2ª questão - Pensa que é possível haver diálogo entre os dois Fóruns?
Chico Whitaker : Não. A questão passa eventualmente por falar com as pessoas que vão a Davos, mas certamente não com os sues organizadores do fórum, que não passa de um local para negócios. Davos é uma pirâmide, um clube fechado; nós somos um espaço, e os espaços não falam com os dirigentes. E nós não queremos a sociedade piramidal defendida em Davos. Além disso, o que é que quer que negociemos? Tanto de um lado como de outro não existe nenhuma legitimidade para negociar o que quer que seja. Nós apenas nos representamos a nós próprios.
Klaus Schwab : A questão não passa tanto por institucionalizar um diálogo entre os dois Fóruns, mas sim de estabelecer um diálogo verdadeiro entre os diferentes sectores da sociedade. Nenhuma organização internacional, nenhum governo, nenhum movimento, por mais poderoso que seja, poderá decidir os desafios do mundo sozinho.
3ª questão – O vosso Fórum influência a marcha do mundo?
Chico Whitaker : Provamos com as manifestações mundiais contra a guerra do Iraque o poder deste sistema em rede. Não impediram a guerra, mas influenciaram certamente alguns países a não integrar a coligação, assim como confrontaram alguns governos (como em Inglaterra) com uma clara opinião pública negativa relativamente à guerra. Kofi Annan, o secretário geral da Onu, compreendeu bem o nosso crescimento: ele pediu propostas vindas da sociedade civil para a futura reforma das Nações unidas e em Mumbai estiveram reunidas quatro comissões a discutir esta questão.
Klaus Schwab : Davos dói a plataforma internacional previligiada para o lançamento de iniciativas decisivas para a reconfiguração do mundo moderno. Posso dar como exemplo a aproximação entre a Grécia e a Turquia ou o fim do Apartheid na África do Sul.
Traduzido por Paulo Pereira daqui
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