quarta-feira, janeiro 14, 2004

Olhar atento sobre o FSM

Por Cândido Grzybowski



A cidade de Mumbai – ainda Bombaim para muitas pessoas – será o epicentro do encontro mundial anual da emergente cidadania planetária que se opõe à globalização neoliberal e às lógicas de dominação que a alimentam, como o imperialismo, o terror e a guerra. Alarga-se, sem dúvida, a amplitude do apelo do Fórum Social Mundial de que "um outro mundo é possível".

Dada a impossibilidade da presença de todos e todas no FSM, onde quer que seja realizado, nos lançamos à ousada empreitada de ir ao mundo sem perder raízes. A tarefa, neste momento, é ir à Índia e extrair o máximo de energia para alimentar a mobilização e a capacidade de intervenção de múltiplos actores sociais que buscam um mundo de liberdade e dignidade para os seres humanos do planeta. Está aí o desafio central.

Qual é exactamente a força que move o FSM? Qual o seu segredo? O que significa ser parte dele? A resposta talvez seja simplesmente sonhar que é possível, agir acreditando nas potencialidades da própria acção, buscar com os outros e outras, na igualdade de nossas múltiplas diferenças, as possibilidades de mudar relações, processos e estruturas que oprimem e excluem.

A experiência mais radical ao participar do FSM é sentir-se num espaço de liberdade de pensar, falar, propor, ser ouvido e respeitado. Trata-se de um alegre, colorido e barulhento Fórum para pensar a acção que desenvolvemos no local em que vivemos, transformando-nos em parte de um poderoso movimento mundial de cidadania. É o encontro da diversidade do que somos, espaço de confronto de ideias com base em princípios e valores éticos compartidos, uma universidade da cidadania em construção.

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