segunda-feira, março 15, 2004

Quando o ‘moderno’ envelhece rapidamente

No Brasil, o Projeto de Lei 2.269/99 institue a preferência pelo uso de software livre nas instituições públicas. Parece que quando o Presidente Lula visitou os EUA, Bill Gates tentou em vao reunir com ele. Em Portugal passou-se o contrario: na altura de investir nas novas tecnologias nas escolas, o governo abracou a Microsoft sem discussao...

"(...) Atrás do que parece ser uma simples disputa entre duas opcoes tecnologicas diferentes, esconde-se um enfrentamento mais profundo, de dois grupos profissionais que parecem carregar consigo visões de mundo e ideologias diferentes e opostas. Essas diferenças, na verdade, estão na base do debate, muitas vezes inflamado, que já vem acontecendo há algum tempo entre os defensores das duas opções tecnológicas. Entender no que as diferenças se constituem pode ser interessante na hora de decidir qual a opção mais adequada para o país(...)"

Uma pequena amostra dos argumentos a que recorrem as duas partes em disputa – empresas de software proprietário de um lado (neste artigo representadas por Eduardo Campos de Oliveira, da Microsoft) e de outro a comunidade de software livre (representada por Marcelo Branco, da Universidade de Rio Grande do Sul) - pode ser lida aqui.

"Uma das idéias que sustenta o software livre baseia-se no pressuposto de que o trabalho em informática é basicamente cooperativo. Muito dificilmente um programador, ou mesmo uma equipe de programadores, seria capaz de criar sozinha, a partir do zero, todos os códigos necessários para o funcionamento de um software." Para Branco, o uso de software livre oferece a possibilidade de desenvolvimento de uma tecnologia nacional autônoma. Seria uma oportunidade para que empresas brasileira pudessem entrar no mercado internacional de uma maneira independente.A partir dessa posição de Branco é possível dizer que, para ele, o Estado ocupa uma posição planejadora do desenvolvimento e da tecnologia. Cabe ao governo atuar no sentido de que sejam escolhidas as alternativa que possam resultar em mais vantagens para o país. Não é a "mão invisível do mercado" que tomará essa decisão."

"(...) Para as empresas de software proprietario, o cerne da crítica económica reside no fato de que o software livre, ao autorizar livremente a cópia de programas, não recolhe impostos. Segundo Oliveira, o modelo livre acaba estabelecendo uma quebra na "cadeia de valor" econômica. A essa observação é somada a exposição de números que mostram os empregos diretos e indiretos gerados pela Microsoft e os valores movimentados pela empresa. Oliveira coloca a liberdade de cópia como um dos maiores entraves das soluções livres. Por causa dessa liberdade, não haveria estímulo para o desenvolvimento, pois os investidores não financiariam um produto sobre o qual não poderiam cobrar (...)"

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