quarta-feira, março 31, 2004

Ota, R.I.P.

Parece que o Partido Socialista (PS) faz hoje na Assembleia da República uma interrogação ao governo sobre o projeto de construção de um novo aeroporto internacional na Ota.

É claro como a água que a Ota está de pés para a cova. Nem o país tem dinheiro para construir um novo aeroporto, nem precisa de o construir. E muito menos num sítio tão estapafúrdio, de geografia tão desfavorável e com acessos tão difíceis como a Ota. Mas o PS não está pelos ajustes.
O PS é teimoso, não quer deixar a Ota morrer em paz, silenciosamente, calmamente. O PS quer fazer barulho, mostrar a tremenda incompetência do governo em deixar morrer um projeto tão bom, tão essencial para a saúde financeira das grandes empresas de construção civil. O PS é pró--Ota, tal como é pró-coincineração e pró-todos os disparates que o governo anterior fez.

Na mesma altura em que o petróleo sobe constantemente de preço e em que (mais importante) as quantidades totais desse produto extraídas da terra e do mar diminuem ou sem mantêm estáveis, enquanto que a procura, dinamizada pelo desenvolvimento económico a taxas de 8% ao ano da China e da Índia, aumenta sem cessar, o PS continua a acreditar que, daqui a 10 anos, quando a Ota estiver pronta, ainda haverá tráfego aéreo para a usar.

O PS não aprende com a história.

Ota, R.I.P. (*)

PS, deixa-a descansar.

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Luís Lavoura

(*) R.I.P. = requiescat in pacem = descansa em paz.

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