quarta-feira, setembro 24, 2008

Clima e justiça social, uma nova coligação em França



Vivam,

Uma nova coligação acaba de ser criada em França, juntando sindicatos, movimentos sociais, movimentos ambientalistas, etc.

Esperamos encontrar em Poznan, e depois em Belém, activistas de diferentes continentes partilhando as mesmas preocupações em articular questões sociais e ambientais.

Cumprimentos

Christophe Aguiton


"Urgência climática, justiça social"
Mobilizemo-nos!

A degradação ambiental do planeta está a acelerar e as novas previsões científicas sobre a mudança climática sublinham a gravidade da situação. Medidas para a solucionar existem. É agora urgente implantá-las. É este o significado do presente apelo.

O preço da inacção é demasiado pesado para a sociedade que vê aprofundar-se as desigualdades sociais e ambientais. Os mais atingidos são os mais pobres, as classes sociais mais desfavorecidas.

A França declara ter feito do clima e da energia uma das prioridades para a sua presidência da União Europeia. A 4 e 5 de Dezembro de 2008 realizar-se-á em Paris um Conselho de Ministros do Ambiente. Simultaneamente reunir-se-á em Poznan a Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, o último passo antes da cimeira de Copenhaga em 2009 e o estabelecimento do segundo período de compromisso do Protocolo de Quioto. Finalmente a 6 de Dezembro, dia mundial do clima, será uma oportunidade para os cidadãos se mobilizarem.

Reuniões cruciais para o planeta e para a sociedade vão assim realizar-se no final de 2008 e em 2009!

Certo, os objectivos "clima-energia" votados pelo Conselho Europeu em Março de 2008 contêm avanços. Mas permanece um plano mínimo, bem abaixo das urgências do momento. A Europa precisa de assumir medidas radicais para gerir a energia e reduzir as emissões de gases com efeito de estufa nos sectores-chave dos transportes, da construção, da indústria e da agricultura.

Estas medidas devem ser democraticamente debatidas e ser objecto de políticas públicas audaciosas, ultrapassando os interesses dos grandes lobbies, nomeadamente os das estradas e dos hidrocarbonetos, e de todos aqueles que lucram ou escarnecem do combate ao desperdício, e os aumentos de preços resultantes, de que as populações, a Norte como a Sul, são hoje vítimas. Devem igualmente rejeitar-se as falsas soluções como a fuga para a frente em direcção ao nuclear ou o desenvolvimento dos agro-combustíveis. A tecnologia nuclear, cara e com grandes riscos, não pode, em nenhum caso, ser a resposta à degradação ambiental e às alterações climáticas. Os agro-combustíveis industriais são ineficazes na luta contra o aquecimento global, colocam muitos problemas ambientais e, acima de tudo, agravam a crise alimentar que ameaça o planeta.

Para que a União Europeia se empenhe em prosseguir uma política sensível aos equilíbrios ecológicos e sociais e, portanto, uma política de contenção e de eficiência energética; para que seja ouvida nas negociações internacionais em curso, quando tem que se empenhar numa redução de 30% nas emissões dos países industrializados, no mínimo, para 2020, bem como a necessidade de dar apoio financeiro aos países em desenvolvimento para reduzirem as emissões e a sua adaptação; a mobilização dos cidadãos e das suas organizações é imperativa!

É por isso que apelamos às associações de defesa do meio ambiente, aos sindicatos, às associações de solidariedade internacional e, mais genericamente, a todos os cidadãos, assim como aos representantes das regiões que queiram juntar-se a nós, para alimentar o debate público e construir em conjunto uma campanha que nos permita mobilizar para esses desafios cruciais no final de Novembro de 2008 e na preparação para a cimeira de Copenhaga em 2009.

Primeiras organizações francesas signatárias:
Action consommation, Amis de la Terre, ATTAC, CADTM, Cinémas Utopia, Confédération paysanne, Copernic, CRID FSU, Greenpeace, IPAM, Objecteurs de Croissance, Réseau féministe Rupture, Réseau Sortir du nucléaire, Solidaires, Survie, WWF

Apelo apoiado por:
AlterEcolo, Alternatifs, Collectifs unitaires, Jeunes Verts, LCR, les Verts, ZEP

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