20. Agente Laranja/Napalm – O herbicida tóxico e a gasolina gelatinosa usadas no Vietname geraram horror entre velhos e jovens -- a onda de choque nos EUA foi tão grande que forçou a Dow a repensar a sua estratégia de relações públicas.
19. Rocky Flats – Localidade ultra-secreta administrada pela Dow Chemical no estado de Colorado, EUA, entre os anos de 1952 e 1975. Hoje, é um pesadelo ambiental.
18. Danos físicos – Em março de 2001, o Centro para o Controlo de Doenças dos EUA relatou que a maior parte dos norte-americanos apresentam no sangue níveis detectáveis de plásticos, pesticidas e metais pesados.
17. 2,4-D – Herbicida produzido pela Dow Chemical, ainda utilizado hoje em dia. Administrado para matar ervas daninhas. Um de seus ingredientes chave é o Agente Laranja, o desfolhante tóxico usado no Vietname. O 2,4-D é o herbicida mais utilizado no mundo.
16. Mercúrio – No Canadá, a Dow utiliza, desde 1947, o método da célula de mercúrio para produzir clorina. A maior parte do mercúrio é reciclada, mas quantidades significativas são descarregadas no meio-ambiente através de emissões de gás, do despejo em rios e pela dispensa dos restos de sua produção. Em março de 1970, os governos do Ontário, no Canadá, e do Michigan, nos EUA, detectaram níveis bastante altos de mercúrio nos peixes do rio St. Clair, do lago St. Clair, do rio Detroit e do Lago Erie. A Dow foi indiciada por autoridades locais e estaduais por poluição por mercúrio.
15. PERC -- Percloroetileno, a substância tóxica utilizada pelas lavandarias a seco em todo o mundo. A Dow tentou boicotar alternativas mais seguras.
14. 2,4,5 T – Um dos ingredientes tóxicos do Agente Laranja. Doyle afirma que “a Dow lutou com todas suas forças por esta substância – persistiu sempre que pôde em tribunais e agências, de forma a prolongar a vida do produto. Fizeram isso para faturar tempo extra de mercado, e acabaram ganhando dois anos -- ainda que, ao parece, a Dow já soubesse naquela época que se tratava de uma substância perigosa. O produto causava defeitos de nascença em animais, e podia ser encontrado na gordura do corpo humano. Apesar disto, a Dow só deixou de produzir o 2,4,5 T nos EUA em 1983; e, na Nova Zelândia, em 1987. As batalhas judiciais relativas às consequências do 2,4,5 T no corpo humano continuaram até hoje”.
13. Enfraquecimento de sindicatos – Em 1967, os trabalhadores da Dow eram, quase todos, sindicalizados. Centrais trabalhistas norte-americanas defendem, porém, que, desde então, a Dow está empenhada numa “campanha sem tréguas para se livrar dos sindicatos”.
12. Silicone – Ingrediente chave dos implantes de silicone para seios, produzido por uma joint-venture entre as companhias Dow e Corning (Dow-Corning). Deixa as mulheres maiores – mas também as deixa doentes. Responde, hoje, por danos físicos e batalhas judiciais.
11. DBCP – Ingrediente tóxico do pesticida Fumazone, produzido pela Dow. Médicos que testaram homens que trabalhavam com DBCP chegaram a pensar que eles fossem vasectomizados – não apresentavam qualquer sinal de esperma.
10. Dursban -- Clorpirifos, pesticida tóxico com efeitos nervosos. Testado em prisioneiros de Nova Iorque, entre 1971 e 1998, através de um laboratório em Lincoln, Nebraska. Tomou o lugar do DDT quando este foi proibido, em 1972. Absurdamente vendido. Seu uso foi interdito pela Agência de Proteção Ambiental dos EUA em 2000.
9. Dow no Natal – “Os plásticos da Dow são usados pela indústria de brinquedos em todo canto”, comemorou, num Natal, um memorando interno da companhia. “Além disso, os nossos materiais são encontrados sob a árvore de Natal e sobre a mesa de aniversário, deixando alguma criança – e a Dow – bastante felizes”. Entre as substâncias químicas encontradas nesses presentes, estão o poliestireno, o polietileno, resinas de etileno copolimero, resinas saran, resinas de PVC, além de vinis e etil celulose. Boas festas.
8. O rio Tittabawassee – Rio e leito poluídos pela Dow na cidade natal da companhia, em Midland, Michigan.
7. O rio Brazos, em Freeport, Texas – Em fevereiro de 1971, uma manchete do diário Houston Post trazia a seguinte notícia: “O rio Brazos está morto”. Em 1970 e 1971, operações da Dow despejaram mais de 17 bilhões de litros de dejectos por dia no Brazos e no Golfo do México.
6. Ofensas tóxicas – Doyle escreve: “A Dow Chemical tem poluído localidades e envenenado populações há quase um século, à escala local e global – ofendendo trabalhadores, consumidores e comunidades, e causando danos ao genoma e à variedade biológica globais...A Dow tem que pôr fim às suas ofensas tóxicas”.
5. Experiências Holmesburg – Em janeiro de 1981, uma história do jornal Philadelphia Inquirer revelou que a Dow Chemical pagou a um dermatologista da Universidade da Pensilvânia para que ele testasse dioxina nos prisioneiros do Presídio Holmesburg, em Filadelphia. Os testes foram conduzidos em 1964. Setenta presos foram testados.
4. Mortes de trabalhadores – A Dow tem uma longa história de explosões e incêndios em suas fábricas. Um exemplo: em maio de 1979, uma explosão varreu uma unidade de produção da Dow em Pittsburgh, matando dois trabalhadores e ferindo mais de 45.
3. Tumores cerebrais – Em 1980, investigadores encontraram 25 trabalhadores com tumores cerebrais numa fábrica da companhia em Freeport, Texas – destes, 24 foram fatais.
2. Filme plástico – A fina película de plástico essencial às nossas vidas. Produzido pela Dow até os consumidores procurarem produtos da companhia que pudessem boicotar – motivo pelo qual a empresa decidiu retirar-se do mercado de produtos directos ao consumidor (a marca foi vendida). Desde então, a Dow dedica-se apenas à produção de substâncias químicas que componham produtos voltados para o consumo directo.
1. Bhopal – O pão nosso de cada dia nos dai hoje, e perdoai as nossas ofensas, assim como tentamos trazer à justiça aqueles que nos ofendem.
Russel Mokhiber e Robert Weissman
Russell Mokhiber é editor da publicação Corporate Crime Reporter
Robert Weissman é editor do Multinational Monitor
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