quinta-feira, janeiro 08, 2004

DESEMPREGO EM PORTUGAL IV

O NÚMERO DE DESEMPREGADOS EM PORTUGAL A RECEBER SUBSIDIO DE DESEMPREGO É UMA MINORIA

Tal como sucedeu com o quadro I, o quadro II também foi construído com dados constantes das Estatísticas de Emprego publicadas pelo Instituto Nacional de Estatística, portanto uma entidade oficial

QUADRO – Numero e taxa de desempregados a receberem subsidio de desemprego
PERIODO Desemprego Desemprego Desempregados Taxa de subsidiados em relação nº desempregados
Oficial Corrigido com subsidio Oficial Corrigido
4ºTrimeste1999 207.400 325.100 54.300 26,2% 16,7%
1ºTrimestre2000 224.800 372.100 61.700 27,4% 16,6%
2ºTrimestre2002 243.000 388.600 71.800 29,5% 18,5%
3ºTrimestre2002 276.100 426.400 70.900 25,7% 16,6%
2ºTrimestre2003 336.100 505.100 105.700 31,4% 20,9%
3ºTrimester2003 338.300 514.600 100.700 29,8% 19,6%
FONTE: Estatísticas de Emprego – 4T 1999, 4ºT 2000 e 3º Trimestre 2003 – INE

Como os dados do Instituto Nacional de Estatística constantes do quadro II revelam apenas uma pequena percentagem dos desempregados está a receber subsidio de desemprego. Em relação ao número oficial de desempregados essa percentagem tem variado entre 25,7% e 31,4% dos desempregados oficiais. Relativamente ao número corrigido de desempregados, essa percentagem é muito mais baixa pois tem variado entre 16,6% e 20,9%.

REFLEXÕES FINAIS SOBRE O DESEMPREGO EM PORTUGAL

Como se provou, utilizando dados publicados pelo próprio Instituto Nacional de Estatística, o número oficial de desempregados assim como a taxa de desemprego oficial estão certamente abaixo dos verdadeiros valores do desemprego em Portugal.

O desemprego no nosso País é já um dos problemas sociais mais graves, e está a crescer de uma forma rápida, sendo também uma das causas mais importante do crescimento da pobreza. E contrariamente aquilo que o discurso oficial pretende fazer crer, a previsão para 2004 assim como no futuro é ainda de um maior agravamento se a politica que está ser seguida não sofrer uma rápida inversão

E isto porque, como consequência da obsessão para subordinar toda a politica económica ao cumprimento do défice de 3%, que países muito mais desenvolvidos como são a Alemanha e a França se recusaram a respeitar para não hipotecar o futuro das suas populações, o investimento em Portugal tem sofrido quebras significativas e continuas (em 2003, prevê-se que a quebra no investimento total tenha sido superior a - 10% e no privado de -13,4%, em 2002 de -5,4% em 2002 e, em 2001, de – 2,8%). E, como consequência desta evolução negativa no volume de investimento, a capacidade produtiva do País está-se a degradar (o fecho de inúmeras empresas é prova disso), o atraso tem-se acentuado (Portugal no lugar de convergir na UE15 está divergir, prevendo-se que em 2003 tenha passado para último lugar mesmo depois da Grécia), e o País certamente terá maiores dificuldades para enfrentar a concorrência externa, acrescida com a entrada de mais dez países para a União Europeia que terá lugar em Maio de 2004, a maior parte deles competidores directos de Portugal.

Loures, 4 de Janeiro de 2004
Eugénio Rosa
Economista

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