugal vem por este meio manifestar o seu veemente protesto e indignação pela acção militar que o Estado de Israel levou a cabo contra a população de Gaza sitiada há meses, esgotada e humilhada pelo cerco imposto pelo Governo Israelita de Ehmud Olmert. A situação foi de tal forma grave no que concerne à violação dos mais elementares direitos humanos que, independentemente de quaisquer outras considerações, se exige o levantamento do cerco responsável por um sofrimento inaudito da população de Gaza.
A ATTAC condena com a máxima veemência a intervenção militar israelita e as atrocidades que a caracterizaram, assim como a posição de Israel de desrespeito sistemático, reiterado e arrogante das resoluções da ONU tendentes a assegurar uma pátria livre aos palestinianos, e que serve de pano de fundo aos crimes que ora comete.
Da tomada de posição acima não resulta qualquer declaração de apoio implícito a qualquer uma das partes. Acreditamos que o passado recente, em outros pontos do mundo, tem realçado a nossa convicção de que não é com rockets, bombas ou bloqueios que se constrói a paz. A violência gera violência, e as vítimas são, neste conflito, de forma esmagadora, as populações civis de ambos os países.
Das últimas semanas resultaram cerca de 1300 mortos e 5000 feridos do lado palestiniano e 13 mortos (incluindo 3 civis) do lado israelita. São números que, dada a sua crueza, falam por si. São números que não poderão ser esquecidos e muito menos assumidos como meros danos colaterais.
O cessar-fogo agora em vigor e a entrada da ajuda humanitária e da comunicação social em Gaza vieram colocar à vista de todos o grau de destruição provocado por uma acção militar totalmente desproporcionada. A ATTAC considera que a acção militar israelita contribuiu decisivamente para semear ainda mais o ódio entre os dois povos. Israel deverá ser responsabilizado por isso e a comunidade internacional deverá retirar as devidas ilações de tal comportamento.
A ATTAC espera agora, mais do que nunca, que se dê início a um processo de paz digno desse nome. Uma processo de paz devidamente mediado por uma comunidade internacional isenta, onde as negociações não excluam quaisquer representantes legítimos das partes interessadas, sob pena de se revelarem pouco sustentáveis. Um processo de paz que garanta a existência de dois Estados livres que coexistam pacificamente de acordo com as fronteiras definidas em 1947, contribuindo-se assim para a pacificação do historicamente flagelado Médio Oriente.
NOTA - o sublinhado é meu. Considero notável a ATTAC ter recusado o "realismo político" que domina o discurso ... dominante.
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