No outro dia, a propósito do captura de Saddam, um economista afirmava que a coisa agora já estava bem, já que a bolsa tinha subido, e rematava "porque a economia nunca se engana", em voz triunfalista. Ou seja, mesmo que nunca se descubram armas manhosas (se forem de plástico não contam), mesmo que nenhuma das razões invocadas pelos EUA para invadir o Iraque sejam provadas como certas, o importante é que a bolsa continue sempre a subur; se assim fôr, é o mercado que arquiteta as realidades, e se tiver ima resposta positiva, então todas as dúvidas desaparecem, porque a "Economia nunca se engana".
Eu já sabia que a Economia e os mercados são o novo paradigma do mundo em que vivemos, mas daí a acalentar uma fé dogmática absolutista na sacro-santa economia vai uma certa distância. Eu sei que não devia negar à partida uma ciência que desconheço, mas das putras ciências eu sei que a regra de ouro é o indeterminismo e a humildade. Só os modelos caducos de sociedade é que têm visões científicas dogmáticas. Será o senhor economista que ouvi um arauto do príncipio do fim da "supra-suma Economia"??
PS - Agora entendo porque é que o homem dos Tabus afirmava que "nunca se enganava e raramente tinha dúvidas": Cavaco era um acólito fervoroso desta nova doutrina fundamentalista.
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