O Público de hoje dedica uma página inteira (e logo a segunda) à manifestação de recepção a Bush organizada pelos alternativos. Ou seja, para um encontro civilizado de activistas de toda a Europa, durante 3 dias, onde se discutiam essencialmente propostas concretas para um outro mundo ser possível, o Público ocupou uns míseros 3 quartos de página, refundidos no interior do Jornal. Quando a coisa passa a ser uma mega-manifestação anti-Bush (reparem, não é anti-Americana, é claramente anti-Bush e anti-falcões), tem direito a primeiras páginas antes das manifestações acontecerem.
Antes diziam que éramos demasiado anti; passamos a ser mais alter. Mas na prática, um encontro de alter-mundialistas é muito menos mediático que uma manif anti-Bush. A deixarmo-nos levar pela tentação mercantilista da coisa, o melhor é investir nas acções tipo anti (partir umas coisitas e apanhar alguma sarrafada da polícia de choque) brutalmente mediáticas e esquecer as acções construtivas e positivas completamente ignoradas pela imprensa.
Mas nós acreditamos realmente que outro mundo é possível.....
As manifs são apenas o braço armado da alterglobalização, que é essenciamente o somatório de todos os projectos alternativos que já estão a acontecer um pouco por todo o lado (capital de optimismo) e as utopias que ainda estão por concretizar (capital de esperança). Comércio Justo, Microcrédito, Economia solidária, Software livre, Educação Popular, Conservação e sustentabilidade, Anti-racismo, Justiça fiscal, Paz, Medicamentos genéricos para todos, Reforma das instituções internacionais, Abulição do proteccionismo, Abulição da dívida dos países em desenvolvimento (e muito mais) são o verdadeiro capital de projectos e ideias que constituem o alterglobalização.
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