Que la pluma sea también una espada y que su filo corte el oscuro muro por el que habrá de colarse el mañana [Subcomandante Marcos]
sexta-feira, agosto 22, 2003
Nota Botânica IX – e aos fogos vai-se seguir...
Ailanthus altissima.
Nos states chamam-lhe "maldita praga" (Darn Weed), por aparecer em todo o lado e ser impossível de controlar... É originária da China, mas foi provavelmente introduzida na Europa a partir das ilhas Molucas (perto de Timor, portanto), onde "ailanto" significa "árvore do céu", dizem que por ser muito alta. Para o caso disto escapar a alguém, os europeus acrescentaram-lhe o "altissima"...
Em Portugal também tem invadido tudo quanto é sítio, independentemente da qualidade do solo, da quantidade de chuva, ou da vontade de quem quer que seja; não se lhe conhecem pragas, resiste muito bem à poluição, e consegue competir com a maior parte das espécies nativas. Será portanto de esperar que desta recentíssima vaga de fogos vá resultar a expansão da amiga Ailantus! Aconselha-se então o cidadão avisado a conhecê-la melhor e prestar-lhe a devida atenção, pois quando se tornar verdadeiramente insuportável então estudaremos melhor o que fazer com ela...
E que utilidade tem para já a Ailantus? Bom, a primeira não é muito animadora: é boa para lenha, ou seja, aqui temos mais um bom combustível... Parece que a madeira é também boa de trabalhar pelo que, quem sabe, talvez dê lugar a um boom de escultores! Mas há mais: na China era usada para alimentar um bicho-da-seda diferente daquele que é vulgarmente conhecido entre nós (e que não come estas folhas). A dita criatura, larva duma borboleta chamada Philosamia cynthia, produz uma seda menos suave mas mais resistente (parece que um casaco feito de seda de Ailanto passava de geração em geração...) que a seda que todos conhecemos.
A Philosamia foi introduzida na Europa em fins do sec. XIX, na sequência de graves epidemias que ameaçaram a produção do tradicional bicho-da-seda. Só que o pessoal era muito fino, e não gostava muito desta seda mais grosseira (em França, Itália e EUA, tentou-se a exploração do negócio).
Mas hoje os tempos são outros: temos desempregados que podem tomar conta dos bicharocos em casa, a comida está aí de borla (as larvas só se alimentam da Ailantus, os adultos não se alimentam de todo), há lugar para cursos de formação sobre fiação de seda de Ailantus e, enfim, aqui está uma nova oportunidade industrial e comercial! Quem tem filhos também os pode ocupar produtivamente com esta actividade, sem ser acusado de exploração de trabalho infantil – espreitem a espécie de blogo do Rapaz-borboleta e vejam como eles se poderiam divertir (e instruir!).
mpf
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