quarta-feira, agosto 20, 2003

Nada me espanta nas notícias desde que George W Bush ganhou as eleições nos EUA, mostrando ao mundo em que tipo de democracia vivíamos. As regras de então permitiram o poder a um candidato que não tinha a maioria percentual, mas eram regras.
As regras são inventadas por nós mesmos, seres humanos, e por consequência o tipo de democracia em que vivemos resulta em ultima análise da nossa capacidade de as inventar ou contornar.
Nem todas as pessoas olham para as leis da mesma forma, pois a lei é expressa numa linguagem e esta entende-se num contexto, sempre sujeita a interpretações que podem ser diversas de acordo com a causa, o efeito, ou mesmo o objectivo político. O nível de formação de quem lê a lei varia, e consequentemente, a aplicação desta também.
A lei, por consequência só é igual para todos, quando existe um consenso de tal forma amplo sobre o que ela significa que quase desmotive a criatividade. A lei, socialmente, não se sabe de cor, mas sabemos, de acordo com a movimentação livre do nosso universo pessoal aquilo que é punido por ela ou não, que possa afectar esse mesmo universo pessoal, ou mesmo de grupo, lobby, etc.
A lei decide-se no parlamento, no conselho de ministros, por despacho ou decreto, nas empresas quando adoptam uma estratégia, na rua quando dois arrumadores delimitam o seu território, e em nossa casa, quando dizemos: aqui dentro ninguém fuma.
A lei é a expressão do poder, e o poder democrático está, ou devia estar, nem que fosse pela etimologia da palavra democracia, no povo, ou seja, nas pessoas.

Mas a lei, também pode motivar a criatividade.

Sendo a lei determinante, mudar o mundo quase parece muito simples, pois basta mudar a lei.
Um exemplo que costumo dar:
Se fosse publicada uma lei que impedisse a circulação de automóveis a combustíveis derivados do petróleo, no dia seguinte, as principais empresas do ramo automóvel, não querendo perder o seu mercado, teriam à venda carros a energias alternativas, como o hidrogénio por exemplo (vejam-se por exemplo coisas que já existem, como os projectos de hidrogen cells da Ford, ou o Opel Hydrogen 3) de cuja combustão resulta apenas calor e água.

LD

Sem comentários: