Boas notícias, a Europa ter anunciado que está a pensar acabar com as ajudas agrícolas à exportação. Na UE, aproximadamente 2.8 mil milhões de euros são gastos nestas ajudas, essencialmente para "ajudar" o açúcar, os laticínios e a carne. Nos USA, 3 mil milhões de euros são gastos para ajudar a "exportação" dos mesmos produtos, acrescidos do algodão. Os principais prejudicados com estas políticas proteccinistas são a Àfrica e a América Latina, já que têm que competir com produtos artificialmente mais baratos. O caso do açucar é paridigmático, já que o seu valor de exportação é três vezes inferior ao seu valor de produção (!!!!). Para agravar mais a situação, na África e na América Latina uma percentagem muito considerável da população vive da agricultura, pelo que estas medidas condenam à miséria muitas centenas de milhões de pessoas.
Mais do que as caridadezinhas, acabar com o proteccionismo seria uma das medidas mais eficazes no combate à pobreza e à miséria no mundo. De certeza que esta declaração de intenções não é gratuita, mas sim a única forma das nações ricas conseguirem prosseguir com as negociações da OMC, bloqueadas pelo finca-pé de países como o Brasil e a Índia na última reunião (o famoso grupo dos 21). No entanto, a acontecer, será sem dúvida um grande avanço para os países pobres do mundo. Quer dizer, será um avanço se o que tiverem que dar em troca não tiver ainda mais valor....
O mais ridículo disto tudo é que o que as nações mais pobres pedem é que as regras do livre comércio sejam respeitadas. E convenhamos que embaretecer selvaticamente os produtos agrícolas de forma artificial é completamente contrário às regras básicas da competividade e igualdade de oportunidades e outras máximas liberais.
A cereja em cima do bolo desta situação caricata, é que uma fatia importante destes subsídios vão directa ou inderectamente parar a grandes multinacionais alimentares, como é o caso da Nestlé. Aliás, a Europa domina o mercado mundial dos lacticínios à custa destes subsídios....
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