Resumido do artigo Forças e fraquezas do movimento por uma outra globalização do Le Monde diplomatique - edição portuguesa, Novembro de 2003.
Por FRANÇOIS HOUTART
As grandes mobilizações (Seattle, Génova, Évian) contra os decisores do planeta, os Fóruns Sociais (como Porto Alegre), congregam forças muito diversas e não isentas de contradições. Apesar disso, elas congregam resistências às políticas neoliberais e elaboram propostas. O Fórum Social Europeu teve como perspectiva a construção de uma outra Europa que não a da finança.
Estes trinta anos de ofensivas contra o trabalho e contra o Estado para acelerar a acumulação do capital (seguindo os preceitos do Consenso de Washington), estes dez anos de neoliberalismo triunfante após a queda do Muro de Berlim criaram novas condições para as lutas sociais . No entanto, face à concentração das decisões económicas, estas lutas mantiveram-se num primeiro tempo tanto mais concentradas quanto o fracasso do “socialismo real”, as fraquezas da esquerda existente, o “verticalismo” do funcionamento dos partidos, a extinção dos partidos comunistas e os compromissos da social-democracia reduziram a credibilidade dos actores tradicionais da contestação.
Sem comentários:
Enviar um comentário