Na Cantábria há uma montanha que se chama a montanha dos três mares. Porquê? Porque dependendo do local onde a chuva cai, a gota de água pode ir parar ao Mar Mediterrâneo (através da bacia do Ebro), ao oceano Atlântico (pelo Douro) ou ao Mar da Cantábria (por um pequeno rio que por lá há). Não sei porquê, as fronteiras biogeográficas sempre me emocionaram....
Até ver não há notícia de uma montanha dos três oceanos; mas de dois há às resmas, nos Andes, nos Himalaias, etc. Aqueles locais dos Andes onde podemos ir para o Pacífico ou para o Atlântico, devem ser sítios incríveis: numa questão de centímetros, a história de uma gota de água pode ser radicalmente diferente. Nas nossas vidas, quando deparamos com essas geografias, numa questão de segundos, embarcamos numa viagem sem retorno, desaguando mais tarde no Pacífico ou no Atlântico, de acordo com as decisões tomadas em poucos instantes.
Voltando à geografia, o fascínio destas fronteiras deve estar relacionado com as origens dos rios, dos mares e dos oceanos, arrastando com eles ecologias, florestas, desertos e civlizações diversas. Sei lá, sei que gostava de viver perto de um sítio que se chamasse a “Montanha dos três mares” ou a “Cordilheira dos Oceanos” ou ainda o “Desfiladeiro dos dois mundos”....
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