Tirei uma pequenina parte da entrevista que Alexandre Quintanilha deu para o Público do Vilacondense.
Sobre o Norte: "não acho mal que a gente tenha uma ligação com a Galiza, mas é uma maneira de fortalecer mais a noção do Norte, na península toda (...) Os galegos e os portugueses do Norte sentem que são a mesma gente. São celtas."
São celtas? e eu o que é que sou, Mouro? Lusitano? Visigodo? Isto alembra-me uma discussão (que já tem anos) sobre a música celta, com a tradicional gaita celta, as arpas celtas e já agora, a pandeireta celta. Pegando na Gaita, sabe-se que ela está por todo lado, quase sempre associadas a práticas pastoris, já que o fole é feito com a pele de uma cabra ou de outro bicho qualquer. Por exemplo, neste livro, é referida a sua presença um pouco por todo o lado:
Mas é na Idade Média que a gaita-de-foles toma especial relevo, aparecendo espalhada por todos os países e regiões da Europa, da Península Ibérica à Escandinávia, da Inglaterra à Itália e à Grécia, da França ao Cáucaso, pela Ásia, da Arábia e Pérsia à Índia e Birmânia e até à China, entre os hindus, drávidas e burmeses pelo Mediterrâneo e Norte de África, revestindo-se, por todas estas partes, de aspectos muito variados.
O que hoje se associa à música celta é um fenómeno relativamente recente, que já nada tem a ver com os celtas; o que mais me irrita é que sempre que fazemos um baile, há-de sempre haver uma alminha a afirmar que tocamos música celta...
Afirmo desde já que a ser alguma coisa, prefiro tocar música visigoda. Sempre gostei dos visigodos. E fica à espera de uma prova irrefutável da unidade celta do norte-ocidental peninsular, com marcadores genéticos (do RNA miticondrial ou outro, tanto faz), muitas análises, e uma amostragem em todos os países "celtas" e todos os países fronteiriços, como Portugal ao sul do Douro. O resultado para ser bom, tem que dar uma inequívoca unidade entre todos os povos celtas, e uma significativa diferença relativamente aos outros (não celtas).
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