O Fórum Social do Algarve, no decorrer da sua segunda assembleia, realizada na Casa de Cultura em Loulé, decidiu realizar um fórum público de discussão dos temas que preocupam os cidadãos e as associações algarvias que deliberaram congregar esforços e procurar uma maior intervenção cívica por parte dos cidadãos. Consciente do défice de participação, cada vez mais profundo que a sociedade apresenta, com temas tão importantes como a revisão do PROTAL a serem discutidos quase clandestinamente e em gabinetes técnicos, o FSA está a recolher contributos que permitam dinamizar a discussão pública em diversos eixos, nomeadamente:
- o desenvolvimento sustentável do Algarve;
- a globalização social e económica;
- o aprofundamento da democracia e da cidadania;
- a defesa e promoção da paz e da Solidariedade;
- a prestação de cuidados de saúde no Algarve.
As questões de funcionamento deste fórum regional, que congrega cerca de 40 organizações, entre associações cívicas, de desenvolvimento local, partidárias, do ambiente e culturais estiveram também na ordem de trabalhos. De forma a dinamizar as iniciativas e tornar mais eficaz a mobilização entre as associações apoiantes, foi alargado o grupo de contacto que passa a ser constituído por elementos representativos de associações de todas as zonas do Algarve.
No balanço das actividades entretanto desenvolvidas, destaca-se a área da educação, que realizou uma série de iniciativas como o Fórum da Educação. O Movimento “Algarve pela Paz” por sua vez. Desencadeou uma campanha contra a guerra e pela paz, que se traduziu em diversas manifestações de rua, mobilizou alguns milhares de cidadãos e suas organizações. Tratou-se de um movimento cívico, como há muito tempo não se verificava no Algarve e com o qual o FSA se congratula e para o qual contribuiu.
Para além de uma iniciativa global que envolva diversos temas de discussão, o FSA elegeu ainda como prioridade a problemática da saúde devido à preocupação suscitada pelas declaradas intenções oficiais de substituir o Hospital Distrital de Faro por um Hospital Central a instalar no Parque das Cidades que em nada virá melhorar a prestação de cuidados de saúde nem a quem reside no Algarve nem a quem aqui passa férias.
A questão do turismo, enquanto actividade económica principal da região, designadamente quanto às anunciadas “Áreas de Protecção Turística” que significarão uma alteração pronunciada do ordenamento do território com profundos impactos no sector, no ambiente e na estratégia de desenvolvimento regional é outra das questões sobre a qual o FSA entende ser necessária uma ampla discussão pública e uma tomada de posição sem tibiezas.
Nota: retirado do n.º 80 de Vez e Voz, uma publicação da Animar, edição de Março/Julho 2003.
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