Presa no Sul, este fim de semana subi a Bragança. Às tantas estava no bar da Escola Superior Agrária ouvindo um aluno que contava como todos os dias avistava da janela de casa um lobo que passava sistematicamente à mesma hora na peugada de um cabreiro que, aceitando uma eterna ordem da Natureza, o precedia.
O bar tem uma parede envidraçada com vista para um prado pelo qual serpenteia um rio ladeado por altos choupos. Pensava eu como de facto nada justifica que uma Faculdade de Ciências se amontoe num campo que de grande só guardou o nome. Nós temos demasiadas instituições de Ensino Superior, aquela dificilmente conseguirá sobreviver: regressaremos à circunstância de formar biólogos urbanos a quem pagamos visitas de estudo ao campo, deixaremos emigrar os que conhecem o lobo e resistem a ser comidos por ele.
Regressei pelo Porto já que, infelizmente, o comboio não chega a Bragança. Nunca tinha estado no Terminal Rodoviário do Porto, pensei que tinha recuado no Tempo: depois do tapete de auto-estradas e IPs, entra-se num buraco absolutamente indescritível! Pergunto quanto dinheiro custaria pintar aquela garagem nojenta? Quanto dinheiro custaria nivelar o solo e tapar os buracos; construir uma bilheteira decente? Como é possível discutir (em tom de guerra/catástrofe) as acessibilidades a um estádio de futebol, esquecendo as acessibilidades a um terminal rodoviário?! Meu deus, estes celtas estão loucos...
mpf
Sem comentários:
Enviar um comentário