"A revista de referência espanhola "Zero" deste mês, resolveu publicar, julgo que pela primeira vez, uma entrevista com um responsavel glbt português que me foi feita há dois meses. Nessa altura ainda havia, pensava eu, o GTH-PSR, e não existiam as Panteras Rosas que lhe sucederam agora.
Intitularam-na sintomaticamente, "Homofobia à Portuguesa". O trabalho ocupa uma página inteira da revista, com uma foto de um eléctrico subindo a Calçada do Combro.
Das várias perguntas que me fizeram tive 3 preocupações. Abrir a agenda glbt portuguesa, na perspectiva da Opus Gay , à discussão . Referir e denunciar as dificuldades crescentes de actuação que sentem os colectivos, quer por causa dos preconceitos , tanto a nível partidário de esquerda ou direita, inclusivé por causa de uma certa homofobia que começa a grassar, fruto da má gestão dos processos da Casa Pia. Finalmente, relembrar o que lhes venho dizendo há muito tempo, que os nossos colectivos são "fracos economicamente, tem pouca militância, e estão fragmentados, por causa de questões politico-partidárias, dado um deles estar ligado a movimentos trotquistas e radicais, e com bastante representação de um partido político, que tenta sempre impôr à nossa luta, a sua agenda, e sobretudo, as cores do seu partido, a despeito de lutar com serias dificuldades". O que explica que o GTH/PSR tenha desaparecido, de repente, ao fim de 11 anos de actividade,s em dar qualquer explicação, neste espaço de dois meses.
Miguel Vale de Almeida no seu blogue chama sarcasticamente a esta entrevista, "Zero à Esquerda ". Assim, tenta defender acrisoladamente os seus amigos trotskistas, entretanto desaparecidos e branquear as questões politico- partidárias que, de facto, dividem os colectivos, reduzindo-os a "desentendimentos pessoais", uma luta de galos pela visibilidade, que eles não conseguem obter.
Por causa da sua constante e consistente Opus Gayfobia, à portuguesa, Miguel Vale de Almeida prefere não abordar questões mais importantes, que interessam a todos, a agenda política apresentada, e até, como lutar contra o preconceito e homofobia que alastram entre nós. Se está de acordo com a nossa agenda, não o pode dizer. Se não está, prefere guardar segredo, para depois ser apresentada ao" povo gay" votante, como uma construção de eleitos "ex divinis", indiscutivel, em plena época eleitoral que se aproxima .
Enfim, para MVA, e os seus companheiros de "route", como se vê por alguns dos comentários apostos, o importante é elegendo a Opus Gay como inimigo principal, o zero à esquerda, provar, sobretudo, que não existe
qualquer manipulaçao dos colectivos, pelos seus companheir@s lideres de associações, sejam el@s alternativamente membros do Partido Socialista Revolucionario, ou militantes do Bloco de Esquerda, tod@s el@s sujeitos ou objecto, da táctica do enterismo (infiltrações dos movimentos) que caracterizam os partidos trotskistas.
É o deja´vu! O BE merecia melhor!
Paciência , Miguel!
A.S.
(Em resposta ao comentário de MVA.)
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