terça-feira, janeiro 20, 2004

Stiglitz no FSM

Stiglitz defende mudanças nas políticas que determinam a globalização

Márcia Detoni, Agência Brasil

A globalização e o livre comércio internacional podem ser uma força positiva capaz de enriquecer todas as pessoas do mundo, especialmente os pobres. Foi o que disse hoje o economista americano Joseph Stiglitz, Prémio Nobel de Economia em 2001, numa conferência sobre globalização e segurança social e económica, no 4°Fórum Social Mundial, que acontece em Mumbai, na Índia.

Stiglitz, que foi assessor do ex-presidente Bill Clinton, trabalhou no Banco Mundial e é professor na Universidade de Columbia, defendeu a integração do comércio internacional citando o exemplo do sudeste asiático, que, segundo ele, soube tirar proveito da globalização, recebendo tecnologia do primeiro mundo e alcançando outros mercados. “A globalização foi usada como instrumento para crescimento económico e redução da pobreza”, disse o economista.

Mas para que a globalização tenha esse efeito positivo, advertiu o economista, é preciso uma mudança radical na forma como a integração económica mundial está sendo arquitetada. Na opinião do economista, a Organização Mundial do Comércio (OMC)precisa incluir em suas políticas a ajuda ao desenvolvimento e a assistência a países pobres. Stiglitz também defendeu o fim das barreiras comerciais, especialmente nos países ricos, para que o terceiro mundo tenha acesso a mercados privilegiados.

Para que a globalização seja positiva ainda será preciso, segundo o economista, que os acordos internacionais tenham em conta a necessidade de geração de empregos. “O desemprego hoje está intimamente ligado a violência, por isso não podemos mais separar as questões económicas das questões políticas e sociais”.

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