Depois de mais de 250 000 hectares queimados, o governo anuncia agora un pacote de medidas (eu diria que por obrigação de fazer alguma coisa depois de tanta floresta ardida), que passa por mais combate, mais meios para o combate, mais meios aéreos, mais efectivos, mais GNR, ou seja, mais guerra e menos prevenção. É mais ou menos o mesmo que num plano de erradicação da varíola investir muito em antibióticos e pensos rápidos e esquecer a vacinação.
O que me questiono é se do dinheiro todo que se gastou no combate aos incêndios (e pelos vistos se pensa gastar ainda mais no próximo ano) se gastasse apenas metade para preveni-los, com melhor ordenamento do espaço florestal, formação de equipas de vigilância (organizadas pelas juntas), construção de aceiros, desmatação, reflorestação de espécies adequadas a cada sítio, etc, não teríamos melhores resultados. É que curiosamente, em alguns locais onde foi posta em prática esta política (por "carolisse" de uns quantos iluminados), os incêndios devastadores deixaram de constituir um problema.
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