Greenpeace revela relatório que confirma a contaminação das variedades tradicionais do milho mexicano. EUA e Canadá desautorizam publicação. Rafael Envangelista (Outras palavras)
As primeiras evidências surgiram em 2001, mas até hoje as autoridades dos EUA e as empresas de biotecnologia esforçam-se para escondê-las embaixo do tapete. A última manobra foi tentar desautorizar uma equipe de especialistas da Universidade da Califórnia, Universidade Nacional Autônoma do México e Universidade Estadual de Ohio. Eles foram contratados para investigar e sugerir medidas para conter a contaminação, por transgénicos, das variedades tradicionais de milho mexicano. Mas, como o que dizem incomoda, estão sendo censurados pelos senhores do comércio.
“É urgente examinar e avaliar os efeitos diretos e indiretos do cultivo de milho geneticamente modificado na flora e na fauna – muitas muito úteis – que se formam em torno do milho das milpas [sistema de agricultura familiar intensiva do México], de outros sistemas agrícolas mexicanos e na biodiversidade das comunidades naturais vizinhas”, aconselha o estudo.
Os pesquisadores contratados pelo CEC (conselho da Comissão para a Cooperação Ambiental) pedem que todo o milho não-testado que chegue ao México seja rotulado como geneticamente modificado e moído, o que impediria seu uso como semente.
O reconhecimento de riscos ambientais reais trazidos pelo milho transgénico e a consequente recomendação para que todo milho vindo dos EUA seja moído significam um claro derrota da posição dos EUA relativamente à Europa na OMC. Não é nenhuma surpresa a tentativa de evitar a publicação do relatório”, afirma Doreen Stabinsky, do Greenpeace Internacional.
Poderá encontrar mais informação na página da Greenpeace. O relatório pode ser lido aqui; os comentários dos EUA estão aqui. A página sobre Milho e Biodiversidade está aqui.
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