sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Saudação aos militantes no pós referendo

Dois dias depois de arrumada a questão do referendo que, mais do que a interrupção voluntária da gravidez, ficará para a nossa história, como o dia em que os portugueses deram público testemunho da Interrupção Voluntária da Religião.

É por isso preciso que se diga que no dia 11 de Fevereiro houve claramente vencedores e vencidos.

A Igreja Portuguesa, clerical, tridentina e trauliteira, com os seus bispos e sacritãos, Opus Dei, Acção Católica, Médicos Católicos, etc., fazem parte da côrte dos vencidos, e, registe-se, esta é a maior derrota que sofreram desde a 1ª República, dada directamente pelo Povo Português, nas urnas, e não decidida pelos directórios dos partidos.

Quanto a mim, esta foi a maior batalha cultural que travamos desde o 25 de Abril, e desta feita, o 25 de Abril cumpriu-se!

Por isso, não posso deixar de saudar, aqui, todos os Movimentos pelo Sim, responsáveis por esta grande vitória.

Particularmente, todas as Mulheres que com tanta militãncia, força e coragem, muitas delas valentes activistas desta lista, que se empenharam muitissímo nesta luta de tantos anos e a levaram de vencida(permitam-me que envie um abraço de solidariedade às minhas companheiras da Plataforma Movimento Pelo Sim! que me deram a honra de, com humildade, a integrar).

Nao posso deixar de saudar, aqui, todos os Militantes do Sim, desde a direita liberal do PSD, passando pelo PS/JS, PCP, Verdes até ao BE, que tanto lutaram para que a IVG vencesse.

Nao posso, nem podemos, deixar de saudar os Médicos Pelo Sim, que vieram publicamente demonstrar quanto está obsoleta esta Ordem dos Médicos, que teima em nos pretender reger com um regime orgânico de Estado Novo e Igreja.

Nao posso deixar de saudar, especialmente, os Jovens pelo Sim, uma plataforma inteligente que inclúia várias tendências e muitas organizações lgbt, que souberam levar a sua voz aos jovens mais renitentes e mobilizá-los para se tornarem uma força decisiva de mudança, para que Portugal comece a abrir as portas à modernidade.

Constamos que postas de lado diferenças, para ir ao essencial, é possivel construir futuros para avançar entre nós. Uma lição a colher, para quem pretender aprender com a experiência.

Depois deste referendo, muitas outras portas se vão abrindo, paulatinamente e, neste caso, para as justas reivindicações dos homossexuais portugueses, desde a luta contra a homofobia, passando pelo alargamento e registo voluntário, da (lei) das uniões de facto, casamento entre pessoas do mesmo sexo, até à revolução das homoparentalidades. E, tal como para a luta pela IVG, temos de ir encontrando um arco de apoios políticos , sociais, sindicais e corporativos, que vá desde os liberais do PSD até ao BE, para vencermos .

Aqui fica a expressão do meu agradecimento a tant@s lutador@s, e da minha solidaridade militante!

Bem hajam a tod@s!
A luta continua!

António Serzedelo
Editor do programa Vidas Alternativas
Fundador da Associação Opus Gay

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